Perceber, filmar, sentir
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Resumo
Para testar as possibilidades heurísticas da noção de “estéticas do cosmos vivo”, voltamo-nos para Horendi (1972), de Jean Rouch, e tomamos o cine-transe como uma prática documentária na qual a trama de elementos sensíveis (dança, canto, música, gesto) e cosmológicos (a comunicação dos Songhay com os espíritos) conforma a mise-en-scène ritualística, a mise-en-scène cinematográfica e a experiência do espectador. Essa relação triádica modula o aparecer estético (Martin Seel) próprio do filme e o engajamento ativo do espectador (Jean-Louis Comolli). Ao final, convocamos as abordagens pragmatistas – por meio da categoria do performativo (Leda Maria Martins) – para uma dupla tarefa de desconstrução: a) da distinção hierarquizante entre conhecimento conceitual e percepção estética; b) do processo ocidental universalizante e etnocêntrico que apagou as diferenças entre as culturas (Édouard Glissant).
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Trabalhos