A SOCIABILIDADE DO SOFRIMENTO NA PRÁTICA DA MORTE ASSISTIDA: refazendo o mundo e inventando linguagens

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Marcelo Almeida Duarte
Augusto Flamaryon Cecchin Bozz

Resumo


Partimos da ideia de que a morte abre conjuntos de ações e problematizações no mundo. Do ponto de vista pragmatista, a morte assistida é a segunda dimensão do acontecimento morte, invocando heterogeneidade de atores e instituições. Ela é uma prática histórica que valora a vida e abre formas de sociabilidade do sofrimento. O objetivo deste trabalho é compreender o modo pelo qual o sofrimento se tornou elemento de sociabilidade na prática da morte assistida. Tomamos como objeto o caso da brasileira Carolina Arruda, acometida por neuralgia do trigêmeo. Parte-se da perspectiva pragmatista da linguagem e do discurso. Valendo-se de significados depositados na cultura, Carolina Arruda se tornou interlocutora de uma experiência de sofrimento discursivamente compartilhada. Com a publicização de si, o sofrimento e o desejo de morrer se tornaram um princípio de sociabilidade, de modo a integrar estratégias discursivas que estabeleceram redes de relações e práticas interacionais.

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Trabalhos