Nunca é tarde para se comunicar: Inserção de CAA após a primeira infância

Autores

  • Mariane Alves Graciano

Resumo

IntroduçãoA prática clínica nos mostra que a intervenção precoce com CAA é tanto possível quanto desejada para um bom desenvolvimento de linguagem e de comunicação, mas quando ela não ocorre em fases mais precoces do desenvolvimento infantil, há sempre dúvidas quanto à viabilidade do sucesso da inserção tardia, que é não somente possível quanto também apresenta bons resultados clínicos. Neste estudo faremos um levantamento dos resultados alcançados em casos com inserção de estratégias de CAA robusta após os seis anos de idade a fim de tentar exemplificar e motivar profissionais e familiares ao uso de CAA mesmo após a primeira infância. ObjetivosEste estudo tem como objetivo descrever a evolução de comunicação e linguagem de dez indivíduos usuários de CAA que iniciaram o uso de CAA robusta com idade entre 7 até 24 anos de idade. Com objetivo de demonstrar de maneira prática que o uso de CAA robusta é capaz de impulsionar o desenvolvimento de comunicação e linguagem, mesmo com inserção tardia, esta evolução em comunicação é altamente relevante para a vida destes indivíduos e desenvolvimento em todas as áreas de sua vida.   Público-alvo e Descrição das ações desenvolvidasFamiliares e profissionais de todas as áreas poderão observar que mesmo casos de inserção após os seis anos de idade apresentam evolução quantitativa e qualitativa em habilidades pragmáticas, semânticas e sintáticas. Foram levantados dez casos de introdução de CAA após os seis anos de idade, destes: três iniciaram CAA aos 7 anos, um aos 8 anos, três aos 9 anos, dois aos 11 anos e um aos 24 anos, todos estes casos estão em estimulação de linguagem com CAA robusta há mais de um ano. Os casos selecionados apresentam quadros de base variados sendo estes: um caso com Paralisia Cerebral; um caso com Síndrome X-Frágil; um caso com Deficiência Intelectual; um caso com Síndrome de Marfan; um caso com Apraxia de Fala; cinco casos com Transtorno do Espectro do Autismo; Resultados e ConclusãoA descrição destes casos nos mostra que a CAA robusta mesmo após a primeira infância é benéfica ao desenvolvimento de comunicação e linguagem de indivíduos com necessidades complexas de comunicação de qualquer quadro de base. Em todos os casos é observado aumento qualitativo e quantitativo das funções pragmáticas de acordo com o Perfil Pragmático (Porter amp; Iacono, 2007). Das habilidades avaliadas todos os casos tiveram melhora qualitativa nas funções de: Pedir/ chamar atenção pra si; Pedir objeto; Pedir uma ação; Pedir ajuda; Pedir pra fazer de novo/repetir; Rejeitar/ protestar; Aceitar; Expressar opinião. Quatro casos tiveram ainda melhora qualitativa nas funções de: Pedir informação; Comentar sobre objetos; Comentar sobre não-existência; Dar informação; Responder perguntas e Nomeação. Três casos tiverem atingiram nível de palavra (melhora qualitativa) em todas as funções pragmáticas (melhora quantitativa). Um dos casos atingiu nível de frase em todas as habilidades pragmáticas (melhora qualitativa e quantitativa).               Familiares e profissionais que iniciaram este projeto mesmo após a primeira infância descrevem resultados positivos em intenção comunicativa, uso social de comunicação e comunicação autônoma para vários propósitos.

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Publicado

2023-12-22