Resíduo de cambuci como fonte de vitamina C: Qualidade de subproduto de alto valor agregado da economia circular
Palavras-chave:
Frutas nativas, Ácido ascórbico, Processamento de frutasResumo
A economia circular é um conceito que aplica diferentes mecanismos visando
minimizar a geração de resíduos, promovendo a utilização cíclica e responsável dos recursos.
O fruto do cambuci (Capomanesia phaea) tem sabor azedo e é fonte vitamina C. Pode ser
comercializado in natura, congelado ou pode ser processado para a elaboração de polpa, geleia,
entre outros produtos. No entanto, o processamento pode gerar cerca de 20% (m/m) de resíduo,
composto majoritariamente por casca. Considerando o conceito de economia circular, o
objetivo deste estudo foi avaliar a composição de vitamina C e a qualidade dos resíduos de
cambuci. Para esse estudo foram empregados resíduos industriais dos frutos (R), coletados com
produtor após despolpamento, sem nenhum planejamento especial quanto às condições de
estocagem e resíduos obtidos em laboratório, separados imediatamente após o despolpamento,
congelados a -35°C em seguida, nomeados resíduos controlados (RC). Tanto R, quanto RC
foram liofilizados e moídos, para elaboração de uma farinha, para aplicações futuras, e o
conteúdo de vitamina C foi avaliado com emprego do método oficial 967.21 da AOAC. O valor
médio de vitamina C nos resíduos variou de 27,18, para R e 256,60 mg/100g, para RC, o que
indica que RC apresentou o teor da vitamina mais de 9 vezes maior que o resíduo industrial
(R). Portanto, os resíduos de cambuci apresentam qualidade para utilização como subprodutos,
porém, considerando que a vitamina C é instável e pode ser degradada com facilidade,
verificou-se que manter o controle de temperatura no local de processamento, e armazenamento
adequado logo após o processamento podem ser fatores importantes para que os resíduos
mantenham a qualidade e elevado teor de vitamina C, considerada um componente bioativo
importante para agregação de valor e favorecer a economia circular.