Seminário Educação, Informação e Saúde: proteções contra à desinformação
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<p>ISBN <strong>978-65986358-1-7</strong></p>pt-BRSeminário Educação, Informação e Saúde: proteções contra à desinformaçãoDISSEMINAÇÃO CIENTÍFICA E ENGAJAMENTO PÚBLICO DA CIÊNCIA COMO ESTRATÉGIAS DE COMBATE À DESINFORMAÇÃO EM SAÚDE
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Este artigo parte do objetivo de verificar como as estratégias de disseminação científica e engajamento público da ciência desenvolvidas no Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) contribuem para o combate à desinformação em saúde. Para isso, utilizamos a metodologia do relato de experiência, discutindo um conjunto de ações realizadas nos últimos anos em articulação com diferentes públicos: jornalistas, comunidades, gestores e pesquisadores. Dentro dos resultados, temos como eixo norteador a comunicação científica, comprometida com a escuta, a participação social e a acessibilidade da informação. Victória Dailly Alves MineiroAdalton dos Anjos FonsecaRaíza Tourinho LimaJéssica Guanabara FernandesWalisson Angélico de Araújo
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2025-10-092025-10-09698712Estratégias e formatos de comunicação científica em saúde: experiências de observatórios em contexto de pandemia
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Este estudo investigou a atuação de observatórios de saúde durante a pandemia de COVID-19, sob a perspectiva da tradução do conhecimento (TC). A partir de uma revisão de escopo e análise comparativa de múltiplos casos internacionais e brasileiros, identifica-se que os observatórios funcionaram como redes sociotécnicas relevantes para a produção e disseminação de informações em saúde pública baseadas em evidências. Observa-se a adoção de estratégias inovadoras de comunicação científica, como o uso de redes sociais, visualizações interativas e linguagem acessível. Experiências como as da Fiocruz e do OAPS se destacam por abordagens colaborativas e educomunicativas. Apesar dos avanços, persistem desafios na democratização do acesso à informação científica, especialmente entre públicos não especializados. O estudo recomenda o fortalecimento de práticas participativas, multiformatos e digitalmente acessíveis, posicionando os observatórios como ferramentas estratégicas para enfrentar infodemias e qualificar políticas públicas em saúde. Marcele PaimMaria Paula Paranhos CaldasBruno Leonardo Calmon de Siqueira OlivattoArthur LopesLucas Iago Moura da Silva
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2025-10-092025-10-093845EMOÇÃO NA REPRESENTAÇÃO DA (DES)INFORMAÇÃO DA VACINA DA DENGUE
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Investigou-se a representação colaborativa da informação em redes sociais digitais, com foco nas estratégias discursivas e afetivas que moldam a circulação de conteúdos sobre vacinação. Adotou-se como objeto empírico postagens publicadas na plataforma X entre dezembro de 2023 e julho de 2024, relacionadas às hashtags #vacinadadengue, #qdenga e #presidengue. A pesquisa tem como objetivo discutir o papel das emoções na representação da informação enquanto prática informacional em saúde, especialmente em contextos de desordem informacional. Do ponto de vista metodológico, trata-se de uma pesquisa qualiquantitativa e exploratória, que integra análise documental em contextos digitais, análise de redes sociais, análise de discurso (de orientação foucaultiana) e análise de sentimentos. O tratamento dos dados foi realizado por meio de um script em Python, desenvolvido na plataforma Google Colab, que permitiu a extração, processamento, visualização e análise dos dados. Foram analisadas 528 postagens e 155 hashtags nelas contidas, considerando aspectos como recorrência, articulação entre atores sociais, centralidade discursiva e carga emocional. Os resultados apontam que a representação da informação nas redes sociais digitais não se restringe a reproduzir conteúdos factuais, mas envolve disputas de sentido, ativação de afetos e a mobilização de discursos de autoridade. A análise demonstrou que hashtags podem funcionar como marcadores de posicionamento ideológico e emocional, influenciando a forma como a informação é percebida, compartilhada e interpretada pelo público. Conclui-se pela necessidade de práticas de educação em informação em saúde que considerem a dimensão afetiva como um elemento problemático, capaz de gerar identificação emocional independentemente da veracidade do conteúdo. Essa constatação impõe desafios significativos ao enfrentamento da desinformação, na medida em que evidencia que o engajamento com a informação não se dá apenas por sua qualidade factual ou precisão, mas sobretudo por sua capacidade de mobilizar afetos, medos, crenças e pertencimentos. MARIANNA ZATTARJuliana de Assis
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2025-10-092025-10-095570QUALIDADE E PRECISÃO CIENTÍFICA DE VÍDEOS SOBRE DIETAS DE EMAGRECIMENTO NO YOUTUBE
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Com a popularização da divulgação de informações sobre saúde e nutrição em redes sociais surge a necessidade de avaliar a qualidade desses conteúdos. Assim, esse estudo foca na qualidade do conteúdo dos vídeos no YouTube sobre dietas de emagrecimento, destacando as diferenças entre as abordagens adotadas por nutricionistas, outros profissionais de saúde e leigos. Utilizando o instrumento DISCERN para avaliar a qualidade das informações, o estudo encontrou que, em geral, ela foi classificada como moderada e que os vídeos de nutricionistas apresentam informações mais confiáveis e de maior qualidade. Everton da Silva de JesusVitoria Pereira e CamaraEmanuelle Andrade Dantas PereiraVirgínia Campos Machado
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2025-10-092025-10-09882890INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL GENERATIVA E STUDIO GHIBLI: O QUE A TREND ENSINA SOBRE DESINFORMAÇÃO?
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A tecnologia passa por um processo constante de aprimoramento e a Inteligência Artificial tem sido um ponto importante a ser considerado no debate sobre a informação e a desinformação no contexto das dinâmicas sociais. Assim, o objetivo geral deste trabalho é investigar sobre o caso da “trend Ghibli” como exemplo da desinformação gerada pelo uso da Inteligência Artificial Generativa. Trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva que se utiliza do método de estudo de caso e da pesquisa documental. A abordagem é qualitativa e as técnicas são a análise de conteúdo simples e a observação não participante. Como resultado, foi possível que inferências fossem feitas acerca do contexto informacional e desinformacional do uso de Inteligência Artificial. Tais inferências apontam para a necessidade urgente da conscientização e educação dos usuários e para a regulamentação de tais ferramentas. Michelle Pacheco GómezAlzira Queiroz Gondim Tude de Sá
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2025-10-092025-10-09500508MicroUFMG na escola: Popularização da microbiologia como estratégia para o letramento cientifico e combate a desinformação em Saúde
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O presente trabalho apresenta a experiência do subprojeto “MicroUFMG na Escola”, integrante do projeto de extensão @MicroUFMG da Universidade Federal de Minas Gerais. A iniciativa tem por objetivo aproximar a microbiologia do ambiente escolar por meio de intervenções práticas e interativas voltadas para estudantes do ensino básico, educação de jovens e adultos e cursinhos populares. As ações ocorreram em escolas de Belo Horizonte e incluíram atividades como observação de microrganismos ao microscópio, exibição de vídeos, jogos educativos e uso de modelos tridimensionais, promovendo a compreensão da microbiologia de forma lúdica e contextualizada. A metodologia adotada baseou-se na divisão em bancadas temáticas, adequadas às faixas etárias dos estudantes, com materiais autorais e recursos institucionais. Os resultados indicam maior interesse dos estudantes pela ciência, participação ativa nas atividades e valorização do conhecimento científico. O projeto demonstrou ainda um importante papel no enfrentamento à desinformação, ao proporcionar acesso a informações confiáveis sobre saúde e ciências biológicas. Conclui-se que ações de extensão como esta são fundamentais para o fortalecimento do ensino de ciências, para a promoção da alfabetização científica e para a democratização do conhecimento científico. Lucas GonçalvesViviane de Souza AlvesRaul Christian Vaz Souza SantosRaul Christian Vaz Souza SantosAna Clara Bambirra Batista
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2025-10-092025-10-09755766REDE DE INFORMAÇÕES E COMUNICAÇÃO: LOCAL INTERATIVO PARA PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO, INTERVENÇÕES E MOVIMENTO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS
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No início da pandemia a Rede de Informações e Comunicação sobre a exposição de trabalhadores e trabalhadoras ao SARS-CoV-2 no Brasil (Rede Trabalhadores amp; Covid-19) foi formada a partir de demandas dos sindicatos do ramo do petróleo, atividade que foi considerada essencial, e não pôde parar, o que gerou surtos epidêmicos nessa categoria. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Desde então, a Rede constituiu-se em espaço interativo de orientações e esclarecimentos sobre condutas sanitárias e responsabilidades das empresas quanto as melhores práticas de saúde, participação dos trabalhadores na elaboração de planos e protocolos, bem como na divulgação de estudos e informes da Rede e demais instituições de ensino e pesquisa de destaque científico. RESULTADOS: A produção de informação em saúde, de qualidade técnica, confiável e acessível se tornou o pilar de atuação da Rede, buscando sempre munir os trabalhadores e sindicatos de dados científicos que possam combater a desinformação e exploração do trabalho. RITA DE CASSIA OLIVEIRA DA COSTA MATTOSThamiris Luiza Machado de CarvalhoLiliane Reis TeixeiraAna Paula Sousa MacedoLeandro Vargas Barreto de Carvalho
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2025-10-092025-10-09818830O “milagre” do Ozempic® e o algoritmo da magreza: desinformação e performatividade no Tik Tok
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A popularização do Ozempic® no TikTok evidencia como discursos sobre emagrecimento e saúde são atravessados por dinâmicas de desinformação e controle dos corpos nas plataformas digitais. Este trabalho tem como proposta, analisar a circulação de conteúdos sobre o uso do medicamento na plataforma, discutindo como tais narrativas se articulam ao culto à magreza e à lógica biopolítica contemporânea. A metodologia adotada foi qualitativa, com análise de conteúdo de vídeos populares sobre o Ozempic® publicados entre março de 2024 e junho de 2025. Os resultados apontam para uma narrativa predominantemente sensacionalista e simplificadora, que ignora os riscos à saúde e transforma o medicamento em símbolo para um corpo idealizado. Conclui-se que o fenômeno analisado revela uma biopolítica algorítmica que regula afetos, saberes e condutas corporais, promovendo a magreza como ideal hegemônico. A pesquisa reforça a necessidade de ações educomunicativas e regulação das plataformas digitais. Laise Manielle Ribeiro MartinsIsraiane Moreira de BritoFábio Ronaldo da Silva
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2025-10-092025-10-09291300Vozes que Resistem: Comunicação Comunitária e Desastre do Petróleo
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O direito à comunicação está inserido no campo permeado por disputas, onde vozes institucionalizadas são privilegiadas em detrimento de outras. Observa-se este cenário durante o desastre-crime do petróleo de 2019, que além dos impactos socioambientais, as comunidades pesqueiras enfrentaram o silenciamento midiático. Diante disso, essa pesquisa teve como objetivo mapear as estratégias de comunicação comunitária desenvolvidas por pescadores e lideranças em Pernambuco durante esse contexto. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e de caráter exploratório, realizada entre novembro de 2024 e janeiro de 2025. Os resultados indicam que, diante do silenciamento, as comunidades desenvolveram suas próprias formas de comunicação, fortalecendo a participação coletiva na busca pelo enfrentamento dos problemas enfrentados. Esse trabalho contribui para a reflexão da necessidade de outros modelos comunicacionais, que permitam a participação das comunidades na construção e compartilhamento das informações, sendo ela, um elemento essencial para o exercício da cidadania. Thaynã KarenMariana Olívia Santana dos SantosIdê Gomes Dantas GurgelJosé Erivaldo GonçalvesNathalie Alves Agripino
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2025-10-092025-10-09157166ESTRATÉGIAS PARA O COMBATE À DESINFORMAÇÃO SOBRE A DOENÇA DE CHAGAS EM NOVO HORIZONTE E TREMEDAL NA PERSPECTIVA DO PROJETO OXENTE CHAGAS BAHIA
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O projeto Oxente Chagas Bahia atua em Novo Horizonte e Tremedal (BA) com enfoque no enfrentamento à desinformação sobre a doença de Chagas, reconhecendo a influência negativa de notícias falsas sobre a prevenção e o diagnóstico da doença, bem como na adesão ao tratamento. Utilizando estratégias como vídeos informativos com o coordenador do projeto e a criação de cards para redes sociais com linguagem simples, o projeto promove a circulação de informações confiáveis e fortalece a credibilidade junto à comunidade. A interação direta durante as ações de campo e o diálogo acessível estimulam a participação local e a adesão às testagens. Combinando métodos presenciais e digitais, o projeto contribui efetivamente para a construção de um ambiente informativo sólido e para o empoderamento comunitário na tomada de decisões em saúde. O projeto busca validar teste rápido para incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS) e para isso, aposta em uma abordagem inovadora para a detecção precoce da doença de Chagas na Atenção Primária, com o objetivo de reduzir o impacto da doença na vida das pessoas e de suas famílias. A validação em campo do teste rápido TR Chagas Bio-Manguinhos, já registrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é um passo essencial para sua inclusão no SUS. Caique da Silva de JesusEmily Ferreira dos SantosJoão Victor França MoreiraCrislaine Gomes da SilvaRaissa Vieira do AmaralFred Luciano Neves Santos
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2025-10-092025-10-09223231CAPACITISMO E SUPERDOTAÇÃO: Entre a Invisibilidade e a Desinformação na Sociedade
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A presente pesquisa aborda o capacitismo e a desinformação no contexto das altas habilidades/superdotação, problematizando como esses fenômenos impactam a inclusão social, educacional e a saúde mental desse grupo. O objetivo principal é analisar as interfaces entre capacitismo, desinformação e superdotação, identificando mecanismos de exclusão e propondo estratégias para uma abordagem mais inclusiva e baseada em evidências. O estudo adota uma abordagem qualitativa, fundamentada em revisão bibliográfica sistemática de artigos acadêmicos indexados em bases como SciELO e PubMed, além da análise de documentos legais e políticas públicas recentes. Os resultados evidenciam que o capacitismo, tradicionalmente associado à deficiência, também afeta pessoas superdotadas ao invisibilizar suas necessidades específicas e reforçar estigmas sociais. A desinformação agrava esse cenário ao dificultar a identificação precoce, o encaminhamento adequado e o acesso a serviços especializados, resultando em diagnósticos equivocados e impactos negativos à saúde mental. O estudo destaca ainda a importância de estratégias interdisciplinares, como o Desenho Universal para Aprendizagem e a promoção do letramento midiático, para refletir a respeito de práticas capacitistas e promover ambientes educacionais mais equitativos. Considera-se, por fim, que a superação desses desafios requer políticas públicas integradas, formação continuada de profissionais e comunicação científica qualificada, visando garantir o pleno desenvolvimento e a inclusão social de pessoas com altas habilidades/superdotação. Viviane Giusti BalestrinAna Valéria Machado MendonçaAline MeloLuís Maciel CostaIsabel Christina Raulino Miranda
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2025-10-092025-10-099891006Acesso aberto ao conhecimento: O impacto de cursos online de Covid-19
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Este artigo tem como objetivo analisar a importância de cursos online de Covid-19 ofertados em formato MOOC durante a pandemia, destacando sua relevância na formação de profissionais de saúde, na disseminação de informações científicas confiáveis e combatendo fake news. Através do Campus Virtual Fiocruz, foram oferecidos cursos sobre o manejo da infecção de Covid-19 e sobre protocolos de vacinação, que tiveram um alcance significativo, com milhares de alunos inscritos, demonstrando a eficácia das iniciativas para suprir a demanda por informação em saúde em um momento crítico. O estudo enfatiza que tais cursos não somente capacitaram os profissionais, mas sobretudo contribuíram para combater a desinformação, promovendo o acesso aberto ao conhecimento e a inclusão em um contexto de desigualdades. Com ele conclui-se a necessidade de priorizar a formação contínua dos trabalhadores da saúde, utilizando recursos educacionais como ferramentas essenciais ao enfrentamento de crises sanitárias futuras. Ana Cristina da Matta FurnielRosane Mendes da SilvaRenata David BernardesVinicius de OliveiraIsabela Schincariol Domingues
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2025-10-092025-10-09232245CONHECIMENTOS, ATITUDES E PERCEPÇÕES SOBRE DOENÇA DE CHAGAS EM COMUNIDADES RURAIS DA BAHIA: PROJETO OXENTE CHAGAS BAHIA
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Este estudo analisa os resultados preliminares do projeto Oxente Chagas Bahia, que investiga conhecimentos, atitudes e percepções sobre a doença de Chagas em comunidades rurais do semiárido baiano, especificamente nos municípios de Tremedal e Novo Horizonte. Dados foram coletados de 2.413 participantes entre outubro de 2024 e março de 2025, utilizando um questionário estruturado que abordou aspectos sociodemográficos, condições habitacionais, conhecimento sobre a doença e seu vetor, histórico de contato com triatomíneos e expectativas sobre serviços de saúde. Os resultados revelam um elevado reconhecimento do vetor (80,5%), contrastando com lacunas significativas no conhecimento sobre as formas de transmissão. Observou-se uma prevalência de moradias vulneráveis (70,2% relataram habitar ou ter habitado casas de taipa) e alta exposição ao vetor (50,6% encontraram o inseto em suas residências). A pesquisa evidencia a persistência de condições favoráveis à transmissão da doença, reforçando a necessidade de intervenções educativas contextualizadas e adaptadas às realidades locais. Fred Luciano Neves SantosLarissa Carvalho Medrado VasconcelosTycha Bianca Sabaini PavanDaniel Dias SampaioFelipe Silva Santos de JesusIsadora Cristina de Siqueira
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2025-10-092025-10-09108116JOVENS NA ERA DIGITAL: IMPACTOS NA SAÚDE E O PAPEL DA EDUCAÇÃO MIDIÁTICA
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A rápida disseminação da era digital, com suas oportunidades e riscos, estabeleceu um novo panorama de atenção com a saúde dos jovens. Estudos têm sido realizados para compreender a influência do mundo digital no bem-estar físico e mental dessa população. O objetivo deste artigo é discutir os problemas experimentados pelos jovens, além dos impactos negativos relacionados à saúde que percebem em si e em outros jovens. O estudo é de natureza básica, com abordagem qualitativa e com objetivo exploratório. Entre os resultados, problemas como ansiedade, exaustão e dificuldade de concentração são percebidos com frequência entre os próprios jovens, enquanto situações mais graves, como automutilação e pensamentos suicidas são mais, frequentemente, atribuídos a outros jovens pelos entrevistados, apontando possíveis mecanismos de defesa ou distanciamento emocional. Esforços conjuntos, sobretudo, via educação midiática, precisam ser priorizados para enfrentar os impactos negativos e promover experiências digitais mais saudáveis e seguras para os jovens. Daniela SilvaRene Faustino Gabriel JuniorAna Cristina Costa
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2025-10-092025-10-09915931CRIAÇÃO DE JOGO EDUCATIVO REVELANDO A COMPLEXIDADE DO DIREITO À SAÚDE
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Este artigo discute a construção do jogo “(Avaliação Cega)”, com foco no recorte do tema e na definição dos valores. A partir da concepção de que jogos são sistemas, processos interativos e carregam valores, descrevemos as etapas de levantamento, implementação e verificação da implementação dos valores. Em seguida, discutimos como um jogo educacional, mais do que proporcionar aprendizagem sobre um tema, o que já seria produtivo na perspectiva da informação para promoção do direito à saúde, pode funcionar como Analisador do próprio contexto que pretende representar ou onde pretende intervir. Finalmente, verificamos que o processo de criação de um jogo educativo sobre uma temática social, quando consciente dos valores promovidos, pode contribuir para a problematização do tema e do contexto institucional em que se insere, contribuindo em última instância para a politização do debate e para a promoção do direito à saúde. Cynthia Macedo DiasCamila Furlanetti BorgesFlávia Garcia de CarvalhoRodrigo Neves Amaral de SouzaAreta Peixoto Vellasques
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2025-10-092025-10-09130138DINÂMICA "VACINA CONTRA A DESINFORMAÇÃO": o ensino da imunologia no enfrentamento da desinformação em ciência
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A desinformação na ciência tem sido considerada grande desafio para implementar avanços na saúde pública. A promoção do pensamento crítico contra a desinformação nas comunidades estudantis poderia reduzir a sua propagação. Este estudo objetiva avaliar uma estratégia didática no ensino da imunologia aplicada associado à promoção de conhecimento científico sobre desinformação. Como se trata de um estudo quase-experimental com delineamento “antes e depois”, foi analisado o desempenho dos alunos em pré e pós-testes aplicados em dois semestres consecutivos do componente de Imunopatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia. A dinâmica foi realizada em quatro etapas envolvendo aplicação de pré-teste; apresentação de cinco vídeos desenvolvidos pela Inoculation Science – grupo de pesquisa em desinformação da Universidade de Cambrige - que abordam as principais estratégias de manipulação em discurso; discussão sobre conceitos de vacina, guiada por tópicos fundamentais em vacinologia e proposta de elaboração de uma vacina contra a desinformação; aplicação de pós-teste. Os resultados foram comparados com teste de Postos Sinalizados de Wilcoxon. Encontramos melhora significativa no percentual de acerto para avaliações de conhecimento sobre vacinologia (Vpre = 75 (63, 88), Vpost = 88 (75, 88), Vdiff = 13, p lt; 0.0001) e reconhecimento de desinformações (Mpre = 83 (75, 92), Mpost = 92 (83, 92), Mdiff = 9, p lt; 0.0001). Portanto, nosso estudo apresentou uma alternativa bem sucedida na capacitação de estudantes de medicina em conhecimentos em vacinologia associada à promoção de literacia em desinformação. Walter Lima de Barros NetoViviane Sampaio Boaventura de OliveiraThiago Cerqueira Silva
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2025-10-092025-10-09671685O PAPEL DO PROJETO DE EXTENSÃO NA DIMINUIÇÃO DA DESINFORMAÇÃO EM SAÚDE
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Resumo: A disseminação de informações ambíguas e imprecisas, especialmente em saúde, aumenta a sobrecarga informacional e a desconfiança em órgãos públicos, fenômeno agravado pela infodemia pós-covid 19. Este trabalho teve como objetivo demonstrar como a extensão universitária por meios de estratégias digitais pode ajudar a combater essas desinformações, com foco principal em interações medicamentosas. A metodologia envolveu a criação e gestão de um perfil no Instagram (@interamedd) com uma abordagem quali-quantitativa, analisando as métricas da plataforma. Os resultados mostraram um alcance significativo e engajamento crescente, indicando a eficácia da rede social. Portanto, conclui-se que a extensão universitária, ao se apropriar de mídias sociais, exerce um papel crucial na promoção da saúde e na capacitação da população em lidar com o cenário digital. Ive Caroline Rocha Moreira MendonçaEster Gomes ReisGabriele Batista dos Santos FreitasManoelito Coelho dos Santos JuniorDanielle Figuerêdo da SilvaHugo Neves Brandão
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2025-10-092025-10-09551563MAPEAMENTO DA PESQUISA BRASILEIRA SOBRE DESINFORMAÇÃO E FENÔMENOS CORRELATOS
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/12973
São apresentados neste texto os resultados parciais de uma pesquisa com a produção científica brasileira sobre desinformação e fenômenos correlatos. Foram coletados e estão sendo sistematizados 340 artigos sobre desinformação, discursos de ódio, negacionismo, pós-verdade, infodemia e teorias da conspiração encontrados no Portal de Periódicos Capes. Foram considerados os seguintes elementos: a) tipo ou formato das mensagens com desinformação analisadas; b) plataforma, rede ou canal em que as mensagens foram publicadas ou veiculadas; c) sujeitos produtores dos conteúdos desinformativos; d) público ou sujeitos atacados nas mensagens analisadas; e) posturas e atitudes dos sujeitos face aos conteúdos identificados; f) ações de combate à desinformação analisadas; g) assunto ou tema da desinformação analisada. Os resultados até o mmento corroboram diagnósticos apontados na literatura especializada sobre cada um dos fenômenos analisados. Carlos Alberto AraújoLetícia Gomes de OliveiraMikaellen Fabiane da Silveira
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2025-10-092025-10-0919EDUCAÇÃO EM INFORMAÇÃO NO COMBATE À DESINFORMAÇÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COM A INICIAÇÃO CIENTÍFICA NO ENSINO MÉDIO
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/12989
Apresenta o projeto de extensão universitária intitulado “Educação em informação no combate à desinformação”, que acontece desde 2015 de modo que a cada ano é construído junto a uma comunidade distinta. No período entre agosto de 2023 a abril de 2025 foi desenvolvido com o objetivo promover a competência em informação e, por conseguinte, estimular a crítica e ética nas práticas informacionais realizadas por adolescentes e jovens de colégios da cidade do Rio de Janeiro vinculados ao programa de iniciação científica (Provoc) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Assim, este trabalho apresenta um relato de experiência com o detalhamento das atividades desenvolvidas junto à comunidade e as instituições parceiras que compõem o grupo de trabalho. Apresenta como resultado principal a constatação de que práticas de competência em informação são construções coletivas que impactam ao exercício da cidadania de todas as pessoas envolvidas de modo que seja possível percepção da realidade compartilhada e da ideia de corresponsabilidade. Conclui que a elaboração de projetos de competência em informação com foco no enfrentamento à desinformação permite interações interdisciplinares e transdisciplinares sobre os temas complexos. MARIANNA ZATTAR BARRA RIBEIRONysia Oliveira de SáLaura de Azeredo SantosRute da Silva CavalcantiRaphaella TeodoroBruna Castro
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2025-10-092025-10-09363375GLÚTEN X AUTISMO: REAÇÕES DOS USUÁRIOS EM VÍDEOS DO YOUTUBE.
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Retirar o glúten da dieta de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista é uma medida que não foi comprovada como benéfica até então. Mesmo assim, é possível localizar no YouTube vídeos que defendem a exclusão deste componente alimentar. Objetiva-se neste trabalho compreender a construção da desinformação em vídeos do YouTube a partir das reações das famílias que convivem com o autismo às informações sobre a necessidade de retirada do glúten. A pesquisa é do tipo descritiva observacional, com abordagem quali-quantitativa. A partir dos termos de busca “autismo e glúten”, autismo e glúten, “glúten e autismo”, e glúten e autismo no YouTube, foram analisados os resultados obtidos. Mais de 64% dos vídeos fornecem a informação de que o glúten não deve ser consumido por pessoas autistas. Conclui-se que a desinformação é um desafio e proteger pessoas vulneráveis às suas consequências perpassa por ações que desenvolvam a competência crítica em informação. Flávia Moraes Moreira BarrosClaudio Paixão Anastácio de Paula
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2025-10-092025-10-09393407FORMAÇÃO EM PENSAMENTO CRÍTICO EM SAÚDE: ESTUDO NO BRASIL
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O pensamento crítico (PC) é essencial na educação atual, promovendo escolhas informadas e a autonomia, especialmente na área da saúde, onde auxilia na identificação de informações confiáveis frente à desinformação. Tecnologias como podcasts podem auxiliar nesse processo, integrando saúde e educação. Este estudo analisou a formação em pensamento crítico em saúde entre profissionais de saúde e educação mediada por Tecnologia Digital de Informação e Comunicação, em Vitória da Conquista-BA. Utilizou métodos mistos: questionários para dados quantitativos e entrevistas semi-estruturadas para qualitativos. Os participantes avaliaram positivamente o processo formativo, destacando compreensibilidade, conveniência, adequabilidade e utilidade, além de maior desenvolvimento crítico e o estímulo à aprendizagem contínua. Limitações incluíram crenças persistentes, esforço para aprender e lacunas na formação, sobretudo entre educadores. Recomenda-se maior investimento em infraestrutura, educação continuada e integração intersetorial, promovendo sociedades mais justas, resilientes e saudáveis. Daniela Arruda SoaresThalita Costa LacerdaJoana Bisol BalardinMárcio Galvão OliveiraArieli Carvalho Peixoto Cunha
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2025-10-092025-10-09616622 O PAPEL DA OUVIDORIA DO SUS NO ENFRENTAMENTO À DESINFORMAÇÃO EM SAÚDE: REFLEXÕES A PARTIR DE UM CASO CONCRETO
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A disseminação de informações falsas sobre saúde se tornou um problema para as iniciativas governamentais, sobretudo quando opiniões individuais ganham mais peso que os dados científicos. Este estudo tem como objetivo examinar a importância das ouvidorias públicas no combate a desinformação em saúde, utilizando a análise de uma situação real que envolveu a divulgação de ideias contrárias à vacinação por um profissional de uma unidade básica de saúde. A metodologia utilizada foi o relato de experiência, com uma perspectiva qualitativa. Os resultados mostram que a ouvidoria funcionou como um elo entre o cidadão e a administração, permitindo que a manifestação fosse encaminhada à gestão local. Em resposta, a gestão comunicou que irá promover uma ação de educação continuada direcionada à equipe envolvida, aprimorando as práticas fundamentadas em evidências. A conclusão é que a ouvidoria é um instrumento importante e pode ser uma ferramenta aliada no combate à desinformação em saúde. Fernanda BerrAna Paula SchultzNeide Maristela DurcksNeiva Teresinha Kern Golfetto
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2025-10-092025-10-097182CARNAVAL E PANDEMIA: NARRATIVAS CONTRA A DESINFORMAÇÃO
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O presente artigo analisa de que forma o desfile da escola de samba Unidos do Viradouro, apresentado em 2022, abordou o tema da desinformação em saúde no contexto das pandemias da gripe espanhola e da Covid-19. O estudo parte do reconhecimento do carnaval como manifestação cultural que articula memória, crítica e produção de sentidos coletivos. O objetivo foi investigar como elementos visuais, musicais e narrativos do desfile mobilizam reflexões sobre a circulação de informações falsas em contextos de crise sanitária. A pesquisa adota abordagem qualitativa, com base em análise documental e análise crítica da narrativa, utilizando fontes audiovisuais, textuais e orais de domínio público, como o Livro Abre-Alas da LIESA, registros televisivos, sinopses e entrevistas. Os resultados indicam que o desfile atualiza alegorias históricas e recorre à sátira como linguagem crítica, retomando episódios da gripe espanhola para tensionar práticas de desinformação verificadas durante a pandemia recente. A análise revela a persistência de padrões desinformativos, como a promoção de curas milagrosas e a mobilização de símbolos de autoridade para validar discursos sem base científica. Conclui-se que as escolas de samba atuam como espaços de produção simbólica e comunicação em saúde, capazes de construir narrativas críticas e educativas. A articulação entre carnaval, saúde coletiva e comunicação aponta possibilidades para fortalecer o letramento midiático e enfrentar as desordens informacionais que ameaçam o direito à saúde. Raphael Santos SandeLuciméa Santos LimaMaria Ligia Rangel SantosMarcele Carneiro Paim
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2025-10-092025-10-09194208O preço da verdade: regimes algorítmicos e desinformação no neoliberalismo
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A desinformação tem se consolidado como um dos principais riscos globais contemporâneos, impulsionada pela infraestrutura tecnológica das plataformas digitais e seus algoritmos, que operam sob lógicas mercadológicas alinhadas ao neoliberalismo. Este trabalho objetiva discutir a desinformação e os regimes de informação algorítmicos no contexto do neoliberalismo, observando as possíveis interlocuções dos fenômenos da plataformização e da desinformação na área da Ciência da Informação e no campo da Economia Política da Informação. Adota-se como abordagem teórico-metodológica o materialismo histórico-dialético, com procedimento bibliográfico e análise crítica interdisciplinar. Os resultados apontam que os algoritmos, ao organizarem e filtrarem fluxos informacionais conforme interesses das grandes corporações tecnológicas, instauram regimes de informação particulares que modulam comportamentos, restringem a diversidade informacional e fomentam bolhas de discurso. Tais regimes geram condições propícias para a circulação de desinformação, que não apenas amplia lucros das plataformas, mas também compromete os processos democráticos. Conclui-se que o cenário atual evidencia um projeto de reestruturação capitalista baseado na exploração da atenção, na mercantilização da informação e na erosão de direitos democráticos, exigindo, assim, a urgência de políticas regulatórias e de ações críticas que enfrentem os impactos dos sistemas algorítmicos sobre a sociedade. Darlaine Pereira Bomfim das MercêsRenan Pereira OliveiraRamon Davi SantanaBarbara Coelho Neves
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2025-10-092025-10-09301313NEWSLETTER DIGITAL SOBRE PLANTAS MEDICINAIS E INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
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O uso de plantas medicinais, apesar de tradicional, ainda é marcado por práticas baseadas no senso comum, podendo gerar riscos à saúde, especialmente quando associado a medicamentos. Este trabalho apresenta a FitoNews, uma newsletter digital desenvolvida por um projeto de extensão universitária voltado à educação em saúde. O objetivo é promover a divulgação científica acessível sobre o uso seguro de plantas medicinais e potenciais interações medicamentosas. A metodologia incluiu a seleção temática com base nas demandas do público, redação em linguagem clara, uso de fontes científicas confiáveis e estruturação de seções como “Mitos e Verdades”, com distribuição digital mensal. Os resultados observados até o momento mostram aumento gradual no engajamento da comunidade e utilização efetiva da newsletter como suporte educativo. Conclui-se que ferramentas de comunicação científica como a FitoNews contribuem significativamente para o enfrentamento da desinformação e a promoção do uso racional de fitoterápicos. Ester Gomes ReisJoão Marcos Bastos AraújoHugo Neves BrandãoIve Caroline Rocha Moreira MendonçaManoelito Coelho dos Santos JúniorDanielle Figuerêdo da Silva
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2025-10-092025-10-09471478COMUNICAÇÃO E ACESSIBILIDADE: PARA UMA FORMAÇÃO CIDADÃ E CONTRA A DESINFORMAÇÃO
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O objetivo deste resumo é contribuir com reflexões sobre a importância da acessibilidade comunicativa para uma formação de comunicadores pautada nos direitos humanos, na cidadania e contra a desinformação. O estudo tem como foco a acessibilidade de pessoas surdas ao direito à comunicação. A partir de uma revisão de literatura sobre acessibilidade, direito à comunicação e mediatização, foi possível observar que diante da crescente produção e circulação de desinformação, a ausência de acessibilidade e de representatividade contribuem com o aumento das desigualdades no acesso a diferentes bens como o da informação, educação, saúde, trabalho, lazer, cultura. Se são as tecnologias que constituem os processos de mediatização, quem está à margem do acesso às tecnologias, se encontra cada vez mais excluído da sociedade e de seus direitos. É fundamental que os profissionais da comunicação modifiquem suas práticas discursivas, a fim de promover uma maior democratização da comunicação. Juliana Linhares Brant ReisGiovandro Marcus Ferreira
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2025-10-092025-10-09509522A OUVIDORIA PÚBLICA COMO ESTRATÉGIA DE COMBATE À DESINFORMAÇÃO EM SAÚDE
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A Ouvidoria do Sistema Único de Saúde constitui um canal estratégico para o acesso a informações confiáveis, desempenhando um papel fundamental no enfrentamento da desinformação em saúde. Este estudo tem como objetivo analisar a atuação da Ouvidoria da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul na disseminação de informações, com base nos Relatórios Anuais de Gestão de 2021 a 2024. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e descritiva, fundamentada na análise documental e de conteúdo. Os dados indicam que entre 31,8% e 50,4% dos atendimentos resultaram na prestação de informações gerais à população. Os resultados reforçam a importância da ouvidoria como instrumento de mediação entre o cidadão e a gestão pública, promovendo a transparência e garantindo o direito ao acesso à informação em saúde. Luiza Maria PlentzLeila Beatriz SchmittAlessandra Oliveira dos Santos
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2025-10-092025-10-09167178ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE E COMUNICAÇÃO PARA O ENFRENTAMENTO DA DESINFORMAÇÃO SOBRE A GIARDÍASE EM COMUNIDADE RURAL DA BAHIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EXTENSIONISTA
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SEMINÁRIO: EDUCAÇÃO, INFORMAÇÃO, COMUNICAÇÃO E SAÚDE: PROTEÇÕES CONTRA A DESINFORMAÇÃOEIXO TEMÁTICO: GT1 ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE E COMUNICAÇÃO PARA O ENFRENTAMENTO DA DESINFORMAÇÃO SOBRE A GIARDÍASE EM COMUNIDADE RURAL DA BAHIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EXTENSIONISTAHEALTH EDUCATION AND COMMUNICATION STRATEGY TO ADDRESS MISINFORMATION ABOUT GIARDIASIS IN A RURAL COMMUNITY IN BAHIA: AN EXTENSION EXPERIENCE REPORTResumo: Este relato de experiência descreve uma estratégia de educação em saúde para combater a desinformação sobre giardíase em uma comunidade rural na Bahia, visando transformar conhecimento científico em práticas de cuidado à saúde. O objetivo foi relatar as experiências de estudantes de Farmácia em uma ação extensionista, detalhando as estratégias de comunicação e educação utilizadas para transmitir informações corretas sobre a giardíase e promover práticas preventivas. As atividades incluíram diagnóstico situacional com coleta de amostras de fezes e inquérito socioeconômico, devolutiva dos resultados, planejamento e aplicação de ferramentas educativas como palestra dialogada, folhetos, vídeo animado, jogo educativo e oficina de manutenção de filtros de barro. Os resultados revelaram uma prevalência de parasitos intestinais e deficiências no saneamento básico. As atividades propostas levaram ao engajamento significativo da comunidade com as ferramentas educativas e desmistificação de conceitos errôneos. Conclui-se que as atividades de extensão universitária, quando bem planejadas e executadas, são instrumentos poderosos para capacitar os cidadãos a tomar decisões informadas sobre sua saúde e combater a desinformação. Palavras-chave: Educação em Saúde; Extensão Universitária; Giardíase. Abstract: This experience report outlines a health education strategy implemented to address misinformation regarding giardiasis within a rural community in Bahia. The initiative aimed to translate scientific knowledge into health care practices. The objective was to recount the experiences of pharmacy students during an extension activity, detailing the communication and education strategies employed to convey accurate information about giardiasis and promote preventive measures. Activities included a situational diagnosis involving sample collection and a socioeconomic survey, feedback of results, planning, and the application of educational tools such as presentations, leaflets, an animated video, an educational game, and a workshop on maintaining ceramic water filters. The findings indicated a prevalence of intestinal parasites and inadequacies in basic sanitation, which led to significant community engagement with the educational tools and the dispelling of misconceptions. In conclusion, well-planned and executed university extension activities are powerful instruments for empowering citizens to make informed health decisions and combat misinformation. Keywords: Health Education; University Extension; Giardiasis. 1 INTRODUÇÃOA educação em saúde é compreendida como uma ação que visa transformar conhecimento científico em práticas reais para a promoção de cuidados à saúde, considerando a realidade social por meio de práticas educativas que proporcionam o diálogo entre profissional e comunidade (Cruz et al. 2024). Trata-se de uma ação pautada no diálogo rico em interações, vivências e estudos, onde professores, estudantes e profissionais de saúde protagonizam a disseminação de informações e ações práticas para o público-alvo (Cruz et al. 2024). Para que tal movimento alcance a eficiência desejada, é crucial que os envolvidos estejam aptos a ouvir os relatos de experiências da comunidade, a fim de direcionar adequadamente as práticas de cuidados à saúde.Nesse contexto, a curricularização da extensão universitária surge como um componente indispensável no âmbito do ensino, estabelecendo uma conexão vital entre a universidade e a sociedade. A instituição de ensino superior desempenha um papel crucial na realização de atividades e pesquisas que contribuam positivamente para a sociedade (Gadotti et al. 2017). A extensão, ao fortalecer essa relação, propicia um espaço dialógico democrático e de saber compartilhado, onde a comunidade contribui ativamente para o produto dos processos educacionais (Fernandes, 1960; Granjeiro, 2016).Estudos sobre doenças parasitárias, como a giardíase, são de grande importância social, visto que um alto percentual da população brasileira é acometida por esta parasitose que desencadeia diversos problemas de saúde (Camargo amp; Camargo, 2017). Frequentemente, a causa subjacente reside na falta de saneamento básico, no fornecimento de água sem tratamento adequado, em condições precárias de trabalho e, crucialmente, em um déficit de educação em saúde em diversas localidades (Camargo amp; Camargo, 2017). A giardíase, uma infecção intestinal com prevalência significativa (20–30% em países em desenvolvimento), configura-se como um grave problema de saúde pública, especialmente entre crianças e adolescentes (Cayres et al., 2023). Um estudo em Vitória da Conquista, Bahia, por exemplo, revelou que 33,8% dos participantes estavam infectados por Giardia duodenalis (Cayres et al., 2023).Em comunidades vulneráveis, a educação em saúde é fundamental, pois pode estimular hábitos de higiene adequados e conscientizar sobre a importância do tratamento correto da água, reduzindo a prevalência da doença e melhorando a qualidade de vida (Cayres et al., 2023). No entanto, a disseminação de informações falsas ou incompletas sobre saúde representa um desafio significativo, minando os esforços de prevenção e controle de doenças.O presente relato de experiência descreve uma estratégia de educação em saúde implementada em uma comunidade rural da Bahia, com o objetivo de prevenir e controlar infecções por Giardia duodenalis, destacando como tais ações extensionistas podem combater a desinformação e capacitar a comunidade com conhecimento científico validado e adaptado à sua realidade. Esta iniciativa se alinha ao GT 1 – Educação e Desenvolvimento de Competências em informação para o enfrentamento à desinformação na Ciência e na Saúde, ao demonstrar uma abordagem prática de como a universidade pode atuar na linha de frente da promoção da literacia em saúde e no combate a narrativas equivocadas que comprometem o bem-estar populacional.O objetivo deste trabalho é, portanto, relatar as experiências vivenciadas por estudantes de graduação em Farmácia em uma ação extensionista, detalhando as estratégias de comunicação e educação utilizadas para transmitir informações corretas sobre a giardíase, desmistificar crenças populares e promover práticas preventivas baseadas em evidências científicas. A metodologia utilizada foi o relato de experiência e, como principais resultados, destacam-se o engajamento da comunidade, o fortalecimento do vínculo entre universidade e sociedade, e a efetiva disseminação de informações científicas contextualizadas. Assim, apresentam-se breves considerações sobre a relevância da extensão universitária como ferramenta de enfrentamento à desinformação em saúde.2 DESENVOLVIMENTO A experiência relatada fundamenta-se na concepção freiriana de educação em saúde como um processo dialógico e emancipador, que valoriza os saberes locais e promove a construção coletiva do conhecimento (Freire, 2015). Essa abordagem contrasta com modelos verticais e informativos, buscando estimular a criticidade e a autonomia da comunidade na adoção de práticas saudáveis.Nesse contexto, a extensão universitária se configura como elo entre a universidade e a sociedade, promovendo intervenções educativas contextualizadas e transformadoras (Divino et al., 2013). A ausência de saneamento básico e a circulação de informações incorretas sobre higiene e tratamento de água agravam o risco de doenças como a giardíase (Peixoto et al., 2021). Portanto, estratégias como oficinas, jogos, vídeos e materiais educativos tornam-se fundamentais para promover a saúde, combater mitos e favorecer a aprendizagem significativa (Cardoso; Batista, 2021; Garcia; Eiró-Gomes, 2022; Benevides, 2024).As atividades foram desenvolvidas pelo componente curricular Parasitologia Humana (BIO 374/179), do Departamento de Ciências Biológicas (DCBIO) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), em colaboração a equipe do programa de extensão intitulado “Estudos Parasitológicos na Microrregião de Feira de Santana” (PEPMFSA), resolução Consepe 07/1999 e discentes dos cursos de Ciências Biológicas e Farmácia. O local da intervenção foi a Escola Municipal Professora Neuza Maria Pires da Silva, na Fazenda Várzea da Casa, município de Santo Estevão - BA. Este relato de experiência descreve as atividades de estudantes de Farmácia, no primeiro semestre de 2024, orientadas por docentes e membros do PEPMFSA. Nesse sentido, o trabalho iniciou-se com visitas quinzenais à comunidade, aplicação de inquérito socioeconômico-sanitário e distribuição de frascos para coleta de fezes, com consentimento livre e esclarecido. As amostras foram analisadas no LAC-UEFS e os resultados subsidiaram o planejamento da intervenção educativa. As atividades do programa de extensão estão autorizadas pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos (CEP) da UEFS, CAAE 58923722.8.0000.0053.A intervenção foi orientada pelos dados epidemiológicos e pelo contexto sanitário local, priorizando a prevenção da giardíase. Foram utilizadas metodologias ativas, com perguntas norteadoras sobre giardíase para estimular o diálogo, uma apresentação dialogada com banner ilustrativo, seguida pela distribuição de folhetos com orientações práticas, exibição de vídeo animado com linguagem lúdica, a aplicação de um jogo educativo “Sete Erros” para fixação dos conteúdos e encerramento com uma oficina prática sobre o uso e a manutenção de filtros de barro (Figura 1). Em suma, todas as ferramentas buscaram articular o conteúdo científico com a realidade da comunidade, promovendo a troca de saberes e a valorização da experiência local.Figura 1. Imagens ilustrativas das atividades realizadas pelos discentes de Parasitologia Humana (BIO 374/179) do DCBIO da UEFS do semestre 2024.1 e PEPMFSA-UEFS na Escola Municipal Professora Neuza Maria Pires da Silva, na Fazenda Várzea da Casa, município de Santo Estevão - BA 2024. A: Apresentação do Programa; B: Início da dinâmica da Equipe Giardíase com a apresentação das perguntas norteadoras; C: Apresentação da parasitose com o banner sobre a protozoose; D: Vídeo animação da história de Maria e jogo de identificação dos erros; E: Folhetos informativos com medidas de prevenção e controle de doenças parasitárias de veiculação hídrica como a giardíase; F: Oficina de manutenção do filtro de barro; G: Finalização do evento o local de estudo (Santo Estevão, Bahia, 2024).Fonte: Os autores.Ao traçar o perfil epidemiológico e socioambiental daquela população, constatou-se que das 216 amostras analisadas, 31,5% foram positivas para parasitos intestinais, sendo 25,0% para protozoários como a Giardia duodenalis. As informações do inquérito indicaram uso predominante de água de poço e ausência de esgotamento sanitário, reforçando a relação entre condições precárias de saneamento e a ocorrência da giardíase.Durante a intervenção, a comunidade demonstrou engajamento significativo. O vídeo e o jogo mostraram-se eficazes na transmissão de mensagens para públicos com diferentes níveis de escolaridade. Os folhetos foram valorizados como material de consulta doméstica, e a oficina sobre o filtro de barro possibilitou o esclarecimento de mitos locais com base em evidências técnicas, fortalecendo a autonomia dos participantes. Portanto, é válido ressaltar que a vivência extensionista permitiu aos estudantes de Farmácia envolvidos, o desenvolvimento de competências essenciais à prática profissional em saúde, como comunicação acessível, escuta ativa e adaptação do discurso técnico para diferentes públicos. 3 CONCLUSÕES/ CONSIDERAÇÕES FINAIS3.1 Objetivos alcançadosA ação extensionista realizada na comunidade rural de Santo Estêvão, Bahia, alcançou com êxito os objetivos propostos, pois, através da promoção de hábitos de higiene e prevenção de doenças parasitárias, com ênfase na giardíase, houve o combate à desinformação e a valorização da literacia em saúde, bem como a aplicação prática dos conhecimentos técnico-científicos por parte dos estudantes da disciplina de Parasitologia Humana, o que fortaleceu o vínculo entre universidade e comunidade.3.2 Dados e resultados relevantesA experiência evidenciou que a metodologia dialógica e participativa favoreceu a aprendizagem tanto dos discentes quanto da comunidade, que também demonstrou receptividade às práticas educativas e engajamento nas atividades propostas. A intervenção demonstrou que o uso de recursos lúdicos e interativos (vídeo animado, jogo educativo e oficina de manutenção de filtros de barro) facilitou a compreensão de conceitos científicos e de práticas preventivas. Nesse momento, houve desconstrução de mitos e esclarecimento de dúvidas relacionadas à transmissão da giardíase e ao uso seguro da água.3.3 Recomendações e perspectivas futurasRecomenda-se que futuras ações extensionistas continuem investindo em abordagens metodológicas ativas e culturalmente sensíveis e envolvam ativamente os moradores na construção e disseminação do conhecimento. É imperativo que essas ações sejam contínuas, possibilitando o monitoramento dos impactos e a consolidação das mudanças de comportamento e que os profissionais da saúde valorizem a comunicação em saúde como ferramenta estratégica para o enfrentamento da desinformação.Dessa forma, reafirma-se que iniciativas como essa não apenas transformam realidades locais, mas também preparam futuros profissionais da saúde com consciência social, senso crítico e responsabilidade cidadã, alinhando-se aos propósitos do Seminário Educação, Informação, Comunicação e Saúde. REFERÊNCIASBELLINGIERI, J. C. Água de beber: a filtração doméstica e a difusão do filtro de água em São Paulo. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, v. 12, n. 1, p. 161–191, dez. 2004. BENEVIDES, R. G. et al. Oficinas multitemáticas: estudantes como protagonistas na popularização da ciência em Feira de Santana – BA. Revista de Divulgação Científica Sena Aires, v. 13, n. esp., p. 263–273, 2024. CAMARGO, E. A. F. de; CAMARGO, J. T. F. de. Educação em saúde e parasitologia: uma experiência integradora. Revista de Estudos Aplicados em Educação, v. 2, n. 3, jan. 2017. CARDOSO, M. D. de O.; BATISTA, L. A. Educação infantil: o lúdico no processo de formação do indivíduo e suas especificidades. Revista Educação Pública, v. 21, n. 23, 22 jun. 2021. CAYRES, M. A. S. et al. Atualidades em medicina tropical na América do Sul: epidemiologia e educação em saúde. Vitória da Conquista: Instituto Multidisciplinar em Saúde, Universidade Federal da Bahia, 2023. Disponível em: http://dx.doi.org/10.35170/ss.ed.9786586283563.07. Acesso em: 1 ago. 2024. CRUZ, P. J. S. C. et al. Educação popular no SUS: desafios atuais no olhar do Observatório de Educação Popular em Saúde e Realidade Brasileira. Ciência amp; Saúde Coletiva, v. 29, p. e17132023, 17 jun. 2024. DIVINO, A. E. do A. et al. A extensão universitária quebrando barreiras. Caderno de Graduação - Ciências Humanas e Sociais - UNIT - Sergipe, v. 1, n. 2, p. 135–140, 25 fev. 2013. FERNANDES, F. A democratização do ensino. In: BARROS, R. S. M. de (org.). Diretrizes e bases da educação nacional. São Paulo: Pioneira, 1960. p. 162–164. FREIRE, P. Extensão ou Comunicação? 17 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2015. 127 p. GADOTTI, M. Extensão universitária: para quê? São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2017. Disponível em: https://www.paulofreire.org/images/pdfs/Extens%C3%A3o_Universit%C3%A1ria_-_Moacir_Gadotti_fevereiro_2017.pdf. Acesso em: 5 ago. 2024. GARCIA, A.; EIRÓ-GOMES, M. Qualidade dos folhetos informativos sobre saúde. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, v. 18, n. 45, p. 3499–3499, 7 maio 2023. GRANJEIRO, É. M. Trabalho interdisciplinar entre universidade e educação básica para divulgação da fisiologia: relato de experiência. Interagir: Pensando a Extensão, Rio de Janeiro, n. 21, p. 166–174, 2016. DOI: 10.12957/interag.2016.15871. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/interagir/article/view/15871. Acesso em: 8 ago. 2024.PEIXOTO, A. L. A. et al. Saneamento Básico: direito de todos? Uma breve análise. Revista Prática do Direito, Campos dos Goytacazes/RJ, ano XIX, n. 70, p. 14-22, set./dez. 2021. Amanda Carolina do Carmo JesusDavid Alves Maciel LimaSilvane Maria Braga SantosSimone Souza de Oliveira
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2025-10-092025-10-09980988USO DE PLANTAS MEDICINAIS NO CLIMATÉRIO E A DESINFORMAÇÃO ONLINE
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13019
Este trabalho aborda a circulação de informações sobre o uso de plantas medicinais e fitoterápicos no manejo dos sintomas do climatério, considerando os riscos associados à desinformação em saúde nas plataformas digitais. O objetivo deste artigo é analisar os conteúdos divulgados nas plataformas digitais, confrontando-os com as diretrizes oficiais e baseadas em evidências na saúde da mulher. A abordagem metodológica do projeto foi a etnografia digital no mapeamento dos conteúdos sobre indicação de tratamento para sintomas climatéricos e análise documental frente às recomendações oficiais do Ministério da Saúde. Os resultados apontam ampla circulação de informações não validadas, muitas vezes divulgadas por perfis institucionais e influenciadores, que indicam plantas e fitoterápicos para tratamento dos sintomas. Ampliar o acesso à informação confiável em diferentes ambientes, seja na mídia, nas redes sociais digitais, ou nos espaços comunitários, é essencial para fortalecer a capacidade da sociedade de discernir entre dados e informações falsas. Debora de Castro SoaresElaine Cristina Ferreira DiasAna Claudia Fernandes Amaral
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2025-10-092025-10-09792804DESINFORMAÇÃO E DEMOCRACIA DIGITAL: DESAFIOS E ESTRATÉGIAS PARA REGULAÇÃO DAS PLATAFORMAS DIGITAIS NO MERCOSUL
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/12978
A desinformação no ambiente digital é um desafio crescente à democracia e aos direitos fundamentais, especialmente no contexto da integração regional do Mercosul. Esta pesquisa analisa os mecanismos jurídicos e institucionais adotados pelos países do bloco para enfrentar conteúdos enganosos nas plataformas digitais, mapeando 42 iniciativas da sociedade civil e comparando modelos regulatórios no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A pesquisa, de abordagem documental e empírica, identifica avanços na promoção de direitos digitais e aponta a tendência à corregulação como caminho para integrar Estado, plataformas e sociedade civil. Conclui-se que, apesar dos ritmos distintos entre os países, há a necessidade de marcos regulatórios convergentes, coerentes e supranacionais para garantir a liberdade de expressão, a proteção de dados e a integridade informacional, fortalecendo a governança democrática no ambiente digital regional. Clara Cardoso Machado JaborandyCaroline Jacques Fraga da Silva
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2025-10-092025-10-09246260A importância do Programa Viva Mais Cidadania para pessoas idosas de comunidades de terreiros de candomblé
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O envelhecimento populacional brasileiro tem crescido de forma significativa, evidenciando a necessidade de políticas públicas que garantam os direitos da pessoa idosa levando em consideração as questões de raça, religião e cultura. Este estudo tem como objetivo avaliar a importância do Programa Viva Mais Cidadania para pessoas idosas de terreiros de Candomblé. Trata-se de um estudo bibliográfico, de abordagem qualitativa e caráter exploratório a partir da revisão de legislações, publicações acadêmicas e documentos institucionais que abordam a intergeracionalidade e as questões de envelhecimento, religiosidade de matriz africana e direitos humanos. O Programa Viva Mais Cidadania é destacado como uma iniciativa relevante ao promover a comunicação, a formação de questões relacionadas a cidadania, o letramento digital, resistência e inclusão social. Conclui-se que ações formativas com base na educação popular são fundamentais para ampliar o acesso às políticas públicas e consolidar os direitos humanos em comunidades tradicionalmente excluídas. Naiara Maia Alves MaiaRosa Cândida CordeiroClaúdia Feio da Maia
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2025-10-092025-10-094654EXTENSÃO E ENFRENTAMENTO À DESINFORMAÇÃO: ONDA DIGITAL NA UFBA
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As novas tecnologias e as mídias sociais tornaram-se ferramentas fundamentais de comunicação e interação, influenciando diretamente as formas de produção e circulação da informação, incluindo na esfera da saúde. O trabalho tem como objetivo relatar e refletir sobre duas experiências formativas desenvolvidas no âmbito da Ação Curricular em Comunidade e em Sociedade (ACCS) intitulada como MATC53 – Onda Solidária de Inclusão Digital – Tecnologia a Serviço da Cidadania, vinculadas a Universidade Federal da Bahia. Fundamenta-se em uma abordagem qualitativa, com delineamento descritivo e exploratório, tendo como base relatos reflexivos e registros produzidos durante as ações extensionistas vinculadas ao Programa Onda Digital no ano de 2023. O Onda Digital contribui para a construção de competências informacionais essenciais para enfrentamento da fake news, focando em aspectos de segurança com vista ao aperfeiçoamento dos conhecimentos de navegação web. Assim, ressaltando o papel estratégico da universidade pública na articulação entre educação, tecnologia e cidadania. Stefane Correia dos SantosThanila Cezar da Silva Pereira SantosDante Alves dos Reis BruggmannDébora Abdalla Santos
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2025-10-092025-10-09479490AS EMOÇÕES E AS CRENÇAS NO PROCESSO DE DISSEMINAÇÃO DE DESINFORMAÇÃO
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13026
O fenômeno da desinformação no século XXI vem sendo construído mediante um processo que envolve, dentre outros elementos, agentes humanos e ferramentas tecnológicas. A arquitetura da desinformação se utiliza de elementos como as emoções e as crenças para fazer circular conteúdos de teor manipulado ou falso em um curto espaço de tempo. Para compreender esse processo e suas nuances, esse trabalho elegeu como objetivo geral identificar publicações que abordam o tema das emoções e das crenças, relacionando-as ao processo de disseminação da desinformação. Metodologicamente a pesquisa é caracterizada como descritiva, composta por um levantamento realizado no ano de 2024 no Portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior e da reunião de livros eletrônicos e impressos, artigos científicos, informes e cadernos que fazem parte do acervo documental das autoras deste trabalho. A seleção e incorporação desses materiais está organizada no Quadro 1, composto por 10 publicações que geraram 14 citações. O estudo enunciou possíveis vinculações entre as emoções e crenças no processo de disseminação da desinformação, a partir das citações, ficando fortalecida a premissa de que a circulação de conteúdos manipulados ou falsificados se utiliza de elementos que perpassam as questões tecnológicas. Ao fim deste estudo, sugere-se que novas pesquisas sejam realizadas, seja de cunho quantitativo para recuperação de mais publicações sobre o tema; seja com o viés qualitativo voltada para coleta de dados com pessoas, ou por levantamento quantitativo que amplie os resultados acerca dos temas abordados nesta pesquisa. FRANCISCA DAS CHAGAS VIANAMaria Isabel de Jesus Sousa BarreiraDenizete Lima de MesquitaPatricia Reis Moreira SalesAdriana Rosa Kalil Lion
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2025-10-092025-10-0910211036 Dimensões da desinformação na pandemia do Covid-19: uma análise sociológica de embates e limites
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/12969
O presente ensaio é uma análise sociológica da desinformação na pandemia do Covdid-19, com o objetivo de identificar as diferentes dimensões em que está consubstanciada, bem como, os circuitos de persuasão. Sabemos que a desinformação pode vir de uma fonte digital artificial, mas também de uma fonte institucional oficial. E de que ambas as fontes podem ser alimentadas de diferentes maneiras, como por exemplo, via influencers, oportunismo político, e no caso em tela, inclui-se também o negacionismo científico deliberado. Assim, interessou-nos encontrar e expor algumas dessas situações no contexto da pandemia do Covid-19, buscando identificar características que vão do impacto político à linguagem utilizada. Trazendo à tona evidências de um modelo sistemático de desinformação e negacionismo científico. Mas, que por sua vez, encontrou limites frente à ação organizada da comunidade científica e dos movimentos sociais. André LemosLiana Paraguassu
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2025-10-092025-10-0999107Os memes no combate à desinformação: Jojo Todynho versus o Ministério da Saúde
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Em 10 de abril de 2025, a influenciadora Jojo Todynho, com mais de 30 milhões de seguidores na plataforma Instagram, usou a sua repercussão pública para disseminar desinformação sobre o Sistema Único de Saúde. Em resposta, o perfil oficial do Ministério da Saúde publicou uma série de memes na mesma rede social digital, em que rebatia afirmações da influenciadora. O ocorrido ilustra a necessidade de diferentes estratégias comunicacionais na contenção de informações falsas no ambiente digital e evidencia o potencial de um formato que ganha cada vez mais espaço nesse ambiente: os memes. Os objetivos deste trabalho são demonstrar as demandas por ações estratégicas advindas das instituições públicas de Saúde e Ciência contra a desinformação e refletir sobre os potenciais e limitações do meme nesse cenário. O embate midiático entre a influenciadora digital Jojo Todynho e o Ministério da Saúde no Instagram servem de escopo analítico para esta exposição. Alice GattoAna Beatriz Rocha CâmaraMarina Ramalho e Silva
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2025-10-092025-10-0910371051HIV/AIDS: Mitos e Verdades como Estratégia de Comunicação no Enfrentamento à Desinformação
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A infecção pelo HIV e o desenvolvimento da AIDS ainda representam desafios relevantes à saúde pública, devido ao estigma e à desinformação associados à doença. Este trabalho apresenta os resultados parciais de um projeto de extensão universitária cujo objetivo foi desenvolver estratégias educativas de enfrentamento à desinformação sobre HIV/AIDS. A metodologia incluiu levantamento teórico, produção de materiais digitais e realização de ações educativas presenciais com a comunidade universitária. Os resultados demonstraram que os materiais produzidos em linguagem acessível, como podcasts, vídeos e cartilhas, facilitaram o diálogo com diferentes públicos, promovendo o esclarecimento de dúvidas e a desconstrução de preconceitos. Conclui-se que a comunicação em saúde, aliada à educação popular, é uma ferramenta potente para ampliar o acesso à informação de qualidade, fortalecer o SUS e promover os direitos das pessoas vivendo com HIV/AIDS. IVANA RODRIGUESMárcio Costa de Souza
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2025-10-092025-10-093437EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA PARA PACIENTES COM DIABETES MELLITUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
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A Educação Profissional e Tecnológica (EPT) adota abordagens pedagógicas acessíveis e integradoras na produção do conhecimento. Na saúde, isso favorece ações educativas inclusivas e eficazes, especialmente para pessoas com doenças crônicas como o Diabetes mellitus. Este estudo relata uma experiência de educação em saúde baseada na EPT em 2022, em um centro de endocrinologia na Bahia. Trata-se de um relato descritivo e qualitativo, com foco em pacientes atendidos por equipe multiprofissional. As ações envolveram orientações sobre hábitos saudáveis e manejo da doença. Apesar do conhecimento básico sobre o diabetes, muitos pacientes tinham dificuldades em manter práticas saudáveis. No entanto, participaram ativamente das atividades, demonstrando interesse e engajamento. A análise revelou que estratégias educativas contínuas, flexíveis e centradas no paciente promoveram mudanças positivas na percepção e comportamento frente à doença. Assim, entende-se que a educação em saúde baseada na EPT pode contribuir para o cuidado eficaz e humanizado para esses pacientes. Sara Nunes de Oliveira AraujoMarcos Cajaíba Mendonça
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2025-10-092025-10-0910671081ComunicaSUS, inovando na comunicação como estratégia de enfrentamento da desinformação
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Com o proposito de melhorar a comunicação sobre o SUS com a sociedade e com os trabalhadores de saúde o Centro Brasileiro de Estudos em Saúde, a partir de 2018, em parceria com o Criar Brasil, cria o Projeto ComunicaSUS, com as personagens SUSete, Ângela, Norma e Andrade. Durante a Pandemia de COVID 19 o ComunicaSUS teve papel importante no combare à desinformação. Ao todo, o Projeto produziu 28 episódios de radionovelas de 3 a 5 minutos, distribuidas em mais de 500 radios comunitárias, um samba no carnaval de 2020, 14 cards, 5 figurinhas, 4 charges e 4 spots. O material recebido foi percebido como uma novidade, que inaugurou outr forma de fazer educomunicação em saúde. em relação às mídias já consolidadas, como as radios que receberam um material com outro estilo de linguagem, ágil, objetiva, direta, que teve muita aceitação em diversas camadas da sociedade e regiões do pais. Luisa Regina PessoaMaria Lucia Freitas dos SantosMaria Clara Marques Fagundes
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2025-10-092025-10-091018EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE COMBATE A DESINFORMAÇÃO
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Resumo: O crescimento exponencial do acesso à internet presenciado nas últimas décadas, impôs desafios importantes à comunicação, gerando fenômenos como a desinformação. Uma das áreas atingidas por esse problema é a da saúde, visto que um dos resultados da desinformação é minar a confiança nas suas instituições, o que tem se configurado um grande prejuízo à população. É de fundamental importância que os profissionais de saúde se mobilizem para realizar ações que combatam a desinformação. Esse trabalho tem por objetivo relatar experiências de educação em saúde realizadas em um ambulatório de um hospital no interior da Bahia. Trata-se de um estudo qualitativo do tipo relato de experiência que descreve duas experiências de educação em saúde realizadas durante o primeiro semestre de 2025 para usuários que frequentam o ambulatório do referido hospital. A experiência se demonstrou exitosa, pois oportunizou às profissionais apresentarem a potência do Sistema Único de Saúde (SUS) e uma das suas conquistas, a regulação, em um prisma diferente do que geralmente é apresentado na mídia. Os momentos contaram com a participação do público, as ações também apontaram os desafios vivenciados pelo SUS e a mobilização necessária para superá-los. As experiências destacaram a importância de ações educativas para o combate a desinformação. Ações como as que foram realizadas podem colaborar para instrumentalizar os usuários promovendo conhecimento e senso de pertencimento ao SUS, bem como contribuem para desconstrução de desinformações tão presentes nos dias atuais. Alcimara dos Santos BritoMariana de Oliveira AraújoMárcio Costa de Souza
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2025-10-092025-10-098398CAPACITISMO E SUPERDOTAÇÃO: Entre a Invisibilidade e a Desinformação na Sociedade
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A presente pesquisa aborda o capacitismo e a desinformação no contexto das altas habilidades/superdotação, problematizando como esses fenômenos impactam a inclusão social, educacional e a saúde mental desse grupo. O objetivo principal é analisar as interfaces entre capacitismo, desinformação e superdotação, identificando mecanismos de exclusão e propondo estratégias para uma abordagem mais inclusiva e baseada em evidências. O estudo adota uma abordagem qualitativa, fundamentada em revisão bibliográfica sistemática de artigos acadêmicos indexados em bases como SciELO e PubMed, além da análise de documentos legais e políticas públicas recentes. Os resultados evidenciam que o capacitismo, tradicionalmente associado à deficiência, também afeta pessoas superdotadas ao invisibilizar suas necessidades específicas e reforçar estigmas sociais. A desinformação agrava esse cenário ao dificultar a identificação precoce, o encaminhamento adequado e o acesso a serviços especializados, resultando em diagnósticos equivocados e impactos negativos à saúde mental. O estudo destaca ainda a importância de estratégias interdisciplinares, como o Desenho Universal para Aprendizagem e a promoção do letramento midiático, para refletir a respeito de práticas capacitistas e promover ambientes educacionais mais equitativos. Considera-se, por fim, que a superação desses desafios requer políticas públicas integradas, formação continuada de profissionais e comunicação científica qualificada, visando garantir o pleno desenvolvimento e a inclusão social de pessoas com altas habilidades/superdotação. Viviane Giusti BalestrinAna Valéria Machado MendonçaAline Cândido MeloLuís Maciel CostaIsabel Christina Raulino Miranda
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2025-10-092025-10-09335351VeriSaúde: Um Sistema de Detecção e Alfabetização Científica para Combater Desinformação na Web
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Este resumo expandido apresenta a proposta de desenvolvimento do VeriSaúde, um sistema inteligente para detecção de desinformações na área da saúde e ciências, com foco na alfabetização científica dos usuários. A proposta surge no contexto da infodemia intensificada durante a pandemia de COVID-19, quando conteúdos falsos prejudicaram ações de saúde pública e abalaram a confiança nas instituições científicas. O sistema utilizará o modelo BERT, aliada a estratégias de explicação textual acessível, visando à formação crítica dos usuários e ao enfrentamento da desinformação digital. A metodologia adotada é aplicada, qualitativa e exploratória, centrada no desenvolvimento de um protótipo funcional e na criação de uma arquitetura que integre tecnologia e educação científica. Espera-se que o sistema possa ser aplicado em contextos educacionais e institucionais como ferramenta de apoio ao letramento científico, incentivando o uso consciente e crítico da informação em ambientes digitais. Alana Limajulia Tito AssunçãoJorge Assunção NetoAngela Michella Vidal da PazMarcos Batista Figueredo
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2025-10-092025-10-09846854 Inovações na divulgação científica da pesquisa baseada em dados administrativos: o relato do Cidacs/Fiocruz Bahia
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O Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), da Fiocruz Bahia, realiza pesquisas em saúde pública com base na integração de grandes bases de dados administrativos. Desde 2016, tem produzido evidências relevantes sobre os impactos dos determinantes sociais, econômicos e ambientais nas desigualdades em saúde. Com uma equipe interdisciplinar e infraestrutura tecnológica robusta, o Cidacs visa gerar conhecimento inovador que apoie políticas públicas voltadas ao interesse coletivo. Desde sua criação, o Centro estabeleceu a comunicação científica como diretriz essencial, entendendo-a como um direito social e cidadão. Para isso, criou o Núcleo de Comunicação e Disseminação Científica (NCD), responsável por desenvolver estratégias específicas de divulgação voltadas a diferentes públicos. Este trabalho descreve produtos comunicacionais produzidos pelo NCD e explica como essas ações fortalecem a relação entre ciência e sociedade, ampliam o alcance das evidências científicas e contribuindo para decisões mais informadas. Larissa Costa dos Anjos AraújoCarolina Sales BarretoGilson Rabelo de Almeida NetoMayra Campos Mota Mendes ArgoloDiego Matos PereiraMariana Rodrigues Sebastião de Almeida
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2025-10-092025-10-09686697Produção de podcast para disseminação do conhecimento em microbiologia: Uma abordagem inovadora para a comunicação científica e o engajamento do público
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A divulgação científica é uma ferramenta fundamental para aproximar o conhecimento acadêmico da sociedade, especialmente em áreas técnicas como a microbiologia. Este trabalho apresenta um projeto de extensão universitária desenvolvido na Universidade Federal de Minas Gerais, cujo objetivo é ampliar o conhecimento sobre o mundo microbiano para o público não especializado, por meio da produção e publicação de um podcast educativo. O projeto envolve estudantes de graduação de diversos cursos e tem como foco a popularização da ciência de forma acessível, clara e confiável. Como metodologia, os próprios integrantes são responsáveis por todas as etapas da produção dos episódios: pesquisa, elaboração de roteiros, gravação, edição e publicação. Os episódios possuem curta duração, linguagem simplificada e temática variada dentro da microbiologia, incluindo fungos, vírus e bactérias, temas abordados nas três temporadas já lançadas. O público-alvo são pessoas que, em geral, não têm o hábito de consumir esse tipo de conteúdo em formato de áudio. Como resultado, observa-se um impacto positivo na sociedade, com a democratização do acesso à informação científica por meio de uma mídia digital gratuita e de fácil acesso. A iniciativa contribui para a formação acadêmica dos participantes e promove o engajamento da população em temas científicos, reforçando o papel social da universidade pública. Conclui-se que a utilização de tecnologias digitais na comunicação científica representa uma estratégia eficaz para o fortalecimento da educação em saúde e ciência, promovendo inclusão, aprendizado e senso crítico entre os ouvintes. Lucas Hebert Freitas Gonçalves, UFMGViviane de Souza AlvesAna Clara Bambirra BatistaRaul Christian Vaz Souza Santos
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2025-10-092025-10-0910521066TikTok, juventude e desinformação climática: entre algoritmos, afetos e disputas epistêmicas na percepção ambiental.
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Este trabalho analisa como a lógica algorítmica do TikTok favorece a disseminação de desinformação climática, especialmente em contextos de forte apelo emocional e baixa mediação crítica. A pesquisa, de caráter teórico e qualitativo, baseia-se em estudos recentes sobre plataformas digitais, desinformação e tecnopolítica. A análise destaca o papel dos algoritmos na formação de bolhasinformacionais e na amplificação de discursos negacionistas. Conclui-se que combater a desinformação exige estratégias comunicacionais nos próprios ambientes digitais, articulando linguagem, afeto, criticidade e regulação algorítmica Kathelyn Freitas Navarro da SilvaThaiane Moreira de OliveiraRoberta Oliveira Lima
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2025-10-092025-10-09725733Educar e Cuidar: Tecnologias Digitais no Ensino da Anatomia do Assoalho Pélvico
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Disfunções do assoalho pélvico são alterações funcionais e estruturais, tais como incontinência urinária, disfunções anorretais, sexuais e prolapso genital, acometem a população em geral, sobretudo, mulheres devido aos fatores anatômicos, fisiológicos e hormonais associados. Tecnologias digitais contribuem para o conhecimento e manejo dessas condições, promovendo saúde e autonomia. O objetivo foi elaborar conteúdo digital no formato de cartas e quiz, para educação em saúde sobre o assoalho pélvico, enfatizando a morfofisiologia dos sistemas digestório e genitourinário. Foram produzidos entre 2022 e 2023, cards na plataforma CANVA sobre incontinência urinária, incontinência fecal, constipação e disfunções sexuais com imagens dos sistemas digestório e urogenital. O quiz foi criado no Wordwall com 10 questões dicotômicas, abordando incontinência urinária, bexiga hiperativa, disfunções sexuais, disfunções anorretais e anatomia genital. Espera-se que essas ferramentas de educação em saúde disseminem informações sobre disfunções do assoalho pélvico, fortalecendo o cuidado e autonomia na saúde populacional. Edu Bastos RamosJaine de Souza BomfimCarlos André Gomes Silva MamedePatrícia LordêloMarco Antônio Araujo SilvanyCarina Oliveira dos Santos
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2025-10-092025-10-09855866Visibilidade para quem? Mídia e o desastre-crime do petróleo
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O desastre-crime do derramamento do petróleo afetou 16 municípios do litoral de Pernambuco, sobretudo a vida das comunidades pesqueiras, cuja subsistência está diretamente relacionada aos recursos naturais. Os impactos negativos do desastre-crime foram agravados pela desinformação, invisibilidade e silenciamento midiático sobre as repercussões nas comunidades atingidas. Diante disso, este trabalho teve como objetivo analisar a recorrência com que as comunidades pesqueiras apareceram como as principais impactadas na cobertura jornalística de um veículo pernambucano de comunicação. Trata- se de uma pesquisa quantitativa, com recorte temporal de setembro a dezembro de 2019. Os resultados evidenciam uma baixa frequência de menções diretas a essas comunidades como sujeitos centrais das vulnerabilizações , havendo um direcionamento para os prejuízos ao turismo e ramo hoteleiro. Observa-se a necessidade de ações que promovam a valorização destes sujeitos e reconhecimento dos prejuízos e impactos socioambientais advindos de eventos como ocorrido em 2019 no Brasil. Thaynã KarenJosé Erivaldo GonçalvesMariana Olívia Santana dos SantosIdê Gomes Dantas GurgelMaria das Graças e Silva
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2025-10-092025-10-09209222REZAS E SABERES: O CUIDAR DA SAÚDE NAS PRÁTICAS TRADICIONAIS E CIENTÍFICAS
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Este estudo percorre as interfaces do cuidado em saúde tecidas entre o saber tradicional e o saber da técnica científica, entre rezas sussurradas e procedimentos aprendidos em cadeiras acadêmicas, com base em experiências narradas por uma rezadeira, um rezador e uma enfermeira obstetra, do município de Jaguarari, Bahia. A pesquisa se propõe a compreender as percepções desses sujeitos sobre o processo saúde-doença, no contexto do semiárido nordestino, onde as práticas de cuidado são atravessadas por aspectos culturais, espirituais e sociais. Adotou-se uma abordagem qualitativa, utilizando-se entrevistas semiestruturadas como principal instrumento de coleta de dados. As entrevistas foram transcritas fielmente ao modo de falar dos participantes e analisadas pela técnica de Análise de Conteúdo, para captar os sentidos que cada sujeito imprime à prática do cuidado. Os resultados apontam para uma relação dinâmica e com diálogos amplos, entre o saber técnico-científico da enfermagem e os saberes populares associados à prática dos rezadores, às plantas medicinais e vínculos comunitários. As narrativas evidenciam que saúde, para além da ausência de doença, é vínculo, espiritualidade e escuta, e revelam que o cuidar envolve não apenas o tratamento de sintomas, mas acolhimento, fé e respeito às tradições. Por fim, defende-se que o diálogo entre diferentes saberes contribui para a construção de práticas de saúde mais integradas, sensíveis às realidades locais e às necessidades das comunidades, reforçando a importância dessas práticas como parte legítima e amplificada do campo da saúde. Murilo Melo ChristinoKalline Flávia Silva de Lira
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2025-10-092025-10-09179193EVIDÊNCIAS METODOLÓGICAS NOS ARTIGOS CIENTÍFICOS SOBRE DESINFORMAÇÃO EM SAÚDE
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13006
a desinformação representa um fenômeno multifacetado, potencializado pelas dinâmicas das plataformas digitais e que tem gerado impactos significativos no campo da saúde. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo conhecer as evidências metodológicas presentes nos artigos científicos sobre a temática desinformação em Saúde. A pesquisa caracteriza-se como descritiva e documental e foram analisados 115 artigos publicados entre 1997 e 2025, a partir das seguintes categorias de análise: classificação da pesquisa quanto aos objetivos da pesquisa, classificação da pesquisa quanto aos procedimentos técnicos e instrumentos de coleta de dados. Os resultados revelam equilíbrio entre os artigos cujas pesquisas foram classificadas como descritivas 26 (22,6%) e exploratórias 24 (20,9%). Quanto aos artigos cujas pesquisas classificadas acerca dos procedimentos técnicos, prevaleceram as pesquisas bibliográficas 18 (15,7%). Contudo, destes 18 artigos, apenas 5 (4,3%) artigos explicitaram que recorreram a livros, artigos, teses ou dissertações para a coleta de dados, revelando fragilidade metodológica. Os resultados evidenciaram também ausência de clareza quanto à classificação da pesquisa e os instrumentos de coleta de dados, o que compromete a clareza metodológica dos artigos analisados. Conclui-se, que os artigos analisados apresentam ausência de informações metodológicas empregadas nas pesquisas realizadas sobre desinformação em saúde, demandando futuras investigações que possibilitem acompanhar possíveis mudanças acerca das evidências metodológicas de artigos que abordam desinformação em saúde. Cauan Vinicius da Costa PereiraJaqueline Goncalves PitangaLívia Souza de JesusKatia de Oliveira Rodrigues
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2025-10-092025-10-09932945A EDUCOMUNICAÇÃO NA TV PAULÃO: UMA POSSIBILIDADE DE ENFRENTAMENTO À DESINFORMAÇÃO NA ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL PAULO JOSÉ DE OLIVEIRA, EM JUAZEIRO-BA.
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13022
O estudo analisa como a TV Paulão utiliza a Educomunicação para enfrentar a desinformação no Colégio Estadual de Tempo Integral Paulo José de Oliveira, em JuazeiroBahia. Trata-se de uma pesquisa-ação, de abordagem qualitativa e descritiva que apresentará o processo de formação, intervenção e produção da TV sobre a temática fakes news no ano letivo de 2025, em parceria com o Clube de Ciências Xique-Xique. Participaram dessa pesquisa os estudantes participantes da TV Paulão e do Clube de Ciências e, as coordenadoras do projeto. Para tanto, a pesquisa em andamento resultou na criação de vídeos educativos que serão compartilhados durante todo o ano. Assim, verificase que a inserção da Educomunicação potencializa os processos de produção de mídias alternativas, contribuindo para a formação da cidadania tanto dos estudantes produtores como dos estudantes receptores. Demonstra-se, ainda, que as produções educomunicativas da TV Paulão são aliadas no enfrentamento às fake news e promovem a divulgação científica. MICHELLE CRISTINE LAUDILIO DE SOUZAAnne Carine Costa de CarvalhoAndrea Cristiana SantosAna Beatriz Moura Duarte Tehotonio
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2025-10-092025-10-09805817LACUNAS INFORMACIONAIS EM DOENÇA DE CHAGAS ENTRE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA: PROJETO OXENTE CHAGAS BAHIA
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/12965
Este estudo, realizado no âmbito do Projeto Oxente Chagas Bahia, analisou conhecimentos, atitudes e práticas sobre a doença de Chagas entre profissionais da atenção primária à saúde nos municípios de Novo Horizonte e Tremedal. A pesquisa envolveu 133 profissionais, incluindo agentes comunitários, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos. A metodologia aplicada foi um inquérito quantitativo através de questionário estruturado abordando aspectos epidemiológicos, clínicos e preventivos da doença. Os resultados demonstraram heterogeneidade no conhecimento técnico entre as diferentes categorias profissionais, com lacunas significativas sobre transmissão congênita e medidas preventivas. Verificou-se alta demanda por capacitação e a necessidade de estratégias educacionais continuadas para o desenvolvimento de competências informacionais adequadas. A análise das lacunas informacionais visa subsidiar ações de educação em saúde do Projeto Oxente Chagas Bahia, fortalecendo o enfrentamento da desinformação e melhorando o manejo da doença na atenção primária. Fred Luciano Neves SantosTycha Bianca Sabaini PavanÂngelo Antônio Oliveira SilvaCristiane Siqueira do ValleLarissa Carvalho Medrado VasconcelosIsadora Cristina de Siqueira
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2025-10-092025-10-09148156Da publicação à divulgação: periódico científico no combate à desinformação
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/12981
A crescente propagação de movimentos anticiência impulsiona a necessidade de estratégias robustas de divulgação científica. Este trabalho relata as ações desenvolvidas por Cadernos de Saúde Pública (CSP), periódico brasileiro da área da Saúde Coletiva, voltadas ao enfrentamento da desinformação. As iniciativas abrangem atuação em redes sociais, produção audiovisual com entrevistas e podcasts, e parcerias com veículos jornalísticos. As estratégias foram planejadas coletivamente, com monitoramento contínuo baseado em métricas de engajamento e alcance. Os resultados demonstram expansão significativa do público, com milhares de seguidores nas redes sociais e visualizações nas plataformas audiovisuais, além da ampla disseminação de artigos científicos em mídias de grande circulação. As ações de CSP evidenciam o papel da divulgação científica como ferramenta essencial para a promoção do letramento científico, o fortalecimento do diálogo entre ciência e sociedade e a construção de uma sociedade mais crítica e informada. Clara Rosa GuimarãesCarolina Krause Ribeiro
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2025-10-092025-10-09408419DIÁLOGOS ENTRE CONHECIMENTO TÉCNICO-CIENTÍFICO E O SABER POPULAR NA SAÚDE PÚBLICA: UM OLHAR SOBRE PRÁTICAS DE CUIDADOS
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/12997
Compreender e discutir as concepções de informação, educação e comunicação em saúde demanda entender as interações sociais, econômicas, ambientais, culturais, políticas e éticas nas quais o saber é gerado. Objetivo: entender as percepções e práticas relacionadas à saúde a partir de diferentes formas de saber. Metodologia: trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório que utilizou roteiro de perguntas estruturadas atribuídas à saúde e às práticas de cuidado com uma profissional de saúde e um líder religioso. Análise e discussão: as perguntas foram categorizadas segundo eixos temáticos e a discussão das respostas adquiridas foi efetuada com base no referencial teórico que abordavam políticas públicas em saúde, saberes populares e bases epistemológicas que apontam para a diversidade de saberes. Conclusão: ressalta-se a importância de fortalecer e estreitar o saber tradicional e a pluralidade de perspectivas científicas na construção de um sistema de saúde democrático e seguro. MARIANA PEREIRA SANTANA REALKalline Flávia Silva De LiraWanderson Bispo de Souza
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2025-10-092025-10-09767778DIÁLOGOS SOBRE A PARTICIPAÇÃO SOCIAL EM SAÚDE COMO FERRAMENTA DA DEMOCRACIA
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13013
O objetivo deste estudo é relatar a experiência enquanto mediadoras da discussão sobre a participação social no SUS no Curso de Extensão “Conhecendo o Sistema Único de Saúde”. Trata-se de um relato de experiência sobre a discussão da participação social no SUS realizada no Curso de Extensão “Conhecendo o Sistema Único de Saúde”, cujos participantes foram 57 pessoas da comunidade acadêmica da Universidade Estadual de Feira de Santana. Durante as discussões as pessoas se sentiram muito à vontade para participarem e exporem suas opiniões e dúvidas o que enriqueceu não apenas o aprendizado individual, mas também a construção coletiva de conhecimento, reforçando a importância de uma abordagem participativa e democrática na gestão do SUS. Portanto, iniciativas como essa são necessárias para promover a educação em saúde e também para fortalecer as políticas públicas que sustentam o funcionamento do SUS. Bianca de Oliveira AraujoCarla Andrêsa Cerqueira ConceiçãoSophia da Silva e SilvaMariana de Oliveira Araujo
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2025-10-092025-10-09139147PLANTAS MEDICINAIS E GESTAÇÃO: AÇÕES EDUCATIVAS PARA O USO SEGURO NA CASA DAS GESTANTES
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13029
Modalidade: Resumo Expandido Resumo: O uso de plantas medicinais é uma prática milenar, mas seu consumo indiscriminado, principalmente por gestantes e lactantes pode trazer riscos à saúde. Este estudo teve como objetivo promover o uso seguro dessas substâncias por meio de ações educativas realizadas na Casa das Gestantes, vinculada ao Hospital Estadual da Criança (HEC). A metodologia adotada foi qualitativa, com observação participante durante rodas de conversa realizadas no formato de sala de espera, abordando temas como riscos do uso de plantas medicinais, interações medicamentosas e automedicação. Os resultados revelaram que, embora o conhecimento popular sobre plantas seja amplo, muitas participantes desconheciam seus efeitos adversos, e seus malefícios. Após as atividades, a grande parte das pacientes demonstraram uma maior compreensão sobre a importância da orientação de um profissional. Dessa forma, conclui-se que estratégias educativas simples, quando aplicadas, favorecem a adesão ao cuidado seguro, fortalecem o vínculo profissionais de saúde e indivíduos, e promovem o uso racional de medicamentos e plantas medicinais. Palavras-chave: plantas medicinais, gestantes, lactantes, educação em saúde, uso racional de medicamentos. Abstract: The use of medicinal plants is an ancient practice, but their indiscriminate consumption, especially by pregnant and breastfeeding women, can pose health risks. This study aimed to promote the safe use of these substances through educational activities conducted at the Casa das Gestantes, linked to the State Children’s Hospital. The methodology was qualitative, based on participant observation during discussion circles held in a waiting-room format, covering topics such as the risks of medicinal plants, drug interactions, and self-medication. The results showed that although popular knowledge about these plants is widespread, many participants were unaware of the potential adverse effects and harms. After the sessions, most patients showed increased understanding of the need for professional guidance. Thus, it is concluded that simple educational strategies, when applied in welcoming and participatory settings, support safer healthcare practices, strengthen the bond between healthcare providers and patients, and promote the rational use of medications and medicinal plants. Keywords: medicinal plants, pregnant women, breastfeeding, health education, rational use of medicines.1 INTRODUÇÃO O uso de plantas medicinais é uma prática tradicional presente desde os tempos antigos. Apesar do avanço das políticas públicas que incentivam o uso seguro dessas terapias, como a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, o uso indiscriminado ainda é comum, principalmente entre gestantes e lactantes, nas quais, são grupos que requerem cuidados especiais devido aos riscos de efeitos adversos e interações medicamentosas (Brasil, 2022).Esse cenário é agravado pela desinformação sobre a segurança e a eficácia dessas substâncias contribuíram, o que leva muitas pessoas a utilizá-las sem orientação adequada. A ausência de informações claras e acessíveis contribui para o desconhecimento sobre os potenciais efeitos colaterais e casos de intoxicação associados ao uso de plantas medicinais e fitoterápicos, informações que dificilmente chegam até os usuários de forma efetiva (Silveira; Bandeira; Arrais, 2008).Diante desse cenário, torna-se essencial promover ações educativas que aliem saber popular e conhecimento técnico, com foco na segurança do uso de plantas medicinais por gestantes e lactantes. Nesse sentido, intervenções educativas se mostram estratégicas para reduzir os riscos associados ao uso indiscriminado de fitoterápicos, além de promover a humanização do cuidado e o fortalecimento das políticas públicas de saúde.Assim, este estudo teve como objetivo promover o uso seguro de plantas medicinais e fitoterápicos entre gestantes e lactantes, por meio de ações educativas realizadas na Casa das Gestantes, vinculada ao Hospital Estadual da Criança.Os dados foram coletados por observação participante, na qual, os resultados mostraram que, embora as participantes tenham conhecimento sobre plantas medicinais, muitas desconheciam os riscos associados ao seu uso durante a gestação e lactação. Após as rodas de conversa, a grande parte passou a reconhecer a importância de buscar orientação profissional e de informar o uso de fitoterápicos e plantas medicinais aos profissionais de saúde.A experiência demonstrou que estratégias educativas simples podem contribuir significativamente para a conscientização e o cuidado seguro, fortalecendo o vínculo entre pacientes e profissionais de saúde.2 DESENVOLVIMENTO2.1 Referencial teóricoAs sociedades humanas, desde tempos remotos, acumulam conhecimentos sobre a utilização de plantas medicinais, baseando-se em saberes tradicionais transmitidos por gerações. No Brasil, a biodiversidade favorece o uso de diversas plantas medicinais para o tratamento de inúmeras enfermidades, prática comum entre a população (Machado, et al., 2014) Para regulamentar e garantir o uso seguro dessas terapias, foi instituída a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (Decreto nº 5.813/2006), que visa assegurar o acesso seguro e o uso consciente de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo também o uso sustentável da biodiversidade, o fortalecimento da cadeia produtiva e o desenvolvimento da indústria nacional (Brasil, 2006).Nesse contexto, as políticas públicas brasileiras passaram a reconhecer os medicamentos fitoterápicos e as plantas medicinais como recursos terapêuticos complementares no Sistema Único de Saúde (SUS), incentivando sua incorporação às práticas de cuidado, conforme as diretrizes da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. Além disso, tais políticas fomentam a pesquisa e o desenvolvimento científico na área, reforçando a importância da integração entre o saber popular e a ciência (Brasil, 2006).As plantas medicinais são definidas como aquelas que contêm princípios bioativos com propriedades terapêuticas ou preventivas, enquanto os fitoterápicos são medicamentos obtidos de derivados vegetais, comercializados em diferentes formas farmacêuticas (RDC nº 26/2014) (Brasil, 2014a). Apesar da ampla oferta de medicamentos alopáticos, muitos indivíduos ainda optam por terapias naturais, muitas vezes por acreditarem que apresentam menos efeitos colaterais. Contudo, o uso indiscriminado dessas substâncias pode trazer riscos, já que algumas plantas contêm compostos que provocam efeitos adversos importantes, especialmente quando mal identificadas ou preparadas de forma inadequada (Silveira, 2007). Para mitigar tais riscos, a Farmacopeia Brasileira estabelece critérios de controle de qualidade que abrangem desde o cultivo até a formulação final das plantas medicinais (Brasil, 2024).Esse cuidado é ainda mais crucial quando se trata de populações vulneráveis, como gestantes e lactantes. Durante a gestação, o uso de medicamentos é um evento frequente, mas a resposta fetal a essas substâncias difere significativamente da materna, podendo causar toxicidade, malformações ou até lesões irreversíveis. Além disso, algumas ervas medicinais podem induzir contrações uterinas precoces, provocando parto prematuro ou até a perda fetal. Por isso, o uso de plantas medicinais e fitoterápicos sem acompanhamento profissional qualificado pode acarretar efeitos abortivos, teratogênicos e embriotóxicos (Roman et al., 2014; Kristanc; Kreft 2016; Andrade et al., 2017).No período da amamentação, o cuidado também se faz necessário. O leite materno é fundamental nos primeiros meses de vida por suprir as necessidades nutricionais do bebê e contribuir para seu desenvolvimento imunológico e cognitivo (Brasil, 2015). Contudo, o uso de plantas com a finalidade de aumentar a produção de leite — prática comum entre lactantes — pode representar risco, uma vez que compostos bioativos podem ser transferidos ao bebê através do leite materno, potencialmente causando efeitos adversos (Brasil, 2014b).Além dos riscos próprios das plantas medicinais, é preciso considerar as interações medicamentosas, uma vez que a administração simultânea de diferentes substâncias, sejam elas alopáticas ou fitoterápicas, pode alterar significativamente os efeitos terapêuticos desejados. O uso concomitante de medicamentos pode ocasionar interações medicamentosas (IMs), que envolvem mudanças nas propriedades farmacocinéticas e/ou farmacodinâmicas dos fármacos, interferindo na sua eficácia ou aumentando sua toxicidade (Queiroz et al., 2014). Tais interações podem comprometer a segurança do paciente, resultando em efeitos adversos inesperados e até consequências letais (Moraes et al., 2020).Dessa forma, o uso concomitante de medicamentos alopáticos com plantas medicinais entre gestantes e lactantes merecem especial atenção. A falta de conhecimento sobre essas interações e seus possíveis efeitos torna essencial que essas pacientes informem aos profissionais de saúde todos os produtos que estão utilizando. Além disso, é indispensável que os próprios profissionais da saúde estejam preparados para orientar corretamente esse público, compreendendo os riscos associados ao uso inadequado ou não supervisionado dessas substâncias (Pires; Araújo, 2011).Portanto, a integração entre o conhecimento tradicional sobre plantas medicinais, as diretrizes das políticas públicas de saúde, e a atenção farmacológica às interações medicamentosas é essencial para promover o uso seguro e eficaz dessas terapias, especialmente em grupos de maior vulnerabilidade como gestantes e lactantes (Brasil, 2022).2.2 MetodologiaEste estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa de natureza descritiva, com caráter intervencionista. A ação educativa foi realizada no formato de "Sala de Espera", desenvolvida na Casa das Gestantes, setor anexo ao Hospital Estadual da Criança. O local foi escolhido por ser acolhedor e acessível, permitindo a aproximação com gestantes e lactantes em um momento de escuta ativa e troca de saberes.A intervenção utilizou como estratégia a Educação em Saúde, com base nos princípios da Promoção da Saúde e nas diretrizes das práticas integrativas e complementares do SUS. O método adotado foi a abordagem foi participativa e dialógica, promovendo o protagonismo das usuárias e a valorização de seus saberes prévios sobre o uso de plantas medicinais e medicamentos durante a gestação e lactação.Foram elaborados materiais educativos, como folders e cartilhas explicativas, e conduzidas rodas de conversa informativas, abordando os temas: uso seguro de plantas medicinais, interações medicamentosas e riscos da automedicação. A atividade também incluiu a participação de representantes do Banco de Leite Humano do hospital, como parte das ações do "Agosto Dourado", mês dedicado à promoção do aleitamento materno.A coleta de dados ocorreu por meio de observação participante e registro em diário de campo. Durante as sessões informativas, foram anotadas falas espontâneas das participantes, dúvidas recorrentes, sugestões e manifestações sobre o uso de fitoterápicos. 2.3 ResultadosOs resultados evidenciaram um conhecimento amplo, porém empírico, sobre o uso de plantas medicinais entre as participantes. Muitas relataram o uso de ervas como camomila, erva-doce, hortelã e boldo durante a gravidez, sem orientação profissional. A maioria desconhecia os riscos de interações medicamentosas ou os possíveis efeitos adversos dessas plantas no feto ou no recém-nascido.As discussões sobre interações medicamentosas provocaram reflexões importantes. Uma das participantes relatou que por ser uma planta medicinal, era natural, e não levaria malefícios para a saúde. Logo, após as rodas de conversas, ela percebeu que poderia até interagir com medicamentos. Essa percepção reforça a importância da informação como ferramenta de empoderamento para decisões mais seguras e conscientes.A parceria com o Banco de Leite também trouxe impacto positivo. Muitas participantes desconheciam os critérios para doação e os benefícios do leite humano pasteurizado. A ação educativa contribuiu para desmistificar crenças equivocadas, como a ideia de que o uso de certas ervas poderia “aumentar o leite” de forma segura.Ao analisar as rodas de conversa, observou-se que elas indicaram que a grande parte das participantes passaram a considerar importante informar ao profissional de saúde sobre o uso de plantas medicinais, e afirmaram que pretendem buscar mais informações antes de usar qualquer tipo de medicamento ou fitoterápico. Isso demonstra um avanço significativo na adesão ao cuidado seguro e à promoção do uso racional de medicamentos e plantas.3 CONCLUSÕES/ CONSIDERAÇÕES FINAISA intervenção realizada demonstrou a eficácia da educação em saúde como ferramenta de transformação do cuidado. Ao abordar temas como interações medicamentosas, automedicação e uso racional de fitoterápicos, foi possível promover o conhecimento crítico e favorecer uma melhor adesão terapêutica entre gestantes e lactantes.As ações, feitas no formato de “Sala de Espera”, evidenciaram a importância de promover espaços de escuta e troca de conhecimento. O ambiente acolhedor da Casa das Gestantes permitiu que as participantes expressassem livremente suas dúvidas e receios, favorecendo uma troca de saberes essencial para o fortalecimento do vínculo com os serviços de saúde. Apesar do uso frequente das Práticas Integrativas e Complementares (PICs), muitas pacientes desconheciam os riscos associados, como interações medicamentosas e efeitos adversos durante a gestação e amamentação. Após as rodas de conversa, observou-se uma mudança benéfica na percepção das usuárias, nas quais, passaram a valorizar a importância de informar o uso de fitoterápicos aos profissionais de saúde, e demonstraram interesse em buscar mais conhecimento antes de utilizar qualquer planta medicinal ou medicamento. Portanto, esses dados reforçam a relevância da educação em saúde como ferramenta para o cuidado seguro. Conclui-se que estratégias como a Sala de Espera podem integrar a humanização do atendimento com a promoção do conhecimento e a segurança do paciente.REFERÊNCIAS: ANDRADE A. M., et al. Farmacocinética e mecanismos de teratogenicidade dos medicamentos na gestação: uma revisão da literatura. Infarma. v. 29, n. 2, p.100-107, 2017.BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Orientações sobre o uso de fitoterápicos e plantas medicinais. Brasília: Anvisa, 2022. Disponível em:lt; https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/medicamentos/publicacoes-sobre-medicamentos/orientacoes-sobre-o-uso-de-fitoterapicos-e-plantas-medicinais.pdfgt;. Acesso em: 4 jun. 2025.BRASIL, Agência Nacional De Vigilância Sanitária – ANVISA. Farmacopeia Brasileira: 7. ed. Brasília, DF: ANVISA, 2024. Disponível em: http://bibliotecadigital.anvisa.gov.br/jspui/handle/anvisa/11937. Acesso em: 5 jun. 2025.BRASIL. Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006. Aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 23 jun. 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 26, de 13 de maio de 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 14 maio 2014a.BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria da Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias. 2. ed., 1. reimpr. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014b. 92 p.BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: aleitamento materno e alimentação complementar. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 184 p. (Cadernos de Atenção Básica, n. 23). BRASIL, M. da Saúde do. Cadernos de Atenção Básica: Saúde da criança – aleitamento materno e alimentação complementar. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.KRISTANC L., KREFT S. 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O uso de medicamentos fitoterápicos e plantas medicinais por gestantes. Revista Fitos, Rio de Janeiro, v. 15, n. 4, p. 538–549, dez. 2021. DOI: 10.32712/2446-4775.2021.1176.QUEIROZ, K.C.B.et al. Análise de Interações Medicamentosas identificadas em Prescrições daUTI Neonatal da ICV-HGV. UNOPAR Cient. Ciências Biológicas e Saúde. v. 16, n. 3, p. 203-207, 2014. ROMAN S. S. et al. Toxidade Materna e reprodutiva de extrato hidroalcólico de Sonchus oleraceus L. em ratos Wistar. Perspectiva Erechim. v. 38, n. 141, p.69-77, 2014. SILVEIRA, P. F. D.; BANDEIRA, M. A. M.; ARRAIS, P. S. D. Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.18, n. 4, p. 618-626, 2008.SILVEIRA, P. F. Perfil de utilização e monitorização de reações adversas a fitoterápicos do Programa Farmácia Viva em uma Unidade Básica de Saúde de Fortaleza. 2007. 143 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Fortaleza, 2007. Nathane Cordeiro de Lima AmorimDanielle Figuerêdo da SilvaIve Caroline Rocha Moreira MendonçaEster Gomes ReisGabriele Batista dos Santos Freitas
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2025-10-092025-10-09659670INCLUSÃO DIGITAL: A REALIZAÇÃO DO CURSO DE INTRODUÇÃO À INFORMÁTICA PARA USUÁRIOS DO CAPS-AD GREGÓRIO DE MATOS, SALVADOR, BAHIA
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A crescente digitalização das relações sociais tem evidenciado a importância do acesso universal às tecnologias da informação. O curso de introdução à informática, ofertado aos usuários do Centro de Atenção Psicossocial - álcool e drogas, Gregório de Matos (CAPS AD), por meio da ACCS MATC53, objetivou a inclusão digital desse público. A metodologia adotada baseou-se na escuta ativa dos alunos. Os temas abordados incluíram: símbolos e logotipos da informática; conhecendo o computador; revisão e agilidade na digitação; criação de e-mail; introdução ao software livre; navegação em plataformas digitais; acesso ao Gov.br e introdução à inteligência artificial. O curso despertou entusiasmo entre os participantes, promovendo o fortalecimento da autoestima, da autonomia e do engajamento com os conteúdos. Como produto final, a turma elaborou uma cartilha impressa com os conteúdos abordados. A experiência reforça a importância de iniciativas educativas voltadas à democratização do acesso digital como ferramenta de inclusão social e cidadania. Kananda Alexandra França de SouzaDébora Abdalla Santos -Safira Ágata Silva dos SantosMaria Paula Lima Rosa
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2025-10-092025-10-09117129 TECENDO REDES NO ENFRENTAMENTO À DESINFORMAÇÃO: RELATOS DO PROJETO BORA CHECAR NA BAHIA
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ResumoEste artigo analisa o projeto Bora Checar, que desenvolve oficinas de educação midiática e divulgação científica em escolas quilombolas e ribeirinhas do interior da Bahia, com o objetivo de combater a desinformação entre estudantes do ensino médio. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, combinando revisão bibliográfica e relato de experiência, com base em observações realizadas durante as oficinas em Salvador, Santiago do Iguape e Catu. As atividades propostas estimulam o pensamento crítico, a análise de conteúdos desinformativos e a formulação de estratégias de enfrentamento a partir dos contextos socioculturais dos participantes. Os resultados evidenciam que os estudantes demonstram consciência crítica prévia e ampliam sua capacidade de interpretar e questionar informações, especialmente nas áreas da ciência e da saúde. Conclui-se que a escola pública, mesmo em contextos de vulnerabilidade, constitui um espaço estratégico de resistência, formação cidadã e fortalecimento do conhecimento científico orientado pela justiça social.Palavras-chave: Desinformação científica; Educação midiática; Divulgação científica.AbstractThis article analyzes the Bora Checar project, which conducts media literacy and science communication workshops in quilombola and riverside schools in the interior of Bahia, Brazil, with the aim of combating disinformation among high school students. The research adopts a qualitative approach, combining a literature review and experiential reporting, based on observations carried out during workshops held in Salvador, Santiago do Iguape, and Catu. The activities promote critical thinking, the analysis of misleading content, and the development of counter-strategies grounded in the participants’ sociocultural contexts. The results show that students demonstrate an initial critical awareness and expand their ability to interpret and question information, particularly related to science and health. The study concludes that public schools, even in vulnerable contexts, represent strategic spaces for resistance, civic education, and the strengthening of scientific knowledge oriented toward social justice.Key wordsScientific disinformation; Media literacy; Science communication. 1 INTRODUÇÃO No interior da Bahia, o enfrentamento à desinformação se aprende na escola — mais precisamente, em escolas quilombolas e ribeirinhas dos municípios de Salvador, Santiago do Iguape e Catu, participantes do projeto Bora Checar. Trata-se de uma iniciativa da Fiocruz Bahia e do Instituto Motriz, em parceria com pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF), da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), com o objetivo de promover oficinas de educação midiática e divulgação científica com estudantes do ensino médio. A proposta desta pesquisa, baseada na vivência e observação direta dos autores, é compreender de que modos tais oficinas contribuem para o enfrentamento da desinformação, com foco especial nas ações de educação midiática e divulgação científica.A iniciativa, realizada em duas etapas, teve como objetivo desenvolver oficinas de educação midiática e divulgação científica com estudantes do ensino médio de escolas municipais baianas. Na primeira fase, o projeto buscou orientar os participantes sobre como contextualizar as informações que recebem por meio das mídias digitais, transformando-as em conhecimento significativo e atuando na análise e no enfrentamento da desinformação.A segunda etapa da iniciativa ocorreu entre os dias 16 e 20 de setembro de 2024, envolvendo alunos da Escola Central de Salvador, do Colégio Estadual Quilombola de Santiago do Iguape e do Colégio Estadual Maria Isabel de Melo Góes, no município de Catu, todos no estado da Bahia. As ações tiveram como finalidade estimular os estudantes a refletirem sobre a importância do conhecimento científico, analisando conteúdos desinformativos e compreendendo o contexto do ecossistema desinformativo, como identifica Raquel Recuero (2024), bem como seus atravessamentos no cotidiano, nas práticas sociais dos alunos e nos espaços onde vivem. Em todas as oficinas foram realizadas atividades de checagem de informações, debates sobre desinformação científica, planejamento e produção de ações de divulgação científica, entre outras. Além disso, os alunos foram incentivados a criar ações de enfrentamento à desinformação a partir das demandas de suas comunidades, revelando um pensamento crítico sobre as mídias que, em muitos casos, já existia antes mesmo das atividades. Em Catu, um dos estudantes chegou a afirmar: “isso é uma notícia falsa porque é uma tentativa de deslegitimar os povos originários”, revelando a escola como um espaço fértil para a resistência e a reafirmação de saberes que são essenciais para a continuidade das culturas e identidades dessas comunidades.Com base na experiência vivenciada no acompanhamento e na realização das oficinas pelos autores deste artigo, o objetivo da presente proposta é compreender de que modos as oficinas de educação midiática e divulgação científica podem contribuir para a compreensão e o enfrentamento da desinformação. Tomamos como premissa a ideia de vulnerabilidade informacional, entendida como a condição em que comunidades periféricas enfrentam acesso restrito à diversidade de fontes de informação e dependem majoritariamente de plataformas digitais para se informarem, o que compromete o acesso a conteúdos informativos diversos e qualificados, dificultando a verificação de fatos e a construção crítica da informação. Como resultado, essas comunidades tornam-se mais suscetíveis à desinformação, especialmente em áreas sensíveis como a saúde, nas quais a circulação de informações confiáveis é essencial para a garantia de direitos e para a tomada de decisões conscientes.Utilizamos como metodologia a revisão bibliográfica e o relato de experiência, buscando refletir sobre o papel da escola como espaço de resistência e emancipação crítica frente ao ecossistema desinformativo e a importância da educação midiática como modo de enfrentamento à desinformação. Este ecossistema é entendido como uma rede complexa de produção e circulação de desinformação, especialmente em temas sensíveis como ciência e saúde. Os resultados preliminares apontam para a construção de uma consciência crítica nos estudantes após as oficinas, com potencial para transformar práticas sociais e fortalecer o diálogo entre ciência e sociedade.Nesse contexto, o projeto Bora Checar também se insere em um movimento mais amplo de fortalecimento da relação entre a comunidade acadêmica e a sociedade, por meio da divulgação científica. Como aponta Luisa Massarani (2020), a divulgação científica deve criar espaços de diálogo em que a ciência se torne acessível e relevante para o público em geral. Em um país como o Brasil, onde questões científicas e de saúde afetam diretamente a vida das pessoas, é imprescindível que a ciência seja compreendida e discutida por todos, como um bem comum e instrumento de transformação social. Nas oficinas, os alunos são desafiados a refletir sobre o papel da ciência na sociedade, questionando não apenas os conteúdos científicos, mas também os processos sociais, políticos e econômicos que envolvem a produção e a disseminação do conhecimento, contribuindo para a construção de uma cultura científica democrática e inclusiva, em que a ciência se torna uma ferramenta de empoderamento e de promoção da justiça social.Portanto, identificamos nas experiências com o Bora Checar um espaço necessário de debate e reflexão sobre as estratégias de enfrentamento à desinformação, tendo a escola como foco central. A partir dessa vivência, o artigo tem como objetivos realizar uma revisão bibliográfica com base nos conceitos de desinformação científica e educação midiática, à luz da experiência desenvolvida no projeto Bora Checar; compreender a relação dos jovens estudantes do ensino médio, participantes das oficinas, com a produção científica e com a ideia de desinformação científica, a partir das vivências proporcionadas pelas atividades; e analisar de que modo as oficinas de educação midiática e divulgação científica podem contribuir para o enfrentamento à desinformação.2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Referencial teórico O estudo parte da compreensão de desinformação científica como um processo multidimensional, sistêmico e dinâmico, que se manifesta em múltiplas plataformas digitais e impacta diretamente o direito à comunicação e à saúde. Conforme Raquel Recuero (2024), o conceito de ecossistema desinformativo é mais adequado para compreender as múltiplas interações que alimentam e sustentam a circulação de informações falsas na sociedade. Em paralelo, a proposta dialoga com a perspectiva freiriana de educação para a autonomia (FREIRE, 2021), que valoriza a curiosidade, o pensamento crítico e a emancipação do sujeito como fundamentos para uma formação integral. Em tempos de onipresença de plataformas e mídias nas práticas sociais cotidianas a compreensão, de uma educação pública pautada na educação midiática se faz urgente e corrobora a perspectiva da divulgação científica como um movimento de democratização do conhecimento, como defende Luisa Massarani (2020), promovendo o acesso qualificado à ciência e sua relevância para a vida cotidiana.Ambos os conceitos permeiam o desenvolvimento do presente trabalho, conforme detalhamento a seguir. 2.2 Procedimentos metodológicos A presente investigação adota uma abordagem qualitativa, combinando a revisão bibliográfica com o relato de experiência dos autores que acompanharam diretamente as oficinas do Bora Checar. Esta metodologia busca não apenas descrever as ações realizadas, mas também refletir criticamente sobre seus impactos formativos. Os dados foram produzidos por meio da observação participante nas oficinas realizadas em setembro de 2024, nos municípios baianos mencionados. 2.3 Coleta e análise dos dados A coleta de dados foi realizada por meio de observações das atividades desenvolvidas nas oficinas, anotações de falas dos participantes e análise dos produtos comunicacionais elaborados pelos estudantes. As ações incluíram debates, checagem de informações, produção de conteúdos e proposição de estratégias para o enfrentamento da desinformação nas comunidades.A análise foi realizada com base em categorias emergentes da própria experiência, como: pensamento crítico, apropriação do conhecimento científico, resistência identitária e percepção sobre a desinformação. 2.4 Resultados e discussão A partir da proposta das oficinas compreendemos a divulgação científica como um movimento que visa a democratização do conhecimento e a superação das desigualdades no acesso à ciência. O projeto Bora Checar reforça essa visão ao favorecer a troca de saberes, onde estudantes de escolas públicas têm a oportunidade de dialogar sobre ciência, tecnologia e, principalmente, desinformação. Assim, o projeto busca formar uma consciência crítica nos estudantes, equipando-os com ferramentas para analisar, questionar e interpretar informações científicas, uma habilidade vital na era digital, nos moldes do que Paulo Freire, educador brasieiro (2021) identifica como uma “educação para a autonomia”. Para o autor, a educação não é apenas um processo de transmissão de conhecimento, mas uma prática dialógica que visa a emancipação do sujeito, estimulando sua curiosidade e capacidade crítica, como agente ativo na construção e circulação do conhecimento científico.Conhecimento que, na atualidade, é atravessado por um contexto midiatizado e permeado de plataformas digitais que interagem no modo como informações e conhecimento são apropriados pelos sujeitos, produzindo e fazendo circular conteúdo desinformativo acerca de saúde e ciência, com graves consequências para a democracia e os direitos à saúde e comunicação.Nesse sentido, para problematizar e compreender a relação dos alunos com a produção científica e circulação de informações, utilizaremos como base teórica o aprofundamento acerca dos conceitos de desinformação científica, como um processo dinâmico e sistêmico que envolve redes, plataformas digitais, interações sociais e estratégias de manipulação da informação, todas interligadas. Nesse contexto, em diálogo com Raquel Recuero (2024), é possível identificar o termo “ecossistema desinformativo” como mais adequado, pois reconhece as interações complexas entre as diversas partes que alimentam e disseminam a desinformação na sociedade. Trata-se de um fenômeno que emerge de um sistema interconectado, no qual as mensagens circulam, criam sentidos e impactam práticas sociais, como o jornalismo e a produção científica, exigindo uma compreensão mais ampla e eficaz para o seu enfrentamento. A desinformação enquanto fenômeno sistêmico igualmente tensiona hierarquias de saberes, demandando a reflexão sobre a urgência de fortalecer debates na esfera pública. Na compreensão da desinformação como um ecossistema a ser enfrentado a partir de políticas públicas, conforme observado por Raquel Recuero (2024), temos que as estratégias de combate envolvem a compreensão da onipresença da desinformação em todas as esferas do cotidiano. Portanto, a identificação e a refutação de mecanismos de desinformação demandam o desenvolvimento de aprendizagens acerca dos processos envolvidos na criação desses discursos e em como as pessoas podem se proteger. Identificamos que a aprendizagem das estruturas que regem a produção de conteúdo desinformativo nas mídias abrange a capacidade de compreender e interpretar elementos audiovisuais, como imagens, vídeos e efeitos sonoros. Isso inclui a compreensão de como tais elementos são usados para transmitir mensagens e criar narrativas persuasivas.Nesse sentido, a educação midiática cumpre um papel essencial ao estimular a reflexão crítica e a avaliação de fatos, promovendo práticas informacionais que contribuem para a construção do conhecimento e para o desenvolvimento da capacidade de identificar conteúdos verdadeiros ou falsos. Ela também favorece a análise de estratégias persuasivas, a detecção de possíveis vieses e a compreensão das intenções por trás das mensagens disseminadas nas mídias digitais. Por tal relevância no desenvolvimento do presente projeto, o conceito de educação midiática necessita ser aprofundado, diante do recorte específico do sistema público educacional brasileiro enquanto parte da discussão fundamental deste estudo.A começar pela discussão dos termos educação midiática, letramento midiático e literacia midiática, pela qual observa-se uma fragmentação conceitual que tem impactado negativamente a consolidação de políticas públicas e práticas pedagógicas consistentes no campo da educação para a mídia e o mapeamento de estudos na área. Embora frequentemente utilizados como sinônimos, esses conceitos refletem abordagens diversas sobre o papel da mídia, da informação e da comunicação na formação dos sujeitos.Como exemplo, temos o conceito de literacia midiática (media literacy), amplamente difundido no mundo anglófono, que refere-se originalmente à capacidade de acessar, analisar, avaliar e criar conteúdos midiáticos em diversos formatos e plataformas (POTTER, 2010). A abordagem enfatiza o desenvolvimento de competências críticas para a leitura das mensagens midiáticas, articulando habilidades cognitivas, éticas e comunicativas. A UNESCO contribuiu para a ampliação desse conceito ao integrá-lo à noção de Media and Information Literacy (MIL), ou Literacia Midiática e Informacional, definida como um conjunto de competências que permite aos cidadãos "buscar, avaliar, usar e criar informação de forma crítica, ética e eficaz", promovendo o empoderamento dos sujeitos na sociedade da informação (UNESCO, 2013).O letramento, por sua vez, ultrapassa a ideia de alfabetização funcional e passa a envolver a apropriação social da leitura e da escrita. Na Base Nacional Comum Curricular, a BNCC (2017), o letramento está associado às práticas de linguagem nas quais os sujeitos interpretam e produzem sentidos a partir de textos orais, escritos, visuais e multimodais. O termo também se entrelaça com o debate sobre "literacia", cuja origem está no inglês (literacy), expandida para abarcar habilidades críticas relacionadas à mídia, informação e tecnologia e se expande até o letramento científico - que diz respeito à capacidade de entender, avaliar e aplicar informações científicas com criticidade e o letramento informacional que, segundo a UNESCO (2020), é um conjunto de competências que permite aos indivíduos acessar, avaliar e usar informações de maneira crítica. Ambos os conceitos, letramento informacional e científico, contribuem para o fortalecimento da cidadania democrática, atuando como instrumento contra a desinformação e como política pública de promoção do acesso à informação. De acordo com Soares (2011), o letramento, em sua concepção mais ampla, extrapola o domínio técnico da leitura e escrita, envolvendo práticas sociais de uso da linguagem em contextos culturais específicos. Assim, o letramento midiático deve ser compreendido como a inserção crítica e ativa dos sujeitos nos múltiplos discursos mediados pelas tecnologias e linguagens da mídia.Cada um desses conceitos apresenta um foco principal e uma ênfase distinta, mas todos dialogam com a escola e com a formação cidadã. Optamos, para efeitos do presente artigo, em usar o conceito de educação midiática para abarcar uma perspectiva mais ampla e formativa, aproximando-se de uma pedagogia crítica inspirada por autores como Paulo Freire (1987). A educação midiática, nesse sentido, pode ser compreendida como um conceito integrador: inclui o desenvolvimento de competências informacionais, comunicativas e digitais, mas também estimula o pensamento crítico, a criatividade, a consciência sobre as estruturas de poder mediadas por plataformas digitais e a participação ativa nos processos democráticos (BUCKINGHAM, 2003).Para Oliveira e Sousa (2022), trata-se de uma prática social, cultural e política, essencial em um ecossistema comunicativo e digital que desafia a escola a reconhecer criticamente os discursos midiáticos e seus interesses. A UNESCO, desde 2011, propõe a noção de Media and Information Literacy como resposta à proliferação da desinformação e à urgência de formação crítica diante das novas tecnologias (UNESCO, 2016).Da mesma forma, a BNCC já reconhece a importância da educação midiática ao incluí-la entre as competências gerais da educação básica, especialmente no que tange à análise crítica da informação.No Brasil, essa discussão se insere num contexto de desigualdades educacionais e de acesso à informação, onde os avanços institucionais ainda são tímidos diante dos desafios. Assim,ações como a Política Nacional de Educação Digital (PNED) e a Estratégia Brasileira de Educação Midiática (EBEM) representam importantes tentativas de incluir tais temas no debate educacional. Contudo, essas iniciativas permanecem marcadas por uma ênfase tecnicista, centrada na aquisição de competências digitais funcionais, com pouca atenção às dimensões críticas, políticas e epistemológicas da mídia. Apesar das contribuições desses conceitos, falta, muitas vezes, uma reflexão mais profunda sobre a governança das plataformas digitais, os modos como a autoridade epistêmica é construída nos ambientes virtuais e os impactos sociais da desinformação, especialmente sobre populações vulneráveis. A ausência dessa dimensão crítica compromete o potencial emancipador da educação midiática e limita sua contribuição para o fortalecimento da democracia.Portanto, compreendemos que ao tomarmos o horizonte teórico da educação midiática como foco no presente trabalho, pontuamos a escolha por compreender o conceito como parte de uma análise que reconhece a centralidade das mídias na vida contemporânea e a educação midiática, tanto quanto o enfrentamento à desinformação e a defesa da ciência como para a reflexão necessária para a educação pública na era digital.Os resultados revelam que as oficinas atuaram como dispositivos de formação crítica, capazes de mobilizar saberes prévios dos estudantes e ampliá-los por meio do contato com práticas de educação midiática. O projeto Bora Checar permitiu que os jovens analisassem conteúdos desinformativos à luz de seus contextos socioculturais, desenvolvendo ações contextualizadas de divulgação científica.A proposta das oficinas reforça o papel da escola como lugar de diálogo, resistência e reconstrução de saberes, onde a ciência é compreendida não como um saber neutro, mas como uma construção social que deve ser questionada, apropriada e ressignificada pelos sujeitos em seus territórios. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da experiência com as oficinas do Bora Checar, identificamos que a educação midiática, integrada à divulgação científica, pode se constituir como estratégia pedagógica eficaz no enfrentamento à desinformação, especialmente em contextos de vulnerabilidade informacional. O projeto demonstrou o potencial das escolas públicas como espaços de formação crítica e emancipatória, em que o conhecimento científico é apropriado de forma contextualizada e transformadora.Dessa forma, os objetivos propostos foram parcialmente alcançados: compreender a relação dos estudantes com a ciência e a desinformação, analisar a contribuição das oficinas nesse processo e propor o aprofundamento teórico sobre educação midiática. Para trabalhos futuros, recomenda-se investir na sistematização de práticas pedagógicas que promovam o diálogo entre ciência, comunicação e territórios, bem como na formulação de políticas públicas voltadas à educação para a mídia em contextos periféricos. 4. REFERÊNCIASBRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular - Educação é a Base. Brasília: MEC/CONSED/UNDIME, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf._______ Congresso Nacional. Lei nº 14.533, de 11 de janeiro de 2023. Institui a Política Nacional de Educação Digital (PNED), com o objetivo de promover a inclusão digital, a educação digital escolar, a capacitação digital e a especialização digital. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 12 jan. 2023. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/lei/L14533.htm. Acesso em: 28 maio 2025.BUCKINGHAM, David. Media education: literacy, learning and contemporary culture. Cambridge: Polity Press, 2003.CHAGAS, C.; MASSARANI, L. Manual de sobrevivência para divulgar ciência e saúde. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2020. 152 p. ISBN 978-65-5708-027-6.DE OLIVEIRA, Thaiane Moreira; DE SOUSA, Lumárya Souza. A educação midiática, diálogos e práticas possíveis com crianças no ambiente educacional da favela. Comunicação amp; Educação, v. 27, n. 2, p. 63-77, 2022.DIONÍSIO, Maria de Lourdes. Educação e os estudos atuais sobre letramento. Entrevista concedida à Revista Perspectiva, 2007.FERREIRA, Eliara Santana. 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2025-10-092025-10-09383392DESINFORMAÇÃO E SAÚDE: PROJETOS DE LEI EM TRAMITAÇÃO NO CONGRESSO NACIONAL BRASILEIRO
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13004
À mingua de legislação que discipline a desinformação relativa à saúde, questiona-se como os parlamentares brasileiros têm atuado em relação a esta temática. Assim, este trabalho visa delinear o escopo dos projetos de lei apresentados no Congresso Nacional, no período de 2019-2025, sobre o tema. A pesquisa é descritiva, com abordagem quali-quantitativa, cuja base investigativa foram os documentos do legislativo brasileiro, interpretados a luz da análise de conteúdo e da literatura que compôs o referencial teórico. Os resultados apontam que o quantitativo de propostas existentes é suficiente para a regulamentação da matéria. Verificou-se que a maior parte das proposituras legislativas se refere à segurança sanitária (37,5%) e a criminalização da desinformação (31,25%), sendo que 40% dos projetos de lei estão prontos para serem discutidas em Plenário. O partido político que mais apresentou propostas foi o Partido dos Trabalhados (30%), seguido do Partido Democrático Trabalhista (PDT) (20%) Carmen Lúcia Costa BrotasMaria Isabel de Jesus Sousa BarreiraAntonio Marcos Pereira Brotas
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2025-10-092025-10-09282290AÇÕES INTEGRADAS DE COMUNICAÇÃO E SAÚDE COM POVOS INDÍGENAS DA BAHIA: EXPERIÊNCIAS DO NESI/FIOCRUZ
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13020
Criado em 2019, o Núcleo de Estudos em Saúde Indígena (NESI), da Fiocruz Bahia, atua em territórios indígenas do estado, desenvolvendo pesquisas e ações de promoção à saúde. Entre suas iniciativas, destaca-se a realização de estudos voltados à triagem de doenças infecciosas em 34 aldeias de diferentes territórios, abrangendo 12 etnias (Atikum, Kaimbé, Kantaruré, Kariri-Xocó, Kiriri, Pankarare, Pataxó, Pataxó Hã Hã hãe, Truká, Tupinambá, Tuxá e Xucuru-Kariri). Paralelamente às ações de vigilância em saúde, o NESI vem consolidando estratégias de comunicação voltadas às especificidades socioculturais dos povos indígenas, com foco na produção de materiais educativos e informativos. Até o momento, foram desenvolvidas cartilhas, folders, minidocumentários e um perfil ativo na rede social Instagram. As cartilhas e folders já foram distribuídos a 3.270 indígenas, contribuindo para o fortalecimento da informação em saúde nas comunidades. As experiências do NESI ressaltam a importância de ações integradas entre saúde e comunicação voltadas para populações negligenciadas, respeitando os saberes e contextos dos povos originários. Caique da Silva de JesusMariellen Santos de Jesus SouzaRodrigo André Santos MenezesAlan Oliveira DuarteFred Luciano Neves SantosIsadora Cristina de Siqueira
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2025-10-092025-10-09605615ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA E INFORMACIOMAL E COMBATE À DESINFORMAÇÃO: PROPOSTA DE UM MÓDULO CURRICULAR PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO SUPERIOR
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/12979
A internet permite mantermo-nos conectados e atualizados no universo digital, compartilhando conteúdos, alguns dos quais são fake news. O objetivo do trabalho é articular a alfabetização midiática e informacional e a desinformação e elaborar um módulo curricular para a formação de professores do ensino superior em avaliação crítica da informação. A investigação é descritiva, explicativa e qualitativa, partindo de uma revisão bibliográfica em bases de dados, Portal da CAPES, Scielo e Google Acadêmico, através dos descritores “desinformação”, “alfabetização midiática e informacional” e “formação de professores do ensino superior”. Aplicou-se ao corpus a análise de conteúdo para a seleção, tratamento, sistematização e interpretação do respectivo conteúdo. Os resultados mostram que a avaliação crítica da informação é tema discutido na produção internacional e nacional, em abordagens distintas, e considerada uma estratégia necessária na sua prática docente. Conclui-se que a proposta apresentada, um módulo curricular para a formação de professores do ensino superior em avaliação crítica da informação, é útil e ampla e pode ser adaptada em qualquer das diferentes disciplinas lecionadas no ensino superior. Fernanda Maria Melo AlvesJoselito Manoel de Jesus
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2025-10-092025-10-09957971E-SADIGI: Educação Digital em Saúde para Crianças como Estratégia de Enfrentamento à Desinformação
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/12995
O projeto de extensão E-SADIGI surge como proposta inovadora frente ao desafio do combate à desinformação em saúde, desde a infância. A partir de ações de letramento em saúde digital para crianças, busca promover cidadania e segurançadigital e dar acesso a informações confiáveis. As ações de extensão envolvematividades presenciais em clubes de ciências da Rede Paraná Faz Ciência e também a produção de conteúdo para redes sociais, sobre temas relacionados aos 9 elementos da segurança e cidadania digital. Por meio dessas experiências espera-seconcretizar o potencial transformador que ações de cidadania digital infantil podem ter na construção de sujeitos mais conscientes e aptos a lidar com o ambiente informacional. Érica SitkoLuciana Schleder Gonçalves
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2025-10-092025-10-09972979PERCEPÇÃO DE ENFERMEIRAS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA SOBRE A EDUCAÇÃO EM SAÚDE
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13011
A educação em saúde é um conjunto de práticas que contribui para a promoção da autonomia das pessoas no seu cuidado a fim de alcançar uma atenção à saúde de acordo com suas necessidades. Trata-se de uma atividade comum aos profissionais que atuam na Estratégia Saúde da Família (ESF), entretanto, destaca-se o papel de educadora da enfermeira. Assim, este estudo tem por objetivo descrever a percepção de enfermeiras da ESF sobre a educação em saúde. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, que teve como campo de estudo sete Unidades de Saúde da Família (USF) situadas no município de Feira de Santana-BA. Os participantes do estudo foram dez enfermeiros(as). Utilizou-se a entrevista semiestruturada para a coleta de dados, que foram analisados a partir da técnica de Análise de Conteúdo Temática. Os resultados apontam que as práticas de educação em saúde são consideradas uma ferramenta que colabora para a promoção da saúde individual e coletiva. A percepção sobre educação em saúde da maioria das enfermeiras participantes deste estudo perpassa pelo entendimento limitado sobre a temática, sendo que algumas falas reproduzem um conceito tradicional. Algumas entrevistadas confundem a definição de educação em saúde (voltada para a população) e educação na saúde (continuada e permanente, destinada aos trabalhadores). Podemos concluir que é necessário reforçar a importância das práticas de educação em saúde e disseminação do seu conceito e de metodologias pedagógicas inovadoras, estratégias e dialógicas, de modo a contribuir para a promoção do conhecimento e autocuidado individual e coletivo dos usuários. Mariana de Oliveira AraujoLívia de Souza e SouzaIraildes Andrade JulianoNídia Oliveira BezerraBianca de Oliveira Araujo
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2025-10-092025-10-09734745Diálogo sobre os princípios e diretrizes do SUS: Relato de Experiência
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Introdução: A desinformação na saúde compromete o acesso da população aos serviços públicos, dificultando a utilização adequada do Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivo: Relatar a experiência de atividades educativas sobre os princípios e diretrizes do SUS para usuários da Estratégia Saúde da Família. Metodologia: Este é um relato de experiência sobre duas salas de espera em duas Unidades de Saúde da Família (UFS) nas quais participaram 22 usuários da USF. Resultados: Os resultados indicam que a comunicação acessível fortalece o entendimento sobre o SUS e incentiva a cidadania. Considerações finais: As atividades educativas para os usuários ao ampliar o acesso à informação sobre o sistema público de saúde também possibilitam um maior acesso aos seus serviços. Carla Andrêsa Cerqueira ConceiçãoSophia da Silva e SilvaBianca de Oliveira Araujo
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2025-10-092025-10-09450458DESINFORMAÇÃO E O RETORNO DO SARAMPO: IMPACTOS NA COBERTURA VACINAL DA BAHIA
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/12970
Este trabalho analisa o impacto da desinformação no ressurgimento do sarampo no Brasil, com foco na cobertura vacinal no Estado da Bahia. O objetivo é compreender como a propagação de informações falsas afeta a adesão da população às campanhas de imunização. A metodologia utilizada envolveu análise descritiva de dados sobre cobertura vacinal e casos confirmados de sarampo entre os anos de 2013 e 2022, além de pesquisa bibliográfica sobre a influência da desinformação sobre a vacinação. Os resultados obtidos indicam que a queda na cobertura vacinal coincide com o aumento de casos da doença, e o estudo aponta que pode haver uma relação com a desinformação, como evidenciado nos artigos analisados. Conclui-se que é essencial implementar estratégias que combatam a propagação de informações falsas e promovam maior aderência das vacinas, como forma de garantir a eficácia das campanhas de saúde pública. Ester CarvalhoDenise Nunes ViolaCauã Ramos Santos OliveiraLara Rodrigues de Almeida
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2025-10-092025-10-09459470INDICADORES BIBLIOMÉTRICOS DE COAUTORIA EM PESQUISA CIENTÍFICA SOBRE CLOROQUINA (2018-2023)
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/12986
Trata-se de um estudo bibliométrico sobre a autoria da produção científica no domínio da cloroquina, abrangendo os períodos pré, durante e pós-pandêmico (2018–2023), com base em dados extraídos da base Web of Science. No período analisado, foram publicados 5.229 artigos, com pico de produção entre 2020 e 2021. Observou-se predominância de autoria múltipla (98,91%), com um coeficiente de colaboração de 0,99, indicando um nível consistentemente elevado de cooperação entre os autores ao longo de todo o período. Em relação à distribuição geográfica, destacaram-se os países europeus e asiáticos, evidenciando o forte interesse desses continentes pela temática, especialmente durante a pandemia. Conclui-se, que diante de uma crise sanitária global como a COVID-19, houve intenso movimento da comunidade científica, com atuação específica de cada nação, caracterizado por um esforço colaborativo ativo. Raymundo das Neves MachadoAna Carolina Reis Carneiro
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2025-10-092025-10-09261269A HOMEOPATIA EM PERNAMBUCO: UMA ANÁLISE SOBRE A DESINFORMAÇÃO COMO PRÁTICA EM SÁUDE.
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13002
São poucos profissionais de saúde que se especializam em Homeopatia. Os que o fazem, desejam entender os resultados obtidos com o uso em si mesmos, em familiares ou pela busca por tratamentos com menos efeitos adversos. O objetivo desta pesquisa foi quantificar o total de profissionais que atuam em Homeopatia no estado de Pernambuco, identificar as formas farmacêuticas homeopáticas prescritas, as escolas médicas seguidas, os anseios e as dificuldades na prática clínica. A pesquisa foi de método misto. Foram entrevistados: 36 médicos; 02 odontólogos;03 médicos veterinários. Destacam-se as principais dificuldades: desinformação sobre Homeopatia por parte da população; baixa procura como tratamento de primeira eleição e última opção terapêutica no processo de cura; preconceito dos outros colegas de profissão; ataques frequentes por parte de leigos e disseminação de informações distorcidas sobre a terapêutica. A pesquisa evidenciou, o distanciamento da Homeopatia no meio acadêmico, com a hegemonia da racionalidade biomédica em detrimento da racionalidade homeopática. Juliana Casé Costa CunhaTereza Cristina LeitãoFortune HomesaniManoel Sebastião da Costa Lima JúniorAna Lúcia Ribeiro de Vasconcelos
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2025-10-092025-10-09352362ZÉ GOTINHA TEM VACINA PARA A DESINFORMAÇÃO? O PERSONAGEM NA COMUNICAÇÃO PÚBLICA DIGITAL
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13018
O personagem Zé Gotinha, utilizado como estratégia de Comunicação Pública para informar sobre a imunização e incentivar a vacinação no Brasil desde 1986, atravessou décadas e sofreu inflexões e reconfigurações, sobretudo no contexto de desinformação na pandemia da Covid-19. Em 2023, o personagem passou a integrar os mecanismos digitais de comunicação do Ministério da Saúde com perfis nas redes sociais. Este trabalho realiza uma análise sistemática de publicações no perfil oficial do personagem na rede Instagram a fim de depreender elementos que permitam verificar a potência deste signo comunicativo para a comunicação pública, especificamente na consolidação de informações de qualidade, no fortalecimento das instituições públicas e de informações científicas, na ratificação da imagem do Zé Gotinha e no combate à desinformação. Foram levantadas 427 publicações e elencadas 17 unidades de análise. Os resultados apontam para o uso do perfil para além meramente da comunicação sobre a imunização e denotam potencialidades da ferramenta e da presença do Zé Gotinha no ambiente digital, sobretudo no enfrentamento à desinformação. Rafael de Araújo MéloJuciano de Sousa Lacerda
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2025-10-092025-10-09420433DivulgaSUS: a UEFS e a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) como vetores da Saúde Digital no SUS
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13050
<p>As tecnologias digitais estão redesenhando o cuidado em saúde e demandam dos profissionais novas competências para seu uso ético, seguro e eficiente. No contexto da Estratégia Saúde Digital (2020-2028) e do Programa SUS Digital, o plano de trabalho “Saúde Digital no Sistema Único de Saúde (SUS): Inclusão, conectividade e proteção dos direitos humanos fundamentais”, desenvolvido no âmbito do Programa de Extensão DivulgaSUS/UEFS, tem promovido a disseminação de informações sobre as ferramentas digitais disponíveis no SUS e os recursos da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP). O plano se baseia em três linhas de ação: levantamento e divulgação dos dispositivos do SUS Digital e da RNP; realização de uma enquete diagnóstica sobre o conhecimento da comunidade acadêmica da Área de Saúde da UEFS acerca dessas tecnologias; e construção de uma Linha do Tempo sobre a trajetória da saúde digital no Brasil. Os dados iniciais da enquete revelaram que mais de 70% dos participantes desconheciam os serviços da RNP, e 48% nunca haviam ouvido falar sobre saúde digital no SUS, evidenciando a necessidade de ampliar o letramento digital e a cultura da saúde digital entre estudantes e profissionais. As atividades incluem a produção e circulação de materiais educativos em diferentes mídias e ações presenciais em cenários de prática. Este relato de experiência extensionista visa compartilhar estratégias que contribuem para fortalecer o papel da universidade na promoção da inclusão digital em saúde, a formação cidadã e a defesa dos direitos informacionais no contexto do SUS.</p> <p> </p>Elãine Brito de OliveiraIraildes Andrade Juliano
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2025-10-012025-10-01COMBATE À DESINFORMAÇÃO: REDES SOCIAIS NA EDUCAÇÃO EM SAÚDE
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13051
<p>Com o aumento da circulação de informações na internet, a desinformação em saúde tornou-se um desafio relevante, especialmente no uso de medicamentos pediátricos. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo utilizar o Instagram como ferramenta educativa para promover o uso racional de medicamentos na pediatria, prevenção de interações medicamentosas e a segurança do paciente pediátrico. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, configurado como um relato de experiência sobre a criação e gestão de um perfil no instagram:@seubabyseguroo. Os resultados mostraram os temas abordados e o alcance significativo comparado ao ano de 2023 e 2024. O perfil dos seguidores é composto em maior parte pelo sexo feminino, da cidade de Feira de Santana e abrange jovens adultos entre 18 e 34 anos. A análise manual do perfil evidenciou um retorno positivo nas postagens. Espera-se manutenção contínua do perfil e desdobramento para outras redes.</p>Gabriele Batista dos Santos FreitasLuma Lara de Oliveira AlvesNathane Cordeiro De Lima Amorim, nathaneamorim15@gmail.comDanielle Figuerêdo da Silva
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2025-10-012025-10-01O PAPEL DO PROJETO DE EXTENSÃO NA DIMINUIÇÃO DA DESINFORMAÇÃO EM SAÚDE
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13052
<p>A disseminação de informações ambíguas e imprecisas, especialmente em saúde, aumenta a sobrecarga informacional e a desconfiança em órgãos públicos, fenômeno agravado pela infodemia pós-covid 19. Este trabalho teve como objetivo demonstrar como a extensão universitária por meios de estratégias digitais pode ajudar a combater essas desinformações, com foco principal em interações medicamentosas. A metodologia envolveu a criação e gestão de um perfil no Instagram (@interamedd) com uma abordagem quali-quantitativa, analisando as métricas da plataforma. Os resultados mostraram um alcance significativo e engajamento crescente, indicando a eficácia da rede social. Portanto, conclui-se que a extensão universitária, ao se apropriar de mídias sociais, exerce um papel crucial na promoção da saúde e na capacitação da população em lidar com o cenário digital. </p>Ive Caroline Rocha Moreira MendonçaEster Gomes ReisGabriele Batista dos Santos FreitasDanielle Figuerêdo da SilvaHugo Neves BrandãoManoelito Coelho dos Santos Junior
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2025-10-012025-10-01LITERACIA MIDIÁTICA NO ENFRENTAMENTO À DESINFORMAÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13053
<p>Esta pesquisa analisa os níveis de literacia midiática de estudantes do ensino médio em relação ao contexto da desinformação. A pesquisa utiliza fundamentação teórica baseada nos estudos de literacia midiática e desinformação. O percurso metodológico se orientou pelos procedimentos de estudo de caso instrumental, com abordagem quantitativa e qualitativa com aplicação do questionário sobre o consumo de informações pelos alunos, em seguida, fez-se grupo focal com estudantes para analisar a literacia midiática dos estudantes a respeito do conhecimento sobre desinformação. Os resultados indicam que os estudantes têm dificuldades em reconhecer informações falsas e indicam a necessidade de implantação de uma proposta pedagógica que relacione teoria e prática, habilitando os alunos a serem críticos e bem informados no ambiente digital através da literacia midiática.</p>Otávio Pereira DuarteAndrea Cristiana Santos
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2025-10-012025-10-01A DESINFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA MACONHA NO BRASIL: PARA REFUTAR E INDICAR IMPACTOS DELETÉRIOS
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13054
<p>A desinformação é um fenômeno abrangente, insidioso e preocupante. Meros interesses sócio-político-culturais podem contribuir para que esse fenômeno seja estruturado para moldar padrões científicos e políticos às custas da verdade. No contexto da maconha, a desinformação não apenas atravessa gerações e séculos, mas também contribui para estigmatizar e potencializar posicionamentos proibicionistas que sustentam a criminalização. Diante disto, o principal objetivo deste artigo consistiu em mapear as principais fontes geradoras desta desinformação, a fim de refutar, baseado em evidências científicas, os equívocos perpetuados sobre a planta e seus usos, bem como traduzir os possíveis impactos na saúde pública dessa prática. Para tanto, foram realizadas as etapas de escolha de documentos científicos e governamentais, análise do conteúdo, segundo Bardin, e posterior discussão. A desinformação científica sustenta a maior parte dos "mitos", impactando em posicionamentos na saúde e na segurança pública. Conclui-se que o tabu sócio-político-cultural perpetua a desinformação sobre a maconha, valorizando o proibicionismo.</p>Victória Taveira de Castro, victoria.taveiracastro@usp.brMarco Akerman
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2025-10-012025-10-01RADIONOVELAS PARA O ENFRENTAMENTO À DESINFORMAÇÃO EM SAÚDE
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13055
<p> O artigo discute como as radionovelas podem contribuir para o enfrentamento à desinformação em saúde. Metodologicamente, parte de uma discussão teórica e relatos de experiência de produções desenvolvidas pela autora, com seus grupos de pesquisa e de extensão, desde a Covid-19. O grupo vem realizando radionovelas que alertaram à população sobre os riscos da Covid-19, sobre vacinação, prevenção das arboviroses e, atualmente, realiza uma produção voltada para o enfrentamento à desinformação sobre hanseníase, saúde bucal, IST, HIV/Aids e outros agravos de saúde, como etapa da tradução do conhecimento na pesquisa“Rompendo as barreiras da Desinformação: Ciência Cidadã como aliada na Educação, Informação, Comunicação e na Tradução do Conhecimento à Promoção da Saúde”, financiada pelo CNPq. As radionovelas relatadas são produções que inovam ao serem pensadas a partir de uma ideia de rádio expandido, que transborda para as redes sociais; por unir entretenimento e informação confiável; e potencializar a comunicação como direito.</p>Giovana Mesquita
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2025-10-012025-10-01BORA CHECAR! RELATO DE EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO MIDIÁTICA COM ESTUDANTES DA BAHIA CONTRA A DESINFORMAÇÃO
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13056
<p>Este artigo relata a experiência do projeto Bora Checar, realizado em três escolas pública na Bahia, sendo duas em ambientes urbanos (em Salvador e em Catu) e a terceira em uma comunidade quilombola da cidade de Cachoeira. A atividade teve como objetivo promover capacitação para estudantes do Ensino Médio para compreender, detectar e enfrentar a desinformação, em especial, em saúde, ciência e meio ambiente. A iniciativa promoveu oficinas formativas com foco no desenvolvimento de competências em informação e educação midiáticas. A metodologia usada foi relato de experiência em diálogo com a revisão de literatura. Entre os resultados alcançados, destaca-se a participação de 120 estudantes que demonstraram vivenciar os desafios da desinformação e apresentaram interesse em aprender como se prevenir e combatê-la. Conclui-se que a educação midiática precisa ser fortalecida no currículo escolar.</p>Daniela SilvaAntonio Brotas Matheus Tranzillo
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2025-10-012025-10-01COMBATE À DESINFORMAÇÃO EM SAÚDE EM ESCOLAS DA CHAPADA DIAMANTINA
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13057
<p>Populações que vivem distantes dos grandes centros urbanos enfrentam dificuldades no acesso a serviços de saúde e informações confiáveis sobre o uso adequado de medicamentos, o que pode levar à desinformação e ao uso inadequado. Este trabalho teve como objetivo promover a educação em saúde em escolas da Chapada Diamantina, conscientizando estudantes sobre os riscos de interações medicamentosas e o uso seguro de plantas medicinais. A ação foi realizada durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2024, com atividades educativas em três escolas públicas, utilizando materiais informativos e um jogo interativo para estimular a participação dos alunos. A iniciativa alcançou cerca de 200 a 300 estudantes, que demonstraram interesse e compartilharam experiências pessoais relacionadas ao tema. Os resultados indicaram que a intervenção ampliou o conhecimento, fortaleceu o pensamento crítico e ressaltou a escola como espaço estratégico para promoção da saúde, contribuindo para enfrentar a desinformação e reduzir desigualdades no acesso à informação.</p>Danielle Figuerêdo da SilvaEster Gomes ReisGabriele Batista dos Santos FreitasIve Caroline Rocha Moreira MendonçaNathane Cordeiro de Lima Amorim
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2025-10-012025-10-01PRIMEIROS SOCORROS: A ENFERMAGEM COMO MEDIADORA DE INFORMAÇÕES
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<p>Com o aumento das mortes classificadas como “fatores externos”, o ensino sobre primeiros socorros tornou-se urgente. Para isso, a educação popular, unida aos projetos de extensão universitária em enfermagem, surge como ferramenta essencial para democratizar o acesso a informações que salvam vidas. Com o objetivo de analisar o papel da extensão universitária na promoção do ensino de primeiros socorros por graduandos de enfermagem, este estudo realizou uma revisão integrativa da literatura. A busca foi conduzida entre janeiro e abril de 2025 em duas bases de dados, utilizando os descritores “Disseminação de informação”, “Educação em saúde”, “Enfermagem” e “Primeiros socorros”, combinados com operadores booleanos. Após a triagem e aplicação dos critérios de inclusão, foram selecionados 88 artigos para análise. Os resultados revelaram que a maioria dos estudos enfatiza a relevância de ações extensionistas na disseminação de conhecimentos sobre primeiros socorros, especialmente em ambientes escolares e comunitários. Dentre os principais enfoques, destacaram-se a inserção do tema no currículo escolar (29,5%) e a formação de multiplicadores sociais (21,6%), com atuação direta de graduandos e profissionais de enfermagem. Conclui-se que a extensão universitária voltada ao ensino de primeiros socorros exerce papel transformador, promovendo conscientização, autonomia comunitária e preparo frente a situações de emergência. A atuação dos graduandos em enfermagem como educadores sociais fortalece a educação em saúde e amplia o acesso a informações que salvam vidas, tornando-se um importante elo entre o conhecimento técnico e a realidade social.</p>Luanda MotaARYADNE ELLEN PEREIRA DA SILVABARBARA PESSOA DE SANTANAALICIA BARROS LIRALUANNA SOARES MENEZESESTELA MARIA LEITE MEIRELLES MONTEIRO
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2025-10-012025-10-01A comunicação como aparelho de disputa: A atuação dos movimentos sociais canábicos contra a desinformação na saúde coletiva
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13061
<p>Esse estudo reflete sobre o fenômeno da desinformação como barreira às prescrições de <em>Cannabis sativa</em> L. no campo da saúde coletiva, sobretudo no SUS. A discussão é um recorte de uma pesquisa de mestrado em desenvolvimento que investiga o cenário do uso terapêutico da planta em Juazeiro, Bahia, onde se observa, até o presente momento do estudo, a inexistência de prescrições formais nas Unidades Básicas de Saúde. A partir de uma abordagem transdisciplinar, analisa-se como a comunicação praticada nas plataformas digitais, por pacientes, profissionais da saúde e coletivos, com base nas suas experiências, saberes, estratégias de resistência e resultados tem atuado como vetor de mudanças no cenário de desigualdades históricas, ações que tencionam paulatinamente as transformações das políticas que envolvem o uso terapêutico da <em>C. sativa </em>L., promovendo autonomia, direitos e acesso à informação.</p>Mariane Ribeiro
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2025-10-012025-10-01ENFRENTAMENTO A DESINFORMAÇÃO COM ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL: RESULTADOS DE EXPERIÊNCIA
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13062
<p>A Educação Alimentar e Nutricional (EAN), campo de ação da Segurança Alimentar e Nutricional, é fundamental para promoção de hábitos alimentares saudáveis, que podem ser difundidos em ambientes comunitários, escolares e familiares. A EAN é, também, uma estratégia para a prevenção e controle dos problemas alimentares e nutricionais, recomendada por instituições governamentais relacionadas à alimentação e nutrição. Este trabalho tem como objetivo sistematizar estratégias de educação alimentar e nutricional vivenciadas com escolares do município de Salvador no contexto de um projeto de extensão desenvolvido pela Escola de Nutrição da Universidade Federal da Bahia, a fim de difundir ações que possam auxiliar na promoção da alimentação saudável, ao tempo que combate a difusão de informações enganosas a respeito da alimentação.</p>UILSON LEITE DE SANTANA FILHOFernanda Doring KrumreichLílian Lessa AndradeNedja Silva dos SantosMaria Clara de Jesus SilvaAyala Cristina Portela Silva
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2025-10-012025-10-01Verdades Indigestas: Desconstruindo fake news sobre nutrição
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13063
<p>Diante da crescente propagação de <em>fake news</em> no âmbito nutricional e dos impactos negativos que essas vem ocasionado a saúde da população, o presente trabalho visa analisar criticamente algumas dessas, utilizando-se para isso conhecimentos da química. Foram investigados conteúdos relacionados à nutrição, veiculados por meio de artigos e vídeos, amplamente divulgados sem que haja respaldo científico. Para análise desses materiais, adotou-se a metodologia de análise documental. Pode-se concluir que o fornecimento de uma educação crítica, bem como a divulgação científica ética e responsável e a apropriação dos conhecimentos químicos podem contribuir potencialmente no combate a propagação de falsas informações, além de despertar o senso crítico da população, contribuindo assim para que esses identifiquem a veracidade das informações que tem acesso e ajam de forma responsável frente a essas.</p>LILIAN MOREIRA PEREIRA DOS SANTOSRafael Moreira Siqueira
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2025-10-012025-10-01ENFRENTANDO A HIDRA DA DESINFORMAÇÃO: PARCERIA ENTRE ACADEMIA E SOCIEDADE CIVIL
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13064
<p>Nas duas últimas décadas, narrativas desinformativas proliferadas no ecossistema informacional digital têm empantanado o debate público ao redor do globo, colocando em xeque os valores democráticos, a coesão social e a confiança nas instituições. A desinformação representa hoje grave risco global a curto prazo cujo enfrentamento exige, além da preocupação crítica de organizações multilaterais internacionais, a articulação e coordenação de esforços nacionais da sociedade civil. O presente trabalho tem por objetivo analisar, dentre as distintas ações atuais para o enfrentamento da desinformação, a mobilização da comunidade acadêmica e científica por meio da criação de redes colaborativas no cenário brasileiro, a fim de compreender como podem amplificar seu alcance pela articulação e coordenação de forças na sociedade civil. A partir de pesquisa bibliográfica e documental, ressalta-se que o cenário da pós-verdade e da crise de autoridades institucionais lança luz sobre a promoção do descrédito e da ignorância como projeto deliberado de grupos dominantes do capital global, fundamental na constituição do contexto informacional e epistêmico do qual decorre a desinformação, afetando uma série de atores sociais. Em seguida, com base em abordagem qualitativa e exploratória, duas importantes iniciativas foram examinadas: a Rede Nacional de Combate à Desinformação e a Rede Minerva. Como resultados principais, aponta-se para o compromisso dessas iniciativas quanto ao fortalecimento da resiliência das instituições democráticas no combate à desinformação, além da emergência do debate sobre a integridade da informação no Brasil.</p>Bianca Lopes
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2025-10-012025-10-01SAÚDE MENTAL NO YOUTUBE: ATORES E TEMAS EM DESTAQUE
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13065
<p>O trabalho visa delinear as características dos conteúdos que transitaram no YouTube, nos anos de 2023 e 2024, sobre saúde mental. O intuito é identificar em que medida a utilização desta plataforma promove informação íntegra acerca do referido tema, promovendo o enfrentamento da desinformação. Para alcançá-lo, foram definidos os seguintes objetivos específicos: a) categorizar discursos sobre saúde mental na apontada plataforma; b) perfilhar os interlocutores que proferiram os discursos relativos à saúde mental; e c) identificar os aspectos abordados nas veiculações acerca de saúde mental. A pesquisa é descritiva, com abordagem quali-quantitativa. Foi utilizada análise de conteúdo. Identificou-se significativa atuação dos influenciadores (32%), índice superior àquele atingido pelos psicólogos (16 %). Merece ênfase a reduzida ocorrência das campanhas governamentais (4%) e a alta frequência da indicação de causas e fatores associados (90%), sendo que destes 22% referiam-se a associação com mídias sociais, 18% a aceitação pessoal, 18% discursos religioso.</p>Antonio Marcos Pereira BrotasCarmen Lúcia Costa Brotas,Felipe Lobo dos SantosJoão Victor de Mreirelles Valente
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2025-10-012025-10-01Risco e perigo no enquadramento da PrEP em portais de notícias (2018)
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13066
<p>Este trabalho analisa o enquadramento midiático da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV no Brasil pós-2018, ano de sua incorporação pelo Sistema Único de Saúde, investigando como os discursos jornalísticos influenciam percepções sobre prevenção e sexualidade. Objetivou-se analisar o enquadramento noticioso e as estratégias retóricas sobre a PrEP, bem como o uso das fontes em matérias em dois portais brasileiros (G1 e UOL). Foram analisadas dez notícias de 2018, obtendo-se os resultados: 1) predomínio de fontes oficiais/científicas sobre vozes de usuários com linguagem técnica; 2) polarização entre defesa da ampliação do acesso à Profilaxia Pré-Exposição e hierarquização do preservativo como método superior de prevenção; 3) uso de estratégias retóricas de estigmatização através de discursos de perigo, temor e risco. Os enquadramentos estudados materializam mecanismos de opressão sexual produzindo um apagamento das questões estruturais e desigualdades características atuais da epidemia do HIV.</p>Matheus AvelinoThaynã Karen dos Santos Lira Mariana Olívia Santana dos Santos
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2025-10-012025-10-01INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E REGULAÇÃO DIGITAL NA ERA DA PLATFORMIZAÇÃO
https://publicacoes.softaliza.com.br/semineducacaoinformacaoesaude/article/view/13067
<p>A crescente presença das plataformas digitais na vida cotidiana tem intensificado o debate sobre os impactos sociais, éticos e regulatórios associados ao uso de algoritmos de inteligência artificial. Este artigo tem como objetivo apresentar uma análise introdutória sobre os desafios éticos e os modelos de regulação aplicáveis às plataformas digitais e aos sistemas automatizados que as sustentam. O estudo adota uma abordagem qualitativa, com base em revisão bibliográfica crítica, estruturada em quatro eixos: impacto da plataformização na sociedade, ética na inteligência artificial, modelos de regulação e responsabilidade das plataformas. Os resultados indicam que os modelos regulatórios atuais ainda se mostram insuficientes frente à complexidade dos sistemas algorítmicos e às assimetrias de poder envolvidas. Conclui-se que é necessário avançar na formulação de marcos regulatórios que integrem princípios éticos, transparência e governança democrática, a fim de garantir a proteção de direitos em um ambiente digital cada vez mais mediado por tecnologias automatizadas.</p>Barbara Coelho
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2025-10-022025-10-02