Como a comunidade escolar lida com a inclusão de crianças com Transtorno do Espectro Autista
Resumo
Introdução: A linguagem é compreendida como um sistema simbólico, construído socialmente e suas regras norteiam a comunicação. É determinante na constituição do sujeito e de sua inserção sociocultural e se destaca como elemento crítico na aquisição de outros sistemas simbólicos como a leitura e a escrita.O prejuízo linguístico comum às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) envolve dificuldades não apenas na comunicação não verbal, mas também nos processos simbólicos, nos aspectos pragmáticos da linguagem, nas habilidades que a precedem, na produção e na compreensão da fala e no uso de gestos simbólicos e de mímicas. Além dos distúrbios na linguagem, o TEA se caracteriza também pela limitada capacidade interativa, atenção deficitária, repertório restrito e estereotipado de interesses e de atividades e por padrões atípicos de comportamento.Estudos evidenciam que programas de intervenção destinados às pessoas com TEA no ambiente escolar devem focalizar a aquisição da linguagem e da comunicação. Para isso, é fundamental o emprego planejado de recursos de Tecnologia Assistiva (TA), incluindo a Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA), a formação teórica e prática da comunidade acadêmica além da intersetorialidade entre as áreas da educação e saúde.Objetivo: Pesquisar através de uma revisão bibliográfica, como a comunidade escolar lida com a CSA no processo de inclusão de crianças com TEA e necessidades complexas de comunicação (NCC).Método: Esse estudo é uma revisão narrativa da literatura centrada em publicações nos últimos dez anos na Revista de Educação Especial.Resultados: Os alunos com TEA e NCC costumam participar pouco das atividades acadêmicas, a interação com os colegas é escassa sendo muitas vezes direcionada exclusivamente ao profissional de apoio educacional e o aprendizado dos conteúdos pedagógicos limitado. É frequente o relato de professores referente à dificuldade de comunicar com os alunos com TEA e NCC ou seja, dificuldade em dialogar, compreender e se fazer entender. Dessa forma, é indiscutível o comprometimento dos processos de interação e aprendizagem.Conclusão: A formação de professores na perspectiva da Educação Inclusiva deve envolver o desenvolvimento não só de conhecimentos ligados à Educação Especial, mas também competências profissionais que venham a possibilitar o acolhimento do aluno com TEA e NCC não apenas para socializá-lo, mas para garantir educação acadêmica de qualidade. Faz- se necessário: a formação teórico- prática na graduação dos cursos de Pedagogia e Licenciaturas além das formações continuadas; a otimização das Salas de Recursos Multifuncional com o trabalho multidisciplinar; o acesso aos recursos de TA incluindo a CSA em sala de aula; bem como o uso de metodologias que promovam o levantamento das problemáticas e estratégias possíveis para garantir resultados efetivos, considerando as potencialidades e o contexto de vida e ensino- aprendizagem de cada aluno.Downloads
Publicado
2023-12-22
Edição
Seção
Artigos