Ação antimicrobiana de Lactobacillus spp. frente a patógenos Gram-positivos de origem alimentar

Resumo

As bactérias do ácido láctico (BALs) despertam grande interesse devido às suas propriedades
tecnológicas, probióticas, fermentativas e por produzirem antimicrobianos como as
bacteriocinas. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito antimicrobiano exercido
pelos Lactobacillus spp. contra a Staphylococcus aureus ATCC25923 e Listeria monocitogenes
ATCC7644. As cepas foram isoladas de leite de vacas com mastite e saudáveis, sendo 25 cepas
identificadas como Lactobacillus paracasei (n=4), Lactobacillus plantarum (n=7),
Lactobacillus rhamnosus (n=11), Lactobacillus zeae (n=1), Lactobacillus pentosus (n=1) e
Lactobacillus fermentum (n=1). Para a análise de ação antimicrobiana, os patógenos foram
padronizados na escala 0,5 de McFarland e espalhados na superfície de uma placa contendo
ágar Mueller Hinton. Em seguida, foram feitos poços no ágar com o auxílio de uma ponteira
estéril onde foram inseridos 50 µL da suspensão de BAL, a suspensão foi preparada a partir de
uma concentração 1x104 UFC.mL-1 de cada cepa Lactobacillus spp. que foi cultivada em caldo
MRS a 36 °C por 24h. As placas foram incubadas a 36 °C por 24h e após este período foram
medidos os halos de inibição dos patógenos ao redor dos poços contendo BAL. Para S. aureus,
40% das cepas apresentaram halos de inibição entre 14 e 19 mm, 48% entre 8 e 13 mm e 12%
não exerceram efeito inibitório sendo que, L. paracasei e L. rhamnosus desempenharam melhor
papel de inibição. Já para L. monocitogenes, 16% das suspensões formaram halos entre 13 e 18
mm, 20% entre 11 e 12 mm e 64% não exerceram papel de inibição e dentre as principais delas
estão L. plantarum e L. rhamnosus. Com base nos resultados, é possível concluir que S. aureus
foimais sensível que L. monocitogenes. De maneira geral L. paracasei, L. plantarum e L.
rhamnosus desempenharam melhor efeito inibitório contra os patógenos testados neste estudo.