Identificação de Estafilococos não-aureus (ENA) isolados de leite de vacas saudáveis e com mastite
Palavras-chave:
Estafilococos não-aureus, patógenos alimentares, segurança de alimentosResumo
A mastite em bovinos é uma das doenças que mais gera prejuízos econômicos
à cadeia produtiva do leite devido à redução da produção, descarte de leite, abate
prematuro e custos com tratamento veterinário. Diversos micro-organismos são
responsáveis por causar mastite, porém, as espécies do gênero Staphylococcus são um
dos principais causadores de mastite. Dentro das espécies que compõe o gênero, os
estafilococos não-aureus (ENA) têm especial atenção como causadores de mastite,
apresentando diversos fatores de virulência e resistência. Sendo assim, o objetivo desse
trabalho foi identificar as espécies de ENA isoladas de leite de vacas saudáveis e com
mastite. Foram analisadas 1468 amostras de leite de rebanhos de 5 estados produtores de
leite do Brasil (São Paulo, Santa Catarina, Paraíba, Pará e Goiás). Em seguida, foram
isoladas e caracterizadas 779 cepas de Staphylococcus sp., sendo que 467 (60%)
apresentaram coagulase positiva e 312 (40%) coagulase negativa. Dentre as 312 possíveis
cepas ENA, 131 (42%) foram confirmadas como ENA e tiveram as espécies identificadas
por MALDI-TOF. Dentre as cepas restantes, 83 (26,6%) foram identificadas como outras
espécies, 36 (11,5%) foram identificadas como estafilococos coagulase positiva e 62
(20%) ainda faltam identificar. Foram identificadas 10 espécies diferentes de ENA, dentre
elas: Staphylococcus chromogenes, Staphylococcus haemolyticus, Staphylococcus
simulans, Staphylococcus warneri, Staphylococcus caprae, Staphylococcus cohnii,
Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus sciuri, Staphylococcus xylosus e
Staphylococcus equorum. Tendo como espécies mais prevalentes S. chromogenes (71%)
e S. haemolyticus (10%). Das 131 espécies identificadas, 69 foram isoladas de vacas com
mastite subclínica, 56 de vacas saudáveis e 09 de vacas com mastite clínica. Os resultados
desse trabalho corroboram com resultados encontrados na literatura, uma vez que essas
espécies identificadas são as principais espécies de ENA encontradas em bovinos. Além
disso, confirmam a baixa incidência desses micro-organismos como causadores de
mastite clínica e bastante prevalentes em mastite subclínica.