A Comunicação Suplementar Alternativa em idosos na Atenção Primária em Saúde: relato de experiência
Resumo
A Comunicação Suplementar Alternativa em idosos na Atenção Primária em Saúde: relato de experiência IntroduçãoA atenção primária em saúde (APS) é a porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS) e tem como objetivo proporcionar cuidados integrais aos indivíduos, buscando resolver 85% das demandas recebidas . Entre os pacientes idosos encaminhados para atendimento fonoaudiológico na APS estão as complicações decorrentes de doenças cerebrovasculares e neurodegenerativas. Ainda que existam evidências dos benefícios da CSA durante o período de hospitalização para esses pacientes, não encontramos estudos voltados para o contexto da APS, embora este seja um ambiente onde as deficiências, em graus variados, e suas comorbidades, comumente requerem assistência. Além disso, a maioria desses pacientes requer manutenção de seu cuidado após alta hospitalar. ObjetivoApresentar um relato de experiência do uso da Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA) na reabilitação fonoaudiológica , com enfoque na comunicação de adultos/ idosos, em um projeto de extensão Descrição do caso e das ações envolvidasApresentamos quatro casos atendidos entre setembro de 2022 e março de 2023 em um projeto de extensão realizado em uma unidade básica de saúde (UBS) vinculada a um hospital universitário no sul do Brasil. Os pacientes foram encaminhados pelos profissionais da equipe de saúde, na maioria dos casos, por disfagia e déficits na linguagem oral. As consultas ocorreram presencialmente,via atendimentos domiciliares ou teleconsultas. ResultadosDos 4 pacientes elegíveis para CSA, um paciente não era alfabetizado; dois tinham ensino superior completo e um tinha ensino médio completo. Todos apresentavam complicações neurológicas decorrentes de AVC ou doenças neurodegenerativas como ELA bulbar e Alzheimer. A avaliação para verificar a usabilidade da CSA e determinar qual tecnologia melhor atendia às necessidades de cada caso foi realizada por meio de símbolos pictográficos, imagens reais, alfabeto e teclados em baixa e alta tecnologia. A escolha das ferramentas para avaliação considerou a escolaridade, o grau e tipo de comprometimento motor, bem como o engajamento de cada paciente. A intervenção com a CSA também foi implementada junto aos cuidadores de referência de cada paciente, os quais foram instruídos a serem os parceiros principais, porém não os únicos, de comunicação dos usuários.A CSA foi utilizada pelos fonoaudiólogos para modelar o uso e pelos pacientes durante todo o atendimento, tanto para responder, trazer seus questionamentos e esclarecer as suas dúvidas sobre o processo terapêutico, além de comunicar seus estados emocionais em relação à sua doença ou agravo, aos cuidados recebidos e demandados e à família, bem como na vida cotidiana. Além disso, suportes visuais também foram utilizados para estruturar a rotina, visando a preservação da autonomia de uma das pacientes na realização de atividades diárias.ConclusãoNesses casos observamos que a CSA contribuiu para a manutenção da participação social desses sujeitos, mantendo-os ativos e protagonistas na tomada de decisão durante as consultas e na vida cotidiana contribuindo para a manutenção da continuidade do cuidado.Downloads
Publicado
2023-12-22
Edição
Seção
Artigos