Escuta Interseccional: A Comunicação Organizacional e as Possibilidades de Construção de Sentidos a Partir das Margens

Resumo

Este estudo propõe uma reflexão crítica sobre a escuta organizacional a partir da perspectiva da interseccionalidade e decolonialidade. Partindo do entendimento de que a escuta, nas organizações, é uma prática profundamente atravessada por relações de poder e marcadores sociais da diferença, investiga-se como se constroem os processos de escuta e quais são seus efeitos na legitimação ou silenciamento de vozes plurais. O percurso analítico se desenvolve em três eixos: uma revisão dos paradigmas da comunicação organizacional; a incorporação da interseccionalidade e decolonialidade como lente teórica; e a proposição de escuta como prática interseccional. De natureza teórico-conceitual, o estudo contribui para se pensar que ouvir, sob uma perspectiva interseccional e decolonial, é em essência um ato político e de resistência.