COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE LARINGECTOMIA TOTAL: UM ESTUDO DE CASO NO CONTEXTO HOSPITALAR

Autores

  • Julia Andreza Gorla

Resumo

Introdução: A presença de neoplasia maligna nas estruturas da laringe pode levar, a depender do estadiamento do tumor, à necessidade da retirada total do órgão, procedimento este denominado laringectomia total. Uma das consequências de tal cirurgia é a perda da capacidade da oralidade, a qual impacta diretamente na interação social do paciente e, consequentemente, em sua qualidade de vida. Já na internação hospitalar o uso da Comunicação Suplementar Alternativa (CSA) pode ser de grande valia, uma vez que auxilia o paciente a expressar suas necessidades e demandas, além de ser um meio para a interação com familiares e equipe. Objetivo: Descrever a contribuição do uso da CSA durante a internação hospitalar de uma paciente idoso após procedimento de laringectomia total devido a neoplasia maligna de glote. Metodologia: Trata-se de um relato de caso, na modalidade descritiva, acerca da avaliação e orientação para uso de recurso de CSA em contexto hospitalar. Paciente idoso, 74 anos, internado para cirurgia eletiva de laringectomia total. O atendimento foi realizado no 2º dia de pós-operatório, em leito de enfermaria, junto ao paciente e sua filha. Foram avaliados diferentes recursos para CSA considerando-se histórico e repertório ocupacional do paciente, bem como seu contexto familiar, cultural e rotina. Resultados: Uma vez que o paciente é alfabetizado, foi estabelecido um primeiro contato a partir da escrita em papel, através da qual pôde relatar sobre sua rotina, desejos, dúvidas e trazer as principais dificuldades enfrentadas durante período de internação pela ausência da oralidade. Assim, foi realizado treino de uso de vocalizadores para que pudesse ser atendido pela equipe e/ou acompanhante quanto a necessidade de aspiração de vias aéreas superiores e ida ao banheiro, além do uso de prancha magnética para facilitar a escrita e proporcionar autonomia na comunicação. Tendo em vista a proximidade da alta hospitalar, tanto o paciente quanto a filha foram orientados sobre meios de aquisição e uso de prancha magnética e vocalizadores no ambiente domiciliar. Com a finalidade de sanar possíveis dúvidas, foi realizado contato telefônico com a filha após alta hospitalar, que referiu um bom desempenho comunicativo do paciente com a aquisição dos materiais sugeridos. Conclusão: a partir do caso apresentado, nota-se que as estratégias de CSA no ambiente hospitalar pode não somente proporcionar maior autonomia aos pacientes internados, como também possibilitar maior qualidade de vida no momento do retorno à vida em domicílio.

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Publicado

2023-12-22