O QUE A CENSURA NÃO CORTOU: uma análise das charges do jornal Movimento em tempos de censura

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Rozinaldo Antonio Miani

Resumo


Fundado em julho 1975 como um semanário jornalístico, o jornal Movimento - um dos principais veículos da “imprensa alternativa”-  foi submetido à censura prévia desde a sua primeira edição, situação que perdurou por quase três anos. Apesar disso, o Movimento se utilizou de inúmeras estratégias comunicativas para revelar e denunciar as mazelas cometidas pelo regime militar e, dentre elas, destacamos o uso das charges que representou uma das principais características do seu projeto editorial. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é analisar as charges publicadas na primeira página do jornal Movimento entre julho de 1975 e junho de 1978, período em que esteve submetido à censura prévia, com vistas a identificar a retratação da realidade que a censura permitiu mostrar. Seguindo os pressupostos metodológicos da análise do discurso chárgico, as charges do jornal Movimento revelaram uma sociedade marcada pela repressão e pela implementação de um programa econômico recessivo e impopular.

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