DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO: ESTUDO DE CASO

Autores

  • Ana Cristina de Albuquerque Montenegro
  • Matheus Phellipe Santos Felix da Silva
  • Natália Barbosa Gonçalves
  • Letícia Cristiny Arcanjo da Silva
  • Gabriel Angelo Pereira da Silva

Resumo

Introdução: O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits persistentes de início ainda precoce, sendo uma das habilidades com evidentes alterações a comunicação. Assim, a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) insere-se como um recurso advindo da tecnologia assistiva potencializando o desenvolvimento das habilidades comunicativas. Um dos métodos de intervenção que utiliza a CAA e que vem apresentando ganhos positivos a partir da sua implementação no intervenção fonoaudiológica, é o DHACA - Desenvolvimento das Habilidades de Comunicação no Autismo, que possui como base teórica a teoria da sócio-pragmática. O recurso de CAA utilizado no método é um livro de comunicação de baixa tecnologia personalizado que possui uma página com vocabulário essencial composto por 60 pictogramas (CoreWords) e outras abas, composta por uma linha de 10 pictogramas, construída e inserida conforme desenvolvimento linguístico, interesses da criança e a demanda familiar. O método propõe o desenvolvimento de cinco habilidades comunicativas (com foco nos aspectos morfossintáticos, semânticos e pragmáticos) que vão desde a intenção comunicativa inicial até o diálogo. Objetivo: Descrever o desenvolvimento da comunicação após intervenção com o método DHACA em uma criança com TEA não verbal. Método: Trata-se de um estudo de caso, longitudinal e qualitativo de caráter descritivo a partir dos registros de evolução no prontuário. A análise tem como base os aspectos descritos no protocolo: Avaliação da Comunicação nos Transtornos do Espectro do Autismo - ACOTEA,  a fim de avaliar a comunicação expressiva e receptiva. Além  disso, foi analisado também os dados da evolução. A amostra foi constituída por uma criança com TEA, com 2 anos, J.G.M.R, não-verbal e com nível de suporte 2. Foram realizadas 20 sessões individuais de intervenção com a implementação do método DHACA, sendo realizadas semanalmente. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP). Resultados: Antes da intervenção, a criança não possuía verbalização, apresentava evitação durante a interação social e protestos se jogando no chão como resposta a aproximação. Ademais, pouco se percebia interesse nos objetos e quando manuseava não havia funcionalidade no brincar. Também não demonstrava interesse nas pessoas, apresentava ainda rigidez e inflexibilidade cognitiva quanto ao compartilhamento de algo. As funções de solicitação não eram evidenciadas, não havia produções sociais como “oi” ou “tchau”, apresentava incapacidade de nomeação de objetos ou pessoas de forma espontânea, ausência de sorriso social ou qualquer outro comportamento que indicasse interação com o outro. Além disso, dificuldade na compreensão de comandos simples. Posteriormente à intervenção, não foram observados comportamentos disruptivos, passou a permitir a aproximação e toque das pessoas, possui compreensão e expressão de diversas categorias lexicais presentes no seu livro de CAA. O brincar tornou-se funcional, além disso, o mesmo passou a falar frases espontâneas com maior complexidade morfossintática composta por 8 palavras e também houve aumento nas produções de expressões sociais. Conclusão: Percebeu-se que o uso de um sistema robusto de comunicação alternativa durante a intervenção fonoaudiológica por meio do método DHACA, impactou positivamente o desenvolvimento da comunicação tanto nos aspectos expressivos quanto compreensivos.

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Publicado

2023-12-22