CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DO CRESCIMENTO INICIAL DE MUDAS DE PROGÊNIES DE Dimorphandra mollis Benth
DOI:
https://doi.org/10.55592/CFB.2022.2433537Resumo
Dimorphandra mollis Benth., espécie arbórea do cerrado conhecida como fava d’anta e faveiro (RNC: 23744), pertence à família Fabaceae, e ocorre na Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, São Paulo, Tocantins e no Distrito Federal. A espécie tem alto potencial ecológico, econômico e social, se destaca devido à perspectiva rentável da rutina, metabólico extraído do fruto e comercializado para a indústria farmacêutica. Nesse contexto, objetivou-se com o estudo avaliar a qualidade genética do material coletado e seu potencial para instalação de um teste de progênie a campo para a espécie. Sementes de72 árvores de D. mollis foram avaliadas, tais indivíduos formavam uma área de vegetação natural suprimida para a implantação de um parque de energia fotovoltaica, localizada no município de São Gonçalo do Gurguéia, no Piauí. Os frutos foram coletados e armazenados em sacos plásticos devidamente identificados. Posteriormente, as sementes foram extraídas e beneficiadas com o auxílio de alicate, martelo e espátula. Sua dormência foi quebrada com escarificação mecânica, lixa de massa n°100. A semeadura foi realizada em tubetes de 100 cm³ contendo substrato Carolina, umedecido com água e adubado com adubo de liberação lenta (osmocote). O ensaio foi instalo em blocos ao acaso, com seis blocos e cinco plantas por parcela, totalizando 2160 plantas. Para as análises genéticas foram utilizados dados de altura e diâmetro do coleto das mudas aos 30 dias após a estabilização da emergência. As estimativas de parâmetros genéticos foram realizadas com o software Selegen. Com base nas estimativas geradas podemos verificar que há variabilidade genética entre as sementes das progênies de D. mollis. Os valores das estimativas foram promissores, as herdabilidades individual no sentido restrito () e média de progênies () variaram de 0,64 a 0,84 e 0,82 a 0,86, respectivamente. Coeficiente de variação genéticos ( e ) entre 7,97 e 21,75 foram observados, tais valores asseguram a qualidade genética do material. Os valores de acurácia seletiva foram 0,90 para a altura e 0,93 para o diâmetro, o que indica alta correlação entre o valor observado e o predito. O baixo coeficiente de variação ambiental implica em baixa influência do ambiente e alto controle genético na expressão do valor fenotípico das mudas. O tamanho efetivo populacional estimado foi de 261, assegurando a conservação a curto prazo dessa população. Com as mudas de D. mollis pode ser instalado um teste de progênies, pois o uso do material avaliado já assegura a base genética da população a ser implantada, viabilizando, posteriormente, o uso desse material em programas de melhoramento, conversão em um pomar de sementes, e a conservação genética da espécie.