IX Congresso Brasileiro de Comunicação Alternativa https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023 pt-BR IX Congresso Brasileiro de Comunicação Alternativa PERSPECTIVAS SOBRE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AMPLIADA: ANÁLISE DAS PRODUÇÕES DO CBEE https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7855 A Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA) se caracteriza pela sua natureza multimodal, abrangendo uma ampla gama de habilidades comunicativas que podem incluir vocalizações ou fala (ainda existentes), texto, gestos, sinais manuais, expressões verbais, sinais, símbolos, imagens, dispositivos de fala sintetizados, entre outros, que são utilizados conforme o contexto e os interlocutores para expressar pensamentos, necessidades, desejos e ideias. Existem três grupos que podem ser beneficiários da CAA: aqueles que necessitam de uma forma alternativa à fala para se expressar; aqueles que a utilizam como linguagem de apoio permanente ou temporária e aqueles que necessitam de uma linguagem alternativa por apresentarem dificuldades de compreensão e expressão. Nesse aspecto, considerando que a CAA se constitui em via direta para o desenvolvimento do comportamento comunicativo, o estudo objetiva analisar as produções científicas publicadas no Congresso Brasileiro de Educação Especial (CBEE) na área de Comunicação Alternativa Ampliada, entre 2014 a 2021. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo. Como instrumento para a coleta de dados foi realizada busca no site eletrônico do evento que disponibiliza as publicações. A análise dos dados ocorreu nas seguintes etapas: pré-análise das produções para familiaridade com as informações discutidas; tratamento das informações, momento para refinamento dos dados que deu origem ao desenvolvimento das categorias; inferência e interpretação dos dados identificados, apoiando-se na literatura. Foram analisados 54 trabalhos científicos, os quais foram agrupados em três categorias temáticas e suas respectivas subcategorias, algumas produções foram atribuídas em mais de uma categoria de acordo com o resultado analisado. Diante disso, a categoria “contexto de pesquisa” foi subdividida em educacional, domiciliar, clínico, múltiplos contextos e não especificaram. Ademais, a categoria “público da educação especial” foi subdividida em Transtorno do Espectro Autista (TEA), Síndrome de Down, Paralisia Cerebral, Deficiência Intelectual, Deficiência Múltipla e outros. A categoria “diferentes tipos de pesquisa” foi composta por formação sobre CAA, revisão de literatura e conhecimento de professores sobre CAA. À vista disso, os resultados demonstraram que nos anos de 2014 e 2016 houve maior número de publicações acerca da temática, com prevalência de pesquisas desenvolvidas no contexto educacional e com a participação do público TEA. Também, notou-se grande quantidade de trabalhos com ênfase na formação sobre CAA. Nesse aspecto, a pesquisa demonstrou diferentes benefícios com o uso da CAA para o público da Educação Especial e com o processo de capacitação dos profissionais e familiares para a mudança de estilos na abordagem de técnicas para viabilizar a comunicação e assim inserção dos sujeitos em diferentes contextos. No campo educacional, a ênfase em pesquisa pressupõe ampliação de investigação para tornar o processo educacional acessível às necessidades do público e assim favorecer o ensino. Nessa condição, faz-se necessário instigar discussões acerca da temática para a operacionalização de ações e novas investigações sobre o uso da CAA que resultem em novas descobertas, avaliações e replicações das estratégias para a inclusão. Mariana Ferraz Marília Carollyne Soares de Amorim Beatriz Vieira Barone Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 76 DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO: ESTUDO DE CASO https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7871 Introdução: O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits persistentes de início ainda precoce, sendo uma das habilidades com evidentes alterações a comunicação. Assim, a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) insere-se como um recurso advindo da tecnologia assistiva potencializando o desenvolvimento das habilidades comunicativas. Um dos métodos de intervenção que utiliza a CAA e que vem apresentando ganhos positivos a partir da sua implementação no intervenção fonoaudiológica, é o DHACA - Desenvolvimento das Habilidades de Comunicação no Autismo, que possui como base teórica a teoria da sócio-pragmática. O recurso de CAA utilizado no método é um livro de comunicação de baixa tecnologia personalizado que possui uma página com vocabulário essencial composto por 60 pictogramas (CoreWords) e outras abas, composta por uma linha de 10 pictogramas, construída e inserida conforme desenvolvimento linguístico, interesses da criança e a demanda familiar. O método propõe o desenvolvimento de cinco habilidades comunicativas (com foco nos aspectos morfossintáticos, semânticos e pragmáticos) que vão desde a intenção comunicativa inicial até o diálogo. Objetivo: Descrever o desenvolvimento da comunicação após intervenção com o método DHACA em uma criança com TEA não verbal. Método: Trata-se de um estudo de caso, longitudinal e qualitativo de caráter descritivo a partir dos registros de evolução no prontuário. A análise tem como base os aspectos descritos no protocolo: Avaliação da Comunicação nos Transtornos do Espectro do Autismo - ACOTEA, a fim de avaliar a comunicação expressiva e receptiva. Além disso, foi analisado também os dados da evolução. A amostra foi constituída por uma criança com TEA, com 2 anos, J.G.M.R, não-verbal e com nível de suporte 2. Foram realizadas 20 sessões individuais de intervenção com a implementação do método DHACA, sendo realizadas semanalmente. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP). Resultados: Antes da intervenção, a criança não possuía verbalização, apresentava evitação durante a interação social e protestos se jogando no chão como resposta a aproximação. Ademais, pouco se percebia interesse nos objetos e quando manuseava não havia funcionalidade no brincar. Também não demonstrava interesse nas pessoas, apresentava ainda rigidez e inflexibilidade cognitiva quanto ao compartilhamento de algo. As funções de solicitação não eram evidenciadas, não havia produções sociais como “oi” ou “tchau”, apresentava incapacidade de nomeação de objetos ou pessoas de forma espontânea, ausência de sorriso social ou qualquer outro comportamento que indicasse interação com o outro. Além disso, dificuldade na compreensão de comandos simples. Posteriormente à intervenção, não foram observados comportamentos disruptivos, passou a permitir a aproximação e toque das pessoas, possui compreensão e expressão de diversas categorias lexicais presentes no seu livro de CAA. O brincar tornou-se funcional, além disso, o mesmo passou a falar frases espontâneas com maior complexidade morfossintática composta por 8 palavras e também houve aumento nas produções de expressões sociais. Conclusão: Percebeu-se que o uso de um sistema robusto de comunicação alternativa durante a intervenção fonoaudiológica por meio do método DHACA, impactou positivamente o desenvolvimento da comunicação tanto nos aspectos expressivos quanto compreensivos. Ana Cristina de Albuquerque Montenegro Matheus Phellipe Santos Felix da Silva Natália Barbosa Gonçalves Letícia Cristiny Arcanjo da Silva Gabriel Angelo Pereira da Silva Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 22 PROJETO COMUNICA CER: EXPANDINDO HORIZONTES PARA A COMUNICAÇÃO SUPLEMENTAR E/OU ALTERNATIVA https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7887 INTRODUÇÃO: A comunicação é essencial para a participação de qualquer pessoa em sua comunidade, por meio dela é possível estabelecer e consolidar relações familiares, afetivas, sociais e profissionais, nesta perspectiva, pensar na comunicação remete a questões que possam de fato garantir o acesso de todos nos diferentes contextos A Comunicação Suplementar e/ou Alternativa (CSA) tem por objetivo implementar recursos e estratégias eficientes para promover ao indivíduo oportunidade comunicativas para que este possa interagir com diferentes parceiros de comunicação; participar de atividades em diferentes ambientes; aprender sua língua nativa; exercer seus papéis ocupacionais e satisfazer suas necessidades pessoais. OBJETIVOS: O projeto "COMUNICA CER" teve como objetivo criar um espaço de portas abertas para a comunidade, a fim de promover o desenvolvimento e a implementação CSA para pessoas com necessidades complexas de comunicação, seus familiares e profissionais. PÚBLICO-ALVO: Tiveram envolvidos 164 participantes, sendo 63 crianças e adolescentes com necessidades complexas de comunicação, 18 familiares, 42 estudantes dos cursos de Terapia Ocupacional, Pedagogia e Pós-graduação em Educação, 24 profissionais da educação, 17 profissionais da saúde e 3 policiais responsáveis por um serviço de Equoterapia. DESCRIÇÃO DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS: As atividades foram realizadas em um laboratório de pesquisa, localizado em um Centro de Reabilitação vinculado a uma universidade púbica do interior do estado de São Paulo. O projeto foi divulgado por meio de redes sociais e contato direto com potenciais participantes. As atividades receberam o apoio de 2 estudantes bolsistas, 11 estudantes voluntários dos cursos de Terapia Ocupacional, Pedagogia, e da Pós-graduação em Educação, 4 docentes, 1 terapeuta ocupacional e 3 profissionais ligados à Secretaria de Saúde do município. Foram realizadas as seguintes atividades: 1) Caracterização das necessidades comunicativas dos participantes com necessidade complexa de comunicação; 2) Desenvolvimento recursos de CSA; 3) Validação dos recursos de CSA pelos usuários e profissionais envolvidos; 4) Realização encontros de consultoria para mediar todo o processo. RESULTADOS: O projeto "COMUNICA CER" promoveu um espaço de intervenção, formação em serviço, inovação e tecnologia social, desenvolvendo e implementando recursos de CSA para pessoas com necessidades complexas de comunicação. As atividades permitiram que os usuários e seus familiares se tornassem protagonistas no processo de desenvolvimento e implementação da CSA. Foram ofertadas consultorias com o objetivo de promover a formação no raciocínio clínico em relação ao desenvolvimento e implementação da CSA na rotina dos usuários com necessidades complexas de comunicação. Nestas consultorias foram desenvolvidos e implementados 198 recursos de CSA com a participação ativa dos usuários, famílias e profissionais da comunidade. Por fim, foram realizadas ações voltadas para a acessibilidade do Centro Especializado de Reabilitação, vinculado a universidade, do serviço de Equoterapia vinculado a um Batalhão da Polícia Militar e de uma Associação de Pais e Amigos de pessoas com Transtorno do Espectro Autista, visando permitir a comunicação efetiva desses usuários nos serviços, promovendo seu acesso e autonomia. CONCLUSÃO: O projeto "COMUNICA CER" revelou um grande potencial ao oferecer um espaço de formação e intervenção, promovendo a participação e autonomia comunicativa dos usuários com necessidades complexas de comunicação na comunidade. Aila Narene Dahwache Criado Rocha Amanda Ramos Almeida Heloisa Briones Mantovani Mariana Ferreira Monteiro Guedes Rubiana Cunha Monteiro Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 20 Implementação de Sistema de CAA em um caso de NF1, Autismo e Apraxia de Fala https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7903 Introdução: A Neurofibromatose tipo 1 (NF1) é uma condição autossômica dominante que vem a desencadear alterações neurocutâneas e neuropsiquiátricas. Enfatiza-se a necessidade de tratamento especializado com abordagem multidisciplinar no tratamento da NF1, tanto no diagnóstico quanto na intervenção (Cavallo et al., 2023). A Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA) é uma abordagem que pode ser utilizada de forma interdisciplinar, empregando recursos em baixa e alta tecnologia a fim de promover e desenvolver a comunicação de pessoas com necessidades complexas de comunicação e inúmeros são os seus ganhos a linguagem, desenvolvimento e aprendizagem (Andzik et al., 2018). Esse estudo explana o acompanhamento fonoaudiológico e implementação da CAA junto a uma criança com a NF1, Apraxia de Fala e características do Transtorno do Espectro Autista, tais como presença persistente de padrões restritos e repetitivos em seu comportamento e déficit comunicativo (Academia Americana de Psiquiatria, 2013). Objetivo: descrever os achados obtidos no acompanhamento fonoaudiológico e implementação de CAA junto a uma criança com NF1 associada ao Autismo e Apraxia de Fala na Infância. Descrição do caso e das ações desenvolvidas: realizou-se observação do caso clínico durante um período de dois anos, entre 2021 e 2023. Mediante a observação e aplicação de Checklists e Protocolos, sendo estes ABFW (Andrade et al., 2005) - teste de Fonologia, Checklist Curriculum do Modelo Denver de Intervenção Precoce (Rogers e Dawson, 2014) e um Checklist para Avaliação de Apraxia de Fala na Infância (Santos e Lopes-Herrera, 2021). Foi dado início ao processo terapêutico que transcorreu com o Treino Motor de Fala, com métodos Prompt e Multigestos e posteriormente implementação da CAA, utilizando-se o método DACHA - Desenvolvimento das Habilidades Comunicacionais no Autismo (Montenegro, Xavier e Lima, 2020; Montenegro et al., 2023). A criança realiza intervenção em quatro sessões semanais nas áreas de Linguagem, Fala e Motricidade Orofacial. Evidenciava-se uma fala ininteligível, com forte enfoque de nasalidade e dificuldades no tocante a iniciação e mediação de turnos de comunicação. Apesar do paciente possuir vocabulário receptivo e expressivo relativamente bom, demonstrava dificuldades no acesso lexical. Utilizava fortemente o apoio gestual no processo comunicativo. Resultados: houve evolução quanto à inteligibilidade da fala, aumento do acesso lexical, desenvolvimento fonológico e morfossintático. Dessa forma a criança passou da emissão de palavras ininteligíveis para a construção de frases com inteligibilidade parcial, comunicando desejos e interesses de maneira multimodal (atrelando gestos, CAA e fala). Considera-se que a utilização de CAA associada ao Treino Motor de Fala, ampliou e impulsionou a evolução fonoaudiológica, visto que com a inserção desta, ocorrida nos últimos 08 meses do período de análise, houve salto significativo no processo evolutivo e generalização dos ganhos obtidos para distintos ambientes. Conclusão: A CAA, aliada ao Treino Motor de Fala acarretou avanços significativos à linguagem e fala infantil, impactando em sua autoestima, qualidade de vida e autonomia. A aplicabilidade em conjunto com a Acompanhante Terapêutica e equipe interdisciplinar que acompanham a criança influenciou positivamente, contudo no âmbito escolar são encontrados desafios e entraves ao processo interventivo. Leticia Ohanna Felipe dos Santos Antas Mariana Carvalho Muniz de Brito Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 82 Nunca é tarde para se comunicar: Inserção de CAA após a primeira infância https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7910 IntroduçãoA prática clínica nos mostra que a intervenção precoce com CAA é tanto possível quanto desejada para um bom desenvolvimento de linguagem e de comunicação, mas quando ela não ocorre em fases mais precoces do desenvolvimento infantil, há sempre dúvidas quanto à viabilidade do sucesso da inserção tardia, que é não somente possível quanto também apresenta bons resultados clínicos. Neste estudo faremos um levantamento dos resultados alcançados em casos com inserção de estratégias de CAA robusta após os seis anos de idade a fim de tentar exemplificar e motivar profissionais e familiares ao uso de CAA mesmo após a primeira infância. ObjetivosEste estudo tem como objetivo descrever a evolução de comunicação e linguagem de dez indivíduos usuários de CAA que iniciaram o uso de CAA robusta com idade entre 7 até 24 anos de idade. Com objetivo de demonstrar de maneira prática que o uso de CAA robusta é capaz de impulsionar o desenvolvimento de comunicação e linguagem, mesmo com inserção tardia, esta evolução em comunicação é altamente relevante para a vida destes indivíduos e desenvolvimento em todas as áreas de sua vida. Público-alvo e Descrição das ações desenvolvidasFamiliares e profissionais de todas as áreas poderão observar que mesmo casos de inserção após os seis anos de idade apresentam evolução quantitativa e qualitativa em habilidades pragmáticas, semânticas e sintáticas. Foram levantados dez casos de introdução de CAA após os seis anos de idade, destes: três iniciaram CAA aos 7 anos, um aos 8 anos, três aos 9 anos, dois aos 11 anos e um aos 24 anos, todos estes casos estão em estimulação de linguagem com CAA robusta há mais de um ano. Os casos selecionados apresentam quadros de base variados sendo estes: um caso com Paralisia Cerebral; um caso com Síndrome X-Frágil; um caso com Deficiência Intelectual; um caso com Síndrome de Marfan; um caso com Apraxia de Fala; cinco casos com Transtorno do Espectro do Autismo; Resultados e ConclusãoA descrição destes casos nos mostra que a CAA robusta mesmo após a primeira infância é benéfica ao desenvolvimento de comunicação e linguagem de indivíduos com necessidades complexas de comunicação de qualquer quadro de base. Em todos os casos é observado aumento qualitativo e quantitativo das funções pragmáticas de acordo com o Perfil Pragmático (Porter amp; Iacono, 2007). Das habilidades avaliadas todos os casos tiveram melhora qualitativa nas funções de: Pedir/ chamar atenção pra si; Pedir objeto; Pedir uma ação; Pedir ajuda; Pedir pra fazer de novo/repetir; Rejeitar/ protestar; Aceitar; Expressar opinião. Quatro casos tiveram ainda melhora qualitativa nas funções de: Pedir informação; Comentar sobre objetos; Comentar sobre não-existência; Dar informação; Responder perguntas e Nomeação. Três casos tiverem atingiram nível de palavra (melhora qualitativa) em todas as funções pragmáticas (melhora quantitativa). Um dos casos atingiu nível de frase em todas as habilidades pragmáticas (melhora qualitativa e quantitativa). Familiares e profissionais que iniciaram este projeto mesmo após a primeira infância descrevem resultados positivos em intenção comunicativa, uso social de comunicação e comunicação autônoma para vários propósitos. Mariane Alves Graciano Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 117 Livro infantil acessível por meio da Comunicação Alternativa na Educação Infantil https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7862 Uma das formas de desenvolver a linguagem e comunicação, no contexto escolar, mais precisamente, na Educação Infantil, é por meio da contação de histórias e da leitura literária. Deste modo, é essencial identificar quais os recursos que podem ser adotados para ampliação da comunicação do aluno com Necessidades Complexas de Comunicação (NCC). O livro acessível pode se tornar um grande aliado, desde que, o mesmo esteja disponível em multiformatos, incluindo livros adaptados com a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA). O livro adaptado constitui um meio facilitador da comunicação funcional, espontânea e independente, constituindo como meio facilitador de inclusão de crianças com necessidades especiais. Os livros acessíveis com a CAA têm como um dos objetivos atender o público com deficiência e/ou transtornos de comunicação e linguagem. Embora esse recurso possa se tornar um aliado para uma sala de aula inclusiva, deve ser levado em consideração as especificidades de cada criança. Sendo assim, foi objetivo deste estudo elaborar livros acessíveis para alunos de uma sala da Educação Infantil de uma cidade do Rio Grande do Norte durante o segundo semestre de 2022 e o primeiro semestre de 2023. A elaboração dos livros foi realizada em etapas: a) sendo necessário levar em consideração, o público-alvo; b) qual é o nível da turma que ele pertence; c) o assunto que está sendo trabalhado pela professora. Além disso, outros aspectos foram considerados na produção do livro acessível, tais como: a) o tipo e formato da letra; b) a seleção das imagens (pictogramas) com avaliação em as cores, contrastes e formas; c) o tipo de narração; adequação do texto original para enunciados de acordo com o momento do desenvolvimento dos alunos sem perder o sentido das histórias. Durante o uso dos recursos elaborados foi possível identificar o interesse e participação de todas as crianças e, após as orientações realizadas aos professores em relação às estratégias de mediação durante a contação de histórias, os alunos com deficiência e transtorno do espectro autista passaram a ter participação. A criação dos livros e a inserção na sala de aula, principalmente, de escolas públicas pode ser uma iniciativa que seja capaz de acolher os alunos, como também, possibilita a interação social entre as crianças, além de propiciar o acesso à leitura para todos. Rozejane Domingos da Silva Débora Deliberato Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 13 Relação entre o desenvolvimento da linguagem oral e o uso da Comunicação Alternativa e Ampliada em crianças com TEA https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7878 Introdução: O presente trabalho trata-se de um recorte de uma pesquisa maior de mestrado, realizada com crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), atendidas em um Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil (CAPSi). Crianças com TEA apresentam déficits na comunicação social, algumas caracterizadas por pouca ou mesmo nenhuma linguagem oral, desta forma possuem boa indicação para o uso da CAA. No entanto, ainda há um mito que circula entre muitos profissionais e familiares, no qual relaciona o uso da CAA ao não desenvolvimento da linguagem oral nestas crianças. Objetivos: A pesquisa objetivou verificar os impactos do uso de cartões de Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA) com crianças pequenas com TEA que apresentavam Necessidades Complexas de Comunicação. Publico Alvo: Crianças entre 4 e 6 anos diagnosticados com TEA, que apresentavam graves comprometimentos na linguagem e/ou ausência de linguagem oral. Descrição das ações desenvolvidas: Com base nas estratégias metodológicas da pesquisa quase experimental intrassujeitos, a pesquisa analisou o desenvolvimento dos meios comunicativos utilizados por cada sujeito participante antes e durante o uso da CAA, participaram do estudo 3 crianças pequenas diagnósticas com TEA.Resultados: A pesquisa evidenciou que o uso dos cartões de comunicação como meio de CAA acompanhou o curso do desenvolvimento de habilidades comunicativas das crianças participantes, sendo observado o aprendizado da função comunicativa da linguagem, o uso concomitante da CAA com vocalizações e a ampliação das vocalizações de palavras e frases em um dos participantes. Conclusão O uso de um sistema de baixa tecnologia de CAA com crianças pequenas com TEA demonstrou evidências na ampliação de habilidades comunicativas para estas crianças. Catia Crivelenti de Figueiredo Walter Grazielle Ribeiro Lisboa Arnaud de Queiroz Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 1 Práticas de Cuidados em Comunicação Aumentativa e Alternativa: o ponto de vista das mães https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7894 A Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA), que integra a área de conhecimento da Tecnologia Assistiva (TA), preconiza a participação da pessoa com deficiência e de sua família na definição do que interfere em sua acessibilidade e na busca de soluções. No entanto, há uma lacuna no campo das pesquisas científicas sobre como as famílias de crianças com deficiência participam da implementação dos recursos assistivos e como a escuta de seus saberes é contemplada. Neste cenário, essa pesquisa teve o objetivo de problematizar as práticas de cuidados em CAA e, para fazê-lo, alçou como metodologia a produção autobiográfica de três mães de crianças com deficiência. A categoria analítica escolhida foi o cuidado, considerando a articulação entre o campo da Ética do Cuidado e o da Psicanálise, tomado a partir de três eixos: dependência, alteridade e autonomia relacional. Os resultados indicaram que os relatos maternos trazem grandes contribuições para a discussão do que são ações que reproduzem formas hegemônicas de existência e ações que favorecem a emancipação. Os seguintes pontos foram entendidos como importantes para o avanço do campo científico da CAA: 1) tendo em vista o caráter de dependência inerente ao humano, e a desnaturalização da fala, o uso de apoio para a comunicação não é restrito a quem utiliza recursos de CAA. A possibilidade de interagir pela linguagem está para além de um aparato biológico funcionante e da disponibilização de um recurso, uma vez que, se não houver a sustentação de um outro, emprestando seu corpo e sua fala, tal processo estará barrado; 2) o princípio da alteridade no campo da CAA pressupõe que as soluções sejam tomadas a cada caso e em cada contexto, considerando que cada criança se movimenta na linguagem e convoca o outro de um modo particular, o que inviabiliza indicações baseadas em categorias e diagnósticos que homogeneízam os sujeitos. A abertura à alteridade, para a criança poder dizer sobre si e ter a sua existência reconhecida pelo outro que a escuta e a interpreta, é um processo que não se restringe à fala oralizada, o que viabiliza que a CAA esteja a serviço da manifestação da diversidade humana; 3) a implementação de recursos de CAA, conforme o conceito de autonomia relacional, seria definida a partir das relações de cuidado significativas da criança, dando ênfase ao que é construído no encontro humano em detrimento da hipervalorização do recurso isolado e de medidas prescritivas. Esse campo relacional não está referido a uma conduta educativa, adaptativa e de treinamento, mas a um contexto no qual crianças e cuidadores são afetados pelas manifestações uns dos outros, sujeitos aos equívocos próprios da linguagem, sem estarem limitados a padrões de respostas. Conclui-se que a pesquisa permitiu a identificação de pontos de entrave no uso do recurso de CAA quando este se restringe a uma prática prescritiva, educativa e baseada em universais e que, como uma alternativa, visando a ampliação da agência das crianças com deficiência, a escuta de cuidadores e crianças estaria envolvida em todo o processo da CAA. Bárbara Macedo Regina Maria Ayres de Camargo Freire Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 78 CAA e Acessibil https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7917 A Comunicação Aumentativa e Alternativa promovendo acessibilidade em eventos inclusivos na cidade de Niterói-RJ IntroduçãoA Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) é uma das áreas da Tecnologia Assistiva, que auxilia eliminando as barreiras na comunicação que a falta de acessibilidade traz, contribuindo para a integração de pessoas com necessidades complexas de comunicação, garantindo sua participação de forma plena e efetiva na sociedade, com igualdade de direitos e oportunidades. Eespera-se que haja uma preparação e adaptação de recursos de comunicação para pessoas não oralizadas. A acessibilidade comunicativa busca garantir que pessoas com deficiência possam compreender a informação e se comunicar de forma eficaz. Para garantir esse direito de forma plena e disseminar informação para a comunicade, realizamos a acessibilidade comunicativa em dois eventos inclusivos que foram levados para nossa cidade (Niterói-RJ) pelo Instituto Lagarta Vira Pupa, o Carnapupa e o Pupanique.ObjetivosTrata-se de um relato da experiência de promover acessibilidade comunicativa em eventos inlusivos, com dois objetivos específicos: garantir a participação plena e efetiva de pessoas com necessidades complexas de comunicação em igualdade de condições com as demais pessoas e disseminar informação sobre os diretos da comunicação de pessoas com deficiência para a comunidade em geral.Público-alvo e Descrição das ações desenvolvidasAmbos os eventos, Carnapupa e Pupanique, são totalmente inclusivos, ou seja, são eventos gratuitos abertos a comunidade em geral. Os locais dos eventos foram mapeados visualmente com pictogramas e foi distribuída informação sobre acessibilidade comunicativa e a razão para o uso de pictogramas. Desta forma, não só o ambiente tornou-se mais acessível, como também a comunidade foi sensibilizada para estas medidas e para as suas necessidades.Resultados Foi possível observar o envolvimento de toda comunicade durante os eventos, o acesso à informação desmistificou preconceitos e além disso, houve maior qualidade na participação das pessoas com necessidades complexas de comuinicação.ConclusãoO termo acessibilidade tem sido utilizado para garantir que todas as pessoas tenham acesso a todas as áreas de seu convívio. Desta forma, espera-se que haja uma preparação e uma resposta às necessidades especiais que esta diversidade pode apresentar nestas áreas. O uso da Comunicação Aumentativa e Alternativa mostra-se imprescindível para compensar e facilitar a comunicação de indivíduos com transtornos expressivos e/ou de compreensão da linguagem falada, devido a diferentes fatores (paralisia cerebral, autismo, trissomia 21, deficiência intelectual, pessoas que sofreram acidente vascular cerebral, traumatismo craniano, e/ou apresentam deficiência sensorial (auditiva e/ou visual). A falta de acessibilidade fere o direito da pessoa com deficiência porque a deixa em um estado de desvantagem em relação a seus pares que falam e limita sua participação social. Sendo assim, é urgente a utilização de símbolos pictográficos para Comunicação Aumentativa e Alternativa, para que esse público de pessoas com dificuldades de comunicação possam expressar as suas ideias, vontades, necessidades, desejos ou sentimentos. Juliana Aguiar Muniz Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 115 Relato https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7853 Introdução: O crescente esforço de divulgação da CAA por profissionais da fonoaudiologia e organizações como o ISAAC tem levado uma maior quantidade de famílias de crianças com dificuldades complexas de comunicação a se interessar pelo seu uso. Contudo, elas ainda se deparam com muitas dúvidas, especialmente no que se refere a aspectos práticos de implementação da CAA. Nesse cenário, torna-se relevante não apenas o compartilhamento das experiências bem-sucedidas, como as informações mais detalhadas sobre os principais desafios e dúvidas com os quais se deparam os usuários de CAA e seus parceiros ao longo desse processo.Objetivos: Relatar a experiência de implementação da CAA a partir do ponto de vista de uma fonoaudióloga e da família de uma criança de 4 anos, não oralizada, destacando-se aspectos práticos, dúvidas e dificuldades identificadas durante um processo com mais de um ano e meio de duração. Busca-se também discutir os resultados observados na evolução das capacidades comunicativas da referida criança, contrapondo-os a alguns mitos que ainda confundem familiares de pessoas com necessidades complexas de comunicação.Público-alvo: Familiares de crianças que ainda não fazem uso de CAA, além de profissionais da saúde e da educação que tenham dúvidas sobre sua implementação.Descrição das ações desenvolvidas: Partindo de uma caracterização inicial da criança com necessidades complexas de comunicação, serão relatados os passos tomados pela fonoaudióloga que realiza o atendimento e por sua família, desde a busca por profissionais de referência para orientar a escolha do sistema de CAA, até as ações de adaptação às suas necessidades individuais. Reunindo as experiências da mãe da criança – que envolvem a realização de cursos para treinamento de parceiros de comunicação e tentativas de levar essas informações para o espaço escolar – e da fonoaudióloga que acompanha o processo na perspectiva da clínica, busca-se oferecer uma descrição ampla e complexa dessa experiência de implementação da CAA.Resultados: Ao tornar-se usuária de CAA, a criança demonstrou evolução na comunicação multimodal e na intencionalidade de estabelecer interações comunicativas com familiares e outras pessoas de seu convívio. Constatou-se também que o uso dos recursos para comunicação em diversos ambientes (casa, clínica, escola) ampliou suas possibilidades de ser compreendida, inclusive por pessoas que não fazem parte de seu convívio diário. Isso, ao lado da ampliação das possibilidades de expressão e narração de suas atividades, sentimentos e opiniões, atribui-lhe maior autonomia e independência.Conclusão: Os resultados obtidos com a implementação da CAA na experiência relatada evidenciam que seu uso é um direito fundamental de todo indivíduo com necessidades complexas de comunicação e, portanto, deve ser assegurado por todos os profissionais e familiares envolvidos em seu cuidado e educação. Comprovam também que a CAA não impede o desenvolvimento da fala e não deveria ser visto como um recurso excepcional, utilizado apenas eventualmente. Espera-se que, diante de tais informações, mais pessoas se comprometam com esse aprendizado e se engajem na defesa da CAA como garantia do direito de livre expressão de todo ser humano. Brenda Leidens Lílian Loss Schwarz Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 1 USO DA CAA NA ROTINA DINÂMICA ESCOLAR PARA CRIANÇAS COM TEA NA ESCOLA https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7869 O Transtorno do Espectro Autista (TEA) possui como critérios diagnósticos a presença de déficits na interação e comunicação social, além de interesses restritos e movimentos repetitivos. Os desafios para esses alunos na rede regular de ensino são diversos, principalmente para os que apresentam Necessidades Complexas de Comunicação (NCC). Sendo assim, o professor necessita buscar conhecimentos, estratégias e recursos, para que sua prática pedagógica se torne mais inclusiva. A rotina estruturada e organizada perante o planejamento pedagógico está entre os recursos e estratégias que podem auxiliar as ações do professor com os alunos e que favorecem o desenvolvimento do trabalho pedagógico cotidiano para todas as crianças. Desse modo, o presente estudo teve como objetivo propor um recurso que disponibiliza uma rotina dinâmica escolar acessível para um adolescente autista com NCC na sala de aula regular. Esse adolescente, com 13 anos, em alguns momentos apresentava comportamentos disruptivos e fuga de demanda quando havia troca de atividades. No tocante aos aspectos metodológicos, a rotina dinâmica acessível foi construída utilizando estratégias da Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA), com pictogramas do Portal Aragonês de Comunicação Alternativa e Aumentativa (ARASAAC). Foram selecionados pictogramas que representavam as possibilidades de atividades presentes no cotidiano escolar do adolescente. A professora foi orientada pela pesquisadora sobre a importância e benefícios da utilização da CAA para elaboração desse recurso. O acompanhamento teve duração de 3 meses e para a efetivação da rotina foi utilizada como técnica a montagem compartilhada, onde a professora esteve com o aluno, montando diariamente sua rotina, que continha duas colunas, uma com atividades a fazer e outra com as atividades feitas. A cada atividade executada o adolescente transferia o pictograma de coluna, para então visualizar qual seria imediatamente a próxima. Construir uma rotina dinâmica acessível para o aluno com TEA e NCC permitiu a antecipação visual e favoreceu uma maior previsibilidade, possibilitando sua orientação e preparação para as atividades. Isto diminuiu algumas barreiras que poderiam estar dificultando sua aprendizagem e permanência em sala de aula. Desse modo, conclui-se que a utilização da rotina dinâmica acessível possibilitou ao aluno dentro da sala de aula regular, maior previsibilidade e entendimento da rotina, diminuindo comportamentos disruptivos. Gabriela Heredia Maria de Jesus Gonçalves Débora Deliberato Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 111 INSTRUMENTOS AVALIATIVOS ADOTADOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA COMUNICAÇÃO SUPLEMENTAR E/OU ALTERNATIVA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7885 RESUMO: Introdução Estudos reiteram a importância do implemento de pesquisas que contribuam para a análise e sistematização de instrumentos capazes de avaliar o uso de recursos de Comunicação Suplementar e/ou Alternativa junto às pessoas com Necessidades Complexas de Comunicação (CSA). Objetivo: este estudo tem por objetivo identificar e caracterizar instrumentos de avaliação utilizados para a implementação da CSA. Metodologia: foram levantados trabalhos apresentados e publicados em livros pertencentes aos Congressos Brasileiros da Internacional Society for Augmentative and Alternative Communication/ISAAC-Brasil. Dentre os trabalhos 30% foram desenvolvidos nos Estados Unidos, 20% na Europa e 15% no Canadá; dos profissionais envolvidos na tradução, validação e adaptação foram psicólogos (25%), psicólogos e pedagogos (10%), terapeuta ocupacional (15%), fonoaudiólogos (10%) e fonoaudiólogos com pedagogos (5%); dos instrumentos produzidos no Brasil, houve predomínio na área da Fonoaudiologia, Psicologia e Terapia Ocupacional. Dentre as áreas avaliadas predominaram linguagem, aspectos motores e cognição; 55% da população alvo para serem avaliadas são crianças em idade pré-escolar; 35% crianças em idade escolar, 10% jovens e adultos e 10% idosos; quanto ao público-alvo dos instrumentos, houve predomínio de pessoas portadoras de paralisia cerebral. Ressalta-se que instrumentos foram estruturados na forma de questionários (55%), testes (30%), formulário (5%), listas de vocabulário, 5% provas assistidas. Conclusão Pode-se verificar a necessidade da elaboração de instrumentos nacionais que promovam situações espontâneas e relações dialógicas, bem como, destinados a pessoas adultas e idosas. Adriana Scorsato Simone Infingardi Krüguer Rayssa Thaiana Golinelli Ana Paula Berberian Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 1 PERFIL COMUNICATIVO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA E SEM ORALIDADE NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7901 Introdução: o presente estudo apresenta resultados de uma pesquisa de doutorado, cujo projeto fora modificado em função do isolamento social decorrente da Pandemia de Covid 19, sendo alterada para formato online. Objetivos: descrever o perfil comunicativo dos alunos com deficiência e sem oralidade e as modificações nesse perfil após realização de capacitação a seus pais e seus professores. Método: pesquisa de natureza quanti-qualitativa, interventiva e descritiva, realizada em três fases – levantamento do perfil comunicativo dos alunos com deficiência e sem oralidade através de seus pais e professores; capacitação sobre comunicação alternativa e levantamento sobre as modificações pós-capacitação. Resultados: 55 pessoas participaram da primeira fase da pesquisa, sendo 31 professores, 23 mães e 1 pai de alunos com deficiência e sem oralidade. A segunda fase da pesquisa foi a Capacitação online com duração de 52 minutos e 46 segundos e 334 visualizações, durante os quais se contemplou explicações práticas sobre Comunicação Alternativa, suas modalidades e orientações de manejo comunicativo para inserir esse recurso na rotina do aluno com deficiência e sem oralidade. A terceira fase da pesquisa foi realizada com um breve questionário no qual se verificou o aproveitamento para ampliar as capacidades comunicativas do aluno com deficiência e sem oralidade e obteve-se a resposta de 30 participantes (20 mães e 10 professores).Conclusão: O perfil comunicativo dos alunos com deficiência e sem oralidade cujos pais e professores participaram desse estudo foi classificado na sua grande maioria em Nível I e Nível II. O Nível I, Comportamento Pré-Intencional, corresponde a faixa etária de 0 a 3 meses do desenvolvimento típico, no qual a criança se comunica com alguns movimentos corporais, vocalizações e expressões faciais e o Nível II, Comportamento Intencional, corresponde ao período de 3 a 8 meses do desenvolvimento típico no qual a criança possui controle em seu comportamento e entende causa e consequência, mas ainda não possui intenção comunicativa e seus cuidadores continuam a interpretar suas necessidades e desejos através do comportamento. A capacitação online proporcionou aos participantes aproximadamente cinquenta e dois minutos de informações sobre o que é a comunicação alternativa e como iniciar a inserção dessa com aquela pessoa que não fala, com exemplos práticos tanto usando materiais de baixa tecnologia como os de alta tecnologia. Os materiais de apoio também contribuíram e vão seguir contribuindo às pessoas que querem começar a usar o recurso de comunicação alternativa, mas ainda não sabem o que usar ou como. Após a capacitação, tanto as mães como os professores notificaram modificações na comunicação dos filhos/alunos. Essas modificações envolveram transformações de pensamentos e de atitudes em direção a um caminho alternativo à fala convencional, abrindo espaço para outros atos comunicativos antes não reconhecidos ou pouco valorizados. Viviane Medeiros Pasqualeto Karen Tauceda Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 1 Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA): práticas inclusivas na Educação Infantil https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7908 Em meio às diversas crianças matriculadas na educação infantil estão aquelas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), definido por dificuldades na interação social e na comunicação, além de comportamentos restritos e repetitivos. Perante esse fato, o diagnóstico de autismo pode incluir uma complexa e ampla gama de características, com diferentes níveis de severidade e apresentar comorbidades com outros transtornos. Isso torna cada sujeito único. Além disso, deve ser levado em consideração que a comunicação é imprescindível para o desenvolvimento humano logo, uma pessoa no meio social desprovida dessa capacidade pode sofrer grandes impactos no seu processo de formação e na qualidade de vida. A prática em questão foi realizada no ano de 2022 em uma escola pública de ensino regular de educação infantil localizada no município do Rio de Janeiro. A turma de educação infantil era composta por vinte crianças na faixa etária dos quatro aos cinco anos, sendo uma delas com suspeita de TEA. Tal hipótese foi confirmada em setembro do mesmo ano. A proposta teve a intenção de estimular as crianças que não se comunicavam verbalmente a aumentar seu vocabulário ou compreender o que era solicitado. O recurso utilizado para alcançar esse objetivo foi considerado de baixa tecnologia, uma vez que consistiu em cartões de comunicação alternativa impressos e plastificados, disponibilizados numa superfície de papelão com velcron. A professora grudava os cartões da rotina, conforme as atividades ou ações ocorriam, apontava e nomeava o cartão. Quando finalizava, mostrava o cartão e o guardava em uma caixa intitulada “acabou”. Ao longo dos meses, aos poucos a criança foi estimulada diariamente a utilizar o recurso, pela professora e pelos colegas, resultando na ampliação do seu vocabulário e na vontade de se expressar oralmente. Ao folhear os livros, apontava e perguntava o nome das imagens e os repetia; ao chegar na escola, cumprimentava algumas pessoas, dizendo: “oi, tudo bem?”; ao perceber que algum colega ia embora, dizia: “tchau”; ao querer algo, dizia: “me dá”. Algo também digno de nota é que, no início não sinalizava suas necessidades fisiológicas, sujando assim sua roupa. No entanto, com o auxílio dos cartões, compreendeu e começou a sinalizar com “xixi” quando queria ir ao banheiro. Depois, passou a usar a palavra “banheiro”. No final no ano, já sinalizava com a seguinte frase: “posso ir ao banheiro?” Percebeu-se, que a utilização do recurso favoreceu o aumento do vocabulário da criança e estimulou sua comunicação por meio da fala, visto que, no início do ano, sua maneira de comunicar suas necessidades e frustações era por meio de choros e balbucios, mas ao final do referido período, já falava algumas frases. A estratégia utilizada pela professora favoreceu a acessibilidade comunicacional da criança e estimulou as outras crianças a serem parceiros de seu processo de comunicação. Essa vivência com a turma da pré-escola propiciou uma melhor compreensão sobre reciprocidade, respeito com os outros e reconhecimento das diferenças que constituem as pessoas, além da capacidade de apoiar a comunicação autônoma da criança que utiliza o recurso. Jaqueline de Oliveira Costa Melo Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 90 RELATO DE CASO: BENEFÍCIOS DA COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA NA ATENÇÃO DOMICILIAR PARA PACIENTE EM CUIDADO PALIATIVO https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7860 Introdução: A presença de neoplasia maligna na região cervical, a depender de sua extensão, pode implicar em dispneia secundária a obstrução de vias aéreas, disfagia, dor, dificuldade no controle e posicionamento de cabeça, afasia, entre outras repercussões sociais e emocionais. Comumente há a necessidade do uso de dispositivos, tais como traqueostomia, sonda nasoenteral, cânula nasal ou máscara traqueal, entre outros. Nos casos em que a comunicação oral fica impossibilitada, estratégias de Comunicação Suplementar Alternativa (CSA) mostram-se de grande valia. Por tais razões, e considerando o grau de sofrimento, o curso da doença e a impossibilidade de cura, tais pacientes apresentam indicação de abordagem em Cuidados Paliativos. Objetivo: Descrever a contribuição do uso da CSA na Atenção Domiciliar junto a paciente em Cuidados Paliativos. Metodologia: Relato de caso, na modalidade descritiva, acerca do uso de recursos de CSA em contexto de atenção domiciliar em Cuidados Paliativos. Trata-se de paciente homem de 68 anos, que recebeu diagnóstico de neoplasia invasiva em região cervical. Ao exame histopatológico, confirmou-se carcinoma basocelular sem proposta cirúrgica curativa. O paciente recebeu alta hospitalar em uso de traqueostomia transtumoral, com cânula metálica, e sonda nasoenteral para alimentação, além da necessidade de suplementação de oxigênio continuamente e aspiração de vias aéreas. Devido ao perfil de complexidade, foi iniciado acompanhamento com equipe multidisciplinar via Serviço de Atenção Domiciliar, junto ao qual foram instituídos Cuidados Paliativos. Resultados: A referida equipe foi formada por médicas, enfermeiros, técnicas de enfermagem, nutricionista, fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga, assistente social e psicóloga. Durante o acompanhamento sob a abordagem de Cuidados Paliativos, buscando um cuidado longitudinal e holístico, diferentes estratégias de CSA se fizeram necessárias devido a afasia, e foram utilizadas conforme a evolução do quadro clínico, as necessidades e as preferências do paciente. A princípio, por se tratar de paciente alfabetizado, optou-se por técnicas de escrita a partir de cadernos, pranchetas e celular. Com o crescimento do tumor e o agravamento da caquexia, o posicionamento do paciente e a diminuição da força de membros superiores dificultaram o uso dos referidos materiais. Assim, foi inserida prancha com botões vocalizadores com mensagens relacionadas a sintomas físicos e necessidades de higiene, além de um botão para chamar sua esposa (única cuidadora). Tal recurso foi bem aceito e utilizado até sua última semana de vida, na qual devido a delirium terminal o paciente já não apresentava nível de consciência para comunicação. No acompanhamento pós óbito, a esposa relatou que essas estratégias foram importantes para garantir que o vínculo entre eles fosse preservado e para que o paciente pudesse expressar seus desejos, facilitando o seu cuidado diário. Conclusão: a partir do caso apresentado, fica evidente que a CSA é uma estratégia importante para implementação dos Cuidados Paliativos no contexto da Atenção Domiciliar, uma vez que possibilita melhor avaliação dos sintomas, desejos e expectativas do paciente com dificuldades na comunicação oral, bem como auxilia na qualidade da relação entre equipe, paciente e familiares. Julia Andreza Gorla Gabriela Perussi Carizani Rossi Mayra de Fátima Martins de Oliveira Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 16 A Comunicação Suplementar Alternativa em idosos na Atenção Primária em Saúde: relato de experiência https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7876 A Comunicação Suplementar Alternativa em idosos na Atenção Primária em Saúde: relato de experiência IntroduçãoA atenção primária em saúde (APS) é a porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS) e tem como objetivo proporcionar cuidados integrais aos indivíduos, buscando resolver 85% das demandas recebidas . Entre os pacientes idosos encaminhados para atendimento fonoaudiológico na APS estão as complicações decorrentes de doenças cerebrovasculares e neurodegenerativas. Ainda que existam evidências dos benefícios da CSA durante o período de hospitalização para esses pacientes, não encontramos estudos voltados para o contexto da APS, embora este seja um ambiente onde as deficiências, em graus variados, e suas comorbidades, comumente requerem assistência. Além disso, a maioria desses pacientes requer manutenção de seu cuidado após alta hospitalar. ObjetivoApresentar um relato de experiência do uso da Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA) na reabilitação fonoaudiológica , com enfoque na comunicação de adultos/ idosos, em um projeto de extensão Descrição do caso e das ações envolvidasApresentamos quatro casos atendidos entre setembro de 2022 e março de 2023 em um projeto de extensão realizado em uma unidade básica de saúde (UBS) vinculada a um hospital universitário no sul do Brasil. Os pacientes foram encaminhados pelos profissionais da equipe de saúde, na maioria dos casos, por disfagia e déficits na linguagem oral. As consultas ocorreram presencialmente,via atendimentos domiciliares ou teleconsultas. ResultadosDos 4 pacientes elegíveis para CSA, um paciente não era alfabetizado; dois tinham ensino superior completo e um tinha ensino médio completo. Todos apresentavam complicações neurológicas decorrentes de AVC ou doenças neurodegenerativas como ELA bulbar e Alzheimer. A avaliação para verificar a usabilidade da CSA e determinar qual tecnologia melhor atendia às necessidades de cada caso foi realizada por meio de símbolos pictográficos, imagens reais, alfabeto e teclados em baixa e alta tecnologia. A escolha das ferramentas para avaliação considerou a escolaridade, o grau e tipo de comprometimento motor, bem como o engajamento de cada paciente. A intervenção com a CSA também foi implementada junto aos cuidadores de referência de cada paciente, os quais foram instruídos a serem os parceiros principais, porém não os únicos, de comunicação dos usuários.A CSA foi utilizada pelos fonoaudiólogos para modelar o uso e pelos pacientes durante todo o atendimento, tanto para responder, trazer seus questionamentos e esclarecer as suas dúvidas sobre o processo terapêutico, além de comunicar seus estados emocionais em relação à sua doença ou agravo, aos cuidados recebidos e demandados e à família, bem como na vida cotidiana. Além disso, suportes visuais também foram utilizados para estruturar a rotina, visando a preservação da autonomia de uma das pacientes na realização de atividades diárias.ConclusãoNesses casos observamos que a CSA contribuiu para a manutenção da participação social desses sujeitos, mantendo-os ativos e protagonistas na tomada de decisão durante as consultas e na vida cotidiana contribuindo para a manutenção da continuidade do cuidado. Diana Andrade Nathalia Avila Dimer Bárbara Niegia Garcia de Goulart Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 33 Comunicação Aumentativa e Alternativa na Saúde – Tecnologia Assistiva reduzindo barreiras comunicacionais https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7892 INTRODUÇÃO: Pessoas com deficiência configuram um grupo extenso e heterogêneo. Na última amostra de domicílios contínuo do IBGE em 2022, 18,6 milhões de pessoas relataram ter algum tipo de deficiência. Dentre eles, encontram-se as pessoas com necessidades complexas de comunicação, impossibilitadas ou restritas ao uso da fala, por diferentes motivos. São indivíduos invisibilizados na sociedade e, na maioria das vezes, têm muitos de seus direitos violados. O conceito de Tecnologia Assistiva descrito na Lei Brasileira de Inclusão, descreve, entre outros, as estratégias e recursos voltados para a comunicação, a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA). O estudo relata a experiência do uso de Comunicação Aumentativa e Alternativa em serviços de Saúde. Uma parceria exitosa entre dois órgãos municipais e um federal.OBJETIVOS: Reduzir barreiras atitudinais e de comunicação em serviços de Saúde, garantindo os direitos de pessoas com deficiência ao acesso a serviços sem a necessidade de um interlocutor. Sensibilizar, capacitar e multiplicar informações a profissionais de Unidades de Saúde acerca de inclusão e uso de CAA em diversos serviços disponíveis para a população. Ampliar e diversificar cada vez mais o uso de Comunicação Aumentativa e Alternativa nos variados ambientes da Saúde.PÚBLICO-ALVO: Pessoas com deficiência, pessoas com dificuldade de se comunicar através da fala e profissionais das equipes de 2 Unidades de Saúde (agentes comunitários de saúde, farmacêuticos, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, dentistas, agentes administrativos).DESCRIÇÃO DAS AÇÕES: Em maio de 2022, foram realizadas reuniões virtuais da equipe responsável para definição de estratégias e escolha de 2 Unidades Básicas de Saúde para o projeto piloto. A partir de então, aconteceram reuniões presenciais com diretores de unidades, médicos e enfermeiros para a definição do escopo das pranchas. A capacitação de 122 profissionais de saúde aconteceu em 8 encontros, já com os modelos de pranchas iniciais, tendo proporcionado importantes diálogos e novos ajustes dos instrumentos. Entre maio e julho de 2023, foram realizadas as entregas das primeiras remessas de pranchas para uso em pontos específicos como “posso ajudar?”, guichês de atendimentos e consultas médicas. A validação dos instrumentos foi realizada por 4 pessoas com dificuldades complexas de comunicação em agosto de 2023 e novos ajustes das pranchas foram feitos.RESULTADOS: Durante a capacitação, profissionais perceberam a importância de ter a ferramenta em mãos e descreveram situações em que as pranchas de CAA teriam permitido a comunicação. Percebe-se grande interesse a informações sobre como lidar com pessoas com deficiência em serviços de saúde, como em toda a sociedade. A validação da efetividade do instrumento por pessoas com deficiência foi primordial para a adequação e aprimoramento das pranchas de CAA e a posterior multiplicação das ações para a rede.CONCLUSÃO: Estudos e projetos devem ser desenvolvidos com o uso de pranchas de CAA em diversos serviços de saúde, fomentando ações mais inclusivas garantidas por lei. Importante ressaltar que os profissionais sempre devem ser capacitados e disponíveis para lidar com a diversidade humana, incluindo a valorização e respeito às diferentes formas de comunicação. Karla Correia Simão Araujo Flavia Cortinovis Carolina Aguilar Costa Nascimento Laís Silveira Costa Maria Aparecida Duarte Vidon Blanc Claudia Porto Cinthya Pereira da Silva Rodrigues Freitas Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 102 Eu, tu, nós, um livro: compromisso com uma educação equitativa e de qualidade. https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7915 Introdução Esse compartilhamento diz da minha experiência de 25 anos como fonoaudióloga, no campo dos distúrbios da comunicação, do meu trabalho como consultora em acessibilidade e, de minha vivência como mãe de um menino com necessidades complexas de comunicação (NCC) e mobilidade reduzida. Devido à condição de meu filho, foram emergindo necessidades de apoio, especialmente no campo da educação. Me recordo viver dois lados, um ao indicar escolas especializadas em educação inclusiva e outro, quando tive de buscar essas escolas para meu filho. Foi um árduo caminho, com pouco apoio e muitas dificuldades, tanto no campo da acessibilidade arquitetônica, pela falta de um banheiro adaptado, rampas de acesso ou, até mesmo, o respeito ao uso da vaga de estacionamento para pessoas com deficiência física. Como do outro lado, um grande desconhecimento do que se tratava a Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA), quanto ao uso de recursos de tecnologias assistivas nas escolas. Durante a pandemia tive a oportunidade de receber um convite para escrever um livro que pudesse apresentar aos professores, profissionais da educação e familiares de pessoas com deficiência, um pouco dessa experiência no campo da CSA. Nele apresento as bases da comunicação (VIGOTISKY, 2000), a diferença entre comunicação expressiva e receptiva (NASCIMENTO, 2006), oque é CSA (ISAAC-BRASIL, 2022), suas várias possibilidades de uso (MORETTI, 1999) e exemplos de símbolos gráficos (MANZINE, 2006), além de trazer o conhecimento do programa de comunicação criado por Jan Van Dijk (1968) (BOVE amp; RIGGIO, 1993), que auxilia ao reconhecimento das fases de aquisição da comunicação da criança não verbal para poder compreender como apoiá-la no seu desenvolvimento. ObjetivoO objetivo principal do livro é procurar contribuir para que um número maior de professores e profissionais da educação possam ampliar seus conhecimentos na área da comunicação, em particular, a CSA voltada para os estudantes com NCC. O objetivo específico é apresentar um aplicativo de CSA gratuito para Android e IOS que visa compensar as dificuldades na área da comunicação e linguagem por meio de imagens com apoio de voz, que pode ser baixado em tablet e depois utilizado sem o usuário estar conectado na internet. Esse aplicativo contém mais de 9 mil pictogramas do Centro Aragonês de Comunicação Aumentativa e Alternativa (ARASAAC). MétodoNuma proposição freiriana (1996), o livro foi escrito para apoiar práticas educativas com base no respeito, criticidade, ética, comprometimento e alegria. A escuta e o diálogo são o meio para conseguirmos chegar a uma interlocução entre famílias, pessoas com NCC, profissionais da educação e da área da saúde.Resultados Através do livro em formato impresso e digitalizado espero contribuir para a produção de material didático no campo da CSA no âmbito escolar e disseminação do tema para apoiar as famílias com filhos com NCC.ConclusãoPretendo “esperançar” (FREIRE, 1992) profissionais da área da educação e famílias, compartilhando conhecimentos da CSA em formato de livro e conteúdo EAD, buscando relações mais equitativas, visando a autonomia das pessoas com NCC. Daniella Forchetti Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 109 FORMAÇÃO DE FONOAUDIOLOGIA EM COMUNICAÇÃO SUPLEMENTAR E ALTERNATIVA - RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7867 Introdução: As vivências em Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA) extra-muros com uma profissional familiar, sensibilidades e interesses específicos motivaram a entrada de uma das autoras no Curso de Fonoaudiologia. Ao longo da formação, disciplinas e estágios contribuíram para despertar desejos e inclinações a determinadas áreas ou linhas de pesquisa na Fonoaudiologia, como a CSA. Este relato visa compartilhar experiências com CSA na graduação, uma vez que o conhecimento adquirido, nesse momento, interferirá no efetivo entendimento e abrangência da prática em CSA em diversos âmbitos - clínico, familiar, escolar e profissional. A existencia de poucas práticas como essa, enfatiza a necessidade da formação para futuros profissionais, algo ainda pouco frequente nos Cursos de Fonoaudiologia, embora a CSA esteja em Resolução do Conselho Nacional de Saúde.Objetivos: Relatar a experiência de formação em CSA durante a graduação em Fonoaudiologia em uma universidade pública do interior de São Paulo.Público-alvo: Discentes da graduação em Fonoaudiologia, pessoas com necessidades complexas de comunicação (PNCC), profissionais de Saúde e Educaçao.Descrição das ações desenvolvidas: A trajetória com a CSA, iniciou-se antes da graduação, por observações de fonoaudióloga atuante em linguagem com crianças com atrasos de desenvolvimento, que motivaram o ingresso na Fonoaudiologia para entender este trabalho que parecia tão valioso.Na graduação vivenciou-se disciplinas teóricas e práticas, e oportunidades como a “Universidade de Portas Abertas", que agregam conhecimentos e preparam para a prática em CSA.Durante os atendimentos e supervisões nos estágios, ao lado de profissionais experientes, construíram-se conhecimentos e práticas essenciais neste campo. Atividades terapêuticas foram desenvolvidas para consolidar usos de prancha de comunicação robusta em caso de apraxia oral. Realizaram-se encontros com familiares, equipes escolares e Organização não-governamental (ONG), para favorecer a compreensão e uso da CSA. Resultados: Ao longo da formação e principalmente, nos estágios, enfrentou-se desafios como desmistificar crenças de que a CSA não inibe a fala e incentivar o uso em diferentes ambientes. Também observou-se conquistas dos atores sociais envolvidos. A própria escola providenciou prancha para si e para ONG, com modelo fornecido pela universidade, usando-a nesses contextos. O acompanhamento de usuários de CSA propiciou revisão das expectativas e implicou ajustes dos conhecimentos visando atender a singularidade das PNCC, incentivando-a rever convicções e alinhá-las com demandas e potencialidades dessas pessoas ao mesmo tempo que permitiu acompanhar o processo de implementação da CSA. Reavaliou-se cada passo, buscando-se favorecer uma comunicação mais efetiva dos usuários, revendo-se expectativas próprias da formação e reais desejos daqueles envolvidos. Cada pequeno avanço foi motivador na formação, para após a graduação, seguir-se nesse campo.Conclusão: A trajetória de formação de Fonoaudiologia em CSA é um exercício de desafios, reflexões, práticas, dedicação e aprendizado contínuos em uma universidade pública.O trabalho desenvolvido e o compromisso em atuar com PNCC contribuíram de forma valiosa para uma formação humanizada, sendo testemunhos do desejo em promover a comunicação, propiciar qualidade de vida e autonomia aos usuários de CSA, além de proporcionar um novo olhar a esse campo. Ana Giusti Amanda Brait Zerbeto Regina Yu Shon Chun Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 1 RELATO DE EXPERIÊNCIA: ACOMPANHAMENTO FONOAUDIOLÓGICO DE CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA VISUAL CORTICAL EM UMA CLÍNICA-ESCOLA https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7883 Introdução: Na formação em Fonoaudiologia em uma universidade atende-se casos neurológicos variados, que podem se beneficiar da Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA) para favorecimento da linguagem. Apresenta-se relato de experiência da intervenção fonoaudiológica de uma criança com paralisia cerebral (PC), não oralizada com deficiência visual cortical (DVC), que demandou auxílio especializado interdisciplinar.Objetivos: Relatar experiência de atendimento de uma criança PC com DVC, tetraplégica, cadeirante e não oralizada em clínica-escola de uma universidade pública do estado de São Paulo.Público-alvo: Discentes da graduação de Fonoaudiologia, pessoas com necessidades complexas de comunicação (PNCC), familiares de crianças com PC e DVC, profissionais de saúde e educação.Descrição das ações envolvidas: Dada as características do caso, buscou-se conhecimentos específicos para maior compreensão de demandas tais como postura, manuseio e posicionamento da criança, além de cuidados e estratégias visuais na DVC. A implementação da CSA sucedeu-se com algumas adaptações para favorecer a experiência visual da criança, como posicionamento de cabeça em posição central; de costas para a fonte de luz, no caso da sala de atendimento, a janela, para diminuir estímulos luminosos; estimular o resíduo visual do olho direito, oferecendo o objeto/símbolo no campo visual esquerdo e centralização do mesmo para estímulo do resíduo visual do olho direito; utilizar plano de fundo preto para a criança focar no objeto/símbolo central. Foram trabalhados símbolos e gestos para “sim” (sorriso) e “não” (mostrar a língua, movimento mais efetivo para criança), de modo a garantir sua autonomia de resposta. Foram realizados encontros com a família sobre uso da CSA e atendimentos fonoaudiológicos mensais com outras crianças de diferentes queixas fonoaudiológicas do mesmo grupo de estágio.Resultados: O encaminhamento e a discussão do caso com profissionais (fonoaudióloga, terapeuta ocupacional e pedagoga) especialistas em deficiência visual trouxeram importantes subsídios para adaptações nos acompanhamentos fonoaudiológicos individual e grupal. As estratégias para DVC e CSA se mostraram efetivas com maior participação da criança e aumento da vocalização nas atividades. A família se mostrou satisfeita com a ampliação das possibilidades de comunicação e do brincar com a criança. Destaca-se a postura inclusiva das outras crianças e estagiárias nos encontros grupais realizados. No primeiro, observou-se que, após a estagiária responsável explicar a necessidade de uso da CSA com fundo preto, das cortinas fechadas e o significado dos gestos para “sim” e “não”, as outras crianças, todas falantes, espontaneamente, começaram a apresentar suas atividades para a menina, além de incluí-la em suas narrativas. No segundo encontro, ao apresentarem seus desenhos, a contribuição interdisciplinar foi importante, ao passo que transcendeu o espaço de atendimento individual, sendo incorporada pelas outras crianças e estagiárias de modo a favorecer o uso da CSA e promover a inclusão social. Além disso, atender esse caso com demandas próprias da PC, DVC e CSA tem sido uma experiência desafiadora e enriquecedora na formação para uma atenção humanizada e integral. Renata Kelly da Silva Brito Amanda Brait Zerbeto Regina Yu Shon Chun Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 71 A Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA) no Bilinguismo Concomitante (Língua Portuguesa e Libras) https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7899 Introdução Em um dia letivo de 2023, Gabriela (nome fictício), aluna do 5º ano do Ensino Fundamental que pratica o Bilinguismo Concomitante (Língua Portuguesa e Libras), em uma turma da Rede Municipal de Educação de Amparo/SP, começou a chorar no recreio.Seus colegas e professoras, considerados ouvintes, a acolheram sinalizando na Libras. Gabriela permanecia chorando e não encontrava caminhos na linguagem que possibilitassem ao grupo compreender o que ela desejava comunicar. Até que um de seus colegas de turma disse: “Vamos buscar o livro novo de comunicação da Gabriela na sala de aula, quem sabe a gente consegue compreender o que ela está dizendo”.Foi então que Gabriela contou a todos, sinalizando e simbolizando, que estava triste e com medo, pois sua bisavó havia sido internada e não estava bem. Objetivos Pretendemos com esse Relato de Caso evidenciar que a linguagem simbolizada, que acontece por meio da CSA, enriquece a prática do Bilinguismo Concomitante (Língua Portuguesa e Libras), torna a interação e a comunicação mais acessível e gera a inclusão escolar. Descrição do caso e das ações desenvolvidas Gabriela estuda na Rede Municipal de Educação de Amparo/SP desde os 3 anos, em turmas que praticam o Bilinguismo Concomitante. Ela é considerada surda, faz uso de Implante Coclear e se comunica predominantemente pela Libras.Em 2022, as professoras do ensino comum – regente e de Libras, a professora de educação especial, a coordenadora do Programa de Educação Inclusiva do Município, a assessora externa em inclusão escolar, acessibilidade e Bilinguismo Concomitante e a mãe da criança, passaram a enriquecer o Bilinguismo Concomitante com a CSA.Em 2023 organizaram reuniões mensais para construir um Sistema Robusto de Comunicação para Gabriela, em baixa tecnologia. Em 3 meses foram produzidas 27 versões do Sistema até que se chegou à primeira versão “final”. Para produzir o Sistema utilizamos listas (manuscritas) feitas pelas professoras, fotos da família e dos amigos disponibilizadas pela mãe da aluna, trocas de mensagens via WhatsApp e a análise dos livros didáticos utilizados pela escola. Definiu-se coletivamente quantas e quais seriam as categorias do Sistema, as cores das abas, a quantidade de símbolos por página e a sequência dos conteúdos. Resultados e Conclusão Gabriela:- Se manteve engajada na construção do seu Sistema Robusto de Comunicação em baixa tecnologia- Se identificou com o seu Sistema e passou a utilizá-lo sem resistências em casa e na escola- Construiu relações intelectuais, via abstração reflexiva, ao explorar o seu Sistema- Ampliou significativamente suas narrativas construídas na Libras e enriquecidas com a CSA- Passou a contar com o engajamento sistemático e consistente da família, pela participação ainda mais ativa da sua mãe nas atividades escolares- Interage e comunica com seus colegas de turma e professoras, que, além de bilíngues, estão se tornando fluentes na CSA Concluímos que a CSA enriquece a prática do Bilinguismo Concomitante, potencializa as acessibilidades comunicacional, interacional, linguística, gramatical, pedagógica, educacional e gera ainda mais inclusão escolar. Eliane de Souza Ramos Grasiela Filomena de Souza Maria Luisa P. Benedetti Marisol Regina Pavani de Oliveira Roberta Maria Spajari Anibal Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 100 O uso do Eye-gaze para comunicação de crianças e adolescentes com deficiência motora. https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7858 Introdução: O Eye-gaze vem sendo utilizado como aliado em muitas pesquisas e práticas clínicas para permitir que pessoas com deficiência controlem dispositivos eletrônicos usando apenas a movimentação ocular. Além disso, ao aliar essa tecnologia ao sistema de Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA), esses indivíduos podem se comunicar de maneira mais autônoma e eficaz (Batorowicz, et al, 2016). Esse dispositivo permite que as pessoas com Necessidades Complexas de Comunicação (NCC) consigam acessar equipamentos de alta tecnologia e também se comuniquem de forma eficaz com dispositivos de comunicação e computadores (Walker, 2016). Para acessar o Eye-gaze, a tecnologia IR_PCR utiliza câmera e sensor infravermelho para captar o reflexo da córnea e detectar suas referências (Majaranta amp; Bulling, 2014). Objetivo: analisar a literatura de forma exploratória sobre como a tecnologia do Eye-gaze vem sendo utilizada para comunicação de crianças e adolescentes com deficiência motora. Metodologia: Revisão de escopo. A pesquisa foi realizada nos bancos de dados CINAHL e MEDLINE seguindo os seguintes critérios de inclusão: a) crianças e adolescente com até 18 anos, b) pesquisas que utilizam Eye-gaze e CAA para comunicação c) publicações dos últimos 10 anos considerando o avanço da tecnologia e os dados mais recentes. 1082 estudos foram encontrados para o rastreio inicial, porém, a partir da leitura de título e resumo, e posterior leitura de textos completos, apenas 10 estudos foram incluídos por irem ao encontro dos critérios de inclusão. A partir da leitura foi realizada a análise e extração dos dados acerca dos modos como o Eye-gaze é utilizado para fins comunicativos. Resultados e Discussão: A partir dos dados extraídos, constatou-se que a maioria dos estudos foram conduzidos no Canadá ou Inglaterra nas áreas de reabilitação e educação. Os estudos realizados em centros de reabilitação e escolas focaram em como o uso do Eye-gaze pode melhorar a comunicação, desenvolvimento cognitivo, participação social e autonomia dos usuários. Os estudos realizados nas áreas de engenharia e medicina focam especificamente em avaliação de funções cognitivas e testagem de eficácia utilizando o Eye-gaze em computadores. De acordo com os estudos, o uso do Eye-gaze com crianças com NCC é um aliado fundamental para aprimorar a comunicação e interação desses sujeitos, provendo maior autonomia e contribuindo no desenvolvimento de habilidades cognitivas. Conclusão: De acordo com a literatura, a tecnologia do Eye-gaze aliada a sistemas de CAA é benéfica para crianças e adolescentes com NCC e deficiências motoras. Pesquisas adicionais precisam ser realizadas focando na participação social entre os usuários de dispositivo, especialmente em contextos presenciais com outros sujeitos. Palavras-chave: Eye-gaze, Comunicação Aumentativa e Alternativa, deficiência motora. Vera Lúcia de Oliveira Ralin João Rafael Santos Santana Edênia da Cunha Menezes Christopher Roche Vanessa Clark Beata Batorowicz Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 18 Sistemas de Comunicação Aumentativa e Alternativa no Autismo: uma overview de revisões sistemáticas https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7874 Introdução: Cerca de 25 a 30% das crianças com TEA (Transtorno do Espectro do autismo) apresentam dificuldades na comunicação. Sistemas de Comunicação Aumentativa e alternativa (CAA) trazem uma importante contribuição no desenvolvimento de habilidades sociais, cognitivas e comunicativas destes indivíduos. Objetivo: avaliar as evidências, em relação a efetividade dos diferentes sistemas de CAA, em crianças e adolescentes com TEA. Método: overview de revisões sistemáticas (RS). Foram analisadas RS com ou sem meta-análises que avaliavam a efetividade de 2 ou mais sistemas de CAA em crianças e adolescentes com diagnóstico de TEA. Incluídos estudos em inglês, português e espanhol, excluídos estudos que analisavam indivíduos com outros diagnósticos (ex. apenas deficiência intelectual), que traziam análise apenas de 1 sistema de CAA (ex. apenas PECS), ou com população em idade maior de 18 anos. Para tanto, uma busca nas bases dados MEDLINE, EMBASE e PSYCINFO, com os termos autism, autistic, autism spectrum disorder (MeSH term), autistic disorder (MeSH term), augmentative and alternative communication, communication aids for disabled, aac, assistive technology e speech generating device, combinados com os termos boleanos OR ou AND, por estudos publicados desde o início da base até setembro de 2023, foi conduzida. Uma busca manual foi realizada na lista de referência dos estudos incluídos. Projeto publicado (DOI 10.17605/OSF.IO/5V8SB). Resultados: A busca nas bases retornou 1.098 resumos que após a retirada das duplicatas totalizou 631 resumos para a triagem. Após triagem e elegibilidade foram incluídas 10 RS, sendo 4 com meta-análises. As RS foram publicadas entre 2010 e 2021 e trouxeram análises de CAA com sistemas de geração de fala (SGF), PECS, picture based system other than PECS (ex. troca de cartões) e sinais manuais. Todas as revisões trouxeram análises de delineamento de sujeito único e algumas incluíam estudos de grupo como ensaios clínicos randomizados. Em relação ao desenho dos estudos de sujeito único foram descritos multiple probe, multiple baseline ou alternating treatment designs. As RS foram publicadas todas em inglês e a maioria dos primeiros autores eram dos Estados Unidos (6 estudos), sendo que 4 estudos foram do mesmo grupo de pesquisadores e dessas, 2 eram atualizações. Quanto aos desfechos, os estudos relatam a dificuldade em se agregar os desfechos, pois são medidos de diferente forma, mesmo assim, alguns usam a medida de diferença de risco, para agregar em meta-análises. Apesar de muitas revisões buscarem conhecer a efetividade dos sistemas de CAA e usarem análises de subgrupo como idade e co-morbidades, ainda existem poucos estudos com análises mais detalhadas. A meta-análise mais recente incluída (2017) descreveu intervenções com tabletes, e não comparou com outras tecnologias. Sendo assim, as revisões relatam que os SGF são ferramentas eficazes para mudança de comportamento, porém, são poucos estudos que comparam os diferentes aplicativos e recursos. Conclusão: Nesta overview pode-se identificar a necessidade de uma revisão sistemática com meta-análise que busque comparar os dispositivos com alta, média e baixa tecnologia frente aos desfechos de comunicação e fala. Ana Carolina Melchiors Monica de Salles Ferro Marques Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 59 A COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E/OU ALTERNATIVA NO CONTEXTO DO AEE PARA A PROMOÇÃO DO LETRAMENTO https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7890 https://docs.google.com/document/d/17sJZkTXjJXP-KrKhwV51-XqlyofCJ2Ox/edit?usp=drive_linkamp;ouid=107846716391348048480amp;rtpof=trueamp;sd=true Rosicléia Siqueira de Castro Eromi Izabel Hummel Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 30 Modelagem na implementação da Comunicação Alternativa https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7906 A Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA) é um sistema utilizado para auxiliar pessoas com dificuldades de comunicação verbal e/ou escrita, mas a sua implementação não tem se mostrado uma tarefa simples. A modelagem desempenha um papel crucial na implementação bem-sucedida da CAA e o objetivo desse trabalho é relatar a experiência vivenciada na implementação da comunicação alternativa com crianças com Transtorno do Espectro Autista. O trabalho foi realizado em sistema de supervisão com as famílias, terapeutas, professores, acompanhantes terapêuticos e mediadores de cada criança e cada prancha de comunicação foi organizada a partir dos inputs recebidos por todo o grupo. Após a avaliação presencial com a criança e anamnese com a família, os encontros seguiram on-line. O primeiro reunindo toda a equipe, o que se configurou como um verdadeiro desafio, mas possibilitou que os profissionais se conhecessem e pudessem partilhar suas dificuldades. Nesta supervisão, o grupo relatava o trabalho que vinha desenvolvendo com a criança na sua área de atuação, descrevia como se comunicava com ela e elencava suas necessidades. Ainda neste encontro, era apresentado o sistema a ser utilizado (TD Snap ou GoTalk Now) e exemplos de como o sistema poderia ser personalizado. Ao término do encontro estava definido pelo grupo o sistema a ser utilizado, o número de símbolos por página e a forma de acesso, considerando as habilidades motoras, tendência a repetir a mensagem ou questões visuais. Após o levantamento do vocabulário, era organizada a primeira versão da prancha de comunicação, contudo o sucesso da implementação foi conquistado nos encontros seguintes onde as estratégias de modelagem foram compartilhadas pelo grupo. A modelagem pelo exemplo, o estabelecimento de expectativas, a promoção da generalização, a motivação ao ver os colegas utilizando o seu sistema, a consistência do aprendizado e a possibilidade de estabelecer conexões sociais foram fundamentais neste processo. MIRYAM BONADIU PELOSI Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 43 Da clínica para a escola: a Comunicação Alternativa e Ampliada atravessando muros https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7913 Introdução: O presente trabalho trata-se de um recorte de uma pesquisa maior de mestrado, realizada em três escolas de Educação Infantil localizadas em um município do estado do Rio de Janeiro. Entre os desafios apontados por educadores no processo de inclusão de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), estão os déficits sócio comunicativos que acompanham o transtorno. Devido a estes déficits na comunicação, crianças com TEA apresentam boa indicação para o uso da Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA). No entanto, muitas vezes, o uso da CAA por estas crianças fica restrito a um espaço de convivio social. Objetivos: Analisar os meios para que o uso da CAA ensinada em um dispositivo de saúde pública, onde as crianças com TEA recebiam acompanhamento terapêutico, chegasse até a escola onde as crianças estudavam. Público Alvo: Três crianças entre 4 e 6 anos de idade, diagnosticados com TEA e que apresentavam necessidades complexas de comunicação, seus professores e mediadores. Descrição das ações desenvolvidas: Pesquisa de cunho qualitativo, onde foi realizada observações das crianças junto aos profissionais na escola, preenchimento de formulários pelos profissionais, formação em CAA para estes e o uso de um sistema de CAA de baixa tecnologia pelas crianças na escola. Resultados: Após as ações realizadas junto aos profissionais, foi observado que duas das três crianças participantes da pesquisa utilizaram os cartões de CAA na escola. Porém o uso da CAA se restringiu a um interlocutor e a alguns momentos da rotina escolar. Conclusão: A participação do fonoaudiólogo, como um profissional com formação para transitar entre os diferentes espaços, articulando os saberes entre a saúde e a educação, foi bastante significativa para a elaboração de estratégias em conjunto para uma melhor abordagem comunicativa para com as crianças participantes. No entanto, a efetivação de práticas inclusivas mostrou-se dependente de mudanças estruturais e organizacionais da escola. Faz-se necessário mais estudos que envolvam a relação intersetorial, entre a saúde e a educação, nas práticas comunicativas com a CAA em indivíduos com TEA. Grazielle Ribeiro Lisboa Arnaud de Queiroz Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 86 PROPOSTA FORMATIVA PARA PROFESSOR-INTERLOCUTOR NO USO DE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA JUNTO A ALUNO COM TEA https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7865 O estudo do tipo AB ocorreu em uma escola de Ensino Fundamental no interior de São Paulo. Foram participantes: um aluno de 10 anos com TEA e usuário em início da Fase 4 do Programa de CAA PECS-Adaptado e quatro professores, entre regente e de apoio, sendo para este trabalho, destacado os resultados com um dos professores de ensino regular. Coletaram-se as frequências de interações comunicativas aluno/professor durante 21 minutos diários de observações ao longo de oito aulas do docente participante. Observaram-se as interações comunicativas ocorridas sem recurso de CAA e, a partir da quinta sessão de observação, houve a inserção do recurso de CAA do aluno e as instruções pelo pesquisador; valendo-se de estratégias de Ensino Incidental para o aproveitamento de situações comunicativas naturais dos contextos observados. Os resultados obtidos indicam que houve uma diminuição dos distúrbios de conduta pelo aluno e mudanças positivas na atuação atitudinal do professor junto ao estudante e enquanto interlocutor, com maior frequência de interações com o aluno. Considera-se que o estudo alcançou o objetivo e apresenta um relato de como é possível favorecer a atuação dos professores atuantes com alunos com TEA a se apropriarem de conhecimentos acerca da CAA. Henrique De Candia Reis GERUSA FERREIRA LOURENÇO Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 63 FORMAÇÃO DE PROFESSORES E A COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AMPLIADA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7881 Estágio Docente I é uma disciplina obrigatória do mestrado acadêmico do programa de pós-graduação realizado em uma instituição pública do ensino superior localizada na cidade do Rio de Janeiro. Ao cursá-la, são oportunizadas experiências no magistério do ensino superior. O estágio ocorreu no curso de Pedagogia, na disciplina obrigatória Pesquisa e Prática Pedagógica III (PPP III), cuja proposta, dentre outras, é formar e habilitar os graduandos na área de Tecnologia Assistiva (TA) e Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA). Organizada e desenvolvida em quatro semestres, sendo os dois primeiros, PPP I e II, com aulas teóricas em que são apresentadas a TA e a CAA, as deficiências, entre outros temas. Nos dois últimos, PPP III e IV, ocorre a experiência teórico-prática através do atendimento educacional especializado. O estagiário da PPP III observa as práticas dos graduandos, através do atendimento educacional especializado para pessoas com diferentes deficiências. No presente relato, a turma possui 24 graduandos que se dividem em duplas para o atendimento de 6 alunos. Cada aluno é atendido por duas duplas que se revezam nos horários de 9 às 10 horas e de 10 às 11 horas todas às quartas-feiras. De 11 às 12 horas a professora que conduz a disciplina oportuniza a troca de experiências. Dentre as seis pessoas atendidas, quatro apresentam necessidades complexas de comunicação (NCC). Considerando a comunicação um desafio apontado por professores em sua atuação junto aos alunos com NCC, a formação inicial de professores necessita contemplar os diferentes recursos de CAA, assim como estratégias e técnicas para o desenvolvimento que os tornem interlocutores hábeis em sua utilização. Nesse viés, este estudo tem como objetivo relatar as experiências vivenciadas, enquanto estagiária da disciplina PPP III. Mais especificamente são abordadas as observações realizadas junto aos atendimentos dos alunos que apresentam NCC. Na proposta da disciplina, os graduandos são estimulados a utilizar casos reais por meio do atendimento educacional especializado, refletindo sobre a realidade concreta com seus conflitos e contrastes a partir do estímulo à ação-reflexão-ação. Neste movimento, as análises e trocas de experiências realizadas pelo professor, tem se mostrado eficaz para o desenvolvimento do graduando no processo de estabelecimento de objetivos de ação, seleção de estratégias e avaliação dos resultados do aluno. No que concerne aos atendimentos dos alunos com NCC, foram observadas, ao longo do período, a crescente autonomia e interesse dos graduandos na produção de materiais e investimentos em estratégias voltadas para o interesse do aluno, respeitando suas individualidades e necessidades. Estímulo do uso dos recursos de CAA pelo usuário, produção de pranchas de comunicação com recursos gráficos, conhecimento de aplicativos com dispositivo de voz, ênfase nas interações comunicativas ao utilizar os recursos de CAA e respeito ao tempo de resposta do aluno, dentre outros, foram aspectos observados. Estudos indicam que a CAA é um tema pouco abordado nos cursos de licenciatura no Brasil, o que representa um obstáculo para o avanço e a disseminação dessa área de conhecimento. Tal fato, mostra-se como uma pauta urgente para que a inclusão educacional se torne uma realidade. Vânia Azevedo da Silva Lemes Cátia Crivelenti de Figueiredo Walter Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 51 DESENVOLVIMENTO DA ORALIDADE PÓS INTERVENÇÃO COM USO DO MÉTODO DHACA EM CRIANÇAS COM AUTISMO https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7897 Introdução: O Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento em que apresenta déficits relacionados à comunicação e linguagem, assim, apresentando alterações que dificultam o desenvolvimento da fala. Diante desses déficits comunicacionais, o método de Desenvolvimento das Habilidades da Comunicação no Autismo (DHACA) surge como uma proposta de intervenção baseada na teoria da sócio-pragmática de Tomasello que, por meio da Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) surge como um potencializador do desenvolvimento da comunicação, através de um sistema linguístico robusto de comunicação, o livro de comunicação DHACA. Objetivo: Investigar se o método DHACA promove o desenvolvimento da linguagem oral em crianças com autismo. Método: Estudo longitudinal do tipo série de casos, com amostra composta por 12 crianças autistas, entre 2 a 5 anos, não-verbais ou minimamente verbais. Para a coleta de dados foi utilizado o protocolo: Avaliação da Comunicação nos Transtornos do Espectro do Autismo - ACOTEA, para a avaliar a comunicação expressiva e receptiva, além da análise dos registros das evoluções nos prontuários das crianças. As crianças foram submetidas a 20 sessões semanais e individuais de implementação do método DHACA. A pesquisa possui aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) sob protocolo de número 4.692.479. Resultados: Das 12 crianças que participaram da pesquisa, 33,33% (4), correspondendo às crianças C3, C4, C5 e C12 eram não-verbais e 66,66% (8) minimamente verbais (crianças C1, C2, C6, C7, C8, C9, C10 e C11). Acerca do desenvolvimento da oralidade pós-intervenção, 9 crianças (75%) apresentaram produção de fala. Das duas crianças, C8 e C11, que alcançaram a segunda habilidade "Pedido com Ampliação Lexical no Vocabulário Acessório", ambas apresentaram oralidade, C8 verbalizou 65% (16) das sessões e C11 cerca de 63,15% (12). Das 8 crianças que adquiriram a terceira habilidade de "Pedido com Ampliação Lexical e Morfossintática", 5 (C4, C6, C7, C9 e C12) apresentaram registros de oralidade. A C4 verbalizou em 57,89% (11) das 11 sessões, C6 em 5,55% (1), C7 apenas 6,25%, C9 verbalizou 100% (16) sessões, 5,5% (1) foram fala associada ao livro DHACA, 50% (9) e, por fim, a C12 verbalizou em 30% (6) das sessões. Apenas duas crianças, C1 e C5, conseguiram chegar na quarta habilidade caracterizada pela "Ampliação Morfossintática, Lexical e das Funções Comunicativas". Acerca da C1, apresentou verbalização em 100% (19) das sessões, sendo 42,10% (8) com uso do livro e 15,79% (3) com uso do livro e também sem o livro. A C5 verbalizou em 95,45 % (21), com fala associada ao livro em 33,33% (7) das sessões, bem como 38,09% (8) com uso do livro e sem o livro. Conclusão: A partir dos resultados, percebeu-se que 9 crianças apresentaram produção de fala, espontânea sem o uso do livro. Com isso, pode-se concluir que a implementação do método DHACA promove o desenvolvimento da oralidade em crianças autistas não-verbais e minimamente verbais. Ana Cristina de Albuquerque Montenegro Matheus Phellipe Santos Felix da Silva Gabriela Nascimento Oliveira Moreira Aline Samara Silva de Freitas Lauany Beatriz Pedroza da Silva Maria Luiza da Conceição Marques dos Santos Isabel Cristina da Rocha Costa Artemísia Ruth Arruda Lucena Veras Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 24 Formando Parceiros de Comunicação no contexto escolar: relato de experiência https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7856 Pesquisas sobre Formação de Professores e Comunicação Alternativa (CA) têm apontado que os professores e demais profissionais da educação não se sentem competentes para lidar com estudantes com necessidades complexas de comunicação (NCC), têm dificuldades para realizar as adaptações pedagógicas bem como utilizar estratégias e recursos de CA. Sendo assim, esses estudantes muitas vezes se encontram educacionalmente segregados, ainda que matriculados em escolas regulares. Em contrapartida, os estudos têm mostrado que a formação e implementação de programas de intervenção com foco no desenvolvimento das habilidades comunicativas e interativas de estudantes e educadores, com uso de sistemas de CA são fundamentais para a inclusão e participação social desses discentes. Este relato de experiência tem o objetivo apresentar a primeira etapa do programa de formação continuada em serviço para educadores para uso e desenvolvimento de CA no contexto de duas escolas públicas. Para isso, uma pesquisa interventiva está sendo conduzida com os professores de sala regular e do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e Profissionais de Apoio Escolar (PAE). Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer de aprovação nº 5.481.719 e conta com o fomento da FAPERJ. O curso, que teve início em abril de 2023, está sendo oferecido de forma híbrida para 36 profissionais que se inscreveram. A abordagem educacional adotada é a Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez. Por isso os objetivos, os temas abordados e as atividades estão partindo das situações problemas apontados pelos educadores extraídos da sua realidade. Todas as sessões (online e presencial) estão sendo filmadas e transcritas na íntegra. Os recursos e estratégias de CA desenvolvidos estão sendo documentados. Foram realizados até o momento 6 sessões de formação online (com atividades síncronas e assíncronas), uma sessão presencial em cada escola. As atividades assíncronas envolveram relatos de experiência dos educadores com estudantes com NCC e um plano de intervenção. Os encontros online ocorreram através da plataforma do Google Meet com duração de 2 horas e os encontros presenciais com duração de 3 horas. A análise de conteúdo das sessões evidenciou os seguintes temas abordados na formação: Linguagem e seus domínios; Processo de aquisição e desenvolvimento de Linguagem; Comunicação; Conceito e terminologia da área da CA no Brasil; Trabalho em equipe; Sistema de CA; Pessoas com NCC e seus Parceiros de comunicação; Processo de avaliação para a implementação de CA; Necessidade de ampliar a participação do estudantes nas atividades escolares; Práticas Leitoras e CA; Parceria colaborativa; Arranjo ambiental; CA e alfabetização; Conhecimento dos sistemas de CA; Foco nas habilidades dos estudantes; Dificuldades de acesso aos recursos materiais necessários ao desenvolvimento de CA. Nas sessões presenciais, onde o foco era prático, os temas foram: softwares e aplicativos de CA; Seleção do vocabulário, escolha e personalização dos símbolos; CA versus suportes visuais. Todas as sessões foram permeadas pelos relatos dos educadores sobre suas práticas com os estudantes com NCC. A formação tem sido essencial para que os profissionais possam refletir sobre a mediação pedagógica e comunicativa desses estudantes com NCC. Carolina Rizzotto Schirmer Rita de Cássia Cruz Rodrigues Carla Cordeiro Marçal y Guthierrez Sarah Elizabeth Monteiro de Souza Mantovane Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 41 DIR FLOORTIME, CAA E AUTISMO: A FAMÍLIA COMO PONTO DE PARTIDA https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7872 Introdução: Há muitos trabalhos que abordam o uso da Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA) em casos de pessoas autistas. Entretanto, muitos são os estudos que partem de práticas baseadas em abordagens comportamentais e, além disso, são incipientes as pesquisas que abordam o engajamento direto da família nesse processo (NORDLUND; FÄLDT, 2022; McCARTHY; LIGHT, 2023). É nesse contexto que a família se torna protagonista de todas as ações na ótica do DIR Floortime (GREENSPAN; WIEDER, 1997; GREENSPAN; DEGANGI; WIEDER, 2001). Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar a participação da família no uso da CAA dentro do Modelo DIR Floortime para a mediação de uma criança autista. Métodos: Os contornos metodológicos englobam: i. O encontro da criança nas tabelas de Desenvolvimento das Capacidades Funcionais Emocionais (FEDCs); ii. A formação da família e da equipe para compreender as diferenças individuais da criança; iii. O desenvolvimento conjunto de pranchas de comunicação; iv. O desenvolvimento de contextos de interação carregados de significação afetiva. Resultados: Tornar a família protagonista das decisões permite empoderar não somente a eles, mas também validar as expressões socioemocionais da criança. Dessa forma, todas as condutas foram deliberadas em consonância com a família, incluindo a opção pelo Modelo DIR Floortime. Sendo uma criança com um nível de suporte 3 e comorbidades que impactam a autonomia, a compreensão dos aspectos da linguagem e do uso da CAA obrigatoriamente passaram por uma análise sensorial, motora, linguística, socioemocional e cognitiva a partir das tabelas FEDCs. Posteriormente, foi realizada a formação da equipe e da família, a qual não perpassa uma figura de hierarquia, mas uma construção dinâmica conjunta de conhecimentos. Na sequência, a CAA foi pensada como um elemento de mediação das práticas de interação em que a criança está exposta diariamente, principalmente como uma ferramenta de mediação com a família (WALLER, 2019). Nesse momento, a família (mãe, pai e irmão) passaram a desenvolver recursos em suportes de alta e baixa tecnologia, com o auxílio de uma das fonoaudiólogas da equipe. Por fim, a CAA foi pensada para o desenvolvimento de contextos de interação carregados de significação afetiva para a criança. A partir disso, a mediação ocorreu respeitando o perfil motor e sensorial da criança e possibilitando a aproximação significativa com os elementos imagéticos (RIPAT, 2019). Atualmente, a criança e a família ainda estão em processo de empoderamento para o uso da CAA em diversos contextos. Conclusões: O DIR Floortime, nesse cenário, tem muitas contribuições a serem apresentadas para pessoas com desafios no neurodesenvolvimento e estratégias de comunicação para pessoas com necessidades complexas de comunicação. O uso da CAA a partir do Modelo DIR Floortime deve preconizar o encontro da criança nas capacidades funcionais emocionais e, a partir daí, expandir os ciclos de comunicação e possibilitar a quebra de barreiras comunicacionais. A família é, portanto, um elemento central nesse modelo e o empoderamento para o reconhecimento das capacidades, possibilidades e desafios da criança permite desenvolver condutas mais assertivas e diminuir a desistência no uso e implementação de CAA (SMIDT; PEBDANI, 2023). Lais Donida Taíse Cristiane de Souza Nilton Jorge de Quadra Débora Lima de Jesus Sonia Claudia D.M. da Silva Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 9 QUEBRANDO BARREIRAS NA COMUNICAÇÃO: O IMPACTO DA COMUNICAÇÃO SUPLEMENTAR E/OU ALTERNATIVA NA EQUOTERAPIA https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7888 INTRODUÇÃO: A equoterapia é uma abordagem terapêutica que utiliza cavalos como instrumento para promover o desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social de indivíduos com diversos desafios. Essa modalidade tem ganhado reconhecimento e aceitação devido aos seus benefícios evidentes. No entanto, quando se trata de indivíduos com necessidades complexas de comunicação, para maximizar os resultados terapêuticos, a implementação da Comunicação Suplementar e/ou Alternativa (CSA) emerge como um elemento crucial no contexto da equoterapia. A CSA engloba uma série de estratégias e ferramentas destinadas a facilitar a comunicação de pessoas com desafios de comunicação. Isso inclui o uso de símbolos, gestos, tecnologia assistiva e outras abordagens que podem auxiliar na comunicação efetiva, permitindo que os participantes expressem suas necessidades, sentimentos e desejos de forma significativa. OBJETIVOS: Descrever os resultados da implementação da CSA em um serviço de equoterapia, por meio de uma atuação interdisciplinar. PÚBLICO-ALVO: Foram atendidos 12 crianças e adolescentes, com idade entre 3 e 16 anos, sendo 6 do sexo masculino e 6 do sexo feminino. Em relação aos diagnósticos dos praticantes foi identificado que seis tinham Paralisia Cerebral, três tinham Transtorno do Espectro Autista, um Hidrocefalia, um Malformação Congênita de Membros Superiores e um com Transtorno de Ansiedade. DESCRIÇÃO DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS: As atividades foram desenvolvidas no batalhão da Polícia Militar de uma cidade do interior do estado de São Paulo e envolvia policiais da cavalaria com formação em equoterapia, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Inicialmente, os praticantes foram avaliados e a partir dos resultados foram traçados planos de intervenção específicos. Os atendimentos aconteciam uma vez na semana e as atividades eram organizadas de forma a ampliar as oportunidades comunicativas dos praticantes. Foram desenvolvidos jogos, pranchas, livros de histórias, painéis, entre outras atividades adaptadas por meio de símbolos pictográficos. A CSA foi incorporada a equoterapia pelos profissionais por meio de atividades lúdicas, tornando as sessões mais atraentes e com oportunidades comunicativas. RESULTADOS: Foi identificado que a CSA enriqueceu a experiência do praticante na equoterapia, promovendo o desenvolvimento das habilidades comunicativas e a interação entre os envolvidos. O uso da CSA produziu os seguintes resultados: promoveu a oportunidade dos praticantes expressarem seus pensamentos, sentimentos e necessidades de forma mais eficaz; maior uso da comunicação oral e não oral dos participantes; promoveu maior participação de praticantes nas atividades; aumentou a autonomia, a possibilidade de tomada de decisões e as interações dos praticantes com os envolvidos na equoterapia; favoreceu a autoestima; o engajamento, a motivação e a assiduidade dos praticantes nas terapias. A articulação dessas duas abordagens, equoterapia e CSA, contribuíram significativamente para o desenvolvimento integral dos praticantes. CONCLUSÃO: É possível concluir que a implementação da CSA na equoterapia pode contribuir para a ampliação das possibilidades comunicativas dos usuários, permitindo maior participação nas atividades propostas e interações sociais entre os envolvidos. Por fim, a abordagem interdisciplinar foi fundamental para garantir que as necessidades individuais tenham sido favorecidas de forma abrangente e eficaz. Giulia Santana Aila Narene Dahwache Criado Rocha Nayla Beatriz dos Santos Pires Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 37 A COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E ALTERNATIVA PARA DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO NO AUTISMO https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7904 CEP NÃO SE APLICAIntrodução: A Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA), é uma área de prática clínica, educacional e pesquisa para pessoas de todas as idades e compreende um conjunto de ferramentas e estratégias utilizadas para estimular autonomia, interação social e auxiliar nos desafios comunicativos diários de pessoas com Necessidades Complexas de Comunicação (NCC). Dentre os recursos utilizados, existem as pranchas que podem ser em alta ou baixa tecnologia e personalizadas de acordo com as necessidades de cada indivíduo. Estas dificuldades na comunicação e interação social são alguns dos prejuízos presentes no Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), um distúrbio do neurodesenvolvimento. O uso da CAA nesse público que possui alguns déficits ou ausência da fala vêm mostrando significativos resultados, quanto ao desenvolvimento da linguagem e comunicação. Desse modo, o presente trabalho visa colaborar com a consolidação do uso de CAA como recurso terapêutico na intervenção fonoaudiológica com esse público. Objetivo: relatar os efeitos do uso de CAA para o desenvolvimento do repertório de linguagem e comunicação no caso de uma criança de quatro anos e seis meses com autismo, onde foi implementada uma prancha personalizada com arranjos linguísticos e palavras essenciais em baixa tecnologia, acompanhada pela modalidade intensiva de fonoterapia em uma clínica em Recife/PE. Descrição: um paciente com baixo nível socio-econômico, residindo no interior do estado, sem acompanhamento terapêutico e utilizando principalmente comunicação pré-simbólica não convencional. A intervenção fonoaudiológica foi pautada no uso da CAA com foco duplo (criança e família) e baseada na estratégia CORE, em modalidade intensiva (quatro vezes por semana, individual, com duração de uma hora por atendimento) durante o período de 15 dias. As habilidades foram avaliadas pela Matriz de Comunicação por se tratar de um comunicador emergente e escassos episódios de fala. Resultados: os dados após a intervenção mostraram que houve ganho nos níveis de desenvolvimento de linguagem (principalmente no uso de símbolos concretos e abstratos) e de 9% nas funções comunicativas (obtenção, social e informativa), segundo o instrumento avaliativo. Além da minimização de comportamentos não convencionais e aumento na frequência de fala. Conclusão: observa-se que o uso de CAA favoreceu o desenvolvimento de linguagem e comunicação da criança, demonstrando ser um recurso terapêutico eficaz na estimulação dessas habilidades e que a implementação precoce em diferentes contextos fornece ganhos na qualidade de vida do usuário. Nathália Angelina Costa Gomes MARIANE QUERIDO GIBSON Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 80 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E CEGUEIRA: A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA TÁTIL https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7911 IntroduçãoAlunos cegos com Transtorno do |Espectro Autista (TEA) e necessidades complexas de comunicação tem se mostrado um grande desafio para os professores, devido às dificuldades em adquirir algumas habilidades importantes para o dia a dia e a incapacidade de usar de modo funcional a visão. Na maior parte das vezes são as mãos que assumem a função dos olhos e dos ouvidos da pessoa cega permitindo que elas tenham acesso a objetos, pessoas e linguagem que, de outra forma, lhes seriam inacessíveis. (Miles, 1997). Dentre os vários recursos para o estabelecimento de uma forma de comunicação com pessoas autistas cegas, a Comunicação Alternativa com Símbolos Táteis (CAA tátil) ganha destaque neste estudo, pois permite ao usuário interpretar informações e consequentemente compreender uma mensagem. Neste sentido, buscou-se uma resposta para o seguinte questionamento: a comunicação alternativa tátil favorece a comunicação do aluno autista cego? Desta forma, o presente estudo tem como objetivos: descrever o trabalho realizado com um aluno cego com TEA em uma sala de recursos, apresentar os diferentes recursos e estratégias de comunicação alternativa tátil e avaliar os efeitos desses recursos na comunicação e interação desse aluno. Descrição. Trata-se de um relato de caso ocorrido no ano de 2023 com um aluno matriculado na Classe Especial de uma escola da rede pública e que no contraturno frequentava a sala de recursos. O aluno tem 12 anos, necessidades complexas de comunicação e por não compreender o que acontecia ao seu redor, mostrava-se bastante agressivo. A atividade preferida do aluno era o momento de lavar as mãos, mas sempre se desorganizava e não conseguia chegar ao final da atividade. Desta forma o trabalho de CAA tátil teve início a partir desse interesse. A implementação dos cartões táteis aconteceu após os seguintes procedimentos: seleção dos objetos e categorias de comunicação, organização das texturas e elaboração das adaptações. Foram confeccionados símbolos táteis para representar ações: abrir a torneira, molhar as mãos, colocar o sabonete, esfregar as mãos, lavar as mãos, fechar a torneira, secar as mãos e jogar o papel na lixeira. Objeto: sabonete, papel, lixeira. Inicialmente os símbolos foram introduzidos durante a atividade que estava sendo realizada para que o aluno pudesse gradativamente compreender essa função. À medida que o aluno começou a perceber que os símbolos serviam para comunicar eles foram utilizados para organizar a sequência da atividade. Os cartões táteis foram colocados ao lado da pia, permitindo que o aluno ao manuseá-los conseguisse compreender, executar e antecipar a etapa seguinte. Resultado: após o procedimento de intervenção por meio do uso de símbolos táteis, foi possível observar a ampliação da interação do aluno com a professora, autonomia para realizar a atividade e redução dos episódios de agressividade. Conclusão. Através do manuseio de objetos novas informações foram adquiridas contribuindo para o desenvolvimento da comunicação tátil como também para a ampliação da comunicação já existente. VILMA GOMES SAMPAIO Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 4 RELATO DE EXPERIÊNCIA DO USO DA COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO NA IGREJA https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7863 Historicamente os direitos das pessoas com deficiência foram cerceados, principalmente quando pensamos nos ambientes sociais. Habitualmente nas igrejas, as atividades ofertadas são desempenhadas por colaboradores voluntários, possivelmente esse é um dos principais motivos porque não há regulamentação para o atendimento de pessoas com deficiência nos templos religiosos. Durante os doze anos que sou voluntária no ministério infantil de igrejas, pude perceber a crescente necessidade de desenvolvimento de práticas inclusivas, nas quais crianças com transtornos ou deficiência pudessem participar efetivamente das programações. Tendo em vista, a minha formação acadêmica e profissional como professora e terapeuta de pessoas com Necessidades Complexas e Comunicação (NEE) especialista em intervenção em CAA, comecei a ofertar cursos e palestras para igrejas, com o objetivo de ensinar possibilidades alternativas de comunicação e desenvolver recursos que pudessem auxiliar no processo de inclusão de pessoas com deficiência. O principal objetivo deste relato é refletir sobre a importância de traçar estratégias não apenas adaptadas, mas realmente inclusivas para crianças com deficiência no contexto religioso. Buscamos também evidenciar como a Comunicação Alternativa (CA) tem sido benéfica no processo de comunicação e aprendizagem de pessoas com NCC. Foi desenvolvido um curso online, com seis aulas gravadas em parceria com a igreja Batista matriz da região metropolitana do Rio de Janeiro. O conteúdo das aulas são: “Tecnologias Assistivas”, “O que é CA?”, “CA é para quem”, “CA as vantagens e mitos”, “Como confeccionar recurso de CA” e “Implementando a CA no ministério infantil: entre a inclusão e evangelismo” esse curso está disponível para acesso de todas as igrejas da denominação. O curso está disponível desde julho de 2023, na plataforma Nutror. Doze igrejas concluíram as aulas e iniciaram as adaptações. Os resultados dessas ações são que todas as igrejas participantes recebem as adaptações das histórias da escola bíblica dominical utilizando pictogramas de CA, banner com doze palavras básicas para todas as salas, quadro jalecos, botões vocalizadores e cordões de CA. Seguindo os registros atualizados 41 pessoas já passaram pelo treinamento e 27 com NCC são alcançadas por esses recursos em suas igrejas. Para além da difusão do conhecimento do tema da CA e a disponibilização dos recursos, os resultados que percebo na prática da igreja na qual sou voluntária, é que anteriormente as crianças com NCC não tinham possibilidades reais de interação, solicitação e aprendizagem no ambiente religioso, não havia voz. Apesar de não ser ainda a solução completa para as demandas que se apresentam, mas é o início da caminhada pela inclusão no contexto religioso de pessoas com NCC. Não basta estar dentro dos ambientes sociais, precisa ser efetiva as possibilidades de inclusão. A inclusão não é um favor, muito mesmo opcional. Sarah Elizabeth Monteiro de Souza Carolina Rizzotto Schirmer Rita de Cássia Cruz Rodrigues Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 7 Desafios do uso da Comunicação Alternativa no contexto escolar: relato de experiência em unidade universitária https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7879 Introdução: A Comunicação Alternativa e Ampliada – CAA é essencial para a participação de crianças e jovens não oralizados nas atividades escolares promovendo o seu desenvolvimento, ampliando oportunidades de aprendizagem e interação com educadores e colegas. Embora a importância da CAA no campo da educação seja reconhecida, sua efetiva implementação ainda representa muitos desafios, que envolvem a formação de profissionais (Schirmer; Nunes, 2015), a adequação dos recursos para sala de aula e outros ambientes do contexto escolar e atendimento das necessidades de aprendizagem dos estudantes usuários de CAA. Por meio de projeto de extensão universitária com proposta de realizar ações colaborativas na escola (Souza; Del Cole; Pelosi; Mefano, 2023; Lourenço; Oliveira, 2019), estudantes e professores de Terapia Ocupacional atuam semanalmente em um colégio de aplicação em parceria com a equipe de professores de Educação Especial responsáveis por acompanhar diariamente estudantes com deficiência e necessidades específicas. Objetivo: Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência de uma professora da Educação Especial, uma estudante e uma professora de Terapia Ocupacional com a implementação do uso da CAA no contexto do segundo segmento do ensino fundamental. Descrição das ações desenvolvidas: O projeto de extensão iniciou suas ações na unidade de ensino fundamental do colégio de aplicação em abril de 2023. Um dos estudantes do sétimo ano com paralisia cerebral é usuário de CAA e já dispunha de um sistema de comunicação construído no aplicativo Expressia, gratuito, em seu tablet, porém seu uso era muito restrito. A professora da Educação Especial e as extensionistas do projeto ainda não estavam familiarizadas com a CAA e a construção de pranchas no aplicativo. Resultados: Os desafios para implementação da comunicação ativa e autônoma pelo estudante incluiu a motivação para permitir que a equipe do projeto conhecesse seu sistema e o estímulo constante para que sua expressão fosse além dos gestos, sinais e expressão facial. Ao longo do ano, foram pensadas estratégias para atualizar o sistema de comunicação para atender as demandas de conversação e aprendizagem. Uma estratégia positiva foi o envolvimento do estudante na escolha das imagens e na construção dos cartões, realizando todas as etapas. Em conjunto, a professora de Educação Especial e a equipe de Terapia Ocupacional planejaram a organização de vocabulário básico para uso na sala de aula e formas de disponibilizar. Outros desafios para uso do sistema de comunicação foram a falta de tempo para organização das pranchas de comunicação, dependência da internet para elaboração das pranchas no aplicativo, planejamento prévio das atividades dos professores e dificuldade para expandir o uso para demais professores do estudante. Conclusão: A ação conjunta de professores da Educação Especial e terapeutas ocupacionais podem facilitar a eliminação de barreiras para que o estudante possa ampliar sua participação nas situações de aprendizagem e a interação com seus pares. A participação de estudantes extensionistas permite a colaboração com o professor da Educação Especial na construção e atualização do sistema de comunicação, ao mesmo tempo em que o capacita no conhecimento e uso de recursos de CAA. vera lucia vieira de souza Evelin Nunes Corrêa Ribeiro Beatriz Bitencourt Lopes Carolina Grego Del Cole Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 26 Conscientização e Treinamento em Comunicação Aumentativa e Alternativa para professores https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7895 Introdução: A criança que não desenvolve a linguagem oral ao longo de seu desenvolvimento, pode apresentar prejuízos em diversos aspectos da vida. Alguns estudos nessa área, mostram que cerca de uma em cada duzentas pessoas, apresenta sérios comprometimentos na comunicação. Dentre elas estão as pessoas com deficiências neuromotora, múltipla, autismo e deficiência intelectual. Além disso, o número de diagnósticos de Transtorno do Espectro do Autismo em crianças, vem crescendo ultimamente. A Comunicação Aumentativa e Alternativa torna o aluno com prejuízos na comunicação oral e/ou escrita mais participativo nas relações comunicativas, podendo construir conhecimentos e ser avaliado. Quando os professores recebem apoio de equipes multidisciplinares, conseguem ter melhor desempenho junto aos alunos com deficiência. Objetivos: Este projeto teve por objetivo capacitar professores para o uso de CAA em diversos espaços e eventos escolares, permitindo que o recurso esteja inserido na rotina de toda a escola. Outro objetivo é conscientizar e treinar professores, a respeito da importância da confecção, seleção e uso dos recursos de Comunicação Aumentativa e Alternativa com seus alunos, para auxiliar no desenvolvimento de habilidades linguísticas, sociais, acadêmicas, cognitivas e comunicativas. Público-alvo e descrição das atividades desenvolvidas: A experiência foi pautada em vivências com professores utilizando recursos de Comunicação Aumentativa e Alternativa, visando conscientizar sobre a importância de seu uso no cotidiano de alunos com deficiências e prejuízos na comunicação verbal e os demais alunos; palestras sobre tipos e uso funcional dos recursos em ambiente escolar ministradas por fonoaudiólogas; oficinas com professores para selecionar, organizar e construir recursos para alunos com deficiências e prejuízos na comunicação verbal; confecção de pranchas para salas de aula e eventos da escola (disponíveis para todos os alunos). Resultados: Houve maior interação entre alunos com e sem necessidades complexas de comunicação, relatada por professores e observada pela equipe atuante do projeto, em sala de aula. Observou-se interesse e parceria da equipe escolar com a equipe atuante do projeto, na busca de elaboração constante de recursos com demandas específicas para os alunos, mas também com visão mais consciente e buscando transformar o ambiente escolar num espaço com maior acessibilidade comunicacional para todos. Foi realizado questionário com 8 professores e foi relatado que o projeto teve grande impacto entre os alunos que não se comunicam verbalmente, tanto em espaços comuns, como em eventos nas escolas. Importante destacar a reestruturação do envolvimento e promoção de uma parceria mais estreita entre alguns profissionais da escola e responsáveis e/ou cuidadores dos alunos, com objetivo comum de reduzir as barreiras comunicacionais, facilitando assim, a socialização e inclusão dos alunos. Além disso, 7 dos 8 entrevistados julgam o projeto de grande relevância para a escola. Conclusão: Observou-se a importância da parceria e acompanhamento frequente entre equipe atuante do projeto e equipe escolar, com foco na Comunicação Aumentativa e Alternativa como ferramenta propulsora da conscientização sobre a expressão dos desejos e potencialidades dos alunos com necessidades complexas de comunicação em diálogos com seus pares. Carla Sampaio Borges Karla Simão Tatiana Garcia Vanessa Carvalho Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 1 Recursos pedagógicos acessíveis mediante a utilização da Comunicação Alternativa e estratégias de leitura dialógica https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7854 Tanto a literatura quanto a comunicação são elementos indispensáveis na construção de um ser humano socialmente ativo, crítico, reflexivo e político. Até pouco tempo atrás pessoas com necessidades complexas de comunicação (NCC) eram excluídas de uma escolarização adequada. Porém mesmo com o avanço da educação inclusiva e da área da CA no nosso país essas pessoas com NCC continuam sem ter acesso aos sistemas de Comunicação Alternativa (CA) e a acessibilidade curricular. Sabe-se que as barreiras para a implementação da CA no contexto escolar ocorre sobretudo porque há déficit na formação de professores, pouco tempo para planejar, desenvolver e elaborar recursos, materiais e estratégias de CA para a sua implementação. Este estudo buscou identificar e analisar os recursos de baixa tecnologia de CA desenvolvidos por estudantes de Pedagogia de uma universidade pública do Rio de Janeiro que cursaram uma disciplina sobre CA no período de junho a outubro de 2022. Para o desenvolvimento dos recursos de CA, os graduandos escolheram livros infantis a partir do acervo disponível nas salas de leitura inclusiva de uma obra social para a qual futuramente os recursos serão disponibilizados. Trata-se de uma metodologia qualitativa com delineamento documental. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer de aprovação nº 3.915.311 e contou com o fomento da FAPERJ. Participaram 56 estudantes de Pedagogia e 4 assistentes de pesquisa. A coleta de dados utilizou: protocolo de análise de recursos de CA e diário de campo da pesquisadora. Para o levantamento dos dados e posterior análise, foram organizados arquivos em PDF (Portable Document Format) com o material produzido durante a formação. Todos os 27 arquivos produzidos foram disponibilizados no Google Drive. Os dados foram analisados quanti-qualitativamente pela pesquisadora e assistentes. A triangulação de dados contemplou a análise do instrumento cruzando as informações obtidas, registros de diário de campo com a literatura científica. A maioria dos graduandos escolheu desenvolver cartões de CA, totalizando 22 (81,5%) dos recursos. A análise revelou que o uso símbolos pictográficos do ARASAAC foi adotado em 26 (97%) dos projetos, sendo que o vocabulário selecionado era composto por pessoas/personagens, substantivos, verbos, adjetivos e advérbios. As palavras e os símbolos selecionados pelos futuros professores para representá-las foram considerados adequados em 22 (81,5%) dos recursos. Sendo considerados como funcionais, ou seja, poderiam auxiliar o aluno com NCC a contar, recontar e responder a perguntas sobre a história e os professores a fazer a prática de leitura. Os livros de histórias e as práticas leitoras podem ser aproveitados como estratégias acadêmicas, sendo recursos essenciais para as aquisições linguísticas, principalmente no que se refere à estrutura sintática e a ampliação de vocabulário. A área da CA tem sido um instrumento facilitador para estudantes com NCC, não só como habilidade de expressão, mas como um recurso de recepção do conteúdo e organização dos elementos necessários para a transmissão da mensagem. O estudo criou recursos que irão ser disponibilizados ao público além de propor a formação inicial de professores voltada para atuação com CA. Carolina Rizzotto Schirmer Stefhanny Nascimento Lobo e Silva Rebeca Lopes Pires Isabella de Paula Santos Fernanda Nicacio Gianelli Castro Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 94 RECURSOS DA TECNOLOGIA ASSISTIVA E COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AMPLIADA: CONCEPÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE APOIO ESCOLAR https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7870 Neste estudo, pretendemos refletir sobre a importância da capacitação em serviço dos profissionais da Educação para que modifiquem suas práticas pedagógicas de forma a atender às necessidades específicas de estudantes com deficiência; assim como identificar o perfil dos Profissionais de Apoio Escolar (PAE) e o que eles compreendem sobre as Tecnologias Assistivas (TA) e a Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA). Buscou-se evidenciar o que esses profissionais consideram ser o maior desafio do exercício de sua função. Trata-se de um estudo quali-quantitativo exploratório que contou com a participação de quinze PAE, que atuam em escolas públicas (Federal e Municipais) na cidade do Rio de Janeiro. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um questionário desenvolvido no Google Formulários. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer de aprovação nº 5.481.719 e conta com o fomento da FAPERJ. As questões foram criadas com base nos objetivos do estudo, buscando abranger diversas experiências e contextos em que os PAE estão inseridos. O formulário foi constituído por dezessete perguntas. O instrumento estava dividido em sete categorias: Autorizações; Identificação; Formação; Experiência; Reconhecimento e Valorização Profissional; Concepção dos recursos das TA e da CAA e Principais desafios da profissão. Os procedimentos metodológicos envolveram: assinatura de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, aplicação de um questionário e análise dos dados. Após a leitura na íntegra dos dados, aplicou-se a técnica de análise categorial. Os resultados foram organizados em três categorias: Perfil dos PAE; Entendimentos sobre TA e CAA e Desafios enfrentados por esses profissionais. Como resultado foi evidenciado a fragilidade do conhecimento acerca das TA e da CAA. Além disso, a maior parte dos pesquisados se sente despreparado e mal remunerado. O estudo revelou ainda que muitos desses profissionais consideram falho o apoio oferecido pelo poder público, pela gestão de cada instituição e de certa forma, pelos responsáveis dos estudantes; apontaram a formação profissional insuficiente ou inexistente e a ausência de “remuneração justa” como as principais e mais recorrentes problemáticas cotidianas no seu exercício profissional. Neste sentido, trazemos em foco a importância de serem realizados mais estudos sobre os PAE de estudantes com deficiência, sobretudo na rede pública de ensino, evidenciando problemáticas que permeiam a inclusão escolar, na atualidade. Realça-se a necessidade de aprimorar os conceitos teóricos e propor métodos novos no sentido de favorecer o desenvolvimento da prática pedagógica dos PAE que atuam junto a estudantes com deficiência. Rita Sarah Elizabeth Monteiro de Souza Carolina Rizzotto Schirmer Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 2 Revisão Sistemática sobre Comunicação Aumentativa e Alternativa e Práticas Centradas na família https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7886 Quando as habilidades de comunicação trazem prejuízos ao comportamento adaptativo e levam uma criança ao desenvolvimento deficitário da linguagem, é necessário lançar mão de recursos alternativos de comunicação para promover situações de interação. Essa comunicação precisa ser funcional em todos os ambientes, primordialmente, no ambiente familiar. Para tanto, essa pesquisa tem como objetivo analisar as produções nacionais e internacionais de publicações sobre a Comunicação Suplementar Alternativa que relacione com a temática familiar. Conduziu-se portanto, uma busca nas principais bases de dados com artigos publicados entre os anos de 2013 a 2023. Os estudos nacionais citam a importância da comunicação aumentativa e alternativa no contexto familiar, mas com pouca frequência pautam-se na temática de práticas centradas na família. Os estudos internacionais fundamentam a prática centrada na família com teorias relevantes e se mostram engajados na temática. Torna-se imprescindível a necessidade de futuros estudos que fomentem essa discussão. Mariana Ferreira Monteiro Guedes Aila Narene Dahwache Criado Rocha Amanda Ramos Almeida Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 1 Ampliando Vozes: recursos de Comunicação Alternativa e Aumentativa nos Institutos Federais https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7902 Este estudo explora o uso de recursos de Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA) nos Institutos Federais, uma abordagem que visa proporcionar meios de comunicação eficazes para pessoas com dificuldades na fala ou linguagem. A Comunicação Alternativa e Aumentativa oferece alternativas essenciais para garantir a inclusão e a participação ativa de todos. O objetivo desta pesquisa foi investigar e descrever os recursos de CAA nos Institutos Federais, identificando as práticas existentes, as necessidades dos usuários e as possíveis melhorias. Pretendemos promover uma maior conscientização sobre a importância da CAA na promoção da igualdade de acesso à educação. Realizamos uma abordagem qualitativa e descritiva, realizada por meio de um estudo de campo, envolvendo um questionário on-line aos membros dos Núcleos de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas, de oito Institutos Federais. Analisamos o uso de dispositivos de CAA, softwares especializados, treinamento de pessoal e público que a utiliza. Nossos resultados revelaram conscientização e implementação de recursos de CAA nos Institutos Federais, embora haja desafios a serem superados, como a necessidade de treinamento contínuo, maior disponibilidade de recursos e personalização das soluções de acordo com as necessidades individuais. A CAA mostrou-se fundamental para ampliar as vozes daqueles que enfrentam dificuldades na comunicação, contribuindo significativamente para a inclusão e participação na vida acadêmica. Nossa pesquisa demonstra que a Comunicação Alternativa e Aumentativa desempenha um papel crucial na promoção da inclusão nos Institutos Federais, permitindo que todos os membros da comunidade tenham uma voz ativa no processo educacional. Para alcançar uma inclusão efetiva, é essencial continuar desenvolvendo práticas e recursos de CAA, bem como investir em capacitação para os servidores. A expansão e aprimoramento dos recursos de CAA nos Institutos Federais representam um passo significativo em direção a uma educação mais inclusiva e equitativa, pois, assim como em outras áreas, a CAA enfrenta desafios, seja na seleção, recomendação ou adaptação de recursos. Destacamos também a dificuldade em envolver outros Núcleos de Apoio às Pessoas com Necessidades Específicas no estudo, bem como a complexidade em identificar potenciais estudantes que poderiam se beneficiar desses recursos. Luciana Carlena Correia Velasco Guimarães Gerusa Ferreira Lourenço Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 107 COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE LARINGECTOMIA TOTAL: UM ESTUDO DE CASO NO CONTEXTO HOSPITALAR https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7909 Introdução: A presença de neoplasia maligna nas estruturas da laringe pode levar, a depender do estadiamento do tumor, à necessidade da retirada total do órgão, procedimento este denominado laringectomia total. Uma das consequências de tal cirurgia é a perda da capacidade da oralidade, a qual impacta diretamente na interação social do paciente e, consequentemente, em sua qualidade de vida. Já na internação hospitalar o uso da Comunicação Suplementar Alternativa (CSA) pode ser de grande valia, uma vez que auxilia o paciente a expressar suas necessidades e demandas, além de ser um meio para a interação com familiares e equipe. Objetivo: Descrever a contribuição do uso da CSA durante a internação hospitalar de uma paciente idoso após procedimento de laringectomia total devido a neoplasia maligna de glote. Metodologia: Trata-se de um relato de caso, na modalidade descritiva, acerca da avaliação e orientação para uso de recurso de CSA em contexto hospitalar. Paciente idoso, 74 anos, internado para cirurgia eletiva de laringectomia total. O atendimento foi realizado no 2º dia de pós-operatório, em leito de enfermaria, junto ao paciente e sua filha. Foram avaliados diferentes recursos para CSA considerando-se histórico e repertório ocupacional do paciente, bem como seu contexto familiar, cultural e rotina. Resultados: Uma vez que o paciente é alfabetizado, foi estabelecido um primeiro contato a partir da escrita em papel, através da qual pôde relatar sobre sua rotina, desejos, dúvidas e trazer as principais dificuldades enfrentadas durante período de internação pela ausência da oralidade. Assim, foi realizado treino de uso de vocalizadores para que pudesse ser atendido pela equipe e/ou acompanhante quanto a necessidade de aspiração de vias aéreas superiores e ida ao banheiro, além do uso de prancha magnética para facilitar a escrita e proporcionar autonomia na comunicação. Tendo em vista a proximidade da alta hospitalar, tanto o paciente quanto a filha foram orientados sobre meios de aquisição e uso de prancha magnética e vocalizadores no ambiente domiciliar. Com a finalidade de sanar possíveis dúvidas, foi realizado contato telefônico com a filha após alta hospitalar, que referiu um bom desempenho comunicativo do paciente com a aquisição dos materiais sugeridos. Conclusão: a partir do caso apresentado, nota-se que as estratégias de CSA no ambiente hospitalar pode não somente proporcionar maior autonomia aos pacientes internados, como também possibilitar maior qualidade de vida no momento do retorno à vida em domicílio. Julia Andreza Gorla Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 1 RECURSOS DE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA NA ROTINA DA EDUCAÇÃO INFANTIL https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7861 Pesquisas têm discutido os desafios na inclusão de alunos com Necessidades Complexas de Comunicação (NCC) no contexto escolar. Este espaço, rico em oportunidades de experiências e interações, tem se mostrado favorável para inserção dos Sistemas Suplementares e Alternativos de Comunicação (SSAC). A educação infantil, é uma etapa fundamental, no qual, a linguagem é estimulada através das interações, isso, em especial, é de fundamental relevância para as crianças com NCC. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi apresentar recursos de SSAC para crianças da educação infantil com o intuito de favorecer a participação de crianças com NCC. O objetivo da produção dos recursos foi auxiliar as crianças na comunicação no ambiente escolar e familiar durante as atividades da vida diária e nos momentos do brincar. Como procedimentos metodológicos foram realizadas: a observação das crianças no contexto escolar, no segundo semestre de 2022 e primeiro semestre de 2023; foi utilizado um protocolo para avaliação de habilidades comunicativas em situação escolar, com a professora estagiária da turma, e um protocolo para avaliação de habilidades comunicativas em situação familiar, com os familiares das crianças com NCC. Em seguida, com base nas informações coletadas, nos protocolos e no que foi observado na escola, foram planejados recursos para situações de interação, como um crachá de comunicação alternativa com dois chaveiros temáticos e um jogo americano acessível em comunicação alternativa para as refeições. Os símbolos pictográficos usados foram provenientes do Portal Aragonês de Comunicação Alternativa e Aumentativa (ARASAAC), do software Boardmaker 6 e, em algumas situações mais específicas, foi acessado o Google. A proposta dos chaveiros no crachá foi idealizada para que uma das crianças pudesse utilizar um chaveiro por vez, uma vez que possuem argolas de abre e fecha. Cada chaveiro possui uma temática distinta: um tema se refere às atividades da vida diária e o outro às atividades do brincar. O primeiro teve pictogramas selecionados com base nas principais demandas da vida diária da criança. Já o segundo, teve símbolos pictográficos relacionados a brinquedos, brincadeiras e locais preferidos da criança, tanto no contexto escolar quanto familiar, além de solicitações envolvendo outros contextos. Alguns símbolos foram selecionados em mais de uma fonte, para que ao apresentar a criança, ela pudesse escolher qual o mais simbólico. Já o jogo americano foi produzido em tamanho A3 e possui símbolos que se referem às solicitações que podem ser feitas no momento da alimentação, seja na escola ou outros ambientes com a família. Vários símbolos, que se referem ao cardápio da escola, foram produzidos para serem usados com o jogo americano. Por fim, os recursos se mostraram como possibilidades de recursos comunicativos para a criança, não só para ser usado no espaço físico da escola e de casa, mas em qualquer ambiente que a criança tenha demandas comunicativas nas atividades de vida diária e nas atividades relacionadas ao brincar. O crachá e o jogo americano foram recursos que possibilitaram interesse entre as crianças, contribuindo na comunicação da criança com seus pares e adultos, tanto no contexto escolar, quanto familiar. Renata Lima de Morais Débora Deliberato Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 28 EFEITOS DE UM PROGRAMA PARA FORMAR PROFESSORES COMO PARCEIROS DE COMUNICAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7877 O presente estudo apresentará os resultados obtidos com um projeto de pesquisa que disponibilizou um programa de Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA) para uma criança com necessidades complexas de comunicação. Um dos objetivos do projeto foi descrever os efeitos de um programa de formação de interlocutores para os professores envolvidos diretamente no atendimento de uma criança de cinco anos, com Transtorno do Espectro Autista (TEA), matriculada na Educação Infantil. Os participantes foram a professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e as professoras regentes da turma. O programa de CSA implementado para a criança com TEA foi o Picture Exchange Communication System (PECS). Para a formação dos professores, foi planejado um programa que contemplava os aspectos teóricos e práticos do PECS, com foco nos comportamentos esperados dos interlocutores para o ensino de comunicação funcional. Os instrumentos utilizados foram protocolos de registro, questionários, vídeos e material instrucional elaborado com base no PECS. A formação teórica era realizada nos dias reservados ao planejamento, quando foi apresentado material instrucional escrito e vídeos demonstrando como o sistema PECS era utilizado para favorecer a comunicação por troca de figuras. As habilidades-alvo foram então treinadas, com um dos pesquisadores atuando como parceiro de comunicação e fornecendo um modelo de desempenho; em seguida invertiam-se os papéis e as eventuais dúvidas sobre a aplicação podiam ser dirimidas. Foram realizados 6 encontros com cada profissional, com duração de 30 a 40 minutos para a formação teórica (um encontro para cada fase do PECS). A formação prática foi implementada concomitantemente à aplicação do PECS para a criança com TEA. A aplicação prática com a professora do AEE ocorria nos atendimentos semanais realizados pela criança no Centro de Atendimento; nestes momentos, eram inseridas atividades intencionalmente planejadas para estimular a comunicação entre a criança e a professora, e desta forma a profissional podia interagir como parceira de comunicação sempre que a criança se comunicava por meio da troca de figuras. Para as professoras regentes, a aplicação prática ocorria em momentos do cotidiano de acordo com as oportunidades de comunicação do contexto. A análise dos dados demonstrou que os professores participantes obtiveram excelente aproveitamento, tornando-se parceiras de comunicação competentes e assertivas. Assim como sustentado por diferentes autores, a formação dos professores pode afetar a eficácia das intervenções e da comunicação. Os resultados obtidos com a criança participante da pesquisa, que aprendeu a comunicar-se funcionalmente por meio do uso de figuras associadas à fala, com um desempenho acima de 90% de aproveitamento em todas as etapas de implementação, demonstra que o investimento na formação dos professores é etapa imprescindível para o êxito das intervenções em CSA. Professores formados para utilizar em suas salas sistemas de CSA podem proporcionar oportunidades de comunicação funcionais, promovendo a comunicação em seu contexto natural, reforçando, desta forma, os comportamentos comunicativos das crianças com limitações no uso da fala. Além disso, fornecem um modelo atitudinal para as demais crianças, o que pode contribuir para um ambiente mais inclusivo e favorecer a interação entre os pares. CARLA NETO DO VALE HEINRICHS IASMIN ZANCHI BOUERI Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 49 Comunicação Alternativa com símbolos táteis para pessoas com Deficiência Múltipla Sensorial, Surdocegueira e TEA https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7893 A comunicação Alternativa é uma área da Tecnologia Assistiva (T.A.) que visa o uso integrado de componentes que favoreçam o desenvolvimento da comunicação por quem não fala ou apresenta dificuldades de se expressar e receber informações, dentre eles, destacamos pessoas com Deficiência Múltipla Sensorial, Surdocegueira e Transtorno do Espectro Autista. Os símbolos táteis referem-se a uma gama de materiais que podem ser usados para apoiar a comunicação, desde objetos concretos que parte de uma atividade rotineira familiar (como uma colher ou uma fralda) até um sistema de comunicação mais abstrato, geralmente os alunos começam com os objetos mais concretos que pertencem à rotina natural e, em seguida, passam para objetos parciais, objetos colados em cartões e, finalmente, para símbolos abstratos. O objetivo deste trabalho é apresentar uma adaptação feita de símbolos táteis para comunicação e escrita baseado no vocabulário básico do Tactile Connections da American Print House. Foram organizadas categorias de palavras baseadas em cores e formas do vocabulário Tactile, mas foram acrescentadas categorias, totalizando 12, utilizadas na língua portuguesa para favorecer a escrita e apoiar a escrita do português como segunda língua. Público-alvo e das ações desenvolvidas: O público-alvo são pessoas com Deficiência Múltipla Sensorial – Visual, Deficiência Múltipla Sensorial – Auditiva/surdez, Surdocegueira e Transtorno do Espectro Autista. Para isso, foram confeccionados cartões em dois tipos de materiais para favorecer os estudantes que apresentam baixa visão e a cegueira total. Para quem enxerga e está numa, os cartões são feitos com papel color set nas cores das categorias, sendo colado o sinal em libras, pictograma ou imagem e depois plastificado para dar resistência. Para quem não enxerga os cartões são feitos na impressora 3D, sendo fixados os símbolos também de maneira tátil. Esta é uma pesquisa que se encontra em fase inicial, não tendo resultados a serem apresentados. Porém, a partir de algumas vivências já realizadas com alunos, percebe-se que o material traz benefícios para a comunicação daqueles que não se expressam pela fala. Esta pesquisa foi realizada a fim de responder os objetivos propostos. Há a necessidade de se estudar, pesquisar e dar continuidade à formação e pesquisas no uso dos sistemas táteis com esta população. Percebe-se que os alunos estão respondendo ao uso do material para os símbolos táteis. Palavras-chave: Comunicação Alternativa; Comunicação Tátil; Deficiência Múltipla Sensorial; Surdocegueira; Transtorno do Espectro Autista. FERNANDA FALKOSKI Shirley Rodrigues Maia Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 1 Do PECS ao PODD: CAA em alta tecnologia para uma criança autista. https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7916 Introdução: O aumento dos diagnósticos de Autismo trouxe mais crianças com déficits na comunicação social para os serviços de fonoaudiologia. O uso da acessibilidade comunicativa, bem como os recursos e sistemas de CAA, passaram a ter maior visibilidade para esta população e os avanços referentes ao uso de sistemas robustos nesta população ainda estão sendo relatados.Objetivo: relatar o caso de um paciente com necessidades complexas de comunicação e Transtorno de desenvolvimento de linguagem como parte dos seguintes diagnósticos: Hipotonia Congênita e Transtorno do Espectro do Autismo. As informações contidas neste resumo foram obtidas por meio de revisão do prontuário, entrevista com os familiares do paciente, registro de vídeos e revisão da literatura.Descrição: Paciente D.L., sexo masculino, 4 anos, usuário do sistema PECS - Picture Exchange Communication System - de comunicação em baixa tecnologia. Na avaliação inicial observou-se que D.L. era capaz de realizar pedidos para itens presentes (fase I), mediante a pergunta do interlocutor ‘o que você quer?’ e apresentava habilidades pragmáticas referente a níveis elementares de linguagem utilizando a expressão corporal e por vocalizações ininteligíveis. D.L não realizava uso funcional de objetos e sua brincadeira preferida era espalhar peças. A avaliação pautou-se no Protocolo de Observação Comportamental, Matriz de Comunicação e nos critérios do PECS.A criança iniciou a terapia com frequência de 4x por semana e já no primeiro ano (2020) de intervenção além da construção de uma atmosfera de treinamentos e incentivos aos parceiros de comunicação - equipe multidisciplinar e familiares - foi observado um aumento da intenção comunicativa para itens motivadores e D.L. avançou rapidamente na quantidade de parceiros de comunicação e nas fases do sistema. De tal modo, quando chegou a pandemia D.L. estava em fase V do sistema de baixa tecnologia menos robusto. Concomitantemente iniciamos a apresentação do sistema em alta tecnologia (aplicativo PECS IV+) e as terapias passaram a ter formato síncrono e assíncrono realizadas pela mãe. Nas reavaliações anuais de D.L. o planejamento sempre era ajustado e, desta forma em: 2021 foi realizada uma adaptação no sistema PECS de alta tecnologia que não permitia uma navegação satisfatória, para atingirmos mais funções pragmáticas. Em 2022 mantivemos o PECS em alta tecnologia e utilizamos pranchas situacionais de baixa tecnologia para realizar a migração para um sistema robusto em alta tecnologia com organização pragmática inspirada numa versão do PODD 15 de Gayle Porter. Concomitante montamos o mesmo conjunto em inglês devido a uma necessidade de mudança de país.Resultados: Em 2023, D.L. apresentava habilidades consistentes para conquistar a atenção de parceiros, ampliou os pedidos (ajuda, pessoas, eventos), expandiu os motivos para rejeitar ou negar algo, passou a nomear ações e fazer comentários sobre si e sobre eventos.Conclusão: D.L apresentou evolução significativa - conforme reavaliação da Matriz de Comunicação - nas razões pelas quais se comunicava e nas formas de se comunicar quando obteve acesso a um sistema robusto de comunicação em alta tecnologia e com organização linguística pragmática. Cristina Esteves Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 61 Transição de sistema de CAA por troca de figuras (PECS) para CAA robusta (PODD) https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7852 IntroduçãoDescreveremos neste estudo as características pregressas e atuais de uma usuária de CAA em dois momentos, inicialmente com sistema de troca de figuras PECS e posteriormente em CAA robusta com PODD. A discussão torna-se relevante comparando o tempo de estímulo e resultados alcançados com cada estratégia seja em desenvolvimento de comunicação funcional por meio de CAA ou fala. ObjetivosEste estudo tem como objetivo descrever as ações de intervenção que levaram aos resultados atuais e exemplificar como o uso de CAA robusta é capaz de impulsionar o desenvolvimento de comunicação e linguagem, que por sua vez estrutura o desenvolvimento de subsistemas de linguagem melhorando a comunicação seja esta por meio de CAA ou fala verbal (quando possível). Descrição do caso e das ações desenvolvidasI.K. (14 anos) recebeu estimulação em CAA desde os 4 anos, inicialmente com uso de CAA por sistema de troca de figuras (PECS) ao longo de dois anos atingiu a fase IV, mas sem uso de atributos. I.K. permaneceu nesta fase por cinco anos, durante este período foram observadas habilidades de fazer pedido de ação e objetos. I.K. apresentava fala limitada, sem funcionalidade, com vocabulário reduzido e ecolalia. O uso do sistema era limitado ao ambiente terapêutico e não foi possível sistematizar o uso do sistema com parceiros de comunicação em casa, onde ela não utilizava e não aceitava o uso dos pais. Em 2022 foi iniciado uso de sistema robusto de CAA com o PODD foi através do livro genérico de 12 figuras por página. Após seis meses foram observados avanços qualitativos e quantitativos em funções pragmáticas, intenção comunicativa e aumento de extensão frasal na CAA e fala, com aumento de repertório oral para nomeação, pedidos de objetos, ações e comentário. Nesta fase I.K. foi reavaliada e passou a usar um livro customizado de PODD com 36 figuras por página. No decorrer deste último ano foi observado aumento do uso do número de categorias semânticas e aumento de extensão frasal. Também é notório que quanto maior a extensão frasal em CAA mais estruturado está o discurso falado de I.K. hoje com uso de frases curtas com três palavras para várias funções pragmáticas como fazer pedidos, fazer perguntas e dar opinião.Dadas as evoluções do caso em Agosto de 2023 I.K. passou a utilizar livro de 70 por página, neste formato ela é modelada no uso de inflexões verbais, nominais, uso inicial de conjunções e preposições. Resultados e ConclusãoA descrição deste caso nos mostra que a CAA robusta é capaz de ofertar vocabulário para uma vasta gama de funções comunicativas, seja para a pessoa com necessidade complexa de comunicação ou para seu parceiro de comunicação, que por ter mais vocabulário disponível, tem maiores oportunidades de modelagem em situações reais. Esta maior frequência de uso do material possibilita a sistematização do uso do mesmo.Também é notório que o uso de CAA robusta neste caso, impulsionou o desenvolvimento de linguagem e seus subsistemas o que, por sua vez, refletiu em desenvolvimento na fala verbal. Mariane Alves Graciano Yasmin Nitopi Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 11 ATIVIDADES ACESSÍVEIS EM COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA NA EDUCAÇÃO INFANTIL https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7868 A educação infantil é uma etapa rica em interações para todas as crianças. Porém, algumas delas podem apresentar dificuldades no desenvolvimento da linguagem e nas habilidades de socialização/interação com seus pares. Dentre elas, as crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) muitas vezes precisam de um maior suporte em relação às suas demandas de comunicação e interação na rotina da educação infantil. Diante desse cenário, o objetivo geral do estudo é discorrer sobre atividades acessíveis em comunicação alternativa, para crianças da educação infantil, com a finalidade de estimular o engajamento de uma criança com autismo, na atividade do desenho vinculada à rotina de contação de histórias. O objetivo específico, do recurso do caderno de pintura e desenho, foi possibilitar um material acessível e lúdico para a criança alvo, acerca da história da lagarta e da borboleta. O objetivo específico, das folhas para pintura em grupo, foi estimular a integração e socialização da criança em uma atividade com seus pares, acerca da história da lagarta e da borboleta. Para a acessibilidade das atividades foi realizada primeiramente a observação das crianças na escola, durante o primeiro e segundo semestre de 2023 e depois foi utilizado um protocolo para avaliação de habilidades comunicativas em situação familiar, com a mãe da criança com TEA. Após essas etapas, constatou-se que a criança com autismo não se engajava na atividade do desenho com seus pares mesmo tendo grande interesse em desenhar e pintar. Portanto, com base no que foi observado na escola e no protocolo, foram planejados recursos para estimular o engajamento e interação, da criança com autismo, com seus pares na atividade do desenho. Os pictogramas usados na acessibilidade das atividades foram do software Boardmaker 6 e do Portal Aragonês de Comunicação Alternativa e Aumentativa (ARASAAC). Além deles, imagens foram usadas provenientes do Google. Tanto o caderno de pintura e desenho, quanto as folhas para pintura em grupo, retomaram a história que estava sendo trabalhada pela professora, que era da lagarta e da borboleta. O caderno de pintura e desenho foi pensado para uso individual da criança com autismo para que inicialmente isso estimulasse seu interesse na atividade, mediante o contexto da história. Diversas imagens dos personagens foram dispostas para serem pintadas, além de espaços em branco, que foram disponibilizados para o desenho. Em relação às folhas para pintura em grupo, 4 folhas distintas foram produzidas em tamanho A3, em que, a proposta era que, em trio ou em dupla, todas as crianças da sala pintassem os desenhos da história. Em suma, os recursos acessíveis em comunicação alternativa, planejados com base na observação das demandas do grupo e interesse das crianças, foram bastante significativos no que concerne ao favorecimento do engajamento e interação da criança com autismo com os seus pares. Renata Lima de Morais Débora Deliberato Maria de Jesus Gonçalves Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 45 A PRANCHA DE COMUNICAÇÃO SUPLEMENTARE/OU ALTERNATIVA (PCA) NOS CONTEXTO EDUCACIONAL:UMA REVISÃO INTEGRATIVA https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7884 RESUMO: Introdução: Diante da precária utilização da Prancha de Comunicação Alternativa (PCA) nos diferentes níveis da formação escolar, torna-se necessário o implemento de pesquisas que promovam a ampliação e a efetividade do uso da PCA junto a alunos com restrições de fala. Objetivo: Analisar parte da produção do conhecimento científico acerca das concepções, finalidades e modos de construção da PCA. Método: revisão integrativa de artigos publicados em periódicos indexados nas bases de dados. A partir da aplicação dos critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 12 estudos que passaram a compor o corpus de análise. Resultados: Os participantes envolvidos nas pesquisas, 50% eram professores e alunos, 25% professores, alunos e familiares, 8% apenas alunos e familiares, 8% alunos, professores e pesquisador e em 8% só alunos. Faixa etária dos alunos são compostas por 83% dos participantes de crianças, 18% compostos por adolescentes e 8% sem idade definida. A Instituição de ensino eram 66% matriculados na escola regular e 33 % em escolas especiais. Quanto à finalidade no uso da PCA promover a interação/dialogo. Conclusão: A crescente presença de alunos com oralidade restrita no contexto educacional evidencia a necessidade do implemento de estudos que contribuem com a interações entre os diferentes profissionais envolvidos com os seus processos de ensino-aprendizagem. Adriana Scorsato SIMONE INFIGARD KRÜGER Cristiano Miranda de Araújo Ana Paula Berberian Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 1 ATENDIMENTO CONJUNTO DE FONOAUDIOLOGIA E MUSICOTERAPIA: CAA E A MODULAÇÃO DAS ZONAS DE CONFORTO https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7900 Introdução: É possível identificar dentre os pacientes com TEA zonas de conforto que, por reforçar padrões ritualísticos, pode interferirem no processo de implementação da CAA e de aprendizagem. Mais de 50% dos pacientes com este diagnóstico, apresentam alguma zona de conforto, sendo que os sistemas visual e auditivo são as que mais interferem no uso funcional dos recursos de CAA. Os recursos (em baixa ou alta tecnologia) podem ser explorados de maneira não funcional, ativando circuitos dopaminérgicos consequentes da zona de conforto. A quebra da zona de conforto pode ser um processo extremamente desconfortável e até mesmo aversivo para o paciente, potencializando comportamentos opositores e/ou disruptivos. O estímulo musical, quando organizado e construído pelo musicoterapeuta, é um potente aliado para desenvolver a comunicação do paciente com uso de CAA, auxiliando no aumento do uso funcional destes recursos. Objetivos: Desenvolver estratégias musicais para a implementação, modelagem e automatização de recursos de CAA em pacientes com zonas de conforto. Descrição do caso e das ações desenvolvidas: Paciente com idade de 3 anos, com diagnóstico de TEA, não oralizado, com tentativas anteriores não efetivas de implementar CAA. Observada exploração não-funcional do material, com acionamento de sequências de símbolos descontextualizadas e aumento de irritabilidade nas tentativas de modelagem. Realizado encaminhamento para atendimento conjunto das áreas de fonoaudiologia e musicoterapia porque nos atendimentos de musicoterapia paciente fazia uso funcional de recursos de CAA para escolher repertórios e instrumentos musicais. Para este procedimento, foi implementado um sistema robusto de CAA, criadas pranchas com as narrativas das canções do repertório musical do paciente, materiais de apoio visual para as interações musicais e pranchas com vocabulário utilizado durante a experiência musical (ampliado de acordo com as necessidades identificadas em cada atendimento e no planejamento de desenvolvimento das funções comunicativas). Resultados: Após três meses de atendimento, observou-se um significativo desenvolvimento da intenção comunicativa funcional, assim como aumento das canções que faziam parte do repertório utilizado pelo paciente nos atendimentos, da quantidade de símbolos utilizados e nas funções comunicativas de solicitação e comentários. Embora o paciente ainda apresentasse fugas de demanda, principalmente quando havia um aumento na complexidade das atividades, a utilização dos materiais de CAA para zona de conforto diminuiu drasticamente, sendo possível inclusive realizar quebras rápidas e sem irritabilidade do paciente. A narrativa das canções em CAA exerceu papel fundamental para auxiliar na organização espaço-temporal da comunicação do paciente, reduzindo a repetição não funcional de símbolos Conclusão: A música promove uma potente ativação límbica no cérebro, acionando circuitos dopaminérgicos que garantem a ludicidade das atividades terapêuticas, aumentando a autoeficácia do paciente e construindo memórias positivas relacionadas aos materiais de CAA. Todos estes complexos processos neurológicos são fundamentais para o processo de aprendizagem, necessário para a implementação e automatização dos recursos de CAA. A identificação das zonas de conforto e construção de estratégias para promover a quebra das mesmas é de fundamental importância para estimular a comunicação do paciente. Natália Magalhães Carolina Laux Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 57 A produção de cartões de comunicação com símbolos pictográficos texturizados para alunos com deficiência múltipla https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7859 O sistema educacional brasileiro vem recebendo cada vez mais alunos com deficiência nas escolas regulares. O cenário não é diferente quando se fala de uma instituição especializada em Deficiência Visual (DV). Tal instituição tem recebido mais alunos que além da DV possuem outros comprometimentos, caracterizando-os como indivíduos com Deficiência Múltipla (DMU). Nesta perspectiva, os alunos com DMU possuem características específicas quanto à locomoção, à aprendizagem e à comunicação. No que tange a aprendizagem, Nunes (2001) faz sugestões para facilitar a aprendizagem das com comprometimento visual: criação de um ambiente que estimule a resposta da criança; a utilização de objetos reais para a formação de conceitos e a valorização dos sentidos do tato e da audição no processo de aprendizagem destes alunos. E em relação à comunicação, eles podem apresentar ausência da fala articulada e/ou funcional. Deste modo, os recursos de Comunicação Alternativa (CA) podem auxiliar no desenvolvimento das habilidades comunicativas através de estratégias, técnicas e recursos que complementam e ou suplementam as funções da fala ou da escrita, envolvendo gestos manuais, expressões corporais e faciais, objetos, miniaturas, objetos reais ou parciais, fotografias e símbolos gráficos (NUNES, 2003; SCHIRMER; BERSCH, 2007; SCHIRMER, 2008). Um tipo de símbolos gráficos é o pictográfico que é um desenho que parece com o que deseja representar (SCHIRMER; BERSCH, 2007). O presente trabalho visa descrever como se dá a produção de cartões de Comunicação com símbolos pictográficos texturizados. Considerando este aspecto em relação à comunicação, a questão norteadora desta pesquisa é: se os cartões de comunicação com símbolos pictográficos texturizados beneficiam o desenvolvimento das habilidades comunicativas dos alunos com deficiência múltipla. Sobre a metodologia, este estudo foi desenvolvido nas dependências de uma escola especializada em deficiência visual localizada na zona sul do Rio de Janeiro. Participaram da confecção deste recurso uma professora responsável pelo setor de CA, uma estagiária e um secretário. Os materiais utilizados foram: tesoura, papel Braille, impressora, papel corrugado, lixa de madeira, madeira, miçanga, papel cartão, tecido, fita dupla face, barbante, máquina Thermoform, plástico, grampeador, grampo de papel. Os cartões foram impressos com um tamanho de X cm em duas folhas de gramatura de papel Braille. A produção do plástico em relevo foi feita na máquina Thermoform que molda o plástico de acordo com o formato que foi texturizado, por meio do calor. Os cartões ficaram com formatados padronizados, em tinta, com a imagem pictográfica na parte superior e na parte inferior a legenda em tinta. Sobreposta a esse papel, ficou o plástico em relevo, com o formato da figura pictográfica e a palavra em Braille. Resultados preliminares indicam que a equipe se preocupou com as necessidades singulares dos usuários de CA. Outro ponto foi a imagem do desenho que escolhida imagem de objetos que podem ser explorados pelos alunos antes de serem impressos e texturizados no cartão. Assim os cartões ficam com as informações acessíveis a todos. Conclui-se que os recursos devem ser adaptados às necessidades dos educandos, viabilizando que os mesmos desenvolvam suas habilidades comunicativas. ALZIRA MAIRA PERESTRELLO BRANDO Carolina Rizzotto Schirmer Esther de Sousa Ferreira de Celso Farias Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 35 A Vídeo Modelação como metodologia para implementação de Comunicação Suplementar e Alternativa: um estudo comparativo https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7875 A Vídeo Modelação (VM) é uma metodologia baseada na Análise do Comportamento Aplicada (ABA), que consiste na utilização de vídeos onde a habilidade a ser desenvolvida é representada por um modelo, o que facilita a compreensão da tarefa. O presente projeto de pesquisa propôs disponibilizar um programa de Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA) a uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e necessidades complexas de comunicação. Seu objetivo principal foi avaliar a eficácia de dois tratamentos aplicados alternadamente: a implementação do Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (PECS) isoladamente e a implementação deste mesmo sistema associado ao uso da VM. O participante da pesquisa foi uma criança de cinco anos, matriculada na Educação Infantil. Os instrumentos utilizados foram protocolos de registro, entrevistas, questionários, a aplicação das Fases I a VI do PECS e os vídeos gravados especificamente para utilização na pesquisa. O estudo utilizou um Delineamento de Sujeito Único do tipo AB. Neste tipo de delineamento, a Fase A corresponde à observação das habilidades antes do início da intervenção, e a Fase B corresponde à fase de intervenção, quando é introduzida a variável independente, neste caso, o PECS. A este delineamento foi associado um Delineamento de Tratamentos Alternados (AATD), aplicando dois procedimentos: PECS versus PECS associado à VM. Os resultados demonstraram que a partir da introdução do programa houve uma imediata mudança na aquisição das habilidades-alvo pelo participante, habilidades que não foram observadas antes do início da intervenção. Para verificar a eficácia dos tratamentos alternados, os resultados obtidos com as duas intervenções foram comparados, estabelecendo-se como critério o número de acertos do participante e independência no uso do sistema alternativo de comunicação. Foi possível verificar que a aplicação do programa associado à modelação em vídeo foi mais eficaz, alcançando uma porcentagem média de acertos de 95% contra 86% da aplicação do PECS isoladamente, além de apresentar maior nível de independência do participante. A partir desta constatação, as demais fases do PECS (da Fase II à Fase VI) foram aplicadas com o uso da VM. A criança com TEA participante da pesquisa aprendeu não só a comunicar-se funcionalmente utilizando o PECS como metodologia de comunicação alternativa, como desenvolveu a fala e outras habilidades comunicativas, ausentes antes da intervenção. A análise dos dados permitiu concluir que a utilização da Vídeo Modelação é um recurso que pode otimizar a aprendizagem, reduzindo o tempo de intervenção. Os resultados desta pesquisa concordam com a literatura, que indica a VM como uma prática baseada em evidências, pois sua utilização contribuiu para que o participante completasse todas as fases do PECS com excelente aproveitamento, maior nível de independência e num tempo efetivamente menor que o descrito nos estudos da área. A introdução de programas estruturados de CSA pode, portanto, desenvolver habilidades comunicativas de forma mais rápida e eficaz quando associada à estratégia da modelação em vídeo, acrescentando novas possibilidades para os profissionais envolvidos em sua implementação. CARLA NETO DO VALE HEINRICHS IASMIN ZANCHI BOUERI Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 68 CAA e Composição musical: uma proposta multidisciplinar baseada no interesse e na motivação. https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7891 A Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) é uma ferramenta importante para que pessoas com Necessidades Complexas de Comunicação (NCC) ampliem suas interações em diferentes contextos. Os terapeutas precisam fazer parte da rede de parceiros de comunicação capacitados acerca do conhecimento linguístico, operacional e estratégico suficientes na interação. Duas profissões serão destacadas aqui nesse relato: A Terapia Ocupacional (TO), a qual enfoca na facilitação de oportunidades para o envolvimento em ocupações e participação significativa. E a musicoterapia, cujo foco é oportunizar interações mediadas através das experiências musicais. Neste trabalho será apresentada uma experiência de composição musical proposta com o intuito de favorecer a motivação, interesse e participação do cliente no processo terapêutico utilizando a CAA.Lucas, 6 anos, diagnosticado com TEA, apresenta NCC. Expressa-se através de gestos, expressões e vocalizações ininteligíveis. Possui livro PODD com 16 símbolos por página com acesso direto. Os atendimentos com a musicoterapeuta e TO aconteciam semanalmente com duração de 45 minutos, concomitantemente, onde as propostas visavam ampliar vocabulário e funções comunicativas, vocalização através da música e aprimorar habilidade de sequenciamento. Após o período de um semestre, ele começou a demonstrar resistência para realizar as atividades através de comportamentos inapropriados e gritos. Os pais relataram período de negativas em outros ambientes, desse mesmo modo. As terapeutas modelavam no sistema de CAA caminhos para negar, protestar e expressar emoção negativa, bem como, os símbolos para pedir nova ação. Lucas, verbalizou “IGI”, quando compreenderam do que se tratava, a terapeuta fez o caminho até a página de personagens e aguardou, ele rapidamente apontou o símbolo “LUIGI” sorrindo. Foi proposta a composição musical sobre seu personagem favorito, a partir de um diálogo utilizando o sistema de CAA, com alternância entre emissor e receptor, identificando as características do personagem. Lucas mostrou que Luigi começa com a letra L, utilizava roupas e boné verde e branco, utilizava ônibus, era corajoso, combatia fantasmas e monstros utilizando um “sol” .Em cerca de 3 ou 4 atendimentos seguintes foram realizadas outras etapas da composição: organização das frases, rima, melodia, ritmo e harmonia. Lucas esteve engajado em todos, não houve recusa. Depois, com a música impressa, outras propostas (6 atendimentos) foram realizadas para alcançar os objetivos terapêuticos, como o letramento, através da marcação das frases e copiando palavras-chave. Outros 2 atendimentos incluíram a música produzida, com atividade de recortar e colar imagens de palavras da música e também ensaio para apresentação em um show de talentos. O pai relatou que em casa Lucas apontou as imagens e a letra da música fazendo associação ao jogo.O envolvimento ocupacional e a aprendizagem de novas habilidades ou vocabulário acontece dentro de um continuum de significado ou propósito, e para isso a atividade precisa ser motivadora e estar integrada às suas experiências cotidianas. A partir desse relato observa-se que a CAA possibilitou a experiência de composição musical, e além disso, favoreceu a participação, o interesse e a motivação da criança no atendimento multidisciplinar, não apenas durante a composição, mas também nos atendimentos seguintes e fora do setting terapêutico. Fernanda Aimée Alves Chaves Thatiane Maria Correia Ramos Pires Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 98 A acessibilidade comunicacional para pessoas em vulnerabilidade comunicativa dentro das Práticas de Humanização do SUS https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7907 https://docs.google.com/document/d/14hGauhEfOhlY909qJMCItGEkxf3DxyFl/edit Janaina Maria Maynard Marques Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 96 Sistemas robustos são soluções para todos? https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7914 INTRODUÇÃO A utilização de sistemas robustos tem sido apresentada nas mídias sociais e cursos como importante estratégia de estimulação de linguagem e apoio à comunicação de pessoas com necessidades complexas de comunicação. Na prática clínica, muitas pessoas necessitam de outras formas de organização para iniciar.OBJETIVOS Discutir a indicação de sistemas de Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA) através da apresentação de dois casos, valorizando um raciocínio clínico que prospecte o aprendizado de habilidades e ampliação gradativa deste sistema.DESCRIÇÃO João, 9 anos, demonstrava interesse visual reduzido para os símbolos que eram apresentados um de cada vez, no tablet, com feedback auditivo; realizava o toque na tela e em seguida colocava o tablet próximo ao ouvido para escutar. Foi elaborada uma pasta com símbolos em uma organização que pudesse ser reproduzida no aplicativo futuramente. Os símbolos eram retirados da pasta, um a um, para antecipar o que iria acontecer e para representar brinquedos e músicas. No tablet, foi iniciado o uso de aplicativo de fotos com som, estimulando a produção de narrativas. Eleonora, 6 anos, apresentava interesse visual reduzido para os símbolos físicos e frequentemente os levava à boca. Optou-se por apresentar símbolos no aplicativo TDSnap de um único símbolo por vez, com feedback auditivo, que antecipava a atividade que seria realizada ou modelava a fala do terapeuta. Era estimulada a escolher com toque na tela; conforme percebia como deveria ser o movimento de tocar e planejava esta ação motora, eram apresentados dois, depois quatro e então seis. O vocabulário era acrescentado conforme os sentidos construídos na relação com o terapeuta e parceiros do domicílio e da escola, contendo vocabulário essencial, sentimentos e comentários. Eleanora passou a apresentar expressiva alteração de comportamento quando não podia assistir vídeos no tablet. Optou-se pela utilização de uma versão impressa e plastificada do conteúdo da prancha e algumas páginas também afixadas nos ambientes da casa.RESULTADOSJoão passou a dirigir o olhar para os símbolos e buscá-los para fazer escolhas. Na apresentação de duas opções, bate a mão; utiliza palavras de vocabulário essencial para indicar se deseja continuar a mesma atividade ou não. Mantém-se atento e demonstra satisfação ao apresentar as narrativas.Eleanora passou a fazer a análise visual das páginas de sua prancha de comunicação com seis elementos e se organizar motoramente para apontar sua escolha. Tem iniciativa para buscar a pasta ou indicar nos símbolos do ambiente da casa para se comunicar.CONCLUSÃOA experiência construída no atendimento de diversas pessoas com necessidades complexas de comunicação indica que a implementação de um sistema de CSA requer um olhar particular para cada sujeito atendido, avaliando suas habilidades, dificuldades e necessidades de comunicação nos diferentes contextos do seu cotidiano. Os recursos utilizados podem ser variados e devem permitir modificações ao longo do tempo, visando ampliar as funções comunicativas a serem desenvolvidas. Apesar de todas as vantagens reconhecidas de utilização de sistemas robustos, para alguns sujeitos a grande quantidade de informação pode não ser a melhor forma de iniciar. Renata Cristina Domingues Bertolozzi Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 84 Comunicação Alternativa e alta tecnologia: Processo de seleção, adaptação e uso do Eye-gaze https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7866 A Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA) refere-se aos métodos utilizados para promover a autonomia de sujeitos com Necessidades Complexas de Comunicação (NCC). A Associação Americana de Fonoaudiologia refere-se a CAA como sendo uma variedade de técnicas e ferramentas, incluindo imagens pictográficas, vocalizadores, sinais manuais, gestos e qualquer modalidade que contribua para indivíduos expressarem suas ideias e necessidades (ASHA, 2017). São diversas as ferramentas que podem ser utilizadas, dentre elas as de alta tecnologia, como o Eye gaze, que possibilita que crianças com deficiência motora severa acesse o computador e sistemas de CAA (Walker, 2016). Nesse sentido, torna-se fundamental uma avaliação detalhada dos elementos neurofisiológicos e motores para seleção do recurso adequado para cada sujeito (Goes et al., 2017; Queiroz et al., 2018). Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo reportar um estudo de caso do processo de avaliação e implementação de um Eye gaze para um sujeito com paralisia cerebral. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Sergipe sob o número CAAE: 86398318.7.0000.5546. Metodologicamente, a abordagem é de natureza mista (quanti-qualitativa), utilizando como estratégia o estudo de caso realizado em 2022. Trata-se de um sujeito do sexo masculino, 16 anos, com paralisia cerebral severa, ausência de oralidade e cognitivo preservado. Três fonoaudiólogos e dois professores (Departamento de Fonoaudiologia e Departamento de Ciências da Computação) participaram do processo. Inicialmente, foi realizada a avaliação com o protocolo de avaliação neurofuncional para acesso da CAA (Goes et al., 2017), confirmando assim a movimentação ocular como grupo muscular de controle voluntário do sujeito. A partir disso, foi construído um hardware de rastreador ocular utilizando arduino, o qual foi adaptado e testado de acordo com as necessidades específicas do sujeito em relação a anatomia da face e também questões envolvendo espasmos. O hardware foi adaptado para ser utilizado com um tablet Android. Foram 14 encontros por meio virtual considerando as orientações da pandemia, visando a implementação da comunicação alternativa e ampliação, especialmente abordando o vocabulário e a morfossintática, além da orientação para uso do Eye gaze. Além destes, tiveram 13 encontros presenciais seguindo as normas da vigilância sanitária, visando a testagem do hardware. Quantos aos resultados obtidos, notou-se que por meio do teleatendimento fonoaudiológico, o paciente obteve ampliação significativa em suas construções frasais utilizando a CAA (partiu de frases de 3 a 4 para 7 a 9 elementos) e apresentou boa resposta na adaptação do hardware com o rastreamento de movimentação ocular. No entanto, faz-se necessário a realização dos ajustes no hardware e maior sistematicidade no treino com a família para que o uso do equipamento vá além do setting terapêutico. Nesse sentido, conclui-se que o processo de avaliação, adaptação e uso da CAA aliado a Eye gaze e equipamentos de alta tecnologia são fundamentais para pacientes com deficiência motora, visando promover autonomia e a comunicação desses sujeitos. São necessárias mais pesquisas na área, já que se têm grandes lacunas acerca do processo de adaptação da CAA de alta tecnologia na vida diária. João Rafael Santos Santana Vera Lúcia de Oliveira Ralin Edênia da Cunha Menezes Louise Carvalho da Conceição Rosana Carla do Nascimento Givigi Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 104 RELATO DE EXPERIÊNCIA: AGENTE DE APOIO À EDUCAÇÃO ESPECIAL E A COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7882 A comunicação oportuniza representar opiniões, pensamentos, necessidades e desejos, possibilitando momentos de interação. Desta maneira, proporcionar uma forma aumentativa e alternativa de comunicação potencializa a autonomia, a inclusão, a participação e uma melhor qualidade de vida de pessoas com necessidades complexas de comunicação (NCC). Diversos estudos recomendam a formação de profissionais para dar suporte à inclusão escolar, apontando os Agentes de Apoio à Educação Especial (AAEE), dentre outros, como profissionais, que necessitam de subsídios para serem interlocutores hábeis, fortalecendo assim a importância da Comunicação Alternativa (CA) na inclusão escolar das pessoas com deficiência e NCC. Este estudo tem como objetivo relatar a experiência dos AAEE do município do Rio de Janeiro junto a alunos com NCC através das respostas deles a partir de um questionário. O presente estudo apresenta uma abordagem qualitativa, no qual foram adotadas como procedimentos o uso de um questionário com 12 questões enviado aos grupos de Whatsapp de AAEE, onde obtivemos 11 respostas. O nosso interesse nesse estudo surge da nossa experiência enquanto profissionais de apoio escolar. O questionário foi baseado no instrumento validado por Monteiro (2022), sendo criado no Google Formulários. A primeira questão trata-se de uma autorização para o uso das informações em pesquisa científica sendo garantido que não seriam revelados dados de identificação. O objetivo é dar voz aos profissionais e contribuir para políticas de formação na área. Antes de ser enviado aos AAEE, o instrumento foi avaliado por dois estudantes de um Programa de Pós-graduação em Educação de uma universidade pública do Rio de Janeiro para verificar se o instrumento estava claro e só então foi enviado. Como resultados observamos que 9 (82%) dos AAEE já deram suporte a estudantes com NCC, sendo que 7 (64%) não haviam realizado curso sobre CA. Os participantes contaram que a maior dificuldade em atender estudantes com NCC, de forma geral, é a falta de apoio e diálogo da escola com os AAEE e responsáveis. Também citam ausência de recursos materiais, além da dificuldade de conseguirem compreender quais são as necessidades dos estudantes. Quando perguntados sobre a área de CA, 7 (64%) já ouviram falar, porém, de forma geral, citam que CA são imagens por cartões, placas com figuras e símbolos para facilitar, de maneira visual e tátil, a fala de crianças que não verbalizam. Dentre os AAEE que participaram do questionário apenas 1(9%) não acredita que os estudantes se beneficiariam com o uso da CA e os demais concordaram com os benefícios justificando, de modo geral, que favorece uma melhor comunicação, estimula a autonomia e promove o pleno exercício de cidadania do sujeito. Através das respostas dos questionários observa-se a necessidade de investimentos na formação desse profissional que vem atuando junto a alunos com NCC sem o conhecimento da CA e seus benefícios. Entendemos que uma formação específica ampliaria seu conhecimento e aperfeiçoaria suas práticas, garantindo acessibilidade, autonomia e permanência dos alunos público-alvo da educação especial nos espaços escolares. Kássia Santos Carolina Rizzotto Schirmer Sarah Elizabeth Monteiro de Souza Vânia Azevedo da Silva Lemes Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 113 Importância da Orientação de Pais na implementação da Comunicação Alternativa no Autismo: Revisão de Literatura https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7898 Introdução: Segundo o DSM-5, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento, que se manifesta tipicamente precoce no desenvolvimento. Geralmente, vem acompanhado de outros transtornos do neurodesenvolvimento como, por exemplo, deficiência intelectual e déficit de atenção/hiperatividade. O TEA caracteriza-se por déficits persistentes na comunicação social e na interação social, padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. O nível de gravidade está associado ao grau de suporte que o indivíduo necessita para sua funcionalidade: Nível 1 “exigindo apoio”, Nível 2 “exigindo apoio substancial” e Nível 3 “exigindo apoio muito substancial”. Dentre as diversas características que podem estar presentes no TEA, a dificuldade de comunicação é uma das mais impactantes, podendo apresentar transtornos de linguagem, atraso na fala ou até mesmo não desenvolver a comunicação verbal funcional ao longo da vida. A comunicação é uma habilidade na qual a troca de informações com diferentes pessoas é um marco. Para que a comunicação aconteça, é necessário o uso de um mesmo sistema linguístico, ou seja, ambos os parceiros devem utilizar a mesma modalidade de comunicação para que seja efetiva. Diante do exposto, o uso da Comunicação Alternativa (CA) e o treinamento dos parceiros de comunicação se tornam peça-chave para a implementação e aprendizado de uma nova modalidade de comunicação que promova a interação, a inclusão, e a melhora na qualidade de vida das pessoas com TEA. A CA compreende um “conjunto de métodos e técnicas que viabilizam a comunicação, complementando ou substituindo a linguagem oral comprometida ou ausente”. Ao decorrer dos anos, diferentes possibilidades vêm sendo desenvolvidas para o uso da CA. No Brasil, algumas das formas mais conhecidas são PECS, PODD, CORE e outros sistemas visuais de apoio à comunicação. Como os parceiros de comunicação são fundamentais para o sucesso da implementação da CA, torna-se fundamental o treinamento deles. Os pais são figuras constantes na vida dos filhos. Portanto, essa parceria promove uma prática consistente do uso da CA e consequentemente o desenvolvimento das habilidades de comunicação. Objetivos: Pesquisar através de uma revisão bibliográfica internacional e nacional, a efetividade do treinamento de pais na implementação da CA no TEA. Metodologia: Esse estudo é uma revisão narrativa da literatura que busca responder qual é a efetividade do treinamento dos pais na implementação da CA no TEA, para qual foi realizada uma busca de artigos e capítulos de livros nas bases de dados Mesh, Google Acadêmico e Scielo nos últimos 10 anos. Resultados: Uma busca inicial na literatura internacional mostrou uma escassez de artigos publicados focados no treinamento de pais para implementação da CA no TEA. Alguns artigos foram publicados nos Estados Unidos em crianças com TEA, tendo o Chinês como língua materna. Outros artigos foram publicados em Taiwan e Brasil. Conclusão: Estudos que apresentem a relevância do treinamento de pais na implementação da CA no TEA ainda são insípidos concluindo a necessidade de mais estudos nessa área. Janaina Maria Maynard Marques Joice de Rezende Almeida Grazielle Louise Moreira Dias Rita de Cássia Duarte Leite Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 65 JOGOS COM ACESSIBILIDADE COMUNICACIONAL https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7857 O brincar é fundamental para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional de todas as crianças. Para aquelas com necessidades complexas de comunicação, o brincar adaptado se torna ainda mais crucial. Ele não apenas oferece uma oportunidade para essas crianças se expressarem e interagirem, mas também promove a inclusão, reconhecendo suas habilidades e adaptando-se às suas necessidades individuais. O projeto TO BRINCANDO, iniciado em 2012 pelo Departamento de Terapia Ocupacional da UFRJ, com apoio do Movimento Down, foca no brincar adaptado para crianças com deficiência. Durante uma década, na brinquedoteca terapêutica de um hospital-escola, o projeto adaptou jogos e atividades para o aprendizado da leitura, escrita e matemática, tornando-os mais acessíveis e criou, também, materiais digitais, democratizando o acesso. O objetivo central deste relato de experiência foi destacar a relevância da inclusão de recursos de comunicação alternativa na adaptação de jogos que possam ser utilizados por todos. Para acessibilizar os jogos, foram feitas ações como: adaptações físicas; simplificação de regras e sua escrita com símbolos; e a introdução de novas formas de jogar. Recursos de comunicação alternativa, como pranchas de comunicação disponibilizadas em materiais impressos e digitais, também foram desenvolvidos, além de materiais pedagógicos complementares. Para o jogo Pula Pirata da Estrela, por exemplo, foram produzidas adaptações físicas como: suporte para a base do barril antiderrapante; engrossadores para o cabo das espadas; base inclinada para fixação das espadas, facilitando o acesso para crianças com dificuldades motoras; diferentes modelos de pranchas de comunicação; e regras escritas com símbolos. Além destes, foram elaborados materiais de apoio com atividades de contagem das espadas e classificação por cores. Nos últimos dois anos, foram desenvolvidos 40 jogos adaptados e 950 atividades relacionadas. Mais recentemente, o projeto ampliou seu escopo de ação para o desenvolvimento de jogos digitais em plataformas que permitem personalização do material como o TinyTap e o Wordwall, além da distribuição de atividades e jogos que acontece pelo Portal Assistiva, repositório de atividades, jogos e pranchas de comunicação, que registra 40 mil acessos mensais. Pode-se concluir que o projeto TO BRINCANDO destaca e promove a importância da Comunicação Alternativa, disponibilizando recursos adaptados para os frequentadores da Brinquedoteca Terapêutica. Além disso, as plataformas digitais do projeto demonstram seu impacto ao alcançar um vasto público interessado nas atividades adaptadas criadas pelo TO BRINCANDO. MIRYAM BONADIU PELOSI Juliana de Souza Mendes Leandra Pires de Souza Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 55 USO DE RECURSOS DE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA NA PARTICIPAÇÃO DE JOVEM COM NECESSIDADES COMPLEXAS DE COMUNICAÇÃO https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7873 A Educação apresentou avanços na área da Educação Especial e Inclusiva, dentre estes, a conquista e garantia de matrícula no ensino regular, no entanto, além da matrícula, é necessário garantir também a participação do estudante nas atividades escolares. Fato esse que se torna um desafio nas escolas públicas e privadas do país, tendo em vista que os profissionais não se sentem seguros diante da diversidade que encontram em sala de aula. O tema deste estudo está centrado não apenas no uso de recursos da Comunicação Alternativa, mas na conscientização sobre sua importância para trabalhar com estudantes que apresentam necessidades complexas de comunicação. Este estudo tem como objetivo inserir recursos de comunicação alternativa no contexto escolar de um jovem com necessidades complexas de comunicação. Para melhor compreensão foi essencial os estudos bibliográficos em pesquisas realizadas por meio da implementação de símbolos, recursos, técnicas e estratégias dos sistemas alternativos de comunicação no contexto escolar. Como recurso de Tecnologia Assistiva, as pranchas de comunicação podem ser confeccionadas de acordo com a realidade do jovem usando símbolos pictográficos já programados, além de imagens do cotidiano. A comunicação entre uma pessoa com necessidades complexas de comunicação e seus pares se torna um desafio para a escola, que muitas vezes não consegue compreender o que o estudante está querendo dizer. A literatura ressalta que existe um número significativo de pessoas que são incapazes de se comunicar através da fala, devido a fatores neurológicos, físicos, emocionais e cognitivos. Por isso o uso da comunicação alternativa se torna tão necessária no ambiente escolar. Além disso, a área da comunicação alternativa pode ser um meio facilitador para os aspectos comunicativos, para a construção da linguagem e, dessa forma, um instrumento para a aprendizagem. Pensando nisso, foi proposto em março de 2023, o uso de recursos da Comunicação Alternativa para um jovem com necessidades complexas de comunicação, matriculado numa turma do Ensino Médio de uma escola estadual no interior do Rio Grande do Norte. O recurso utilizado foi prancha de comunicação com o uso de símbolos do Arasaac que representavam ações do cotidiano escolar, para que, com ajuda da professora de educação especial, o estudante conseguisse desenvolver ações do dia a dia. O curto tempo de uso da prancha trouxe resultados que mostram a importância do processo, necessitando ser ampliado para uso em casa e nos ambientes em que o estudante convive, mas isso é um passo lento, pois a família precisa ser preparada e amparada para o uso das pranchas de comunicação. O uso da comunicação alternativa é algo que merece atenção e precisa ser apresentado e discutido no ambiente escolar. Sendo assim, percebe-se uma necessidade de conhecimento de professores e familiares para que o recurso da comunicação alternativa ofereça resultados positivos em todos os espaços. Rúbia Raquel Dantas Roque Débora Deliberato Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 73 Pranchas e Atividades de Comunicação Aumentativa e Alternativa: E-book desenvolvido no período da pandemia por Covid-19 https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7889 INTRODUÇÃO: O ano de 2020 foi marcado pela pandemia da COVID-19 e o consequente distanciamento social. Era necessário garantir a saúde da população de toda a Nação e os serviços tiveram seus atendimentos presenciais suspensos. Novos planos de ação foram desenvolvidos, oferecendo acolhimento técnico, orientações e atendimento no formato virtual a cerca de 2000 indivíduos que frequentavam os Centros Municipais de Referência da Pessoa com Deficiência. Havia uma grande preocupação por parte da equipe técnica de que o impacto do isolamento social levasse a perda de habilidades já adquiridas. O E-book Pranchas e Atividades de CAA foi o resultado de uma coletânea das principais atividades desenvolvidas e enviadas aos usuários (e familiares) dos serviços de março a agosto de 2020. Através de recursos de pranchas de Comunicação Aumentativa e Alternativa, as famílias podiam realizar em domicílio a estimulação de habilidades comunicativas, noções de higiene e proteção contra o Coronavírus, rotinas, regras, histórias sociais e atividades lúdicas.OBJETIVOS: Oferecer atividades com pranchas de CAA diversificadas durante os atendimentos online, a serem realizadas em domicílio no período da pandemia.Garantir a continuidade da estimulação, habilidades e conhecimentos adquiridos (ou em desenvolvimento) em atendimentos antes realizadas presencialmente nos Centros de Referência.Incentivar a interação familiar e o conhecimento dos recursos de CAA por vários membros da família. Permitir o uso do E-book em diferentes momentos do dia. PÚBLICO-ALVO E DESCRIÇÃO DAS AÇÕES: O público-alvo foi de crianças e adultos atendidos de modo on-line por profissionais dos centros de referência da pessoa com deficiência, no período da pandemia. A partir da percepção que os atendimentos deveriam ser diversificados, lúdicos, criativos e que deveriam manter conhecimentos e habilidades adquiridas, os profissionais passaram a enviar materiais durante os atendimentos de modo híbrido. Percebeu-se a necessidade de troca de material e experiências entre a equipe através de um grupo de aplicativo e, em seguida, a necessidade de organizar os mais relevantes, num único e-book numa construção coletiva. As atividades do e-book estimulam habilidades comunicativas, noções básicas de higiene e proteção contra a Covid-19, regras, histórias sociais, rotinas e atividades lúdicas. Todas as propostas envolviam CAA, com imagens sequenciais e pictogramas para incentivar o uso nas atividades sugeridas para serem realizadas em casa e em família. RESULTADOS: Os resultados foram satisfatórios, já que grande parte das atividades elaboradas surgiram em decorrência da demanda das famílias, considerando hábitos, necessidades e preferências. A maior parte das famílias realizou as atividades, tirou dúvidas e relatou suas experiências.Dentre alguns resultados satisfatórios, destacam-se: maior aceitação do uso de máscaras por crianças, aceitação da lavagem das mãos com maior frequência, desenvolvimento da linguagem apoiada por símbolos de CAA em contação de estórias, aperfeiçoamento na produção de vogais e inserção de rotinas semanais através de símbolos de CAA com calendários.CONCLUSÃO: Apesar de ter sido desenvolvido para a pandemia, pode-se concluir que o E-book superou as expectativas e a segunda edição está em andamento. Karla Correia Simão Araujo Graziela Pettersen Vanessa Carvalho D'Oliveira Carla Sampaio Borges Ana Paula Arnold Dalyla Marinho Magda Lyra Jacqueline Cordeiro Leticia de Oliveira Elen Santos Valéria Pereira Michele Ane Pinheiro Priscila Mendes Claudia Tinoco Juliana Ribeiro Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 1 A COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA E/OU ALTERNATIVA PROMOVENDO A APRENDIZAGEM DE ESTUDANTE POR MEIO DE ATIVIDADES LÚDICAS https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7905 https://docs.google.com/document/d/1zLSYP53aLtTgMTl36dJzX_tXG5_p9TZl/edit?usp=drive_linkamp;ouid=107846716391348048480amp;rtpof=trueamp;sd=true Rosicléia Siqueira de Castro Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 39 PODD COMUNICAR https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7912 A Síndrome do Cromossomo 8 é condição rara que gera atraso global no desenvolvimento O objetivo é descrever uso do PODD com uma criança com síndrome,não há relatos na literatura O uso do PODD ocorreu durante a interação com a criança e família, observou-se desenvolvimento na comunicação com o uso. Danielle Rodrigues Carlos Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 1 DIR FLOORTIME, COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AUMENTATIVA E SÍNDROME DE ANGELMAN: NOVAS NARRATIVAS https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7864 Introdução: O desenvolvimento de sujeitos neurodivergentes é uma temática em constante estudo na área científica, contribuindo para que as pessoas com deficiência tenham, historicamente, seus direitos assegurados. A Síndrome de Angelman (SA) também se encontra nesse escopo, pois impacta, principalmente, o desenvolvimento sensório motor e de linguagem. A literatura, ainda, apresenta que há alterações cognitivas e visuais presentes (CALCULATOR, 2013). Entretanto, o que se observa é que os estudos encontrados na literatura narram corpos com deficiência sob a perspectiva biomédica e, portanto, limitam os “prognósticos” de desenvolvimento desses sujeitos. Além disso, os estudos acerca da linguagem e da Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA), nesses casos, são incipientes e/ou utilizam abordagens que não consideram a individualidade de cada caso. Objetivo: A partir do exposto, esse trabalho tem como objetivo apresentar um relato de caso em que a CAA foi proposta a partir dos princípios do DIR Floortime para uma criança com SA. Métodos: Os contornos metodológicos envolveram: i. O estudo das etapas de desenvolvimento a partir das tabelas de Desenvolvimento das Capacidades Funcionais Emocionais (FEDCs); ii. A análise do perfil individual da criança na relação com a família, a escola e com as terapeutas; iii. As possibilidades de uso da CAA dentro das FEDCs. Resultados: Os resultados revelam que o DIR Floortime possibilita que a criança estabeleça vínculos mais significativos de conexão com a família, as terapeutas e os atores da comunidade escolar. A partir da percepção das diferenças individuais, dos relacionamentos e dos aspectos de desenvolvimento da criança dentro do Modelo DIR, a CAA possibilitou tornar mais robustos os itens dos FEDCs. Foram explorados os três primeiros níveis FEDCS, sendo eles: 1. Manter a criança calma, atenta e regulada; 2. Estabelecer vínculos afetivos; 3. Desenvolver ciclos bidirecionais de comunicação (GREENSPAN; WIEDER, 1997; GREENSPAN; DEGANGI; WIEDER, 2001). A perspectiva adotada para o uso de CAA engendrou-se a partir da perspectiva vigotskiana de linguagem e aprendizagem, em que a mediação da família e das terapeutas, em contexto significativos de uso de símbolos imagéticos, demonstrou-se um aspecto central na construção do conhecimento conjunto (LETTO; SKARAKIS-DOYLE, 1994; VIGOTSKY, 2022). Conclusão: O Modelo DIR Floortime permite instituir um olhar singular e contemplativo acerca dos desafios do neurodesenvolvimento, em que se inserem as relações afetivas (principalmente com a família) como um cerne no desenvolvimento humano integral. Nesse sentido, o DIR Floortime é um Modelo de desenvolvimento humano integral, capaz de orientar familiares e terapeutas nas potencialidades dos sujeitos. Assim sendo, a CAA também precisa ser uma ferramenta que venha ao encontro do perfil individual de cada sujeito presente na interação. Com isso, o perfil sensorial, motor, linguístico, cognitivo e socioemocional da criança e da família devem ser levados em consideração e, ainda, que a CAA possa ser flexível para dar conta dos processos de mediação desenvolvidos por sujeitos em contextos e condições reais de uso da linguagem. Reitera-se que este trabalho corrobora com uma mudança de paradigma na literatura nacional com a finalidade de produzir narrativas mais inclusivas acerca de pessoas com desafios no neurodesenvolvimento. Lais Donida Eduarda Anzolin Pereira MARIANA LUZIA CORRÊA THESING LEANDRO ANTÔNIO THESING Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 47 A COMUNICAÇÃO SUPLEMENTAR E ALTERNATIVA MEDIADA POR PARES: UM PROGRAMA PARA FORMAR PARCEIROS DE COMUNICAÇÃO https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7880 O trabalho ora apresentado é o recorte de uma pesquisa e seu enfoque será a formação e desempenho dos pares como parceiros de comunicação. A hipótese sustentada é que a formação dos interlocutores que convivem com a criança no ambiente escolar pode favorecer a utilização de um sistema de comunicação alternativo, a generalização e manutenção das habilidades de comunicação aprendidas pelo usuário do sistema. Os participantes foram uma criança de cinco anos, com necessidades complexas de comunicação e diagnóstico de Autismo, e seus colegas de turma na Educação Infantil. Para a criança com Autismo, foram implementadas as seis fases do Sistema de Comunicação por Troca de Figuras – PECS, associadas a um procedimento de ensino conhecido como Vídeo Modelação. Para os colegas de turma, foi elaborada uma formação prática, aplicada durante o período letivo. Foram planejadas atividades lúdicas, principalmente envolvendo música e movimento, para promover a interação da criança com Autismo com seus colegas e proporcionar variadas oportunidades de comunicação funcional. Os resultados alcançados com a implementação do PECS para a criança com Autismo demonstraram que ela obteve ganhos significativos nas habilidades de comunicação. Além de completar todas as fases do PECS com desempenho médio superior a 90% de aproveitamento, aprendeu a comunicar-se funcionalmente pela troca de figuras associada à fala, aumentando significativamente o número de palavras inteligíveis pronunciadas conforme a intervenção foi avançando. Os colegas de turma aprenderam a atuar como parceiros de comunicação competentes e assertivos, e se mostraram, após a intervenção, mais interessados em envolver-se nas brincadeiras em que a criança com Autismo participava, compreendendo rapidamente que ela precisava de um meio alternativo de comunicação. Acompanhar o desempenho dos pares como parceiros de comunicação exigiu muito planejamento e esforço por parte dos pesquisadores, devido às múltiplas interações que se desenrolam no contexto de uma brincadeira ou até mesmo durante uma atividade regular na sala de aula da Educação Infantil. Esta pode ser, dentre outras, uma das limitações que impedem que sejam realizadas mais pesquisas que examinem o efeito do ensino sistemático de crianças com desenvolvimento neurotípico para serem parceiras de comunicação de crianças usuárias do PECS, principalmente quando se trata de um ambiente natural de interação. A maior parte dos estudos que implementaram a formação de interlocutores foram feitos com professores, pais, cuidadores ou terapeutas, portanto um diferencial desta pesquisa foi a formação dos pares, tendo em vista que os trabalhos apresentados sobre este tema na literatura, tanto estrangeira como nacional, são escassos. Os resultados obtidos demonstraram que intervenções como as descritas neste estudo são possíveis de serem aplicadas no contexto natural, o que pode potencializar o efeito do ensino. Deste modo, a pesquisa propiciou ganhos para todas as crianças envolvidas: para a criança com Autismo, que aprendeu a generalizar suas habilidades com múltiplos parceiros de comunicação, e para as crianças de desenvolvimento típico, que aprenderam não só a atuar como parceiros de comunicação competentes mas também a verdadeiramente acolher e incluir, aumentando o engajamento e a participação de seu colega com necessidades complexas de comunicação. CARLA NETO DO VALE HEINRICHS IASMIN ZANCHI BOUERI Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 92 Como a comunidade escolar lida com a inclusão de crianças com Transtorno do Espectro Autista https://publicacoes.softaliza.com.br/isaac2023/article/view/7896 Introdução: A linguagem é compreendida como um sistema simbólico, construído socialmente e suas regras norteiam a comunicação. É determinante na constituição do sujeito e de sua inserção sociocultural e se destaca como elemento crítico na aquisição de outros sistemas simbólicos como a leitura e a escrita.O prejuízo linguístico comum às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) envolve dificuldades não apenas na comunicação não verbal, mas também nos processos simbólicos, nos aspectos pragmáticos da linguagem, nas habilidades que a precedem, na produção e na compreensão da fala e no uso de gestos simbólicos e de mímicas. Além dos distúrbios na linguagem, o TEA se caracteriza também pela limitada capacidade interativa, atenção deficitária, repertório restrito e estereotipado de interesses e de atividades e por padrões atípicos de comportamento.Estudos evidenciam que programas de intervenção destinados às pessoas com TEA no ambiente escolar devem focalizar a aquisição da linguagem e da comunicação. Para isso, é fundamental o emprego planejado de recursos de Tecnologia Assistiva (TA), incluindo a Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA), a formação teórica e prática da comunidade acadêmica além da intersetorialidade entre as áreas da educação e saúde.Objetivo: Pesquisar através de uma revisão bibliográfica, como a comunidade escolar lida com a CSA no processo de inclusão de crianças com TEA e necessidades complexas de comunicação (NCC).Método: Esse estudo é uma revisão narrativa da literatura centrada em publicações nos últimos dez anos na Revista de Educação Especial.Resultados: Os alunos com TEA e NCC costumam participar pouco das atividades acadêmicas, a interação com os colegas é escassa sendo muitas vezes direcionada exclusivamente ao profissional de apoio educacional e o aprendizado dos conteúdos pedagógicos limitado. É frequente o relato de professores referente à dificuldade de comunicar com os alunos com TEA e NCC ou seja, dificuldade em dialogar, compreender e se fazer entender. Dessa forma, é indiscutível o comprometimento dos processos de interação e aprendizagem.Conclusão: A formação de professores na perspectiva da Educação Inclusiva deve envolver o desenvolvimento não só de conhecimentos ligados à Educação Especial, mas também competências profissionais que venham a possibilitar o acolhimento do aluno com TEA e NCC não apenas para socializá-lo, mas para garantir educação acadêmica de qualidade. Faz- se necessário: a formação teórico- prática na graduação dos cursos de Pedagogia e Licenciaturas além das formações continuadas; a otimização das Salas de Recursos Multifuncional com o trabalho multidisciplinar; o acesso aos recursos de TA incluindo a CSA em sala de aula; bem como o uso de metodologias que promovam o levantamento das problemáticas e estratégias possíveis para garantir resultados efetivos, considerando as potencialidades e o contexto de vida e ensino- aprendizagem de cada aluno. Janaina Maria Maynard Marques Andrea Michaela Leal de Macedo Neves Gizelli Gambogi Rita de Cássia Duarte Leite Copyright (c) 2023-12-22 2023-12-22 1 1 1 88