A importância da educação ambiental na conservação da tartaruga-verde (Chelonia mydas) no litoral do Rio Grande do Sul

Resumo

A importância da educação ambiental na conservação da tartaruga-verde (Chelonia mydas) no litoral do Rio Grande do SulNERIS, Joana de Bairros¹; SANTOS, Letícia Verônica dos²; GIÃO, Thayana³; MARTINEZ-SOUZA, Gustavo⁴;¹Discente em Medicina Veterinária, Universidade Federal de Pelotas.²Discente no Programa de Pós-Graduação em Ambientometria, Universidade Federal do Rio Grande.³Discente no Programa de Pós-Graduação em Oceanografia, Universidade Federal de Santa Catarina.⁴Docente, Universidade Federal do Rio Grande, Instituto de Matemática, Estatística e Física.RESUMOEste trabalho tem como objetivo relatar a realização da educação ambiental com crianças na faixa etária de 5 a 12 anos, em diferentes situações sociais, a favor da conservação das tartarugas marinhas, sobretudo, a tartaruga-verde (Chelonia mydas). Desse modo, foram elaboradas brincadeiras lúdicas envolvendo o ecossistema oceânico e as espécies inseridas nele, utilizando materiais biodegradáveis para a confecção de fantasias no formato de carapaça. A finalidade dessa atividade era educar, em um desfile de Carnaval, a população litorânea acerca das ameaças que os oceanos e os animais marinhos estão sofrendo devido as ações antrópicas.Palavras-chave: Chelonia mydas. Conservação. Educação ambiental. Tartaruga-verde.A. IntroduçãoOs problemas teóricos e práticos da contemporaneidade, entre eles os ambientais, não podem mais ser respondidos pela objetividade fragmentada com a qual a sociedade está acostumada a analisar o mundo (CARVALHO, 2006). É preciso aprender a lidar com uma enorme diversidade de atores, papéis e campos sociais em ação e relação. Entre esses inúmeros campos, encontra-se a educação ambiental, delineada a partir dos anos 60 do século XX com o objetivo de pesquisar e dar respostas aos problemas nas relações entre a humanidade, o meio ambiente e a educação. Como um novo campo, a educação ambiental surge buscando reformular respostas teóricas e práticas para essa atual crise socioambiental no planeta (MATOS, 2009). Dessa forma, atualmente, é inegável a relevância de pesquisas em educação ambiental. O projeto de extensão intitulado “Programa de educação ambiental continuada e transformação social sob a perspectiva do Carnaval - o Bloco Ritmo do Mar” promove a educação ambiental e a promoção de boas práticas amigáveis ao meio-ambiente através do conhecimento sobre a biologia, ecologia e ameaças às tartarugas marinhas ao longo de diferentes atividades de educação artística e educação musical.B. ObjetivosO presente trabalho teve o intuito de relatar uma experiência de ensino-aprendizagem na realização de educação ambiental com crianças em prol da conservação das tartarugas marinhas.C. MetodologiaO “Programa de educação ambiental continuada e transformação social sob a perspectiva do Carnaval - o Bloco Ritmo do Mar” realizou 24 oficinas itinerantes envolvendo diferentes parceiros e colaboradores, com destaque para grupos dos centros de referência e assistência social (CRAS) e lares de acolhimento (Casa Raio de Luz e Lar Reintegração). D. Resultados e discussãoA possível relação existente entre cidadania, meio ambiente e conhecimento não vem à tona de maneira gratuita ou naturalmente através do desenvolvimento capitalista. Emerge no discurso e na prática como construção histórica, ou seja, como saber intelectual elaborado pela reflexão a partir dos desafios que a prática social vem enfrentando (TOURAINE, 1995). Nesse sentido, o meio ambiente se fundamenta na compreensão da multiplicidade dos nexos na teia social, onde ao mesmo tempo tudo se transforma na história e tudo se relaciona (RUSCHEINSKY, 2002; 2004). Segundo a Ecopedagogia, para que emerja uma cultura baseada na sustentabilidade faz-se necessário o advento de uma consciência ecológica e a sua formação depende do processo em curso da educação ambiental. As oficinas de educação ambiental desenvolvidas pela equipe de profissionais e voluntários do Projeto Caminho Marinho, consistia na elaboração de fantasias feitas de revistas e jornais com cola biodegradável, que faziam alusão a cascos de tartarugas-verde e outros animais marinhos. Nesse sentido, os participantes tiveram a oportunidade de criar e decorar manualmente suas fantasias. Além disso, todos aprenderam sobre a biologia dos répteis em questão através de uma breve apresentação e, principalmente, por meio de uma música criada pelo fundador do projeto. Desse modo, o “Programa de educação ambiental continuada e transformação social sob a perspectiva do Carnaval - o Bloco Ritmo do Mar” resultou na criação de atores sociais e ambientais a favor do ecossistema marinho, alcançando a marca de aproximadamente 600 crianças e jovens participantes. Dentre elas, crianças em situações vulneráveis que não teriam a oportunidade de ter essa experiência. O programa ocorre anualmente, além da finalidade envolvendo as tartarugas marinhas, atualmente, também possui como meta a ampliação do programa para demais municípios e estados. E. ConclusãoA educação ambiental é uma ferramenta indispensável na conservação das espécies devido a aproximação que é gerada entre a sociedade e os animais.F. ReferênciasCARVALHO, I. C. de M. A invenção ecológica: narrativas e trajetórias da educação ambiental no Brasil. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2001.GUIMARÃES, Mauro. Educação ambiental crítica. Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, p. 25-34, 2004. MATOS, Maria Cordeiro de Farias Gouveia. PANORAMA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA A PARTIR DO V FÓRUM BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2009.TOURAINE, A. Crítica da modernidade. Petrópolis: Vozes, 1995.RUSCHEINSKY, A. Educação ambiental: abordagens múltiplas. Porto Alegre: Artmed, 2002.RUSCHEINSKY, A. Sustentabilidade: uma paixão em movimento. Porto Alegre: Sulina, 2004.