Estimativa de ingestão de 17 corantes pela população brasileira
Palavras-chave:
Aditivos, Cor, RiscoResumo
Os corantes são aditivos alimentares que conferem, intensificam ou restauram a cor de
um alimento. Essas substâncias estão muito presentes em produtos alimentícios e bebidas,
uma vez que cor e aparência são fatores fundamentais para a sua qualidade e a aceitação
do consumidor. Porém, é importante que a exposição da população a estes ingredientes
esteja de acordo com os valores de Ingestão Diária Aceitável (IDA) de cada substância.
O objetivo deste trabalho foi estimar a ingestão da população brasileira a corantes que
possuem IDA numérica encontrados em produtos alimentícios comercializados no Brasil
e caracterizar o risco à saúde humana. A ocorrência de corantes em alimentos e bebidas
foi avaliada entre os anos de 2021 e 2022 por meio de informações de rotulagem de 3300
produtos comerciais disponíveis no mercado brasileiro. A ingestão diária foi estimada
para 17 corantes naturais e artificiais encontrados nos produtos (amaranto, amarelo
crepúsculo, azorrubina, azul brilhante, beta-apo-8-carotenol, caramelo II, caramelo, III,
caramelo IV, carmim, cúrcuma, eritrosina, indigotina, páprica, ponceau 4R, tartrazina,
vermelho 40 e urucum) usando um método determinístico. Para isso, os níveis máximos
permitidos dos corantes nos diferentes alimentos foram multiplicados pelos dados de
consumo desses alimentos obtidos da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE),
realizada de 2017 a 2018 por meio de um recordatório alimentar de 24h aplicado a 46164
indivíduos com idade a partir de 10 anos. A ingestão total obtida foi dividida por 60,
considerado como peso corpóreo (pc) médio da população. A ingestão dos grandes
consumidores foi estimada multiplicando-se a ingestão do consumidor médio por 3.
Todos os corantes apresentaram ingestão abaixo da IDA, inclusive para os grandes
consumidores, o que sugere que o consumo destes aditivos pela população brasileira não
representa um risco à saúde do ponto de vista toxicológico. Agradecimento: FAPESP
(Proc. 21/05821-9).