ESPECULAR UM CINEMA DE FRONTEIRAS: a experiência contra-anestética em EAMI, de Paz Encina

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Ana Clara Silva Mattoso

Resumo


Diante do que hoje compreende-se como Antropoceno — o momento da história em que o impacto da ação humana no planeta inaugura, para diversas linhas científicas, uma nova era geológica —, algumas obras cinematográficas parecem comprometidas em instaurar um imaginário diferente das narrativas hegemônicas de fim. Neste artigo, busco especular contornos para um possível cinema de fronteiras realizado no contexto latino-americano, partindo do filme EAMI (2022), da realizadora paraguaia Paz Encina. Para isso, recorro à análise de estratégias visuais e narrativas que contribuem para acionar uma experiência espectatorial mais desperta e menos anestética, sob a chave de Susan Buck-Morss. Como, portanto, ativar a potência de agir em espectadores anestesiados pelo regime de visualidade antropocêntrica? Aposto nas sensorialidades contra-anestéticas como forma de nos reorientarmos em meio às ruínas coloniais que assombram nossos territórios e conjuram nossas imagens.

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Trabalhos