“É a natureza, não tem o que fazer”: como telejornais brasileiros cobriram eventos climáticos extremos em 2024

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Giulia Sbaraini Fontes
Andressa Butture Kniess
Paulo Ferracioli

Resumo


Considerando o papel fundamental do jornalismo na definição e no enfrentamento da crise climática, este trabalho busca compreender de que maneira os telejornais brasileiros fazem a cobertura de eventos climáticos extremos. Para isso, realizamos uma Análise de Conteúdo de 816 reportagens do Jornal Nacional e do Jornal da Record sobre dois fenômenos ocorridos em 2024: as enchentes no Rio Grande do Sul e a seca extrema associada aos incêndios florestais que assolaram o país. O estudo revelou que os telejornais deram mais atenção às cheias no estado gaúcho e pouco relacionaram os eventos à crise climática. Os resultados apontaram, ainda, que os programas priorizaram histórias individuais e carregadas de emoção, personalizando os dois casos sem apresentar discussões mais amplas sobre as questões climáticas enfrentadas. Por fim, os dados mostraram que houve ênfase na atuação de voluntários e nos pedidos de doação, com pouco debate sobre ações governamentais para enfrentar os casos.

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Trabalhos