AVALIAÇÃO DO POTENCIAL TOXICOLÓGICO IN VITRO DA MUCILAGEM DA CACTÁCEA CEREUS JAMACARU EXTRAÍDA POR DIFERENTES PROCESSOS
Palavras-chave:
Artemia salina, Extratos aquosos, MandacaruResumo
Os caules colunares da cactácea mandacaru (Cereus jamacaru) são caracterizados
por serem ótimas fontes de compostos fenólicos, pigmentos e mucilagens, as quais possuem
propriedades bioativas, funcionais e tecnológicas já relatadas na literatura. O uso e aplicação
de substâncias naturais está em crescimento na indústria alimentícia devido às suas atividades
relatadas, de modo a substituir os compostos sintéticos tradicionalmente aplicados. Mas,
apesar de suas vantagens, tais substâncias podem possuir toxicidade, inviabilizando sua
utilização e prejudicando a segurança dos alimentos a serem adicionados. Desta forma, o
presente estudo teve como enfoque a avaliação das propriedades toxicológicas dos extratos
aquosos da cactácea Cereus jamacaru, visando a sua aplicação como um potencial
coadjuvante alimentar natural. Os cladódios do cacto foram coletados no município de
Itapipoca, Ceará, sendo previamente tratados em água corrente, selecionados e submetidos a
extração de sua mucilagem. Em seguida, a mucilagem em pó foi submetida a uma nova
extração aquosa na proporção 2:1 mg/mL (p/v) pelos métodos de infusão (MCI) , maceração
(MCM), turbolização (MCT) e ultrassom (MCU) por banho maria, e filtrados. Os
sobrenadantes coletados foram avaliados quanto ao seu potencial toxicológico agudo pelo
bioensaio por Artemia salina nas concentrações de 1000, 500, 100, 10 µg/mL, em que
DL50% > 1000 µg/mL das amostras demonstram atoxicidade relativa. Dessa forma, os
extratos de cacto MCI, MCM, MCT e MCU apresentaram dose letal acima da maior
concentração testada, logo, suas soluções apresentaram atoxicidade, possibilitando sua
utilização como um coadjuvante na conversão alimentar. Sugerem-se estudos com essa
mucilagem a fim de avaliar suas propriedades bioativas e tecnológicas.