Isolamento e identificação de Streptococcus spp. de amostras de leite de vaca saudáveis e com mastite

Resumo

A mastite em bovinos é uma das doenças que mais afeta a produção de leite no Brasil,
sendo caracterizada como uma inflamação da glândula mamária do animal em resposta
à invasão por microrganismos, como Streptococcus spp., sendo Streptococcus
agalactiae e Streptococcus uberis, respectivamente, os principais exemplos de agentes
contagiosos e ambientais de mastite. O objetivo deste estudo foi identificar a presença
de bactérias do gênero Streptococcus a partir de amostras de leite de vaca com mastite
(clínica e subclínica) e leites saudáveis de cinco estados brasileiros: São Paulo, Santa
Catarina, Goiás, Paraíba e Pará, correlacionando a incidência desta bactéria nos três
tipos de amostras de leite. Para cada amostra, 100 uL foram plaqueados em ágar sangue
de carneiro (5%) e incubadas a 37ºC/ 24-48 horas. As colônias foram isoladas quanto à
morfologia, tamanho, pigmentação e presença de hemólise. Cada isolado foi
identificado por provas bioquímicas como coloração de Gram e teste da catalase. A
identificação de espécie foi realizada por meio da técnica de MALDI-TOF. De um total
de 1468 amostras de leite, foram isoladas 34 (2,3%) cepas confirmadas de
Streptococcus, sendo 18 (53%) classificadas como S. agalactiae, dez (29,4%) como S.
uberis, cinco (14,7%) como S. dysgalactiae e uma (2,9%) como S. equinus. 18 (53%)
cepas de Streptococcus spp. foram isoladas de leites com mastite subclínica, sendo 12
(66,7%) da espécie S. agalactiae e seis (33,3%) de S. uberis. 15 (44,1%) cepas foram
isoladas de leites com mastite clínica, sendo seis (40%) da espécie S. agalactiae, cinco
(33,3%) de S. dysgalactiae e quatro (26,7%) de S. uberis. A única cepa isolada de leite
saudável foi classificada como S. equinus. A partir dos resultados obtidos, foi possível
confirmar a prevalência das espécies S. agalactiae e S. uberis como as principais
responsáveis por desencadear mastite em bovinos de leite no Brasil.