Resíduos de antibióticos no leite e produtos lácteos na África: Uma Revisão Sistemática

Autores

  • Emelda Simbine-Ribisse
  • Níura Madalena Bila
  • Agnaldo Joaquim Manhiça
  • Cristiano João Macuamule
  • Adriana Pavesi Arisseto Bragotto

Palavras-chave:

medicamentos veterinários, resíduos de antibióticos, laticínios, revisão sistemática, África

Resumo

O uso de antibióticos nos sistemas de produção animal na África resulta na presença de resíduos de antibióticos (RAs) em alimentos de origem animal, incluindo o leite, representando um risco para a saúde pública. Existe pouca informação sobre a ocorrência de RAs nos produtos lácteos na África e visando conhecer a sua prevalência, foi realizada uma revisão sistemática com as diretrizes PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis). As informações foram coletadas de bancos de dados: Web of Science, Science Direct, PubMed, Google Scholar, PAMJ One Health, ResearchGate e revistas africanas específicas. Foram identificados 359 artigos e incluídos no estudo 22 artigos publicados entre 2002 e 2023 em 10 países africanos. Foram analisadas um total de 6.246 amostras de produtos lácteos e o leite cru representou cerca de 90,7% das amostras. No total 39 antibióticos foram encontrados, sendo que a penicilina, ampicilina, amoxicilina, oxitetraciclina, tetraciclina e clortetraciclina foram os fármacos detectados com mais frequência. Dicloxacilina, cefazolina, cefoperazona, cefaclor e espiramicina apresentaram as maiores taxas de resíduos (90,38%) nas amostras avaliadas. As técnicas para a detecção de antibióticos mais usadas foram o Delvotest, Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada ao Ultravioleta (HPLC-UV) e a Cromatografia Líquida Acoplada à Espectrometria de Massas sequencial (LC-MS/MS). A presença de RAs acima dos limites aceitáveis em produtos lácteos é um grande desafio para os países africanos, o que resulta de sua incapacidade de controlar o uso de antibióticos na produção animal e monitorar seus resíduos nos alimentos. Os países africanos não têm sua própria legislação sobre RAs em produtos lácteos e adotam as regulamentações internacionais. O estabelecimento de planos nacionais e regionais de controle de RAs na África pode ser uma boa estratégia para melhorar o monitoramento da ocorrência destes resíduos em alimentos.

Publicado

2024-07-26