A produção de cartões de comunicação com símbolos pictográficos texturizados para alunos com deficiência múltipla
Resumo
O sistema educacional brasileiro vem recebendo cada vez mais alunos com deficiência nas escolas regulares. O cenário não é diferente quando se fala de uma instituição especializada em Deficiência Visual (DV). Tal instituição tem recebido mais alunos que além da DV possuem outros comprometimentos, caracterizando-os como indivíduos com Deficiência Múltipla (DMU). Nesta perspectiva, os alunos com DMU possuem características específicas quanto à locomoção, à aprendizagem e à comunicação. No que tange a aprendizagem, Nunes (2001) faz sugestões para facilitar a aprendizagem das com comprometimento visual: criação de um ambiente que estimule a resposta da criança; a utilização de objetos reais para a formação de conceitos e a valorização dos sentidos do tato e da audição no processo de aprendizagem destes alunos. E em relação à comunicação, eles podem apresentar ausência da fala articulada e/ou funcional. Deste modo, os recursos de Comunicação Alternativa (CA) podem auxiliar no desenvolvimento das habilidades comunicativas através de estratégias, técnicas e recursos que complementam e ou suplementam as funções da fala ou da escrita, envolvendo gestos manuais, expressões corporais e faciais, objetos, miniaturas, objetos reais ou parciais, fotografias e símbolos gráficos (NUNES, 2003; SCHIRMER; BERSCH, 2007; SCHIRMER, 2008). Um tipo de símbolos gráficos é o pictográfico que é um desenho que parece com o que deseja representar (SCHIRMER; BERSCH, 2007). O presente trabalho visa descrever como se dá a produção de cartões de Comunicação com símbolos pictográficos texturizados. Considerando este aspecto em relação à comunicação, a questão norteadora desta pesquisa é: se os cartões de comunicação com símbolos pictográficos texturizados beneficiam o desenvolvimento das habilidades comunicativas dos alunos com deficiência múltipla. Sobre a metodologia, este estudo foi desenvolvido nas dependências de uma escola especializada em deficiência visual localizada na zona sul do Rio de Janeiro. Participaram da confecção deste recurso uma professora responsável pelo setor de CA, uma estagiária e um secretário. Os materiais utilizados foram: tesoura, papel Braille, impressora, papel corrugado, lixa de madeira, madeira, miçanga, papel cartão, tecido, fita dupla face, barbante, máquina Thermoform, plástico, grampeador, grampo de papel. Os cartões foram impressos com um tamanho de X cm em duas folhas de gramatura de papel Braille. A produção do plástico em relevo foi feita na máquina Thermoform que molda o plástico de acordo com o formato que foi texturizado, por meio do calor. Os cartões ficaram com formatados padronizados, em tinta, com a imagem pictográfica na parte superior e na parte inferior a legenda em tinta. Sobreposta a esse papel, ficou o plástico em relevo, com o formato da figura pictográfica e a palavra em Braille. Resultados preliminares indicam que a equipe se preocupou com as necessidades singulares dos usuários de CA. Outro ponto foi a imagem do desenho que escolhida imagem de objetos que podem ser explorados pelos alunos antes de serem impressos e texturizados no cartão. Assim os cartões ficam com as informações acessíveis a todos. Conclui-se que os recursos devem ser adaptados às necessidades dos educandos, viabilizando que os mesmos desenvolvam suas habilidades comunicativas.Downloads
Publicado
2023-12-22
Edição
Seção
Artigos