Banco de dados sobre corantes em produtos comerciais brasileiros

Resumo

Adicionados intencionalmente para alterar propriedades tecnológicas dos alimentos, os aditivos
alimentares são fundamentais para a segurança e características sensoriais de um produto.
Dentre as funções dos aditivos, uma das mais recorrentes é a de corante, importante para o apelo
visual e aceitação global do alimento pelo consumidor. De forma a disponibilizar informações
consolidadas sobre a aplicação desses aditivos alimentares no Brasil, este trabalho objetivou a
criação de um banco de dados e identificação dos corantes utilizados, permitindo a
determinação da frequência e das tendências de uso dessas substâncias que conferem cor aos
produtos alimentícios brasileiros e estudos que averiguem riscos à saúde pela avaliação de
exposição a corantes. A distribuição dos corantes foi avaliada pelas informações declaradas em
3300 rótulos de 426 tipos de alimentos e preparações (itens alimentares) que continham aditivos
alimentares dentre os itens descritos na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018
do IBGE, onde selecionou-se produtos de ao menos cinco marcas de abrangência nacional por
item, obtidos de 580 websites de empresas do setor de alimentos e de redes de supermercados
brasileiros ou por visitas a estabelecimentos comerciais. Foi identificado que 1194 produtos
continham corante em sua lista de ingredientes, totalizando o emprego de corantes em 232 itens
da POF. Em suma, 28 corantes distintos foram reconhecidos, onde os com maior frequência
foram urucum (12,6%), carmim (12,1%), caramelo IV (11,2%), amarelo crepúsculo (8,2%),
tartrazina (7,9%), azul brilhante (6,8%), cúrcuma (6,4%), dióxido de titânio (6%),
betacarotenos (5,8%) e amaranto (5,2%). Produtos contendo somente um tipo de corante
prevaleceram, representando 57% do total investigado, contudo a combinação de dois ou mais
corantes, sobretudo a de dois corantes (26,1%), também foi significativa. Outrossim, os dados
de rotulagem mais frequentes foram provenientes dos grupos dos “Doces”, “Bebidas”, "Carnes"
e "Farinhas e Massas", nessa ordem. Agradecimento: FAPESP (Proc. 2021/05903-5).