Aporte de serapilheira em diferentes modelos de restauração florestal em áreas degradadas
DOI:
https://doi.org/10.55592/CFB.2022.2788737Resumo
A serapilheira é responsável pelos maiores teores de nutrientes do solo e a partir da atividade decompositora dos microrganismos associados ao acúmulo destes nutrientes são fatores significativos para acelerar o processo de sucessão ecológica. Dessa forma, o aporte da serapilheira pode ser empregado como indicador de restauração de processos ecológicos. Este trabalho teve como objetivo quantificar e comparar o aporte de serapilheira e de carbono orgânico na matéria seca acima do solo, ao longo de dois anos, em diferentes modelos de restauração florestal. O experimento foi instalado em 2013 na região de Itu-SP, com três blocos em esquema fatorial e 10 tratamentos em quatro diferentes espaçamentos: 1x0,3 m (denso), 1x1 m (adensado); 2x1 m (semi-adensado) e 3x2 m (convencional), com a mesma composição, porém diferentes proporções de espécies por grupos ecológicos. As coletas ocorreram durante o período de 2018 a 2019. A concentração de carbono foi estimada por meio da divisão da biomassa por dois. A produção média anual de serapilheira em 2018 foi de 7,2 Mg ha.ano-1, e em 2019 foi de 7,92 Mg ha.ano-1, o estoque de carbono total foi de 3,6 e 3,96 Mg ha-1, em 2018 e 2019, respectivamente, ambos, serapilheira e carbono, apresentaram valores compatíveis aos encontrados em florestas nativas em Floresta Estacional Semidecidual. Nos dois anos de estudo o espaçamento denso promoveu maior contribuição de serapilheira (2018 = 8,22 Mg ha.ano-1; 2019 = 8,95 Mg ha.ano-1) em relação ao convencional (2018 = 5,09 Mg ha.ano-1; 2019 = 5,56 Mg ha.ano-1) até aos cinco anos após o plantio, o mesmo se refletiu para o carbono total. A proporção de espécies de diferentes grupos sucessionais não afetou os aportes de serapilheira e carbono.