FORMAÇÃO DE FONOAUDIOLOGIA EM COMUNICAÇÃO SUPLEMENTAR E ALTERNATIVA - RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA

Autores

  • Ana Giusti
  • Amanda Brait Zerbeto
  • Regina Yu Shon Chun

Resumo

Introdução: As vivências em Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA) extra-muros com uma profissional familiar, sensibilidades e interesses específicos motivaram a entrada de uma das autoras no Curso de Fonoaudiologia. Ao longo da formação, disciplinas e estágios contribuíram para despertar desejos e inclinações a determinadas áreas ou linhas de pesquisa na Fonoaudiologia, como a CSA. Este relato visa compartilhar  experiências com CSA na graduação, uma vez que o conhecimento adquirido, nesse momento, interferirá no efetivo entendimento e abrangência da prática em CSA em diversos âmbitos -  clínico, familiar,  escolar e profissional. A existencia de poucas práticas como essa, enfatiza a necessidade da formação para futuros profissionais, algo ainda pouco frequente nos Cursos de Fonoaudiologia, embora a CSA esteja em Resolução do Conselho Nacional de Saúde.Objetivos: Relatar a experiência de formação em CSA durante a graduação em Fonoaudiologia em uma universidade pública do interior de São Paulo.Público-alvo: Discentes da graduação em Fonoaudiologia, pessoas com necessidades complexas de comunicação (PNCC), profissionais de Saúde e Educaçao.Descrição das ações desenvolvidas: A trajetória com a CSA, iniciou-se antes da graduação, por observações de fonoaudióloga atuante em linguagem com crianças com atrasos de desenvolvimento, que motivaram o ingresso na Fonoaudiologia para entender este trabalho que parecia tão valioso.Na graduação vivenciou-se disciplinas teóricas e práticas, e oportunidades como a “Universidade de Portas Abertas", que agregam conhecimentos e preparam para a prática em CSA.Durante os atendimentos e supervisões nos estágios, ao lado de profissionais experientes, construíram-se conhecimentos e  práticas essenciais neste campo.  Atividades terapêuticas foram desenvolvidas para consolidar usos de prancha de comunicação robusta em caso de apraxia oral. Realizaram-se encontros com familiares, equipes escolares e Organização não-governamental (ONG), para favorecer a compreensão e uso da CSA. Resultados: Ao longo da formação e principalmente, nos  estágios, enfrentou-se desafios como desmistificar crenças de que a CSA não inibe a fala e incentivar o uso em diferentes ambientes. Também observou-se conquistas dos atores sociais envolvidos.  A própria escola providenciou prancha para si e para ONG, com modelo fornecido pela universidade, usando-a nesses contextos. O acompanhamento de usuários de CSA propiciou revisão das expectativas e implicou ajustes dos conhecimentos visando atender a singularidade das PNCC, incentivando-a rever convicções e alinhá-las com demandas e potencialidades dessas pessoas ao mesmo tempo que permitiu acompanhar o processo de implementação da CSA. Reavaliou-se cada passo, buscando-se favorecer uma comunicação mais efetiva dos usuários, revendo-se expectativas próprias da formação e reais desejos daqueles envolvidos. Cada pequeno avanço foi  motivador na formação, para após a graduação, seguir-se nesse campo.Conclusão: A trajetória de formação de Fonoaudiologia em CSA é um exercício de desafios, reflexões, práticas, dedicação e aprendizado contínuos em uma universidade pública.O trabalho desenvolvido e o compromisso em atuar com PNCC  contribuíram de forma valiosa para uma formação humanizada, sendo testemunhos do desejo em promover a comunicação, propiciar qualidade de vida e autonomia aos usuários de CSA, além de proporcionar um novo olhar a esse campo.

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Publicado

2023-12-22