Melanoma epidérmico em Gaivotão (Larus dominicanus) no litoral do estado do Paraná: primeiro relato de caso

Autores

  • Renata Luisa Soares
  • Juliana Bresciani
  • Fábio Henrique de Lima
  • Liana Rosa
  • Camila Domit

DOI:

https://doi.org/10.55592/azab.v1i1.7921

Palavras-chave:

Ave marinha, Gaivota, Melanoma, Neoplasia

Resumo

Os melanomas são neoplasias malignas oriundas de melanócitos e podem originar-se de diversos órgãos. Possuem crescimento rápido e na maioria das vezes são pigmentados. É comumente relatado em mamíferos e menos frequentemente em aves. Das espécies de aves marinhas, existem relatos em pinguins e um relato em gaivota-da-asa-escura (Larus fuscus). Dessa forma, o objetivo deste trabalho é relatar o caso de melanoma diagnosticado em Larus dominicanus no litoral Paraná. Em agosto de 2023, um L. dominicanus foi atendido no centro de reabilitação de fauna marinha do estado do Paraná (CReD) com um tumor na região lateral direita do uropígio. A massa possuía formato irregular, coloração enegrecida, aderida à pele. Após estabilização do quadro geral, foi realizada a exérese tumoral cirúrgica. O tumor foi encaminhado para análise histopatológica. Após dois meses em reabilitação, o animal foi devolvido à natureza com a ferida totalmente cicatrizada, impermeabilização satisfatória das penas e com exames complementares dentro dos valores de referência, além de não haver nenhum sinal de recidiva do tumor no local da cirurgia e nem de metástase. A citologia foi compatível com melanoma de origem epitelial e o exame histopatológico confirmou o caso de melanoma, composto por células severamente pleomórficas e pouco diferenciadas, com elevado número de mitose. Assim como descrito em literatura, o tamanho do tumor é indicativo de malignidade da neoplasia. Na histopatologia, a presença de células com pleomorfismo e mitose auxiliaram na classificação da malignidade do tumor, e o relatado é semelhante aos melanomas encontrados em outros casos de animais marinhos. Apesar de ser uma doença considerada rara em aves marinhas, algumas interações antrópicas podem contribuir com o aparecimento de neoplasias malignas nessas espécies, tal como os poluentes (carcinógenos químicos) presentes na fauna e no oceano.

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Publicado

2024-11-22