Da clínica para a escola: a Comunicação Alternativa e Ampliada atravessando muros
Resumo
Introdução: O presente trabalho trata-se de um recorte de uma pesquisa maior de mestrado, realizada em três escolas de Educação Infantil localizadas em um município do estado do Rio de Janeiro. Entre os desafios apontados por educadores no processo de inclusão de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), estão os déficits sócio comunicativos que acompanham o transtorno. Devido a estes déficits na comunicação, crianças com TEA apresentam boa indicação para o uso da Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA). No entanto, muitas vezes, o uso da CAA por estas crianças fica restrito a um espaço de convivio social. Objetivos: Analisar os meios para que o uso da CAA ensinada em um dispositivo de saúde pública, onde as crianças com TEA recebiam acompanhamento terapêutico, chegasse até a escola onde as crianças estudavam. Público Alvo: Três crianças entre 4 e 6 anos de idade, diagnosticados com TEA e que apresentavam necessidades complexas de comunicação, seus professores e mediadores. Descrição das ações desenvolvidas: Pesquisa de cunho qualitativo, onde foi realizada observações das crianças junto aos profissionais na escola, preenchimento de formulários pelos profissionais, formação em CAA para estes e o uso de um sistema de CAA de baixa tecnologia pelas crianças na escola. Resultados: Após as ações realizadas junto aos profissionais, foi observado que duas das três crianças participantes da pesquisa utilizaram os cartões de CAA na escola. Porém o uso da CAA se restringiu a um interlocutor e a alguns momentos da rotina escolar. Conclusão: A participação do fonoaudiólogo, como um profissional com formação para transitar entre os diferentes espaços, articulando os saberes entre a saúde e a educação, foi bastante significativa para a elaboração de estratégias em conjunto para uma melhor abordagem comunicativa para com as crianças participantes. No entanto, a efetivação de práticas inclusivas mostrou-se dependente de mudanças estruturais e organizacionais da escola. Faz-se necessário mais estudos que envolvam a relação intersetorial, entre a saúde e a educação, nas práticas comunicativas com a CAA em indivíduos com TEA.Downloads
Publicado
2023-12-22
Edição
Seção
Artigos