Análise microscópica de sujidades em açaí (Euterpe oleracea) do tipo sorvete
Palavras-chave:
Açaí, Boas Práticas de Fabricação, SujidadesResumo
O açaí é um dos alimentos mais consumidos do Brasil. Inúmeras pesquisas ressaltam
os seus benefícios, entres eles o seu poder antioxidante. E com isto, a exportação da polpa da
fruta tem ganhado destaque. Por ser uma planta nativa da Amazônia, o açaí é a principal fonte
de renda de milhares de famílias ribeirinhas. Muitas vezes, sem conhecimento de boas práticas
fazem o despolpamento de forma inadequada, o que contribui para o principal problema do
açaí, a veiculação da Doença de Chagas. Esta doença é transmitida por um protozoário que tem
como seu hospedeiro o bicho barbeiro, o qual está em contato com os frutos e são macerados
junto a polpa, consequentemente podendo causar a doença. O presente estudo teve como
finalidade analisar as possíveis sujidades nas amostras de açaiterias no estilo self-service,
verificar as boas práticas de fabricação e se o açaí comercializado é seguro para o consumo
humano. O método usado para a pesquisa foi por flutuação no frasco armadilha de Widman.
Após a repetição de três vezes do método, a parte óleo/fragmento é filtrada em bomba a vácuo
em um papel filtro quadriculado e realizada a leitura desses resíduos em microscópio
estereoscópio. As sujidades identificadas foram transferidas para uma lâmina para sua
identificação e contabilização, em microscópio óptico. Os resultados obtidos mostraram que
em todas as oito amostras analisadas foram encontrados resíduos vegetais de cerca de um
milímetro. Estes resíduos provinham de folhas da planta e até mesmo talos, indicando falhas no
processamento. Estas partes devem ser retiradas durante o processo de “molho do açaí” onde
as folhas e tudo o que é mais leve boiam superficialmente. Portanto, os resultados indicam
falhas nas boas práticas de fabricação, principalmente em três amostras. Entretanto, não foram
encontrados fragmentos do bicho barbeiro ou outros insetos.