Micropartículas de selenato de sódio: desenvolvimento e caracterização com possível potencial na suplementação alimentar

Autores

  • José Luan da Paixão Teixeira
  • Ana Paula Rebellato
  • Raquel Fernanda Milani
  • Izabela Dutra Alvim
  • Marcelo Antonio Morgano

Palavras-chave:

Microencapsulação, Fortificação com selênio, Oligoelemento, Mineral essencial

Resumo

Suplementar alimentos com Se pode contribuir para diminuir as deficiências nutricionais deste micronutriente. Métodos de encapsulação (spray-drying e spray-chilling) em múltiplas camadas de materiais de parede, podem gerar micropartículas com diferentes propriedades de superfície. Este trabalho objetivou elaborar/caracterizar micropartículas de selenato de sódio (SS) através de métodos combinados de microencapsulação. A elaboração das micropartículas compreendeu três etapas: microencapsulação inicial do SS por spray-drying (MI-SD) utilizando maltodextrina como material de parede; microencapsulação das MI-SD por spray-chilling (M-SC) usando uma mistura de lipídeos e microencapsulação das M-SC por spray-drying (MF-SD) utilizando goma arábica. As micropartículas foram monitoradas por seis meses, sendo caracterizadas através dos seguintes parâmetros: diâmetro médio e distribuição de tamanho, morfologia, concentração de ativo (CA), umidade e atividade de água (Aw). A análise do diâmetro médio e distribuição de tamanho foi realizada por difração a laser após suspensão das amostras em etanol absoluto. Para morfologia, utilizou-se microscopia óptica, com imagens capturadas em câmera digital. A CA foi determinada como a proporção da substância ativa (Se) presente nas micropartículas após o processamento, comparada à quantidade inicial utilizada. A umidade foi determinada por titulador Karl Fischer e a Aw foi medida por ponto de orvalho, utilizando medidor calibrado (25 ± 0,5 ºC). Ao longo do período de armazenamento foi observado um aumento no diâmetro das micropartículas, com ligeira aglomeração, alta polidispersidade e aparência típica de produtos obtidos por métodos combinados em escala laboratorial. A CA se manteve superior a 80%, demonstrando estabilidade sem perda significativa entre sua medida inicial e final. A umidade variou entre 6,9% e 8,5% e o valor de Aw registrado no tempo final foi de 0,295, demonstrando estabilidade satisfatória em relação à oxidação lipídica e segurança microbiológica. Deste modo, as micropartículas produzidas apresentam-se promissoras e viáveis para uso na suplementação de alimentos com baixos níveis de Se.

Publicado

2024-07-26