Autonomia vigiada e expansão do poder biomédico: dimensões socioculturais do uso de aplicativos relacionados ao câncer

Conteúdo do artigo principal

Allan de Gouvêa Pereira

Resumo

O artigo analisa a relação entre tecnologias e cuidados de saúde, investigando como a utilização de dispositivos digitais reconfigura as práticas de autocuidado de pacientes com câncer. O texto apresenta parte dos resultados de uma pesquisa sobre aplicativos relacionados à doença, com foco no automonitoramento. O trabalho empírico apoia-se em teorias críticas da saúde digital, reconhecendo os aplicativos como artefatos socioculturais que refletem as normas e as discursividades contemporâneas. É empregado o método etnográfico, inspirado no exercício de “descrição densa” proposto por Geertz (2008). A pesquisa questiona como a tecnologia altera os processos de saúde e doença, influenciando a forma como os indivíduos lidam com o adoecimento e estabelecem novas práticas e formas de sociabilidade. Os resultados apontam para uma mudança na relação médico-paciente mediada pela tecnologia, ampliando o poder da biomedicina para além dos ambientes tradicionais de saúde

Detalhes do artigo

Seção
Trabalhos