EFEITO DO USO DE FERTILIZANTE A BASE DE DEJETO SUÍNO NO CRESCIMENTO DE PLANTAS DE Eucalyptus grandis
DOI:
https://doi.org/10.55592/CFB.2022.8907291Resumo
A suinocultura é um dos ramos mais lucrativos da pecuária, ocupando os primeiros lugares no ranking de produção animal. O descarte de forma incorreta do dejeto suíno pode ocasionar a contaminação dos lençóis freáticos e a salinização do solo devido à grande quantidade de nitratos e sais dissolvidos, além de contaminação do solo e plantas por metais pesados. No entanto, após o tratamento, os dejetos podem ser utilizados como fertilizante orgânicos, tornando o resíduo autossustentável e economicamente viável. Nesse contexto, o estudo teve como objetivo caracterizar o aporte de biomassa de plantas de Eucalyptus grandis Hill ex. Maiden sob a aplicação de fertilizantes organominerais a base de dejeto suíno. A pesquisa foi realizada no Viveiro Florestal da Universidade Federal de Santa Maria Campus Frederico Westphalen. O experimento foi desenvolvido em delineamento inteiramente casualizado, sendo testados cinco tratamentos, testemunha (sem adição de fertilizante), fertilizante mineral de liberação lenta (FMLL: NPK 16-08-12), fertilizante mineral tradicional (FMT: 20-10-15), fertilizante organomineral (FOM: 8-4-6), obtido da mistura de fertilizante orgânico (FO) proveniente da fração sólida da água residuária de suinocultura com o FMT; e fertilizante organomineral remineralizador do solo (FOMRS: 8-4-6), formulado pela mistura do FO com o remineralizador do solo (pó-de-rocha) e o FMT. As quantidades totais de nutrientes (NPK) foram as mesmas em todos os tratamentos. As plantas foram conduzidas em vasos de 11 litros contendo solo e mantidas no viveiro. Aos 180 dias após o transplantio realizou-se a quantificação do aporte de biomassa, após a separação das frações, folhas, caules e raízes, secas em estufa. Os dados foram submetidos aos testes de normalidade dos resíduos e homogeneidade de variâncias, seguida de análise de variância e comparação de médias pelo teste de Tukey (p < 0,05), sendo as análises realizadas no programa RStudio. A análise estatística demonstrou efeito significativo entre os tratamentos para todas as variáveis testadas. Plantas de E. grandis cultivadas sob os tratamentos FMT, FOM e FMLL apresentaram os maiores valores médios de biomassa, evidenciando a responsividade da espécie ao aumento da disponibilidade de nutrientes às plantas. O uso de fertilizantes organominerais à base de dejeto suíno demonstrou ser uma alternativa eficaz para promover o desenvolvimento da espécie, uma vez que o aporte de biomassa foi semelhante ao verificado em plantas que receberam fertilização mineral. Portanto, utilização do dejeto suíno como fertilizante no cultivo de E. grandis é uma prática potencial, tornando-se uma alternativa sustentável e economicamente viável ao descarte inadequado do resíduo.